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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre
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Descrição
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Planta quadrada, volumetria paralelepipédica e a cobertura efectuada por telhado a 4 águas perfurado por clarabóia. A construção, totalmente revestida com placagem de cantaria com aparelho em silharia fendida (*2) é constituída por 2 registos separados por moldura saliente, com destaque para o nível superior, de menor pé direito. Alçado principal (S.) rasgado a eixo por portal de verga recta: delimitado lateralmente por pilastras com fustes guarnecidos com discos enfileirados em baixo relevo é servido por 5 degraus, identificando-se porta num plano recuado relativamente ao pano de muro do alçado; o conjunto é sobrepujado já ao nível do piso superior por composição escultórica relevada, que se prolonga à cornija da fachada, encobrindo mesmo um dos vãos: escudo de armas dos Carvalho, ladeado por grinaldas e 2 figuras reclinadas (da autoria de Francisco Leite Leal Garcia, c. 1749-1814). De cada lado abrem-se 2 janelas de peitoril, ornadas superior e inferiormente por painéis em cantaria que se distinguem, pelo diferente tratamento do aparelho e pela presença de máscaras e festões no remate superior. No 1º piso, janelas de peito no alinhamento das descritas, inscritas em emolduramentos. Alçado lateral E. com fachada semelhante, excepto ao nível da porta, aqui simples, e apenas sobrepujada por painel análogo ao dos outros vãos. Alçado O. difere do conjunto, apresentando piso térreo vazado por 3 portas em arco de volta perfeita, encimadas por 3 janelas no piso superior. INTERIOR: no piso térreo, vestíbulo central, comunica com todos os compartimentos e corredores de circulação através de 8 portas de pano curvo: de planta oval com cobertura em cúpula vazada por clarabóia, também oval, exibe superfície murária e cobertura com pintura ornamental e varanda com guarda metálica, ao nível do 1º registo da habitação. No que respeita à compartimentação interna, desenvolvida em redor do vestíbulo mencionado, esta apresenta-se também directamente comunicante entre si; sendo piso térreo destinado a zona social e andar superior ocupado por quartos. Além dos 2 pisos directamente articulados com os alçados exteriores, 1 piso parcialmente enterrado (com janelas de acentuado capialço) para serviços e um outro, ao nível da cobertura. Este edifício articula-se, do seu lado esquerdo e por meio de átrio rectangular, com pavilhão das cocheiras - de planta rectangular, volumetria paralelepipédica, e cobertura efectuada por telhados a 4 águas. De apenas 1 piso, com alçado principal vazado por 3 portas com bandeira curva inscritas em arcos de volta perfeita, numa composição congénere à observada no piso térreo da fachada lateral do edifício principal.. Do lado oposto, observa-se jardim de buxos recortados organizado segundo eixo longitudinal pontuado por pequenos tanques. |
Acessos
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Largo do Palácio Nacional de Queluz. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,751218, long.: -9,256643 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280 de 30 novembro 1993 *1 |
Enquadramento
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Urbano, em planície, destacado, isolado por meio de muros. Ergue-se em frente ao Palácio Nacional de Queluz (v. PT031111070008), num plano recuado da via principal, tendo do lado esquerdo um outro palacete e à direita algumas construções. |
Descrição Complementar
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O edifício apresenta um programa decorativo dominado por pintura ornamental, de gosto neopompeiano e neoclássico, pautada por temática mitológica e bélica (panóplias e trofeus) observável quer ao nível do vestíbulo quer das paredes e tectos de algumas das salas, aqui por vezes articulada com lambris de azulejo, de tipologia D. Maria e neoclássica. Os lambris azulejares são igualmente observáveis nos corredores, quer em redor do vestíbulo quer dos subterrâneos conducentes às cocheiras. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Residencial: residência oficial |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Ministério da Defesa Nacional, auto de cessão de 22 Janeiro 1982 |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: José da Costa e Silva (atrib., 1795). |
Cronologia
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1795 - na sequência do incêndio que destrói o Palácio da Ajuda a família real fixa residência em Queluz, pelo que o 2º marquês de Pombal, D. Henrique José de Carvalho e Melo (1748-1812), empreende a edificação deste palacete, a fim de aí se instalar com sua esposa, D. Maria Antónia Violante de Meneses, na semana que exercia funções de camareiro, conforme projecro de José da Costa e Silva (1747-1819); 1807 - o palacete ainda não se encontrava concluído, sendo a obra interrompida, facto a que não é alheia a partida da família real para o Brasil (ocorrida nesta data), que o marquês acompanha, vindo a falecer no Rio de Janeiro; 1863 - o edifício encontrava-se fechado e desprezado; séc. 19, 2ª metade - o imóvel é adquirido pelos condes de Almeida e Araújo; séc. 20, 2ª metade - o imóvel é adquirido pelos duques de Palmela; 1978 - aquisição do palacete pelo estado português a Luís de Sousa Holstein Beck (Palmela). |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, bronze dourado, madeira, azulejos (sécs. 18-19) |
Bibliografia
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BARBOSA, Inácio Vilhena, Fragmentos de um Roteiro de Lisboa (Inédito), in Archivo Pittoresco, Vol. 6, Lisboa, 1863 ; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa, 1924 ; AZEVEDO, Carlos, GUSMÃO, Adriano, FERRÃO, Julieta, Monumentos e Edifícios Notáveis dos Distrito de Lisboa, Vol. II, Lisboa, 1963 ; FRANÇA, José-Augusto, Lisboa Pombalina e o Iluminismo, Lisboa, 1965 ; FRANÇA, José-Augusto, A Arte em Portugal no Século XIX, Vol. I, Lisboa, 1966 ; CARVALHO, A. Ayres de, Os Três Arquitectos da Ajuda. Do Rocaille ao Neoclássico, Lisboa, 1979 ; AAVV, História da Arte em Portugal, Vol. 10, Lisboa, 1986 ; STOOP, Anne de, Quintas e Palácios nos Arredores de Lisboa, Porto, 1986 ; AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1988 ; PEDREIRINHO, José Manuel, Dicionário dos Arquitectos Activos em Portugal do Século I à Actualidade, Porto, 1994. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1997 - campanha de obras de beneficiação geral (pintura dos paramentos exteriores). |
Observações
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*1 - DOF: Palacete Pombal, também denominado «Palacete dos Condes de Almeida Araújo», incluindo pavilhão das cocheiras e jardim anexo. *2 - presentemente constata-se que parte da placagem de cantaria foi pintada, verificando-se diferentes combinações de reboco pintado e cantaria por alçado. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1998 |
Actualização
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