Torre de Lanhelas / Casa da Torre
| IPA.00003615 |
Portugal, Viana do Castelo, Caminha, Lanhelas |
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Casa abastada renascentista e romântica, de planta rectangular, formado pela conjugação de vários corpos resultantes de 3 grandes campanhas de obras, 2 em estilo renascentista e a 3ª com espírito romântico; integra-se na tipologia da chamada casa torre, de tradição medieval, com 2 torres e ala residencial de ligação. A primeira torre, a mais alta e o polo de ligação das 2 fachadas, conserva ainda, as janelas de ângulo e as gárgulas de canhão renascentistas. Embora resulte de vários corpos cronologicamente distintos, o conjunto mantém a unidade e o equilíbrio nas formas. |
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Número IPA Antigo: PT011602110016 |
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Registo visualizado 910 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Casa abastada
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Descrição
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Planta rectangular, irregular e composta pela sobreposição de vários corpos e com 2 fachadas principais, ambas de 2 torres e ala residencial. Volumes articulados com coberturas diferenciadas a 4 águas. Pátio quadrado com jardim de buxos e 2 entradas, precede a fachada S., formada por 2 torres, de planta quadrangular; a da esquerda, coberta de hera, tem janelas quadradas e a da direita, mais alta, tem fenestração escassa e irregular, com janelas de ângulo no cunhal SO. e NE. e gárgulas de canhão; ambas as torres são coroadas por merlões piramidais e ligam-se por ala residencial, recuada e curta, com porta de arco conopial, moldura superior e coroada por merlões chanfrados. Na fachada E., ala residencial comprida e recuada, com fenestração de verga recta, moldura superior e merlões chanfrados; liga-se a torre alta a uma outra, mais baixa, com porta simples e coroada por merlões piramidais. Entre estas 2 fachadas erguem-se construções de volumetria irregular e cobertura diferenciada. A N. e O. veda a propriedade muro alto com merlões chanfrados. Do outro lado da estrada, conserva-se ainda parte do antigo muro da quinta, com pórtico principal, de verga recta encimada por pedra de armas em painel quadrado, coroado por merlões recortados, e a capela de planta rectangular, e frontespício, terminado em sineira, rasgado por portal de arco pleno sobre pés-direitos. |
Acessos
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Lanhelas, EN. 13. VWGS84 (graus decimais): lat.: 41,908051; long.: -8,795930 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 45/93, DR, 1.ª série, n.º 280 de 30 novembro 1993 |
Enquadramento
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Borda d'água, isolado, implantação harmónica. Numa área de exploração agrícola, tem a N. braço de rio e a S., bem junto ao muro da Quinta, via férrea e, paralelamente, a estrada nacional. Nas suas imediações, sobretudo perto da capela, erguem-se algumas construções. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 16 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Séc. 15, fins - As terras de Lanhelas couberam em partilhas a Gil Vasques Bacelar, que ali construiu umas casas; 1531 - Afonso Vaz Bacelar constroi a torre mais alta; 1550 - vínculo da capela de Santo António, pertença da casa, por Frei António de Sá, Abade Comendatário dos Mosteiros de Tibães, São João de Arnóia e Santa Maria da Carvoeiro, que nomeou para seu administrador o sobrinho Ruy de Sá Pereira de Sotomayor, casado com D. Margarida de Barros Bacelar (filha de Afonso Vaz Bacelar); 1573 - Ruy de Sá faz a 2ª torre sobre braço do rio; 1747 - era proprietária D. Quitéria de Sá Menezes; 1831 - Camilo António de Sá Sotomayor, último administrador do vínculo da casa da Torre de Lanhelas, faz a 3ª torre, a S., e liga-a por ala à 1ª.; séc. 19 - a quinta foi cortada perto da casa pela via férrea e depois, paralelamente, pela estrada nacional, separando-a de parte dos muros e capela; criação do jardim de buxos. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes de cantaria com aparelho "vittatum", "mixtum vittatum" e "incentum". |
Materiais
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Granito. Cobertura de telha. |
Bibliografia
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VIEIRA, José Augusto, O Minho Pittoresco, Lisboa, 1886; SILVA, António Lambert Pereira da, Nobres Casas de Portugal, vol. 2, Porto, s.d.; ARAÚJO, Ilídio Alves de, Arte Paisagística e Arte dos Jardins em Portugal, vol. 1, Lisboa, 1962; AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1969; ALVES, Lourenço, Caminha e o seu Concelho (Monografia), Caminha, 1985; idem, Do Gótico ao Manuelino no Alto Minho (Monumentos Civis e Militares) in Caminiana, vol. 12, Ano 7, nº 12, Caminha, 1985, p. 37 - 150; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1987. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, Arquivo Pessoal de Ilídio Alves de Araújo (IAA) |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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A fachada inicial virava-se a E. e era mais comprida do que a actual; esta última foi organizada no séc. 19 reproduzindo a anterior num espírito romântico que, apesar de tudo, não deixou de manifestar certa preocupação com a simetria. Leitura da pedra de armas do antigo portão da quinta: escudo esquartelado, tendo no I e IV quartel castelo de prata ondeado de azul dos Vaz e, de ouro, o bacelo dos Bacelares (mal representado); no II o xadrezado de prata e azul de 5 peças em faixa 6 em pala dos Sás; no III, de prata, 3 faixas xadrezadas de vermelho e de ouro de 3 tiras dos Sotomayores. Segundo a tradição, Fr. Bartolomeu dos Mártires, Arcebispo de Braga, costumava repousar na Casa de Lanhelas, por ser amigo do proprietário, chegando até a plantar laranjeiras, que em finais do séc. 19 ainda existiam voltadas ao rio. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 |
Actualização
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