Quinta das Brolhas / Casa das Brolhas
| IPA.00021649 |
Portugal, Viseu, Lamego, União das freguesias de Parada do Bispo e Valdigem |
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Arquitectura residencial, maneirista e barroca. Quinta de produção vitivinícola implantada em solos de xisto de declives pouco acentuados, apresentando a vinha armada em talhões regulares sem sustentação de socalcos. Núcleo construído localizado na periferia da propriedade, junto à via pública, composto por edifícios de arquitectura rural vernácula, a zona residencial de disposição em U, a que se adossa capela. O corpo residencial é simples, rasgado por vãos rectangulares com molduras de cantaria. Interior com átrio de onde surgem escadas para o piso nobre, com distribuição por corredor central, sendo comunicantes as do piso inferior, que liga por tribuna à capela de planta rectangular composta por nave e capela-mor, com fachada principal rasgada por porta de verga recta, encimada por frontão triangular e pedra de armas, ladeado por duas fenestrações e com cobertura interna em abóbada de berço, tendo tribuna e retábulo-mor de talha policromada joanina. |
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Número IPA Antigo: PT011805220192 |
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Registo visualizado 353 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta em U
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Descrição
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Quinta implantada em cerro de declive suave, com solos de xisto de cascalho miúdo, desenvolvendo-se na fachada posterior da Quinta, cujo núcleo principal confina com a via pública. As VINHAS, de baixo porte, plantadas em fiadas de tamanho e número variável, conduzidas por arames sustentados por poios (esteios) de xisto, armadas de forma tradicional, organizam-se em talhões rectangulares, divididos por caminhos rectos e bordaduras de árvores de fruto e oliveiras, não tendo muros de suporte dada a pouca inclinação do terreno. O NÚCLEO CONSTRUÍDO é composto por diversos edifícios, adaptados ao desnível do terreno; a CASA DO PROPRIETÁRIO tem planta em U irregular, de volumes articulados e coberturas diferenciadas de uma, duas, três e quatro águas. Fachadas rebocas e pintadas de branco, excepto o corpo residencial da fachada principal, em cantaria aparente em aparelho isódomo. Fachada principal, voltada a S., rematada por cornija, de dois pisos, rasgada, no inferior, por três portas de verga recta, de arestas boleadas, entre as quais surgem três fenestrações em capialço, uma delas jacente; o piso superior, quatro janelas de varandim, com guardas metálicas vazadas e pintadas de verde, com decoração geométrica, surgindo, sobre a cobertura, uma mansarda rebocada e pintada de branco, rasgada por três janelas rectangulares. No lado esquerdo, desenvolve-se a capela, flanqueada por cunhais apilastrados e rematada em friso e cornija, com portal de verga recta, de moldura recortada, tendo orelhas e pingentes na zona superior, rematado por friso com elementos almofadados e frontão interrompido pela pedra de armas; encontra-se ladeado por duas janelas de extremos curvos e ampla moldura, surgindo, no lado direito, porta de verga recta de acesso à habitação e à tribuna. Fachada lateral esquerda corresponde ao flanco da capela, cego, em empena com cruz assente no vértice e pináculos, tendo, no lado esquerdo, de menor altura, o corpo da sacristia, encimado por pequena sineira de volta perfeita, encimada por volutas em relevo, que dá sequência a construção indiferenciada no mesmo plano. Fachada lateral direita adossada a construção arruinada. Fachada posterior composta por três corpos diferenciados, de diferentes volumetrias, formando U, o central de dois pisos, dividido em dois panos por ampla chaminé rasgados por vãos rectilíneos moldurados, correspondentes, no primeiro piso, a três portas e uma janela, a que correspondem quatro janelas de peitoril no segundo; o braço do lado esquerdo, de dois pisos, tem, também, vãos rectilíneos, uma porta e uma janela no inferior e duas janelas no superior; o braço direito, de um piso, correspondente à antiga cozinha, é rasgado por uma porta moldurada e duas janelas, a central gradeada, surgindo, sobre a cobertura, a chaminé forrada a chapa metálica; a este braço adossam-se dependências incaracterísticas rasgadas por vãos rectilíneos. INTERIOR com átrio, que acede lateralmente a divisões e, em frente, escadaria para o piso superior, com distribuição a partir de corredor central. Capela composta por nave e capela-mor, rebocadas e pintadas de branco, com cobertura em abóbadas de berço, apoiadas em friso e cornija, tendo, na parede fundeira, porta em arco de volta perfeita, que, através de escadaria, conduz à zona residencial e à tribuna rectangular, encimada por lápide epigrafada. O arco triunfal, de volta perfeita, acede à capela-mor com retábulo de talha dourada e policromada de rosa e verde, em marmoreados fingidos, de planta recta e três eixos compostos por quatro colunas de fuste lisos com marmoreados fingidos e capitéis coríntios, e duas pilastras, assentes em plintos paralelepipédicos almofadados; no centro, nicho contracurvado, com pequeno trono de dois degraus e, nos eixos laterais, de reduzidas dimensões, mísulas; remate em friso e cornija que sustentam frontão interrompido, onde repousam anjos de vulto, os quais apontam para resplendor central com glória de anjos envolvendo três corações encimados por coroa real. No lado da Epístola, porta em arco de volta perfeita de acesso à sacristia com tecto plano, e nicho concheado. Jardim composto por buxos de recorte geométrico, com roseiras, gladíolos e árvores de pequeno porte. Separada da habitação principal, a residência dos caseiros e o armazém, onde surge a inscrição "QUINTA DAS BROLHAS". |
Acessos
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Na EN 313, em Valdigem, na Rua das Brolhas |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Peri-urbano, a meia encosta, adossado a habitação em ruínas, destacado, desenvolvendo-se a fachada principal para a via pública, de ligeiro declive, e a posterior para zona ajardinada murada. |
Descrição Complementar
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Pedra de armas da capela forma um escudo esquartelado, com cruz no primeiro, três faixas dos Rebelo, carregadas de flor de lis, no segundo, estrela de oito pontas dos Carvalho, no terceiro, e três trompas de caça, no quarto. A lápide epigráfica na capela refere "Esta capela erigiu e doutou o Reverendo Dr. Manuel Moreira Rebelo cónego da Sé e Governador do Bispado de Coimbra e a doou a seu primo Luís Rebelo de Carvalho Albergaria para ele e seus descendentes possuidores do vínculo por ele instituído em Janeiro de 1739". |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Residencial: casa |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 (conjectural) / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 17 - provável construção do imóvel; 1739 - instituição do vínculo e construção da capela, pelo cónego da Sé, Dr. Manuel Moreira Rebelo; 1997 / 1998 - execução da mansarda. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Granito, com a estrutura rebocada, em cantaria nos cunhais, cornija, modinaturas; madeira nas coberturas, portas, retábulo-mor pavimento; cimento; ferro. |
Bibliografia
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COSTA, M. Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. VI, Lamego, 1992. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1997 / 1998 - recuperação da capela; construção da mansarda. |
Observações
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Autor e Data
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João Carvalho 2001 |
Actualização
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