Ermida de Nossa Senhora da Abadia / Santuário de Nossa Senhora da Abadia
| IPA.00000354 |
Portugal, Braga, Amares, Bouro (Santa Maria) |
|
Santuário mariano, maneirista, barroca e rococó, do tipo sacro-monte, com acesso por ampla rampa, ladeada por capelas da Via Sacra, tendo no terreiro, o edifício dos peregrinos de dois pisos e com arcadas e varandas a enquadrar o templo. Integra o Caminho de Santiago e desenvolve-se a partir de um forte culto medieval numa pequena capela de que não subsistem vestígios, reformada no séc. 17 e com obras de renovação no século imediato, altura em que se edificam as capelas na rampa de acesso ao terreiro, certamente na sequência da visita do arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, responsável pela construção do escadório do Bom Jesus do Monte, em Braga (v. IPA.00005694). A construção seiscentista seria menos elevada que a atual e tem a marcação da antiga estrutura, com fachada tripartida e remate em empena ou frontão, onde se rasgaria um óculo, atualmente entaipado e visível no interior. A ampliação em altura do edifício está bem visível na fachada posterior, onde se mostra a primitiva cornija em cantaria e no interior, onde a grade setecentista encimada pelas armas da Ordem de São Bento, gestores do espaço, resulta desproporcionada em comparação com a altura deste corpo, revelando o seu alteamento no final do séc. 18, para a introdução do novo retábulo-mor. A atual fachada data das obras do séc. 18 e uniu num corpo de exo-nártex, as duas torres sineiras maneiristas, com uma interessante cobertura em cúpula, possuindo um amplo nicho central revestido a azulejo de padrão seiscentista e contendo retábulo de talha pintada rococó com uma imagem do orago. As torres possuem mostradores de relógios em cantaria, envolvidos por molduras recortadas, do tipo cartela. A igreja é de três naves escalonadas, de cinco tramos, definidos por colunas toscanas, permitindo a iluminação direta e uniforme da totalidade do espaço, e capela-mor com sacristia no eixo, tendo coberturas interiores diferenciadas, com anacrónicas abóbadas de arestas de madeira nas naves e abóbada de berço na capela-mor. Fachada principal do tipo harmónico com remate em empena reta, com as torres sineiras salientes, permitindo a criação de um exo-nártex, para onde abrem três portas de verga reta e remates em frontões triangulares. As fachadas têm cunhais apilastrados e remates em frisos e cornijas, as laterais rasgadas por portas travessas. O interior está profusamente revestido a talha e mantém silhares de azulejo de tapete do séc. 17. Os arcos, janelas e todos os vãos possuem molduras de talha e amplas sanefas e sanefões com decoração de enrolamentos e de elementos vegetalistas vazados. Os retábulos são semelhantes, com colunas de fustes lisos e terço inferior marcado por anéis de festões de drapeados, destacando-se o mor, com planta côncava e três eixos, com remate em frontão semicircular. Possui um órgão do mesmo período, simples, com a mísula marcada por uma figura mecanizada, em forma de carranca. A cobertura das naves, em madeira, é tardo-barroca, formando falsas abóbadas de arestas, pintadas e com pingentes de talha. As casas dos romeiros seguem o esquema seiscentista, com dois pisos e a enquadrar o terreiro de acesso ao templo, marcado por cruzeiro do final de Setecentos. Possuem arcadas no piso inferior e varandas alpendradas no superior, o do lado direito adaptando-se ao desnível do terreno, possuindo mais dois pisos inferiores. As Capelas da ladeira de acesso são distintas, as mais simples representando uma Via Sacra de sete Passos, surgindo oito capelas com cenas da vida da Virgem, de maiores dimensões e octogonais com interessantes fachadas tardo-barrocas, com profusas molduras de volutas e óculo de perfil contracurvo no eixo. O local é alvo de devoção dos pescadores da Póvoa de Varzim, com vários ex-votos, como tábuas e telas pintadas e fotografias, arrecadas no Museu. |
|
Número IPA Antigo: PT010301190012 |
|
Registo visualizado 2121 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
|
Descrição
|
Santuário composto por acesso ascendente, pontuado por várias capelas, criando uma Via Sacra, com grupos de figuras religiosas evocativas de passos da vida de Cristo e da Virgem, que liga a um amplo terreiro, no centro do qual surge a igreja, e fronteiro a esta, dois edifícios confrontantes de apoio aos romeiros, conhecidos como a Casa de Ofertas e os Quartéis, para abrigo noturno dos peregrinos. No centro do largo existe um cruzeiro e junto a um dos edifícios dos romeiros, surgem duas fontes, surgindo, ainda, no acesso a Gruta da Aparição e um recinto para piqueniques. IGREJA de planta poligonal composta por três naves, capela-mor profunda e sacristia em eixo, tendo duas torres sineiras salientes, unidas por um corpo, formando exonártex, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de uma água nas naves laterais e duas águas na nave central e capela-mor, sendo em cúpula coroada por pináculo nas torres. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, exceto a principal, em alvenaria de granito aparente, percorridas por socos de cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados e rematadas em frisos e cornijas; todos os vãos estão emoldurados a cantaria. Fachada principal virada a O., com o corpo do nártex rematado em empena reta, interrompida por pedra de armas e coroa fechada, sobre a qual evolui pequeno espaldar recortado e volutado com cruz latina no topo. O acesso ao nártex processa-se por três arcos frontais, dois deles sob as torres, assentes em pilares crucíferos, os laterais de volta perfeita e encimados por cartelas enrolados e o central de perfil em arco abatido e com o fecho marcado por pedra de armas; lateralmente, na base das torres, dois acessos por arcos de volta perfeita. Neste espaço, rasgam-se três portais de acesso ao templo, todos de verga reta e rematados por frontões triangulares, os laterais com bandeira. A fachada principal possui, ainda, no segundo registo, amplo nicho em arco abatido, com acesso por portas de verga reta a partir das torres, tendo o interior revestido a azulejo de padrão policromo e cobertura em falsa abóbada com pinturas murais, contendo estrutura retabular com a imagem do orago. O vão está protegido por guarda metálica pintada de verde. As torres sineiras, vazadas inferiormente, têm mais dois registos, separados pela continuidade da empena, o intermédio com relógios inscritos em cartelas decoradas por volutas e o superior com quatro ventanas de volta perfeita, de fechos salientes e assentes em pilastras. Rematam em friso e cornija, tendo, nos ângulos, pináculos piramidais com bola. As fachadas laterais são semelhantes, rasgadas, nos corpos das naves laterais, por portas travessas de vergas retas e três janelões em capialço, sendo encimado por janelas em capialço no volume da nave central. O corpo da capela-mor possui porta e três janelões, surgindo, no corpo da sacristia, mais baixo, mas com dois pisos, uma janela no piso inferior e duas no superior, todas com molduras a prolongarem-se inferiormente, formando falsos brincos. Fachada posterior rematada, no corpo da sacristia, em empena reta, possuindo registo de azulejo, alusivo ao orago, sendo visível, sobre este corpo, o nível da primitiva empena da capela-mor, marcado a cantaria. INTERIOR com três naves, cada uma delas com quatro tramos, sustentados por colunas toscanas, as dos topos adossadas aos muros, com arcos formeiros de volta perfeita, protegidos por sanefas de talha policroma, que se ligam entre elas; as que iniciam os segundos tramos, têm pias de água benta concheadas e de perfis galbados. As paredes estão rebocadas e pintadas de branco, as das naves percorridas por silhares de azulejo de padrão policromo, com coberturas em falsas abóbadas de aresta de madeira pintada, com pendentes centrais e assentes em mísulas e em cornija de cantaria; pavimento em lajeado. As janelas com molduras de cantaria e pequenas molduras de talha dourada, estão encimadas por sanefas de talha pintada de branco, verde e dourado, com remates recortados. O portal axial está protegido por guarda-vento de madeira, sobrepujado por óculo elíptico, entaipado, e amplo sanefão de talha e, no lado da Epístola, surgem as escadas de acesso à torre S.. No lado do Evangelho, púlpito de talha quadrangular e assente em pilar do tipo balaústre, com ampla base e guardas plenas de talha pintada de branco, verde e dourado, com cartelas de querubins, envolvidas por folhagem. Confrontantes, surgem quatro capelas retabulares laterais, protegidas por teia metálica interrompida por acrotérios de talha pintada de marmoreados fingidos; são dedicadas a São Sebastião e Santo Amaro (Evangelho) e a São Brás e São José no lado oposto. Ainda confrontantes, surgem dois nichos embutidos na parede e emoldurados a talha pintada, o do Evangelho com Nossa Senhora de Fátima e, no lado oposto, Nossa Senhora da Abadia. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras, tudo revestido a talha pintada de marmoreados fingidos, encimado por amplo sanefão; está protegido por grade encimada por espaldar recortado, que centra as armas dos beneditinos. O arco está ladeado por duas capelas retabulares colaterais dedicadas a São Lourenço (Evangelho). Capela-mor com as paredes rebocadas e pintadas de branco e cobertura em falsa abóbada de berço, rebocada e pintada, assente em frisos e cornijas. As janelas possuem guardas metálicas, molduras de talha e sanefas semelhantes às da nave. No lado do Evangelho, surge, sobre tribuna, o órgão de tubos e nas paredes laterais existem portas de acesso a escadas de acesso ao piso superior, encimadas por sanefas. Sobre supedâneo de granito, o retábulo-mor, de talha pintada de castanho, verde, branco, marmoreados fingidos e dourado, de planta côncava e três eixos definidos por quatro colunas de fustes lisos e o terço inferior estriado, assentes em plintos paralelepipédicos, de faces almofadadas e ornadas por motivos fitomórficos. Ao centro, ampla tribuna em arco de volta perfeita, com cobertura em quarto de esfera e fundo apainelado a enquadrar trono expositivo, tendo, na base, pequeno baldaquino de madeira com a imagem do orago. Os eixos laterais formam apainelados com peanhas contendo imaginária, surgindo, na base, as portas de acesso à sacristia. A estrutura remata em espaldar flanqueado por consolas e aletas com anjos dourados, encimados por cartela, ladeada por anjos tenentes, contendo as iniciais "AM" e por frontão semicircular com o topo ornado por folhagem. Altar paralelepipédico, encimado por sacrário. As CAPELAS DA VIA SACRA são sete, de plantas retangulares e representam "Cristo no Horto", "Flagelação", "Coroação de Espinhos", "Ecce Homo", "Queda no Caminho do Calvário", "Despojamento das vestes" e o "Calvário". As CAPELAS DA VIRGEM são octogonais, em número de oito, representando: "Nascimento da Virgem", "Apresentação da Virgem no Templo", "Esponsórios da Virgem", "Anunciação", "Visitação", "Natividade", "Adoração dos Reis Magos" e "Chegada ao Egito". Os EDIFÍCIOS DOS ROMEIROS são idênticos, de plantas retangulares simples, o do lado esquerdo, formando uma pequena inflexão e adaptando-se ao declive do terreno, com coberturas homogéneas em telhados de duas águas. Evoluem em dois e quatro pisos, o do lado S., com fachadas rebocadas e pintadas de branco, as viradas ao terreiro, percorridas por alpendres em arcos em asas de cesto, encimados por varandas alpendradas, sustentadas por colunas toscanas, rasgadas por portas de verga reta e molduras simples; o acesso aos pisos superiores é feito por escadarias de pedra centrais. O corpo S. tem quatro pisos, o inferior marcado por arcadas, a que correspondem, no superior, janelas de peitoril retilíneas. No segundo piso do corpo N., surge o Museu, e, no piso térreo da ala S., a Casa das Estampas. |
Acessos
|
Bouro (Santa Maria), Lugar da Abadia, EM. 1243 |
Protecção
|
Categoria: CIP - Conjunto de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 254/2016, DR, 2.ª série, n.º 166, de 31 agosto 2016 *1 |
Enquadramento
|
Florestal, isolado, situado a cerca de 4 Km de Santa Maria do Bouro, implantado a meia encosta, rodeado de montanhas, em plena Serra do Gerês (v. IPA.00005841), nas imediações do rio Nava, que corre a S. do complexo, e que forma várias cascatas naturais, possuindo vestígios das antigas azenhas no seu percurso. A vegetação é deslumbrante e variadíssima, destacando-se os plátanos que marginam a alameda de acesso ao terreiro. |
Descrição Complementar
|
O nicho da fachada principal tem RETÁBULO de talha pintada de bege, branco e dourado, de planta convexa e um eixo definido por duas colunas de fustes lisos e pilastras com os fustes ornados por folhagem. Ao centro, nicho de perfil contracurvo, com a imagem coroada da Senhora. A estrutura remata em friso e cornija contracurva. Os SANEFÕES do arco triunfal, da parede fundeira e dos arcos são semelhantes, de talha pintada e dourada, composta por espaldares de enrolamentos vazados e decoração fitomórfica, possuindo falsos lambrequins rendilhados. As CAPELAS RETABULARES são todas semelhantes, de talha pintada de verde, branco, marmoreados fingidos e dourado, com corpo de planta côncava e um eixo definido por duas colunas de fustes lisos e com o terço inferior marcado por anel de festões de drapeados, e por duas pilastras, com pequenas molduras exteriores, assentes em plintos paralelepipédicos, de faces almofadadas. Ao centro, nicho de perfil contracurvo e molduras salientes, as exteriores com pequenas mísulas para imaginária, contendo peanha de perfil côncavo sustentando imaginária. A estrutura remata em friso e cornijas, encimadas por anjos de vulto, folhagem e espaldar curvo, rodeado por elementos vegetalistas e contendo elemento oval, sobrepujado por cornija de perfil contracurvo, de inspiração borromínica. Altares paralelepipédicos, o de São Lourenço encimado por sacrário com a porta ornada por ostensório. OS NICHOS LATERAIS são semelhantes com acesso por arcos de volta perfeita, envolvidos por talha pintada de branco, vermelho e de marmoreados, criando quatro pilastras ornadas por acantos, sobre plintos almofadados. O interior forma apainelados de talha com almofadados e o fundo está pintado com falsos drapeados, a abrir em boca de cena, enquadrando a imagem. Os altares reaproveitam antigas mesas com gavetas e pés galbados. ÓRGÃO assente em coreto amplo, sobre mísula com carranca mecanizada, e guarda em falsos balaústres vazados. A caixa de órgão é de talha pintada de branco, vermelho e dourado, composto por três castelos e dois nichos intermédios, separados por pilastras e rematados em cornijas e albarradas. O castelo central tem o perfil de meia-cana, sendo os dois exteriores em ângulo, com os tubos em disposição diatónica em teto, protegidos por gelosias fitomórficas, dispostas em boca de cena. Os nichos, com os tubos em disposição cromática têm gelosias em forma de harpa. Na base dos castelos, os tubos de palheta, em leque. Consola em janela, ladeada pelos botões dos registos, ladeados por apainelados vazados. As CAPELAS DA VIA SACRA são de planta retangular simples, com coberturas em telhados de duas águas, com as fachadas rebocadas e pintadas de branco e acesso por porta de verga reta. Os interiores têm coberturas em abóbadas de berço em cantaria, assentes em cornijas e pavimento em lajeado. A do Cristo no Horto tem as paredes rebocadas e pintadas de branco, sendo a da Flagelação pintada com falsos marmoreados, definidos por molduras retilíneas com motivos fitomórficos, pintadas de vermelho, tendo, na cobertura, uma falsa balaustrada. A capela da Coroação de Espinhos possui fundo pintado com cenários de falsos drapeados com espaldar recortado e lambrequins. A Capela do Calvário é de maiores dimensões e encontra-se forrada a azulejo. As CAPELAS DA VIRGEM são de planta octogonal, com coberturas em telhados de oito águas e fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos de cantaria e com cunhais apilastrados, firmados por pináculos do tipo pera, e rematadas em frisos e cornijas, curvas na face frontal. As fachadas principais possuem portais de perfis curvos, com molduras recortadas, formando volutas nos ângulos, encimados por cornijas e óculos contracurvos. No centro do largo existe um CRUZEIRO assente em plataforma quadrangular de dois e três degraus, devido ao declive do terreno, com plinto paralelepipédico, decorado por festões e volutas nos ângulos; neste, assenta coluna de fuste liso e com o terço inferior estriado e capitel coríntio. No topo, cruz latina de braços trilobados com imagem do Crucificado. No recinto, surgem, ainda o CORETO, de planta octogonal, constituído por uma base em alvenaria de granito, varandim em ferro e cobertura metálica, piramidal, suportada por oito elementos metálicos, e o OBELISCO, em homenagem aos mesários da Confraria. A GRUTA DA APARIÇÃO foi escavada pela confraria e nela surge um pequeno lago e uma réplica da imagem da Senhora. No lado direito, lápide com a inscrição: "PREITO DE AMOR E FÉ DOS / DEVOTOS DE NOSSA SENHORA / AO ENCERRAR O BIMILENÁRIO / DO SEU NASCIMENTO, INAUGU / RADO PELO ARCEBISPO PRIMAZ / DOM EURICO DIAS NOGUEIRA / ABADIA - 25 de MAIO DE 1986". No percurso e junto ao templo, surgem a FONTE DE SÃO MIGUEL, adossada a um muro de suporte de terreno, composto por espaldar de perfil curvo e remate em cornija contracurva, encimada pela imagem de São Miguel, possuindo cartelas decorativas e uma bica que verte para tanque de perfil galbado. Junto ao templo, um FONTENÁRIO com nicho de volta perfeita e aduelas de silharia fendida, contendo boca que verte para taça trilobulada. No caminho, uma FONTE adossada a muro de alvenaria, composta por obelisco e bica que verte pata taça de perfil retilínea, sobre plinto. A imagem do BOM JESUS DA PAZ no alto do Monte de São Tiago tem plataforma de granito e imagem monolítica, em mármore. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: capela |
Utilização Actual
|
Religiosa: santuário |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga) |
Afectação
|
Sem afetação |
Época Construção
|
Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
CARPINTEIROS: Daniel Machado (1859); José Pedro Ribeiro (1796); Leandro José Gomes (1780); Manuel Gomes (1780). FUNDIDOR: José Félix Pereira dos Santos (1799); José Rodrigues (1730-1732). ORGANEIRO: Manuel de Sá Couto (1797-1798). PEDREIROS: Domingos Fernandes (1763-1765); Francisco José (1800); José Ribeiro (1795). |
Cronologia
|
Séc. 08 - provável construção de um ermitério no Monte de São Miguel, para beneditinos segundo alguns autores (COSTA, 1706, p. 258), ou para eremita agostinhos, segundo outros (MARIA, 1712, pp. 34-35); 845 - a igreja do Mosteiro paga tributo à Catedral de Braga; séc. 11 - existe no local o ermitério de monges beneditinos; D. Paio Pais Guterres, após a morte da esposa, recolhe ao cenóbio e acha, segundo a tradição, a imagem da Virgem numa pequena gruta; deslocação do ermitério do alto do monte para este local; séc. 12 - o mosteiro é dirigido pelo abade Nuno; 1107 - saem do local, três monges para o Mosteiro de Rendufe; 1148 - vem ao local D. Afonso Henriques, criando um couto e doando a vila de Santa Marta do Bouro; 1158 - D. Afonso Henriques doa ao mosteiro os dízimos do sal da vila de Fão; séc. 14 - provável execução da imagem do orago; 1644 - data no portal de acesso ao templo; 1648 - concessão de uma Bula de indulgências à Confraria de Nossa Senhora da Abadia, pelo papa Inocêncio X; 1660 - data do ex-voto mais antiga que subsistiu; 1687 - construção do altar-mor, pago por Carlos Fernandes, milanês, feito pelo padre Frutuoso da Costa; 1691 - data numa grade existente na sacristia de cima; 1712 - Frei Agostinho de Santa Maria refere que o local tem perpetuamente romeiros e a imagem é mediana, de pedra pintada, sem nunca ter sofrido qualquer repinte; 1725 - construção da atual igreja, no local da antiga capela românica; construção das capelas da Via Sacra; 23 agosto - D. Rodrigo de Moura Teles visita o Santuário; 1730 - 1732 - aquisição do sino grande da torre e do sino do relógio, feitos em Braga na Oficina de José Rodrigues; 1742 - introdução de um confessionário para mulheres na igreja; 1755, 12 novembro - contrato entre o presidente Frei Bernardo de Meio e o pedreiro João Rodrigues de Santiago de Poiares para a execução da capela junto à Fonte do Minhoto, concluída no ano seguinte; 1763 - execução da Capela da Natividade, por ordem de Frei Paulo de Brito executada por Domingos Fernandes, de Navarra, que recebe 269$772; 1763 - 1765 - construção da Capela dos Reis pelo mesmo pedreiro e pelo mesmo valor; 1769 - D. Gaspar de Bragança concede uma indulgência de 40 dias a quem orar junto à imagem do orago; 1780 - conclusão da obra de carpintaria dos Quartéis Novos, pelos irmãos Manuel e Leandro José Gomes; 1788 - substituição do retábulo-mor, sendo o anterior enviado para a Igreja de São Julião de Paços; 1789 - aquisição do sino pequeno da torre do relógio; 1793, 07 janeiro - concessão de privilégio ao altar e aos Confrades da Senhora pelo Papa Pio VI; 29 julho - concessão de privilégio ao altar de São Lourenço pelo Papa Pio VI; 1795 - contrato com José Ribeiro, de Cervães, para a construção do cruzeiro por 290$000; 1796 - feitura do arcaz e respetivo espaldar da sacristia pelo carpinteiro do Porto, José Pedro Ribeiro; 1797, 22 julho - 1798, 15 abril - execução do órgão por Manuel de Sá Couto por 600$000; 1799 - aquisição do sino pequeno do relógio e da sineta de São Miguel, a José Félix Pereira dos Santos, por 117$015; 1800 - feitura da Capela da Fuga para o Egipto, pelo pedreiro Francisco José, de Paredes; 1820 - feitura da Fonte do Anjo de Além da Ponte; 1834 - extinção das ordens religiosas, saindo os frades do Santuário e do Mosteiro de Santa Maria do Bouro; 16 junho - arrolamento dos bens do templo, sendo deixado apenas dois cálices; a administração do templo passa para o domínio da Diocese; 1859 - após a expulsão dos frades, o culto fica a cargo de um capelão, sendo o primeiro o Padre Inácio Joaquim Vieira Rebelo; 1883 - data na peanha da imagem do orago; 1886, 07 agosto - aprovação dos Estatutos da Confraria de Nossa Senhora da Abadia pelo Governo Civil de Braga; 13 agosto - instituição canónica da Confraria pelo arcebispo D. António José de Freitas Honorato (1883-1898); 1897 - inauguração das Cruzes da Via Sacra no interior do templo; 1905, 17 novembro - o arcebispo D. Manuel Baptista da Cunha visita o Santuário e inscreve-se como confrade da Irmandade; 1910, 28 janeiro - pedido do Capelão para transferir a data da festa do primeiro sábado da Quaresma para o domingo seguinte; 1920 - reforma dos Estatutos da Confraria; 1937 - construção da estrada de acesso, comparticipada pelo Ministério das Obras Públicas; 1947, 15 agosto - bênção da imagem do Sagrado Coração de Jesus (Bom Jesus da Paz) no alto do Monte de São Miguel; 1948, 28 janeiro - uma tempestade danifica a parede do largo junto à fachada posterior e a ponte do Caminho de Santa Isabel; 1973, 16 novembro - Despacho de homologação da classificação do edifício como Imóvel de Interesse Público, que incidirá apenas sobre a igreja de três naves, segundo o parecer da 4.ª Subsecção da 2.ª Secção da Junta Nacional de Educação; 1986 - feitura de uma réplica da imagem de Nossa Senhora da Abadia para colocar na Gruta da Aparição; 1990, 22 abril - inauguração do Museu Etnográfico e de Arte Sacra, instalado no edifício dos quartéis; 2004 - adjudicação da renovação da iluminação do santuário e do museu; 2013, 06 março - publicação da abertura do procedimento de classificação e fixação da respetiva zona especial de proteção provisória, em Anúncio n.º 100/2013, DR, 2.ª série, n.º 46; 2016, 19 janeiro - publicação do projeto de decisão relativo à classificação como Conjunto de Interesse Público do Santuário de Nossa Senhora da Abadia, incluindo o património integrado, e à fixação da respetiva zona especial de proteção, em Anúncio n.º 11/2016, DR, 2.ª série, n.º 12. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Estrutura em alvenaria e cantaria de granito, parcialmente rebocada e pintada; modinaturas, cunhais, pináculos, pilares, colunas, frisos, cornijas, pias de água benta, pavimentos, supedâneo em cantaria de granito; tetos de madeira; coberturas da nave, molduras, sanefas, sanefões, púlpito, retábulos e órgão de talha pintada e dourada; grades e guardas em ferro; azulejo de padrão tradicional; coberturas exteriores em telha cerâmica. |
Bibliografia
|
A Arte e a Devoção. Catálogo da exposição Peregrinação e Ex-votos de Poveiros no Santuário de Nossa Senhora da Abadia. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2008; «Abadia aposta na área da saúde» in Diário do Minho. Braga: 24 janeiro 2004, p. 11; COSTA, Carvalho da (Padre) - Corografia Portugueza... Lisboa: Valentim da Costa Deslandes, 1706, vol. I; CUNHA, Padre Arlindo Ribeiro da - Senhora da Abadia. Barcelos: Tipografia Vitória, 1951; MARIA, Agostinho de Santa - Santuário Mariano... Lisboa: Officina de António Pedrozo Galram, 1712, tomo 4.º; MARQUES, Mário César, Ex-votos de poveiros no Santuário da Abadia. Lisboa: ORBIS - Edições Ilustradas, Lda., 1970; VALENÇA, Padre Manuel - A Arte Organística em Portugal. Braga: Editorial Franciscana, 1990, vol. II; VASCONCELOS, João - Romarias - II - um inventário dos Santuários de Portugal. Lisboa: Olhapim Editores, 1996, vol. II. |
Documentação Gráfica
|
DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
|
DGPC: DGEMN:DSID, Arquivo Pessoal de Ilídio de Araújo (IAA); Associação de Reitores dos Santuários de Portugal / Paulinas |
Documentação Administrativa
|
DGPC: DGEMN:DSID-001/003-003-0332/18, DGEMN:DSARH-010/027-0040 |
Intervenção Realizada
|
PROPRIETÁRIO: 1859, 15 agosto - pagamento de 80$000 ao carpinteiro Daniel Machado da obra do pavimento das varandas dos quartéis; 1860 - restauro da Fonte do Minhoto e condução da água por caleiras até à mesma; DGEMN: 1976 - desinfestação da talha da cobertura e das estruturas retabulares; PROPRIETÁRIO: 1986 - restauro da talha; DGEMN: 1987 -desinfestação da talha do edifício, pela GASO - Esterilizadora, Lda.; PROPRIETÁRIO: 1987 - obras de restauro do cruzeiro e de uma capela; 1958 - restauro do órgão e substituição do teclado; 2003 - obras de conservação da sacristia; recuperação dos trilhos pedestres da Via Sacra; recuperação do quartel N.. |
Observações
|
*1 - DOF: Santuário de Nossa Senhora da Abadia, incluindo o património integrado. |
Autor e Data
|
Paula Figueiredo 2013 (no âmbito da parceria IHRU / Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja) |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |