Palácio Visconde Olivã e Jardins / Repartição de Finanças / Lagar-Museu / Biblioteca Municipal de Campo Maior

IPA.00014474
Portugal, Portalegre, Campo Maior, São João Baptista
 
Arquitectura residencial, proto-barroca, barroca. Palácio seiscentista com fachada com janelas de sacada no primeiro piso e portal em granito, recto, limitado por pilastras e rematado por frontão com enrolamentos e brasão de arma são centro, enquadrado por pináculos. Jardim barroco, com fonte e pavilhão decorados com elementos vegetalistas e concheados em estuque, um corpo a N. rematado por friso e platibanda, com fogaréus nos acrotérios. Na década de 80 do século 20 o palácio foi adaptado a novas funções, sofrendo alterações, com a introdução de elementos construtivos e decorativos característicos da arquitectura da época da remodelação: revestimentos de tijolo, coberturas e corrimões metálicos, vãos amplos, em vidro, sem moldura.
Número IPA Antigo: PT041204030009
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  

Descrição

Planta irregular, com dois pisos; a ocupar os dois pisos a Biblioteca a S. e O., Tesouraria e Repartição das Finanças a E. e Museu -Lagar a N. e O.; no rés-do-chão o hall, a S., um pátio central, interno e um segundo pátio, do Museu, a N.; Volumes articulados, dispostos na horizontal. Cobertura exterior diferenciada, telhado de duas águas sobre o palácio, terraço sobre o corpo N., que dá para o jardim. Fachada principal a S., de pano único, limitada por cunhais em granito, embasamento pintado a cinzento, dois pisos; o inferior rasgado por portal em granito, de moldura recta, ladeado por três pilastras de cada lado, adossadas, que suportam entablamento, encimado por frontão com brasão de armas ao centro, em mármore, ladeado de enrolamentos e limitado por dois pináculos; à direita do portal abrem-se quatro janelas de moldura recta, e do lado oposto três janelas idênticas e uma porta com moldura também recta, encimada por pequena janela rectangular; todas as molduras dos vãos descritos são em granito; piso superior rasgado por nove janelas de sacada, rematadas por frontão curvilíneo, com enrolamentos e concheados ao centro; remate beirado recto. Fachadas laterais E. e O., adossadas a edifícios da malha urbana. Fachada posterior a N., com dois panos. Pano da esquerda com dois pisos, separados por friso pintado a azul, o inferior liso, e o superior rasgado por cinco janelas, a central mais elevada, com molduras em forma de arco de volta perfeita, pintadas de azul, e bases pintadas a cor-de-rosa; remate friso encimado por platibanda , pintada a azul, com fogaréus nos extremos e semicírculo ao centro, com pequeno florão em estuque. Pano da direita com dois pisos, o piso inferior revestido de tijolo, rasgado por vão de acesso ao interior do Museu, com porta automática em vidro, e janela rectangular, simples, à direita e rematado por friso branco, encimado de corrimão da rampa que cobre parte do piso; piso superior, recuado, rasgado por três janelas, simples, rectangulares, com moldura pintada a azul e rematado por beirado recto. INTERIOR: Hall - de planta rectangular, parede S., rasgada por vão de acesso ao edifício, com porta de dois batentes, em madeira, inscrita num arco de volta perfeita, ladeado por duas janelas rectangulares; paredes O. e E. idênticas, rasgadas por vão de acesso à Biblioteca e à Tesouraria das finanças, respectivamente, antecedido de quatro degraus em mármore, com moldura em granito, recta, e porta em madeira, de dois batentes; parede N., rasgada por dois arcos iguais, em granito, de volta perfeita, assentes sobre pilastras, o da esquerda de acesso ao piso superior, antecedido de quatro degraus em mármore, e o outro de acesso a um corredor, coberto por abóbada de berço e com pavimento de calçada à portuguesa, que desemboca no pátio central; cobertura plana; pavimento lajes de mármore. Biblioteca: no piso térreo sala de atendimento ao público, com duas janelas a S., auditório com uma porta a S., gabinetes e arrumos; uma escada com corrimão com tubos metálicos e escadas forradas de pedra, de acesso ao piso superior, da sala de leitura, ampla, com uma zona reservada para crianças e instalações sanitárias a N., sobre as quais um varandim a que se tem acesso por uma escada com corrimão com tubos metálicos e escadas em madeira, estreitas. Repartição de Finanças - Tesouraria no rés-do-chão, sala de expediente, ampla, com três janelas a S.; casa-forte a O., gabinete de tesouraria a E., com janela, pequena oval, na parede N., que dá para o pátio interno; arquivo e instalações sanitárias a N.; uma escadaria em mármore, em "L", com três lances, os dois últimos com um corrimão de ferro forjado, e iluminada por três janelas que se abrem a N., para o pátio interno, uma rectangular e duas sobrepostas, estreitas e altas e uma quarta janela, a S.; no piso superior Repartição de Finanças. Pátio de planta rectangular, limitado por quatro paredes, de pano único e dois pisos; parede S., rasgada por arco de volta perfeita, à esquerda, encimado por óculo em forma de elipse, uma janela rectangular no piso superior, ao centro, com gradeamento em ferro e duas janelas estreitas, sobrepostas, rectangulares, longitudinais, na extremidade direita; parede E. rasgada por uma porta pequena e um óculo, na extremidade direita do piso inferior, e por duas janelas de sacada no piso superior; parede O., piso inferior rasgado por um arco de volta abatida, com moldura em granito, e uma janela rectangular, com moldura recta no mesmo material, e piso superior rasgado por três janelas rectangulares, com moldura pintada de azul e base pintada de cor-de-rosa; parede N., piso térreo rasgado por uma janela rectangular com moldura em granito, à esquerda, dois vãos de acesso ao Museu, em forma de arco de volta abatida, um ao centro, com moldura em granito e porta em vidro, e o outro com moldura pintada em azul e branco, antecedido de quatro degraus com corrimão em ferro, fechado por uma grade do mesmo material, e piso superior rasgado por quatro janelas com moldura pintada de azul, em forma de arco de volta perfeita, com base pintada de cor-de-rosa; os remates das paredes S., O., e E., são em beirado recto e o da parede N. com friso e platibanda, pintados de azul; vegetação e pavimento em calçada à portuguesa, rodeado por passagem calcetada. Museu - o lagar, na ala O., numa sala ampla, com pé direito elevado, dividida por pilares forrados de tijolo, com paredes forradas no mesmo material, varandim metálico à direita, pavimento em calçada à portuguesa e granito e coberta por estrutura metálica; ao lagar segue-se espaço de exposição, com dois pisos, o inferior com uma porta de vidro, de quatro batentes, de acesso a um pátio pequeno, separado do jardim por um muro de alvenaria, branco, e uma escada de acesso ao piso superior; este ocupado por uma única sala, com um janelão rectangular, simples, pavimento em granito e cobertura plana. Ala N., no piso térreo a zona de recepção do Museu, e o superior com uma sala comprida e estreita, rasgada por quatro janelas voltadas para o pátio interno, a S., outras quatro voltadas para o jardim, a N., uma para E. e uma porta a O., que dá acesso ao pátio N.; pavimento tábuas de madeira; cobertura plana. Pátio - fechado por muro a N. e a E., a S. uma escada e rampa de acesso ao primeiro piso da ala N. do Museu, com vegetação, pavimento de calçada à portuguesa e lajes de mármore. EXTERIOR: Jardim de nível em grande extensão compartimentado em 7 espaços distintos com unidade entre si.

Acessos

Rua de Olivença, n.º 2. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,012910, long.: -7,071848

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, planície, adossado a edifícios da malha urbana a O. e a E., abre para rua alcatroada a S..

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Política e administrativa: repartições públicas / Cultural e recreativa: museu / Cultural e recreativa: biblioteca

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 17 - construção do palácio; 1717 - visita ao palácio por rei D.João V; 1732 - resiste à tragédia que destruiu grande parte do casario da vila aquando o rebentamento do paiol da pólvora; séc.19 - aquisição do Palácio dos Menezes (Casa do Barata) por José Vitorino Machado, natural de Olivença, comerciante rico o onde passa a viver; com a sua morte, sua herdeira, muito mais nova volta a casar com Cristóvão Cardoso de Albuquerque Barata, passando o palácio a chamar-se Casa do Barata; este Senhor assume vários cargos de administração local e, devido à sua benevolência com os mais humildes, é agraciado como Comendador da Ordem de Cristo; seu filho, Cristóvão Cardoso Cabral Coutinho de albuquerque Barata, foi agraciado com o título de visconde d´Olivã; séc. 19, final e séc.20, início - obras de restauro e conservação, bem como a instalação do primeiro lagar de azeite a vapor neste concelho, no local onde actualmente se encontram as instalações do Lagar-Museu; séc. 20, década de 80 - aquisição do imóvel pela Câmara Municipal de Campo Maior, instalação da Repartição das Finanças de Campo Maior; 2000 / 2002 - construção do Museu-lagar Visconde de Olivã.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Inerte: Alvenaria rebocada; granito nos vãos e pavimentos; mármore na escadaria e brasão do portal; estuques em elementos decorativos; tijolo no revestimento de paredes e pilares do Museu; madeira em pavimentos; telhas na cobertura exterior; Pavimentos exteriores: terra batida, tijolo-burro, tijoleira, casca de pinheiro, saibro; Material vegetal: oliveira (Olea europaea), buxo (Buxus sempervirens), washingtonia (Washingtonia robusta), limoeiro (Citrus limon), laranjeira (Citrus sinensis), palmeiras (Camaerops excelsea, Phoenix canariensis), alecrim (Rosmarinus officinalis), alfazema (Lavandula officinalis), papiro (Cyperus papyrus), hera (Hedera helix), prado.

Bibliografia

http://www.cm-campo-maior.pt, Maio 2007;

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMCM

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

CMCP: 2000 / 2001 / 2002 - remodelação da ala O. e N., do Museu-Lagar e da Biblioteca.

Observações

Estevão da gama de Moura e Azevedo, governador de Campo Maior no séc. 18, refere-se ao palácio: "[Estas casas] são de D.João de Aguilar Mexia, no Terreiro das Estalagens, com 8 janelas e outras tantas baixas. Tem dentro um horto com muitas árvores, uma fonte com a mesma água que vem à que tem pública o Povo. Nela se tem acomodado o Sr. Infante D.Francisco, as três vezes que tem vindo a esta praça. Nestas mesmas casas se fez aposentadoria para S. Magestade D. João V, que Deus guarde, o ano de 1716, de que não usou porque vindo no dia 12 de Novembro a esta praça, voltou no mesmo a Elvas, por causa da chuva que sobreveio.

Autor e Data

Helena Mantas e Marta Gama 2002/ Luísa Estadão 2007

Actualização

 
 
 
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