Quinta do Monte Travesso
| IPA.00023815 |
Portugal, Viseu, Tabuaço, União das freguesias de Barcos e Santa Leocádia |
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Arquitectura agrícola. Quinta de produção vitivinícola, oitocentista e vernácula. Quinta implantada em solos de xisto e de granito de declives suaves, numa região de clima seco, apresentando diversos tipos de armação do terreno vitícola, correspondentes a diferentes épocas: vinha pós-filoxérica em socalcos, patamares, taludes de terra, vinha ao alto e em linha, com poucas zonas de mato e oliveiras em bordadura em algumas áreas, além do próprio olival. Área construída localizada em local estratégico, cenográfico e centralizado, compreendendo a casa principal, de construção setecentista e as construções de apoio agrícola, vernáculas, adossadas e dispostas em dois largos patamares artificiais. A Casa apresenta planta em L, com o interior dividido em várias dependências a partir de longo corredor central, tendo, num dos extremos, a capela, de espaço único e cobertura interior em falsa abóbada de berço abatido, com retábulo-mor de talha de inspiração neobarroca. Junto ao núcleo construído, surge um pequeno jardim, com canteiros e uma palmeira. |
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Número IPA Antigo: PT011819030192 |
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Registo visualizado 825 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Agrícola e florestal Quinta
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Descrição
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Propriedade implantada numa plataforma, a meia encosta, com declives suaves e quase nulos, em solos cascalhentos de xisto, conjugados em alguns locais com massas graníticas, toda delimitada por muros de xisto com cerca de meio metro a 1 metro de altura. Uma pequena zona de mata subsiste em parte da propriedade, a SE. e um olival implanta-se em cerca de 1 hectare, na parte NE. da propriedade e a E. do núcleo edificado. Diversas oliveiras bordejam, a O. e a SO., os muros delimitadores da propriedade, e demarcam certas parcelas de vinha disposta em linha e ao alto, ou acompanham os caminhos que formam o eixo estrutural da quinta. Apenas três hectares de vinha encontram-se implantados em socalcos pós-filoxéricos, devido ao pouco declive, apresentando muros graníticos largos, com pouco mais de 1 ou 2 m. de altura, possuindo construção sólida e criando uma paisagem geometrizada com parcelas seguindo as curvas de nível, mas de desenho regular, ocasionando orientações diversas das várias vinhas que se desdobram em várias fiadas de bardos por socalco. A ligação entre os diversos socalcos é feita através de escadas embutidas nos muros de granito. Dois hectares de vinha encontram-se plantados na forma tradicional, com compasso de 1m. x 1m., existindo, ainda, uma pequena área, antiga, em forma livre, sem qualquer embardamento. As restantes vinhas são conduzidas por bardos que comportam três fiadas de arame, com altura de 1 m. em média, sustentados por poios (esteios) de madeira e de xisto. Dois pequenos talhões com pomares em plano central. Pequena horta na parte SO., no meio de diversas parcelas de vinha, e à beira de um dos caminhos, tendo, por perto, uma mina de água. Estrada particular, de acesso ao núcleo construído, calcetada, acompanhada lateralmente por muros de xisto de suporte dos socalcos existentes em algumas áreas. A NO., em lugar de destaque, desenvolve-se a maior parte do NÚCLEO EDIFICADO, com articulação dos diversos corpos e espaços através de escadarias de granito, rampas e caminhos calcetados ou cobertos por lajes de xisto, bem como de terra batida. Núcleo edificado composto pelos corpos principal e da capela, que se justapõem ao corpo da casa do caseiro, oficina vinária (composta por casa de lagares e armazém de vinhos com tonéis e cubas de fermentação) e escritório. Outro corpo, paralelo ao último, desenvolve-se a Noroeste, comportando a loja, outros dois armazéns de vinhos e pocilgas. Para NE., implantam-se o telheiro, a garagem, os galinheiros, o silo, a eira e o espigueiro. Para O., implanta-se o telheiro do cais de embarque e da prensa mecânica, encontrando-se o espaço edificado organizado de modo funcional, ao longo de dois grandes patamares, através dos quais se vence o desnível do terreno. Os diversos edifícios apresentam coberturas diferenciadas com telhados de 1, 2, 3, 5 e 6 águas. CASA PRINCIPAL composta por dois corpos, formando um L, integrando a capela, evoluindo num único piso, com fachadas em alvenaria mista de granito e xisto, o primeiro aplicado nos cunhais, modinaturas dos vãos, todos rectilíneos, embasamento saliente e elementos trabalhados, rebocadas e pintadas de ocre, rematadas em lambrequim em madeira pintada de verde, com espigões e outros elementos trabalhados nos extremos; os vãos têm portadas ou caixilharias de madeira, pintadas de branco e verde. Fachada principal voltada a NE., rematada em empena e rasgada pelo portal principal, e janela de peitoril protegida por grades de ferro forjado, encimado por óculo circular. No lado direito, pequeno corpo, de empena recta, rasgado por janela de peitoril, protegida por grades em papo de rola, surgindo, sobre este, o corpo do sótão, rasgado por duas janelas de peitoril. No lado esquerdo, a fachada é prolongada por pequeno muro em alvenaria de granito, encimada por grade de ferro forjado, que resguarda o acesso ao jardim, tendo, em plano central, um portão suportado por pilares de granito; no lado oposto, um alto muro de sustentação do terreno, com escadas adossadas, de acesso à casa do caseiro. Fachada lateral esquerda, virada a SO., composta por dois panos dispostos em ângulo, o da esquerda, com a face SO. rematada em empena e rasgada por porta sobrepujada por pequena cornija, com as folhas almofadadas e os caixilhos das vidraças apresentando moldura saliente e fitomórfica; está encimada por óculo circular, à frente da qual surge um pequeno espaço protegido por grade de ferro forjado; a ladear a porta, registo de azulejo com inscrição; a face NE. é rasgada por janela de peitoril. O pano do lado direito, mais longo, apresenta uma sucessão de vãos, correspondentes a quatro janelas de peitoril e duas portas, estas protegidas por alpendre suportado por estrutura de ferro forjado, decorada por enrolamentos, criando um pequeno espaço com pavimento de mosaico e guardas de ferro forjado. A fachada lateral direita, virada a NO., encontra-se adossada. Fachada posterior rasgadas por quatro janelas de peitoril, sendo o muro seccionado por chaminé. INTERIOR organizado em torno de comprido corredor, iluminado por pequenas clarabóias, que o percorre longitudinalmente e que dá acesso à sala de estar e de jantar, a vários quartos, à capela e ao corpo anexo, onde se implanta a cozinha, as dispensas e a escadaria de acesso à antiga casa dos caseiros; no lado oposto à entrada, o corredor forma um ângulo de 90 graus, permitindo o acesso a mais um quarto, à biblioteca e a uma divisão anexa a esta; algumas dependências estão seccionadas por tabique. As paredes interiores são rebocados e pintadas de branco, o corredor com rodapé cerâmico, com pavimentos em soalho ou tijoleira, nas zonas dos lavabos, com tectos de madeira, assentes em cornija do mesmo material. Os vãos interiores conservam molduras de madeira pintada, com bandeiras. Junto à casa, o Jardim, com canteiros de flores, definidos por buxo, pontuado por bancos de madeira. A CAPELA está adossada à fachada posterior, com acesso pelo corredor da cada e pelo exterior, tendo a fachada principal virada a SO., rematada em frontão triangular, com urnas sobre os cunhais e coroado por uma cruz latina flor-de-lisada; é rasgada por portal em arco abatido, com moldura simples rematada em cornija, encimado por óculo quadrilobado. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por lambril pintado de bege, com pavimento em soalho e cobertura em falsa abóbada de berço abatido, assente em friso e cornija, apresentando, ao centro, medalhão oval, emoldurado a azul. No lado do Evangelho, rasga-se pequeno nicho de volta perfeita, emoldurado a azul. Sobre supedâneo de dois degraus, o superior em granito e protegido por teia em ferro fundido, lavrada com arabescos, surge o retábulo-mor, de talha pintada de branco, com alguns apontamentos dourados. Em socalco superior, situa-se o corpo da CASA DO CASEIRO e OFICINA VINÁRIA, articulado com o edifício principal, através de anexo, que se situa na zona posterior da capela, separado dela por pequeno pátio interno. Evolui em um e dois pisos, adaptados ao declive do terreno, com fachadas em alvenaria de xisto e granito aparente, rasgada por vãos rectilíneos com molduras simples de granito, a principal dando para pequeno pátio exterior, protegido, nos topos, por portões de ferro. Fachada principal virada a NO., de um piso, rasgada por seis portas e um janela de peitoril, protegida por grades de ferro. Fachada lateral esquerda, virada a NE., rasgada por duas janelas de peitoril e marcada por enorme chaminé, de aparelho misto de granito e xisto. Fachada lateral direita, virada a SO., com porta e janela de peitoril, estando a posterior adossada à casa principal. INTERIOR rebocado e pintado de amarelo, integrando grande cozinha, com cobertura de vigamento de madeira, destacando-se grande saial, em tabique, rebocado e caiado a ocre, delimitado por dois bancos de cantaria, correspondendo à lareira e ao forno, com suporte para fumeiro. Uma escada de madeira acede a varandim do mesmo material, que permite a ligação a várias dependências de arrumos. A OFICINA com pavimentos em tijoleira, está dividida em dois espaços, a Casa dos Lagares, com três grandes lagares, rebocados, adornados em plano superior por registos de azulejo alusivos à lavoura e à vindima, e o armazém, onde se guardam as cubas. Em frente a este, situa-se o corpo da LOJA e dos ARMZÉNS de produtos acabados e de vinhos, em aparelho misto de granito e xisto, parcialmente rebocados e pintados de ocre, com cobertura a duas águas, e ainda as pocilgas, edificadas em granito, com cobertura de uma água, que se encontram antecedidas por pequenos patins vedados por muros com guardas de ferro forjado. Interiores com aparelho construtivo e vigamentos à vista, com pavimentos em tijoleira. SILO em alvenaria de xisto rebocado e pintado de ocre, com cobertura piramidal em cimento, rasgado por pequenas fenestrações quadrangulares com molduras pintadas a cinzento-escuro, tal como sucede com o seu embasamento. Diversos outros imóveis de apoio à lavoura espalham-se pela quinta. |
Acessos
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De Tabuaço, pela EN 226-2, até ao lugar das Aveleiras, virando à direita para a EM 513, e, logo após, novamente à direita para a EM 512, e depois, seguindo a sinalização de Turismo Rural, também à direita, para a estrada do Monte Travesso, percorrendo os limites da Quinta da Paradela e da Quinta do Ramiro, seguindo placa sinalizadora, virando-se à esquerda para a entrada da quinta do Monte Travesso, no lugar do Monte Travesso, em Barcos; Gauss: M - 246.429, P - 462.636, CMP, fl. 127 |
Protecção
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Categoria: IM - Interesse Municipal, categoria de conjunto, Deliberação da Assembleia Municipal de Tabuaço de 25 fevereiro 2005 |
Enquadramento
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Rural, integrado na Região Demarcada do Douro, na sub-região do Cima Corgo, em zona de xistos, com solos acidentados, e clima seco, implantando-se numa plataforma levemente inclinada, que se desenvolve a meia-encosta do vale do rio Távora, dentro dos limites da freguesia de Barcos. A quinta, actualmente dividida em duas propriedades por partilhas familiares, encontra-se rodeada pela parte desanexada, a NO. e O., pela Quinta da Paradela a SO., pelo Rio Távora, afastado, a E., pelas Quintas do Ramiro e da Pereira a O., pela Quinta da Chavelha a NO., pela Quinta do Fornêlo, a E., e pela povoação de Santo Aleixo e Serro de Santo Aleixo (composto por um conjunto de diversos edifícios centenários com funções agrícolas e onde se inclui a Quinta do Serro), ambos a NE.. Os limites externos da quinta justapõem-se, a E., aos limites da área do Alto Douro Vinhateiro (v. PT011701040093). Nas proximidades, a O. / SO., localiza-se a povoação de Barcos (v. PT011819030181), de origem medieval e classificada como Aldeia Vinhateira, composta por um interessante conjunto de imóveis com valor arquitectónico, onde se destaca a Igreja Matriz de Barcos (v. PT011819030001), enquanto que para S./SE., se ergue o casario branco da vila de Tabuaço. A quinta encontra-se rodeada pelo caminho público antigo, recentemente alcatroado, e que liga as povoações de Barcos e Adorigo a todas as propriedades do lugar do Monte Travesso, servindo de elemento separador da propriedade da Quinta do Monte Travesso, a S., E. e N., relativamente às propriedades envolventes. Quinta caracterizada pela diversidade de espaços produtivos, quase formando anfiteatro na encosta, de distinto carácter cénico, perfeitamente delimitado por elementos naturais ou edificados. Subsiste um pequeno núcleo de vinha em forma livre. Grande parte das vinhas implanta-se em parcelas de terra com disposição em linha ou ao alto, algumas vinhas em socalcos pós-filoxéricos, para S.. Áreas de pomar e de horta localizam-se perto da área edificada, no centro da propriedade. Núcleo edificado localizado, actualmente, na parte Noroeste da quinta, dominando toda a propriedade, sendo acedido por estradas particulares calcetadas ou de terra batida. Toda a área edificada encontra-se assente em patamares dispostos em cotas diferentes. Casa do Caseiro de arquitectura vernácula, mantém uma ampla cozinha com lareira e forno, rodeados por assentos em cantaria, percorrida por varandim que permite aceder às várias dependências. A casa tem linhas simples, destacando-se os remates em empena, lembrando um "chalet" de montanha, os lambrequins de madeira, alpendres em ferro e, sobretudo, as janelas com caixilharias de madeira, as da biblioteca com duplas molduras, uma delas fitomórfica. |
Descrição Complementar
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A ladear a porta de acesso à biblioteca, surge registo de azulejo monocromo, azul sobre fundo branco, rodeado por moldura em pedra torta, com a seguinte inscrição: "SÊ BEMVINDO NESTA CASA / SE ÉS DEVERAS MEU AMIGO! / ENTRA, ABRAÇA-ME, DESCANSA / SENTA-TE Á MESA COMIGO / EUGÉNIO DE CASTRO". No lado esquerdo, a inscrição: "OUTEIRO / ÁGUEDA". A ladear a capela, surge sineta, suportada por armação em ferro e, junto à entrada, um fonte de granito, integrando a figura de uma camponesa com uma bilha debaixo do braço. Retábulo da capela de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas coríntias com o terço inferior marcado, assentes em dupla ordem de plintos, os superiores galbados e os inferiores paralelepipédicos, que sustentam friso, cornija e falso espaldar, de perfil recortado. Cada um dos eixos é rasgado por nicho, o central de perfil contracurvado e os laterais em arco apontado. Altar em forma de urna, ornado por motivos fitomórficos. |
Utilização Inicial
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Agrícola e florestal: quinta |
Utilização Actual
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Agrícola e florestal: quinta / Cultural e turística: casa de turismo rural |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PINTURA de AZULEJO: Fábrica do Outeiro (Águeda). |
Cronologia
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1757 - efectivação da classificação dos vinhos da região demarcada do Douro segundo categorias, da qual consta que, no termo da freguesia de Barcos, e de uma forma genérica, os vinhos aí produzidos terão ficado classificados como vinhos de 10$500 reis, "para se vender a preço de vintém", sem no entanto se descriminar quais os terrenos *1; 1758, 7 Novembro - tombo e verificação das primeiras demarcações, com referência a terrenos e proprietários; no que concerne à actual área de Tabuaço, e relativamente ao vinho valorado a 19$200 reis a pipa, ficaram incluídos terrenos da freguesia de Tabuaço (Rio Bom, Vinagre, Oliveirinha do Simão, sítio do Carrasqueiro, sítio do Bairral, Pandas, Serro de Santo Aleixo até à ponte; no que concerne aos vinhos de 10$500, demarcou-se, em 15 Novembro, em Tabuaço, todo o vinho produzido nesta Vila, e que não tinha sido declarado para o preço de 19$200 (FONSECA, pp. 148-274); 1758, 18 Novembro - demarcou-se para a mesma sorte e preço de 10$500 reis, agora na Vila de Barcos, os sítios de Cascalheira, Paços, "Mãotravêsso" (onde se insere actualmente a Quinta), Vila Chã, "Enxertim" e Paradela, bem como todo o vinho produzido no lugar de Santo Aleixo (FONSECA, pp. 148-274); 1761, Abril a Maio - devido a reclamações de inúmeros proprietários e produtores, é autorizada uma nova adição aos terrenos anteriormente demarcados para vinho de feitoria, que levam à colocação de mais 134 marcos, não se alterando, no entanto, as partes referentes aos termos da vila de Barcos; 1784, 27 Dezembro - escritura de prazo de uma propriedade de vinha e Bacelo, sita no Monte Travesso, feita nas Notas do Tabelião António José Vasconcelos Rebelo, de Tabuaço, por Manuel António Cortez de Carvalho, da Casa de Santa Eufémia, a favor do enfiteuta Francisco Luís de Azevedo Leitão, de Tabuaço; 1788, 6 Setembro - por despacho da rainha D. Maria I, procede-se à aprovação das Demarcações Subsidiárias ou Marianas, não havendo alterações relativas a esta área; 1852 - Bento de Azevedo Leitão, proprietário de Tabuaço, e enfiteuta de uma das parcelas de terreno sitas no Monte Travesso, aparece referido como um dos subscritores da colecta a título de "Socorros Alimentícios" para prover à sustentação do ex-monarca no exílio, D. Miguel; séc. 19, meados - segundo a tradição oral, Francisco Correia Cardoso Monteiro e Santos, funcionário e procurador de D. Antónia Adelaide Ferreira, a "Ferreirinha", terá mandado construir os armazéns e as casas da quinta, bem como a capela que se lhes adossa, em terrenos que lhe foram oferecidos pela mesma *2; 1868, 24 Julho - registo de uma hipoteca sobre o domínio útil de um prédio de vinha, terra de cereais e montes, sitos no Monte Travesso, em Barcos, que existia em nome de Bento de Azevedo Leitão e esposa, D. Maria Bernarda, proprietários, de Tabuaço, a favor da Fábrica da Sé Catedral da Cidade de Lamego, sendo senhor do domínio directo do prazo, Manuel António Cortez, da Casa de Santa Eufémia; 1869, 24 Setembro - procuração de António de Albuquerque do Araújo Cardoso, passada a Francisco Correia Cardoso Monteiro e Santos, para que este último, enquanto seu procurador, pudesse requerer o produto da arrematação que fizeram de prazo de que era enfiteuta Bento de Azevedo Leitão; 1869, 3 Dezembro - por carta de sentença cível de Arrematação de bens pela raiz, foi inscrito, três dias depois, em nome de D. Antónia Adelaide Correia, autorizada por seu marido Francisco Correia Cardoso Monteiro Santos, o domínio útil e pleno do prédio de que Bento de Azevedo Leitão era enfiteuta, por o haver arrematado em praça pública; 4 Dezembro - D. Antónia Adelaide Correia estabelece Francisco Pinheiro da Silva como seu procurador; 6 Dezembro - autos de posse entre partes, redigidos na Régua e em Tabuaço, em que é Parte "Apossada", D. Antónia Adelaide Correia e parte "Desapossada", Bento de Azevedo Leitão e esposa; 1870, 24 Janeiro - requerimento de certidão de narrativa da tomada da posse da propriedade em questão e certidão solicitada; 10 Fevereiro - requerimento de certidão de uma escritura de prazo da propriedade em questão, feita em 27 de Dezembro de 1784 nas Notas do Tabelião António José Vasconcelos Rebelo, de Tabuaço, por Manuel António Cortez de Carvalho, da Casa de Santa Eufémia, a Francisco Luís de Azevedo Leitão; 1871, 9 Fevereiro - escritura de obrigação de dívida feita por D. Antónia Adelaide Correia à Fábrica da Sé Catedral da Cidade de Lamego; 20 Dezembro - escritura de transacção entre D. Antónia Adelaide Correia e Bento de Azevedo Leitão, viúvo, da vila de Tabuaço, relativamente a uma propriedade de vinha, árvores e terra de cereais e montes no sítio do Monte Travesso; 22 Dezembro - sentença Cível de Arrematação de bens pela raiz a favor de D. Antónia Adelaide Correia, com autorização de seu marido, Francisco Correia Cardoso Monteiro e Santos, do Peso da Régua, para seu título e posse, de um prédio de vinha e "bacello" no sítio do Monte Travesso, que era foreiro a Manoel António Cortez da Casa de Santa Eufémia; 1872, 20 Março - passagem de uma procuração de António de Sá Caldas a Jacinto Luís de Carvalho, contra D. Antónia Adelaide Correia, e marido, da Régua, para efeitos de venda da sua parte na propriedade mencionada; 4 Maio - António de Sá Caldas e esposa vendem a D. Antónia Adelaide Correia a parte que lhes pertencia na propriedade; 10 Maio - requerimento, a pedido de D. Antónia Adelaide Correia, e subscrito por Jacinto Luís de Carvalho, dirigido ao Cartório de Júlio António Ribeiro, de Tabuaço, com vista à aferição de dados relativos à propriedade do terreno, nomeadamente a questão de se saber quem é o cabeça de casal da herança em que o terreno em se insere, bem como os herdeiros e as partes e valores que lhes couberam; 18 Maio - é de novo inscrito em favor de Francisco Correia Cardoso Monteiro e Santos e esposa, D. Antónia Adelaide Correia, o aludido prédio objecto de enfiteuse, designadamente a parte "sensuária", bem como a parte livre por transacção que fizeram com Bento de Azevedo Leitão e esposa, e seus sobrinhos, o Bacharel António Augusto d'Azevedo Leitão e esposa, D. Júlia Colaço, D. Maria Amália d'Azevedo, D. Silvina Augusta d'Azevedo, D. Maria da Purificação, D. Maria Preciosa d'Azevedo, D. Firmina Cardoso d'Azevedo e D. Maria da Piedade e seu esposo, Caetano Ferreira; 1874, 2 Dezembro - Francisco Correia Monteiro e Santos compra a Luís de Castro e Maria do Carmo, sua esposa, de Chavães, uma vinha com árvores, no sítio do Monte Travesso, limite da freguesia de Barcos; 4 Dezembro - compra a Sérvulo José, solteiro, da vila de Tabuaço, uma vinha com árvores no sítio do Monte Travesso, limite de Barcos; 1875, 5 Fevereiro - Francisco compra a Eugénio Cardoso Pinto e Maria dos Anjos, sua esposa, de Tabuaço, uma vinha no sítio do Monte Travesso; 18 Dezembro - compra a Sérvulo José de outra vinha sita no Monte Travesso, limite de Barcos; 1884, 30 Abril - compra a José Bento Pereira Ferreira e esposa, Amélia de Carvalho, proprietários da freguesia de Adorigo, uma terra com 32 oliveiras, no sítio do Monte Travesso; 29 Dezembro - compra a Francisco Fidalgo (vulgo da Serra) e esposa, Maria Madalena de Carvalho, proprietários da freguesia de Adorigo, uma terra com 33 oliveiras e 4 figueiras, no sítio do Monte Travesso; 1886, 16 Agosto - Francisco Correia Cardoso Monteiro e Santos compra a José de Almeida Macedo, solteiro, proprietário de Barcos, uma parcela de terra com 2 oliveiras, no sítio do Ramiro, e outra, com 15 oliveiras, no sítio do Monte Travesso; compra a Francisco António de Macedo e mulher, Urbana de Macedo Motta, do lugar de Santo Aleixo, uma parcela de terra com árvores, e mais acessórios, no sítio do Monte Travesso; 14 Dezembro - compra a José Joaquim Ferreira Rito e esposa, Maria da Piedade, proprietários, residentes em Tabuaço, um monte que foi vinha, com outros acessórios, no sítio do Fornêlo, adjacente ao Monte Travesso, mas já dentro do limite de Tabuaço; 6 Fevereiro - compra a Diogo de Magalhães e mulher, Maria da Luz, proprietários de Barcos, uma parcela de terra com oliveiras no sítio do Monte Travesso; compra a José António dos Santos e sua esposa, Leonor Augusta, proprietários, de Barcos, uma terra de mortório de vinha com oliveiras, no sítio do Monte Travesso; 1888, 9 Maio - compra a António Motta e esposa, Carolina Augusta da Silva Barradas, proprietários de Barcos, uma terra de mortório de vinha com seus acessórios, no sítio do Monte Travesso; 9 Maio - Francisco Correia Cardoso Monteiro e Santos, através de Francisco Gonçalves Coelho, seu procurador e caseiro da sua "Quinta de Monte Travesso", compra a Maria do Carmo Macedo, solteira, proprietária, residente na "Quinta de Villa Chã", limite da freguesia de Barcos, uma propriedade de cereais com castanheiros no sítio do Torgal, em Barcos; 5 Junho - traslado de escritura de quitação e destrate da anterior dívida de D. Antónia Adelaide Correia, autorizada por seu marido, feita pelo Cónego Luís José Joaquim Soares, administrador da Fábrica da Sé Catedral da Cidade de Lamego; 18 Junho - Francisco Correia Cardoso Monteiro e Santos, compra a Bento Augusto Leitão e sua esposa, Maria das Dores Vaz Ferreira, e a António Vaz Ferreira Soares, todos de Tabuaço, um monte no sítio do Fornelo, e mais 3 oliveiras, que estavam numa parcela de terra que tinha sido de José Ferreira Brito; 1889, 18 Novembro - compra a D. Camila Adelaide de Macedo Pinto, solteira, de Tabuaço, uma parcela de terra com olival, no sítio do Monte Travesso; compra à sociedade familiar Irmãos Macedos, designadamente a Bernardino de Sena Macedo Pinto, José Ferreira e Joaquim Ferreira de Macedo Pinto, solteiros, de Tabuaço, um pedaço de terra que foi vinha, com algumas oliveiras, no sítio de "Monte Traveço"; compra a António de Carvalho da Cruz e sua esposa, Maria da Conceição Alves Teixeira, proprietários, de Tabuaço, um mortório de vinha, com pinheiros, no sítio do Monte Travesso; 1890, 2 Fevereiro - compra a Helena Bela, solteira, de Barcos, um bocado de terra no sítio do Monte Travesso; 8 Maio - compra a José Cardoso de Lucena de Araújo Coutinho e sua esposa, D. Maria Augusta d'Andrade Cid de Lucena, de Vila da Ponte, Sernancelhe, um mortório no sítio do Monte Travesso, em Barcos, tendo sido testemunhas António Teixeira Barradas e José Francisco Lopes, o primeiro caseiro na Quinta da Lobata e o segundo barqueiro na Barca do Ferrão *3; 1890, 15 Junho - compra a António de Seixas Chapota e esposa, Ana de Pina Vaz, de Tabuaço, um pinhal no sítio da Calhorda, ou Monte Travesso; 1891, 10 Fevereiro - compra a Luísa d'Oliveira, casada e proprietária, de Barcos, um mortório de vinha com oliveiras, no sítio do Monte Travesso; 1894, 15 Outubro - Francisco Correia Cardoso Monteiro e Santos arremata, em Auto de penhora, através do seu procurador, para o efeito constituído, Francisco António Belo de Carvalho, de Santa Leocádia, uma propriedade que produz pão, vinho e azeite, com algumas árvores frutíferas e água, no sítio do Monte Travesso, prédio rústico que era propriedade de Manuel Rodrigues Cabral e esposa, D. Luísa Pinto de Oliveira, de Barcos; 1896 - o Visconde de Vilarinho de São Romão refere a quinta do Monte Travesso, como: "(…) pertencente ao sr. Francisco Correa, em grande parte reconstituida com americanas..." (p. 470; séc. 19 / 20 - segundo a tradição oral, Francisco Correia oferece a Quinta do Monte Travesso a uma filha, por ocasião do seu casamento com Joaquim Soares Santos; séc. 20 - pintura de registo de azulejo na Fábrica do Outeiro, em Águeda; 1921, 18 Janeiro - Joaquim Soares Santos, proprietário, morador em Tabuaço, compra a Manuel Bernardo da Costa, solteiro, proprietário, de Barcos, uma propriedade denominada Quinta do Ramiro ou Monte Travesso, que confronta do nascente com herdeiros de Francisco Correia; 1937, 8 Dezembro - a Secção de Finanças de Tabuaço passa certidão por motivo do requerimento assinado por Joaquim Soares Santos, dirigido ao Chefe da Secção de Finanças, no sentido de averiguar quais os encargos que pesam sobre a Quinta do Monte Travesso, a Pereira, o Cuco, o Serro e a Chavelha, que lhe pertencem, e a sua esposa Sarah Guichard Soares Santos, por segundo casamento; 1937, 21 Dezembro - os anteriores celebraram uma escritura de hipoteca com Rogério Vieira Alvares Montes, empregado bancário, do Porto, no valor de 100.000$00 e recaída sobre as seguintes propriedades; 1939, 2 Agosto - Artur de Magalhães Pinto Ribeiro compra a Quinta do Monte Travesso, sendo feita a inscrição predial, nesta data, a favor de D. Margarida do Carmo Magalhães Pimentel Pinto Ribeiro de Carvalho, sua filha, recentemente casada com Manuel Nápoles Afonso de Carvalho, pelo regime dotal e em separação de bens, doméstica, residente com seu marido na Quinta do Paço, Vila Marim *4; 1940 - um grande ciclone provoca estragos em grande parte da região, nomeadamente na Quinta do Monte Travesso; diversas tílias de grande porte são arrancadas pelo vento e as coberturas exteriores e os lambrequins não são poupados pelas forças da natureza; Manuel de Nápoles Afonso de Carvalho manda calcetar um dos acessos à quinta em calçada à portuguesa, para permitir a circulação automóvel, e construir o silo; 1946, 20 Maio - inscrição a favor de Manuel de Nápoles Afonso de Carvalho, casado, residente na vila de Peso da Régua, da compra a D. Belmira Adelaide Soares Santos, D. Conceição Alves Soares Santos e D. Maria Luísa Alves Soares Santos, residentes no Porto, e a D. Adelaide Tália Alves Soares Santos (Sousa Moreira) e marido Manuel Joaquim de Sousa Moreira, todos proprietários, residentes na vila de Ermesinde, concelho de Valongo, dos seguintes prédios: uma parcela de terra de semeadura com oliveiras no sitio do Montravesso, freguesia de Barcos, que confronta do poente com Margarida do Carmo Magalhães Pinto de Carvalho (Quinta do Monte Travesso), e outra, com olival, no sitio do Pombal, freguesia de Tabuaço que confronta do sul com Margarida do Carmo Magalhães Pinto de Carvalho, da Quinta do Monte Travesso; 1960 - J. Alcino Cordeiro descreve a como produzindo 3 pipas de azeite, 40 pipas de vinho, cereais e fruta diversa; entre outras instalações tem armazém com vasilhame (tonéis) na capacidade de 90 pipas" (p. 107); D. Margarida do Carmo de Magalhães Pimentel Pinto Ribeiro de Carvalho e seu esposo Manuel de Nápoles Afonso de Carvalho, vendem seis parcelas de terreno, no lugar do Monte Travesso, que ficaram desanexados da quinta, cada uma com 6000 m2, a António Fernando da Silva, a António Joaquim Gonçalves, a António Manuel Azevedo, a José Joaquim Azevedo, a Maria Fernanda Amélia de Azevedo e a Maria Leonor Azevedo, solteira, maior, moradora em Tabuaço; 1974 - construção da garagem; 1981 - os actuais proprietários constituem a quinta como sua residência permanente; construção da piscina no jardim da casa; 1985 - execução do furo artesiano próximo da casa; iluminação exterior; 1996 - a piscina foi aterrada devido às fissuras provocadas nos seus muros pelas raízes da palmeira, e que inviabilizavam a sua manutenção; 1997, 25 Novembro - A propriedade mista da Quinta do Monte Travesso foi doada por D. Margarida do Carmo de Magalhães Pimentel Pinto Ribeiro de Carvalho, aos seus filhos José Emanuel e António Pedro Pinto Ribeiro Nápoles de Carvalho, e respectivas esposas, Maria Bravo Freire Albuquerque Nápoles de Carvalho e Branca Maria Oliveira Carvalho Nápoles de Carvalho; 1998 - execução das instalações sanitárias nos quartos destinados aos turistas; 1998, 25 Março - registo da aquisição de metade das propriedades, por compra, a favor de José Emanuel Pinto Ribeiro Nápoles de Carvalho *5; 2000 - foi feito mais um furo artesiano, desta vez próximo do parque das alfaias; 2002 - construção de um pequeno coberto por trás da capela para guardar a caldeira a gasóleo que funciona para a refrigeração da adega; 2004, Junho de - a Quinta do Monte Travesso ganha a medalha de ouro do concurso organizado pela Casa do Douro, na categoria referente a vinhos tintos de mesa e respeitante à produção de 2003 *6; 2004, Julho - entrada, nos serviços da Câmara Municipal de Tabuaço, de um pedido de Informação Prévia, com vista à realização de obras de recuperação e ampliação da quinta para efeitos de melhoria da sua capacidade e qualidade enquanto unidade de turismo no Espaço Rural; 2004, Agosto - proposta de classificação como Imóvel de Interesse Municipal. |
Dados Técnicos
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Paisagem: terraceamento da área agrícola através de muros de granito e xisto e de taludes de terra; Núcleo construído: estrutura autoportante. |
Materiais
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Paisagem - inertes: xisto e granito aparelhado e taludes de terra; vivos: vinha, árvores de fruto, oliveira, sobreiro, cedro, tília, azinheira, medronheiro, etc., vegetação arbórea-arbustiva (cornalheira, urze, esteva, zimbro, etc.). Núcleo construído: granito e xisto aparelhado e cimento armado; rebocos interiores e exteriores de barro, cimento, tinta e cal; coberturas de telha portuguesa de barro, sobre armação de asnas de madeira e algumas, poucas, de betão, caixilharias de madeira pintada, retábulo em madeira dourada e policroma; ferro fundido e forjado nas ferragens; bronze, vidro. |
Bibliografia
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COSTA, Padre António Carvalho da, Corografia Portugueza, e Descripçam Topografica do famoso Reyno de Portugal, tomo II, Lisboa, 1708; AZEVEDO, D. Joaquim de, História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, Porto, 1877; LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno - Diccionario, vols. IX e X, Lisboa, 1881 e 1882; Romão, Visconde de Vilarinho de São, Viticultura e Vinicultura: Traz-os-Montes - Alto Douro Central, Lisboa, 1896; FREITAS, Luiz de, Taboaço - Notas & Lendas, Famalicão, 1916; COLLAÇO, João Maria Tello de Magalhães, Cadastro da População do Reino (1527) - Actas das Comarcas Damtre Tejo e Odiana e da Beira, Lisboa, 1929; COSTA, Americo, Barcos, in Diccionario Chorographico de Portugal Continental e Insular, vol. III, Vila do Conde, 1932; BARCOS, in Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vols. IV e XXXVIII, Lisboa / Rio de Janeiro, s.d.; Monografia inédita da freguesia de Barcos, in Boletim da Casa do Douro, Ano III, n.º 28, Régua, Abril de 1948; FONSECA, Álvaro Baltazar Moreira da, As Demarcações Pombalinas do Douro Vinhateiro, vol. II, tomos I, II e III, in Separata dos Anais do Instituto do Vinho do Porto, Porto, 1949-1951; Cordeiro, J. Alcino, Quintas do Douro, 2.ª ed., Régua, 1960; COSTA, M. Gonçalves da, Lutas Liberais e Miguelistas em Lamego, Lamego, 1975; História do Bispado e Cidade de Lamego, vols. I a VI, Lamego, 1977-1992; ALMEIDA, Justino Mendes de, Escorço bibliográfico e estudo linguístico, in Obras de Abel Botelho, vol. I, Porto, 1979; MONTEIRO, J. Gonçalves, Subsídios para a Monografia do Concelho de Armamar, Viseu, 1984; FERNANDES, José Guilherme Macedo, Abel Botelho (filho ilustre de Tabuaço), Núcleo Regional do Concelho de Tabuaço, Lisboa, 1986; Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, vol. II, Lisboa, 1990; MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço (Esboços para uma monografia), Tabuaço, 1991; FONSECA, Álvaro Baltazar Moreira da, As Demarcações Marianas no Douro Vinhateiro, Porto, 1996; CORREIA, Alberto, Tabuaço - Roteiro turístico, Tabuaço, 1997; MARTINS, Conceição Andrade, A intervenção política dos vinhateiros no século XIX in História Empresarial em Portugal, Revista Análise Social, vol. XXXI, n.º 136/137, Lisboa, 1997; FILIPE, António, PEREIRA, Gaspar Martins, MOTA, Isabel Gomes, ALMEIDA, João Nicolau de, FRANCO, José Maria Soares, MAGALHÃES, Nuno, MAGALHÃES, Vasco, Enciclopédia dos Vinhos de Portugal - O Vinho do Porto e os Vinhos do Douro, Junho 1998; MONTEIRO, Manuel, O Douro - principaes Quintas, Navegação, Culturas, Paisagens de Costumes, [Fac-simile da edição de 1911], Agosto 1998; FAUVRELLE, Natália, Quintas do Douro. As Arquitecturas do Vinho do Porto, in Cadernos da Revista Douro - Estudos & Documentos, Porto, 1999; Quinta do Monte Travesso - Turismo Rural - Tabuaço - Portugal, [desdobrável], Tabuaço, 1999; Quinta do Monte Travesso - Vinhos do Douro, [desdobrável], Tabuaço, 1999; RODRIGUES, Rogério, Guia Expresso do Turismo de Habitação - Trás-os-Montes, in EXPRESSO, n.º 1391, Lisboa, 26 Junho 1999; MONTEIRO, J. Gonçalves, Armamar - terra e gente, Armamar, 1999; FERNANDES, A. de Almeida, Censual da Sé de Lamego (Século XVI) - Leitura, transcrição e notas de, Arouca, 1999; BIANCHI-DE-AGUIAR, Fernando (coord.), Candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial, Porto, 2000; FERREIRA, Carla Maria Sequeira, A questão duriense e o movimento dos Paladinos, 1907-1932 - Da Comissão de Viticultura Duriense à Casa do Douro, in Cadernos da Revista Douro - Estudos & Documentos, Porto, 2000; ANDRESEN, Teresa, CURADO, Maria José, MARQUES, Paulo Farinha, A paisagem cultural do Alto Douro Vinhateiro, in Arquitectura e Vida, n.º 10, Ano I, Lisboa, Novembro 2000; VILELLA, Padre Ismael, A Collegiada de Barcos, 2.ª ed., Tabuaço, 2000; FERREIRA, Natália Fauvrelle, BARROS, Susana Pacheco, Douro - Rotas Medievais, Lamego, 2000; Portugal Século XXI - Viseu (CD), II, Matosinhos, 2001; CARDOSO, José Manuel, Castas ancestrais em recuperação - Quinta do Monte Travesso inova produção, in Jornal de Notícias, Porto, 20 de Maio de 2001; CARRERA, Ceferino, Vinho do Porto e a Região do Douro - História da Primeira Região Demarcada, Sintra, 2002; BARROS, Amândio Jorge Morais, Forais de Tabuaço, Tabuaço, 2002; LEÃO, Duarte Nunes de, Descrição do Reino de Portugal, 3.ª ed., Lisboa, 2002; FERNANDES, A. de Almeida, Tabuaço - Toponímia, Tabuaço, 2002; PEREIRA, Gaspar Martins, O Alto Douro Vinhateiro: uma Paisagem Cultural Evolutiva Viva, in Jornal Arquitectos, n.º 206, Lisboa, Maio / Junho de 2002; ALMEIDA, Gustavo de, Quinta das Herédias - Granjinha - Tabuaço - classificada como património cultural, in Notícias da Beira Douro, n.os 357, 358 e 359, Porto, 25 Janeiro, 10 e 25 Fevereiro 2003; CARVALHO, Bernardo Maria Freire e Albuquerque Nápoles de, A prática da rega nas vinhas do Douro, in revista Tribuna Douro, n.º 1, Peso da Régua, Maio 2003; Contribuição para a caracterização vitivinícola de castas da Região Demarcada do Douro, Relatório Final de Estágio, Licenciatura em Engenharia Agrícola, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2003; ALMEIDA, Gustavo de, Casa do Brasão, [desdobrável], Régua, 2003; Casa do Brasão - Tabuaço, Histórias da Casa do Morgado do Fontão Seco, in Notícias da Beira Douro, n.º 348, Porto, 10 Setembro 2003; Boletim Municipal de Tabuaço, Tabuaço, Janeiro - Setembro 2003; FREITAS, Eduarda, Geração Douro, in Única, Semanário EXPRESSO, n.º1613, Lisboa, 27 Setembro 2003; FREITAS, Eduarda, Filho do Douro, in Única, Semanário EXPRESSO, n.º1614, Lisboa, 4 Outubro 2003; OLIVEIRA, Leonel (coord.), Portugal Século XX - Portugueses Célebres, Lisboa, 2003; PIRES, Maria Amélia, Rituais de Outrora - Vindimas…, in Villas & Golfe, Maia, Outubro / Novembro de 2003; SOUSA, Júlio Rocha e, Tabuaço e o Rio Douro, Tabuaço, 2003; ALMEIDA, Gustavo de, Serro de Santo Aleixo, in Correio de Tabuaço, Tabuaço, 1 Outubro 2004, p. 12; MARTINS, Manuela, Quinta do Monte Travesso, Além de uma realidade, uma paixão, in Correio de Tabuaço, Tabuaço, 15 Novembro 2004, p. 6-7; ALMEIDA, Gustavo de, Quinta do Monte Travesso - Vinha, Vinho, Arquitectura e História, in Correio de Tabuaço, Tabuaço, 1 Março 2005, p. 7. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID: CMTabuaço |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMT |
Documentação Administrativa
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DGA/TT: Memória paroquial de Barcos, in Diccionario Geographico, vol. 6, n.º 36, págs. 295 a 298, 1758; CMT: Divisão de obras; Arquivo do Registo Predial; IVP: Arquivo Cadastral; IPPAR: Direcção Regional do Norte; IFADAP: VITIS; Proprietário |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1993 - pintura de toda a casa com amarelo ocre e portadas verdes, as quais eram, originalmente, pintadas de branco e com portadas azuis; 1999 - obras de requalificação da adega, com execução de novo pavimento em tijoleira, em substituição da terra batida; as paredes foram lavadas e as juntas das pedras cimentadas e envernizadas; colocou-se um rodapé com 1,20 m em azulejo; as portas e janelas foram revistas e algumas substituídas; 2001 - recuperação do telhado e paredes do parque das alfaias e do telhado da pequena construção em xisto contígua; CMT: 2003 - conclusão da requalificação do caminho do Monte Travesso, em cerca de 4 Km., tendo sido alargados, drenados e pavimentados; os muros de suporte foram reconstruídos com pedra e cimento, havendo o cuidado de este material não ser perceptível. |
Observações
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*1 - além da classificação genérica relativa às margens do Douro, foram classificados como terrenos que produzem vinho bom de ramo, com o preço de 19$200 reis, "para se vender a trinta reis ao ramo, e se embarca para o Brazil, e Lisboa quando houver falta de vinho fino", "Entre os Rios Baroza, e Tedo, os Sitios de Folgoza, Marmelal, e Granja do Tedo. Entre os Rios Tedo e Távora, e Adorigo a Quinta particular do Deaõ do Porto, e Tabuaço. Entre os Rios Távora, e Torto, o sitio de Valença"; Como vinhos de 10$500 reis, "para se vender apreço de vintem", ficaram classificados os seguintes terrenos: "Em Figueira quazi tudo. Em Parada o que não for de Feitoria. Em Villa Seca de Coura, e Folgosa, o que não for de primeira sorte de Ramo. O mesmo pelo que toca a Marmelal, e à Granja do Tedo. Em Santo Adrião, Goujoim, e Santa Leocadia, quasi tudo. Em Barcos, e Távora o mesmo. Em Taboaço o que não for de primeira sorte de Ramo. Em Valença o mesmo. No Castanheiro, Sarzedinho, Cazaes, Roriz, Ervedoza, Soutello, Nagozello, São Martinho, São João da Pesqueira, somente o que for dos melhores sítios…" (FONSECA, pp. 61-64). *2 - a realidade histórica não deverá andar muito longe, dado que ainda no início do séc. 20 existiam terrenos limítrofes registados em nome de herdeiros de D. Antónia Adelaide Ferreira. *3 - o contrato foi assinado na Quinta da Fonte Santa, em Adorigo, pertença dos segundos contraentes, que também eram proprietários da Quinta das Herédias, na Granjinha. *4 - As propriedades registadas comportaram os prédios mistos da Quinta do Monte Travesso e do Serro, Cuco e Chavelha. *5 - A parte da principal da Quinta do Monte Travesso ficou a ser propriedade daquele, bem como a parte relativa ao Serro, ficando a ser propriedade de seu irmão, metade da parte agrícola e vitivinícola e alguns edifícios anexos da Quinta do Monte Travesso, incluindo parte referente à quinta do Ramiro, que foram para o efeito desanexados, bem como as propriedades do Cuco e da Chavelha, que foram também desanexadas. *6 - as castas tintas predominantes na quinta são a Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinta Roriz, Tinto Cão, Touriga Nacional, Touriga Franca e o Sousão, enquanto que as castas brancas se reportam ao Cerceal, Fernão Pires, Malvasia Fina, Gouveio e Rabigato. |
Autor e Data
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Gustavo Almeida 2004 |
Actualização
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