Palácio de Mateus
| IPA.00005990 |
Portugal, Vila Real, Vila Real, Mateus |
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Arquitectura residencial, barroca. Solar de planta em U com ala transversal, criando pátio interno descoberto, e com capela isolada disposta lateralmente num dos topos. Fachadas rebocadas com cunhais apilastrados, coroados por pináculos, terminadas em friso e cornija e rasgadas regularmente por vãos rectilíneos sobrepostos, possuindo no primeiro piso janelas de peitoril ou portais de verga recta simples e, no segundo, janelas de sacada ou de varadim, encimadas por frontão. Fachada principal com ala central mais elaborada, terminada em entablamento pleno e balaustrada ondulante resultante do alteamento das cornijas sobre os vãos, de molduras recortadas e terminadas por elemento fitomórfico, e integrando ao centro tabela, com brasão, rematada em frontão contracurvado interrompido. Apresenta escadaria de dois braços opostos e guarda em balaustrada de cantaria a enquadrar o eixo central de portais, o inferior de comunicação ao pátio intermédio e à fachada posterior, e o superior de acesso ao andar nobre, com portal de verga recta encimado por cartela decorada; lateralmente abrem-se ainda janelas de varandim com frontão interrompido por concheado e óculos recortados com elemento flordelizado. O piso térreo, ocupado com as dependências agrícolas, foi concebido em completa subordinação ao andar nobre e funcionalmente separado dele, já que os seus acessos são apenas exteriores, pela ala central da frontaria e pelo pátio interior, o das cavalariças, onde se desenvolvem em faces opostas escadas de braços opostos. No interior, a maioria das salas são intercomunicantes por portas centrais proporcionando perspectivas longas e infinitas até à paisagem. Capela de planta longitudinal composta por nave e capela-mor, com torre sineira adossada em eixo e anexos a N.. Fachadas com pilastras nos cunhais e terminadas em friso e cornija. A principal é definida por duplas colunas suportando arco de volta perfeita no interior do qual se rasgam portal de verga recta e janela, de molduras recortadas envoltas por elementos fitomórficos, e suportando o remate em tabela rectangular coroada por frontão de lanços. No interior possui nave coberta por cúpula com lanternim e retábulo-mor em talha neoclássica, de planta recta e um eixo. Constitui um dos solares mais emblemáticos do barroco nortenho, com extraordinária articulação com os jardins envolventes a S. e a E., os quais, apesar de serem essencialmente de meados do séc. 20, seguem em parte uma linguagem barroca e se submetem a um eixo central definido pela arquitectura, conferida pela sucessão de portais das alas centrais. Esta simetria e axialidade, bem como o tratamento decorativo exuberante da ala central da fachada principal, em contraste com as restantes, é atribuída normalmente ao arquitecto Nicolau Nasoni, e comparada com outras obras do mesmo como o Palácio do Freixo (v. PT011312030008) e a Igreja de São Paulo ou dos Clérigos (v. PT011714240165). A sua planta, em U com ala transversal criando pátio intermédio, é pouco comum e o murete de cantaria encimado pela balaustrada a fechá-lo, constitui uma solução de compromisso entre a variante de U aberto e o fechado, acabando por não fechar o espaço interior nem cortar visualmente a fachada principal. Apresenta linhas baixas e escala acolhedora apesar da grande área que ocupa, conseguindo alguma verticalidade com a magistral colocação de elegantes e altos pináculos circulares galbados, em alvenaria e cantaria e terminados em fogaréus, no enfiamento das pilastras dos cunhais e definidores de panos das fachadas, bem como com as várias chaminés de corpo escalonado. A morosidade da sua construção resultou na conciliação de elementos barrocos de épocas evolutivas distintas, observando-se, por exemplo, na fachada lateral esquerda, janelas encimadas por espaldar coroado por cornija em ângulo, e, a coroar o centro da fachada posterior, uma empena curva alteada, sobreposta por beiral, característicos já do tardo-barroco. Quer o primeiro pátio, nobre, quer o segundo, essencialmente de circulação de pessoal, possuem pavimento em lajes de granito com guias de linhas convergentes, formando jogos geométricos. Interiormente, a divisão social é extremamente vincada, visto que a comunicação entre os dois pisos se realizar apenas por uma escada muito estreita na zona da cozinha e copa, no piso térreo, com a sala de jantar. A outra escada, que ligava o piso superior à zona do jardim, no topo E., encontra-se actualmente entaipada. A capela possui a mesma cércea do palácio, no entanto, parece muito mais alta, sendo a sua verticalidade, conferida pelos elementos arquitectónicos que emolduram a fachada, o respectivo remate alteado, bem como a colocação dos vãos em eixo, encimados por brasão. O remate da fachada é anacrónico, visto retomar a linguagem das tabelas maneiristas, com aletas, e frontão de lanços a rematá-la, ao mesmo tempo que segue a linguagem barroca da época de construção, com os fogaréus e outros elementos. Os vãos da fachada principal são recortados e profusamente envolvidos por decoração fitomórfica, contrastando com os das fachadas laterais, rectilíneos, mas que interiormente também são recortados e envolvidos por decoração, contribuindo assim para a dinamização do espaço. Para tal contribui igualmente os arcos a definir a nave, criando interiormente uma elipse, sendo exteriormente articulados e distintos volumetricamente. A colocação da torre sineira em eixo na fachada posterior é pouco comum no distrito e constitui uma filiação à "Escola de Braga". No interior, destaque para a sacristia, com tecto em caixotões pintados e o retábulo, ambos maneiristas, reaproveitados da antiga capela da quinta, conforme fora determinado na autorização da construção. |
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Número IPA Antigo: PT011714150004 |
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Registo visualizado 3013 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta em U
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Descrição
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Palácio de planta composta em U com ala transversal, criando pátio interno descoberto tendo disposta no topo N., apenas unida por passadiço superior, capela longitudinal com nave e capela-mor, tendo adossado em eixo torre sineira quadrada e a N. ante-sacristia e sacristia, rectangulares. PALÁCIO de volumes articulados com coberturas em telhados de quatro águas, coroadas por várias chaminés, de corpo escalonado. Fachadas de dois pisos, rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, terminadas em friso e cornija sobreposta por beiral, rasgadas por janelas rectilíneas, molduradas a cantaria, e com pilastras toscanas nos cunhais e a definir os vários panos, coroadas sobre os telhados por altos e elegantes pináculos circulares galbados de alvenaria rebocada com molduras verticais e anéis em cantaria. Fachada principal virada a O., com as alas do U formando pátio, lajeado a cantaria com guias cruzadas, fechado por murete encimado por balaustrada de cantaria, com acrotérios coroados por urnas sobre bases escalonadas. A ala central termina em platibanda plena encimada por balaustrada de cantaria, de ritmo ondulante, visto acompanhar a cornija curva alteada no alinhamento das janelas, sobreposta por duas figuras alegóricas assentes em acrotério, tendo nos ângulos pináculos galbados e, ao centro espaldar; este é rectangular, definido por duplas pilastras com capitel estriado, ladeado por aletas, com brasão seguro por duas figuras zoomórficas e lambrequim, terminado em friso convexo coroado por frontão contracurvado interrompido por pináculo piramidal, com cartela e laçarias no tímpano, ladeado de urnas. A ala é precedida por escadaria de quatro lanços e dois braços, com guarda em balaustrada tendo no arranque e ângulos acrotérios coroados por bola. No primeiro piso, e entre os braços da escada, rasga-se portal de verga recta, dando acesso ao pátio intermédio e conduzindo ao jardim, com cartela recortada no fecho da moldura, e, no segundo, de três panos definidos por pilastras de fuste almofadado e capitel estriado, portal de verga recta, de moldura ladeada de aletas e prolongada superiormente até à cornija, onde surge cartela segura por duas figuras antropomórficas sobrepujada por vieira interrompendo a cornija; o portal é ladeado por duas janelas de varandim, com guarda de ferro, e moldura encimada por cornija e frontão de volutas interrompido por concheado, que igualmente interrompe a cornija, e quatro óculos quadrangulares recortados sobrepostos, de moldura terminada em cornija e elemento flordelizado. Alas laterais do U simétricas, rasgadas, no primeiro piso, por portas de verga recta e moldura simples e, no segundo, por janelas de varandim, com guarda de ferro, encimadas por friso e frontão interrompido por pequena pinha. Nos topos das alas abrem-se, no piso térreo, janelas de peitoril e, no superior, janelas de sacada, assente em mísulas volutadas sobre friso de cantaria, e com guarda em balaustrada de cantaria, encimadas por frontão triangular. Fachadas laterais semelhantes, de cinco e três panos, e esquema de fenestração essencialmente igual aos dos topos das alas; na fachada lateral esquerda, os três panos centrais têm, no primeiro piso, janelas rectangulares jacentes gradeados, nos laterais ainda com um porta de verga recta, a do lado direito entaipada, e no segundo piso do central, uma varanda avançada, em cantaria, assente em quatro colunas toscanas, com guarda em balaustrada de cantaria e tendo as portas encimadas por espaldar coroado por cornija em ângulo, enquadrando brasão. Na lateral direita, os pisos do pano central são separados por friso, e as janelas do segundo, têm sacada corrida assenta em cornija convexa e são encimadas por frontão curvo com vieira no tímpano. Fachada posterior de três panos, o central terminado em empena curva alteada, sobreposta por beiral e coroada com urna sobre plinto paralelepipédico; é rasgado por três eixos de vãos sobrepostos e interligados por friso vertical, surgindo no central portal de verga recta simples, sobreposta por duas janelas de sacada, com guarda de cantaria, a intermédia mais alta e assente em mísulas; é ladeado por janela de varadim com guarda de ferro, janela de peitoril alta com almofada côncava de cantaria inferior e janela de peitoril com guarda de balaústres. Os panos laterais são rasgados, no primeiro piso, por duas janelas de varandim, com guarda de ferro, e no segundo, duas de sacada corrida, com guarda em balaustrada, encimadas por frontão triangular. Através do portal do primeiro piso da fachada principal acede-se às cavalariças, percorridas por manjedouras de cantaria, e ao pátio intermédio, rectangular, com pavimento em lajes de cantaria de guias convergindo para o centro. Nas fachadas O. e E. do pátio, dispõem-se escadarias de acesso directo ao segundo piso, de quatro lanços, dois braços e patamar comum, tendo guarda em balaustrada de cantaria com arranque e ângulos coroados por pinhas sobre acrotérios; são rasgadas, ao nível do andar nobre, por portal de verga recta simples, ladeado por duas janelas de peitoril com guarda de ferro; a O., o portal é coroado por cornija recta sobre mísulas e almofada recortada inferior com cartela, e a E., por elemento recortado de alvenaria e molduras de cantaria sobrepujando o beiral. As fachadas N. e S. do pátio são rasgadas no piso térreo por dois portais de verga recta e no andar nobre por quatro de peitoril, com avental recortado e caixilharia de guilhotina. Um portal em arco abatido aberto na fachada E. conduz ao jardim. INTERIOR com paramentos rebocados e pintados de branco, com pavimentos em tabuado de madeira, altos rodapés também de madeira e tectos de madeira, em gamela, octogonais, trapezoidais, com apainelados lisos ou entalhados, decorados com motivos fitomórficos, e alguns assentes em trompas. Salas intercomunicantes, com portas de verga recta encimadas por amplas sanefas de talha, rectilíneas ou recortadas, decoradas com lambrequins, acantos relevados e anjos, por vezes músicos. O portal principal acede a amplo vestíbulo, a partir do qual se faz a distribuição espacial, coberto com falsa abóbada de arestas, em madeira, com nervuras decoradas com elementos fitomórficos assentes em grandes mísulas com anjos, e com bocetes também decorados, o central decorado com brasão, envolto por volutas e coroa segura por dois anjos. Cozinha com chaminé de granito assente em pilares quadrados. CAPELA de planta longitudinal, composta por endonártex, nave e capela-mor, volumetricamente distintas, com torre sineira em eixo e anexos dispostos a N.. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas no endonártex e capela-mor, falso domo na nave, sobreposto por lanternim octogonal, com tambor revestido a azulejos de padrão e rasgado por quatro vãos em arco de volta perfeita, com cobertura coroada por pináculo, e de uma água nos anexos. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, terminadas em friso e cornija sobreposta por beiral, com pilastras toscanas nos cunhais, sobrepostas por pináculos assentes em plintos paralelepipédicos. Fachada principal orientada a O., enquadrada por parastase, com quatro colunas toscanas de terço inferior canelado, assentes em duas ordens de plintos, com almofadas côncavas, o superior integrando consola, que sustentam entablamento a partir do qual arranca arco em volta perfeita, interiormente formando volutas; remate em tabela rectangular horizontal, enquadrada por várias pilastras toscanas, com fuste de almofada côncava, sobrepostas por volutas e aletas, no enfiamento das colunas, as últimas coroadas por urnas com fogaréus; a tabela, integrando ampla cartela com inscrição em moldura de ângulos recortados, é rematada por frontão de lanços, com cartela recortada no tímpano, ladeada por pináculos e cruz central sobre globo. A fachada é rasgada por portal de verga curva, com moldura recortada, amplamente envolvida por palmetas, volutas e acantos, e janela superior, igualmente de moldura recortada e encimada por elementos fitomórficos e com brincos laterais em forma de cacho; sobrepuja-a, brasão esquartelado e coroado, integrado em cartela. As fachadas laterais são rasgadas, na nave, por janela rectangular encimada por uma outra jacente, e, na capela-mor, por duas janelas rectangulares, tendo na lateral direita porta travessa de verga recta. Torre sineira de dois registos separados por friso e cornija, o primeiro rasgado a E. por vários vãos rectilíneos, o superior encimado por frontão triangular, e o segundo rasgado, em cada uma das faces, por sineiras em arco de volta perfeita, albergando sino; é rematada por balaustrada com pináculos piramidais sobre acrotérios nos cunhais e coberta com cúpula bolbosa de cantaria. Entre a capela e o palácio, existe passadiço superior, rasgado a O. com janela de peitoril e caixilharia de guilhotina. INTERIOR com paramentos rebocados e pintados de branco. Coro-alto assente em arco abatido com guarda em balaustrada de cantaria formando endonártex. Nave marcada lateralmente por amplos arcos de volta perfeita assentes em pilastras toscanas, de fuste com almofada côncava, enquadrando os vãos laterais que na face interna possuem molduras recortadas, terminadas em cornija, ladeadas por palmetas e acantos e interligadas por cartelas, igualmente recortadas e com concheados e acantos. Uma teia marca o presbitério. A nave é coberta por cúpula, assente em trompas de ângulo, marcada por frisos de cantaria convergentes para o tambor do lanternim, o qual tem as janelas molduradas, de perfil abatido. Arco triunfal em volta perfeita, com cartela recortada no fecho, sobre pilastras, de fuste almofadado e de capitel jónico-toscano. Capela-mor de dois tramos marcados por duas pilastras e frisos de cantaria que se prolongam na falsa abóbada de berço; lateralmente, as janelas têm moldura recortada envolvida por cartelas e concheados. Sobre supedâneo de cantaria, assenta o retábulo-mor, em talha policroma com marmoreados fingidos e dourado, de planta recta e um eixo, definido por quatro colunas de fuste liso, terço inferior marcado por grinaldas de flores, assentes em plintos paralelepipédicos, e de capitel coríntio; ao centro, abre-se tribuna, de perfil curvo, envolvida por moldura dourada, interiormente pintada com elementos fitomórficos e albergando trono eucarístico, de cinco degraus facetados, encimado por resplendor; ático composto por cornija contracurvada sobreposta por elementos fitomórficos vazados e dois anjos que sustentam cartela com dois corações inflamados. Superiormente, a parede testeira tem pintura mural com marmoreados fingidos a rosa. Sacristia com retábulo de talha dourada, de planta recta e três eixos, e tecto de madeira, em masseira, formando caixotões pintados com santos do hagiológico católico, assente em friso e cornija, ritmada com mísulas volutadas de talha |
Acessos
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EN 322, Largo Morgado de Mateus |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136 de 23 junho 1910 |
Enquadramento
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Rural, a cerca de 3 km de Vila Real, integrado numa quinta murada, implantada em terreno de suave declive, com a EN 322 a bordejar o limite S. da propriedade, nas imediações da qual se ergue a aldeia de Mateus, de casas vernaculares. O principal portão da quinta, em cantaria, tem arco em volta perfeita, com brasão *1 no fecho, flanqueado por pilares, pano de muro almofadado encimado por balaustrada e pilares sobrepostos por asas de morcego. Dele parte caminho totalmente envolvido pelo arvoredo, que culmina inesperadamente no palácio, precedido por grande terreiro com espelho de água rectangular de ângulos recortados, reflectindo a sua fachada, integrando ao longo do perímetro interior canteiro de verdura e hortenses, tendo no ângulo NO. escultura de mulher em mármore sobre a água. Entre o espelho de água e o topo O. da ala S. do palácio, ergue-se um enorme Cedrus Deodora e uma Chamaecypris Lawsoniana. Em frente da fachada lateral N. do palácio, e tendo a capela de permeio, e no enfiamento da qual existe cruzeiro, ergue-se corpo rectangular designado "casa das adegas". Os jardins, de planta em L invertido e envolvendo o palácio a S. e a E., organizam-se em terraços ou parterres, articulados por túnel de buxo, e a partir dos quais surgem os terrenos de cultivo, plantados com vinha, pomares e as hortas. |
Descrição Complementar
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Brasão da fachada principal do palácio esquartelado, tendo no 1º e 2º quartel as armas dos Álvares, no 3º as dos Mourões e no 4º as dos Botelhos. Inscrição da fachada principal da capela: D. LUD. A. SOUSA AUGM. PERF. ET CORONAT. 1750. Sacristia com retábulo de talha dourada, de planta recta e três eixos definidos por seis colunas, quatro ladeando o eixo central, de fuste decorado com elementos fitomórficos e querubins, de terço inferior marcado, assentes em plintos paralelepipédicos com o mesmo tipo de decoração, e de capitéis coríntios; no eixo central, abre-se nicho pouco profundo integrando painel com um Calvário, encimado por baldaquino, e nos laterais nichos igualmente pouco profundos, em arco de volta perfeita sobre pilastras, integrando painéis pintados com dois Evangelistas; sobre o entablamento, surge o ático formado por várias consolas, que pertenciam a uma antiga tabela, actualmente incompleta, e volutas laterais; banco de apainelados de acantos relevados, integrando nos eixos laterais mísulas. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: casa-museu / Cultural e recreativa: edifício multiusos |
Propriedade
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Privada: fundação |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: António Lino (1948); Nicolau Nasoni (1740 / 1750 - atr.). ARQUITECTO PAISAGISTA: Gomes de Amorim (c. 1930); Gonçalo Ribeiro Telles (1960); Paulo Bensliman (1948); PEDREIRO: José Álvares do Rego (1745 / 1750). |
Cronologia
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1488, 8 novembro - data do documento mais antigo do arquivo da Casa; séc. 16, 1º quartel - Maria Álvares, filha de Diogo Mourão e Helena Álvares, donos do prazo da Cumieira em 1541, casou com Álvaro Coelho, proprietário das terras em São Martinho de Mateus; posteriormente, a esta, foram sendo acrescentadas outras propriedades; provável construção da chamada Casa das adegas, fronteira à actual fachada N. do palácio; séc. 17 - construção de uma casa, no local onde actualmente se ergue o palácio, cuja fachada principal dava para um caminho público; 1619 - falecimento do Dr. Cristóvão Álvares Coelho no primitivo palácio; 1641, 5 dezembro - instituição do Morgado de Mateus, pelo licenciado António Álvares Coelho, que casara com a sua prima segunda, D. Helena Álvares Mourão; o Morgado foi vinculado à Capela de Nossa Senhora dos Prazeres existente na quinta de Mateus; no acto da instituição, António Álvares Coelho impõe a obrigação de quem sucedesse no vínculo ser do sangue dos Álvares da Cumieira e ter de usar os apelidos Álvares Coelho; 1655 - sua filha, D. Maria Coelho Mourão, e seu marido compraram umas casas, a chamada casa das adegas, defronte da sua; 1655, depois - colocação de brasão dos morgados na casa das adegas; 1670 / 1720 - provável reforma do palácio, com construção do actual por António Álvares Coelho; 1675 - o Dr. Matias Álvares Mourão, dono de uma importante livraria, determina por testamento que ela fosse vendida e o dinheiro se utilizasse em missas perpétuas na sua capela que mandara fazer no Convento das Carmelitas Descalças, em Coimbra; 1691 - D. Maria Coelho Mourão, viúva do desembargador Matias Álvares Mourão, vinculou ao Morgado bens de raiz e ainda toda a prata que estava num rol e mais 117 arráteis de prata bruta e 3 arráteis de ouro em barra, para que tudo andasse sempre unido ao Morgado, sem diminuição do peso, mesmo que se reformassem as peças de prata; determinou ainda que todos os administradores do Morgado nos primeiros quatro anos da respectiva administração, vinculassem 200$000 rs de boa fazenda, na razão de 50$000 rs por ano; acrescentava que as fazendas fossem "o mais vizinho que pudesse ser" da Casa de Mateus, a cabeça do Morgado, e não havendo bens para comprar, cada administrador poria o dinheiro a juro de 5% até se efectuar a compra; estipulava que "enquanto o mundo durar" fossem ditas seis missas por semana em intenção da sua alma na capela da casa; D. Maria Coelho Mourão lega por testamento os vínculos de Mateus e Cumieira, unidos, ao sobrinho neto Matias Álvares Botelho Mourão, estipulando que o seu herdeiro e sucessor bem como os seus descendentes fossem obrigados a usar os apelidos Álvares Mourão ou Álvares Coelho; 1721 - António José casou com D. Joana Maria de Sousa Mascarenhas, que se teria queixado posteriormente da exaustão financeira devido às obras no palácio; 1739 / 1743 - período a que geralmente se atribui a intervenção do arquitecto Nicolau Nasoni nas obras do palácio; 1743, Novembro - Manuel Pimenta de Carvalho, o Procurador-Geral da Mitra de Braga, dizia que António José Botelho Mourão "teve coração para demolir um palácio para edificar outro melhor"; percebe-se portanto que o palácio já estaria construído ou, pelo menos, muito adiantado; séc. 18, inícios - segundo a tradição, os jardins foram desenhados e plantados por Diogo Álvares Botelho Mourão (1673 - 1744), irmão de António José e Arcediago de Labruje, de que pouco se sabe, mas de que parece restar a escadaria e a latada; o filho do 3º Morgado, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão pediu licença ao Arcebispo de Braga para erguer uma nova capela, para "maior honra e glória de Deus" e devido à existência de numerosas relíquias não terem lugar condigno na capela existente, dada a sua estreiteza; pedia assim para transferir a capela para outro lugar onde tivesse maior capacidade e grandeza; refere mesmo o desejo de transferi-la "mais quarenta passos para um" além do sítio onde então se achava para a parte nascente, ficando separada das casas e com essas comunicaria apenas para o coro, por um arco, "de sorte que se possa andar ao redor da mesma capela"; consultado o páraco da freguesia, este informou que o suplicante tinha o corpo inteiro de São Marcos Mártir debaixo do altar da actual capela e muitas outras, todas de aceitação do Papa Clemente XI, guardadas num armário da capela; jura e confirma que o sítio da nova implantação era muito cómodo, porque a capela que então existia se achava tão "mística e servida com as casas, que uma é parede e serve de divisão", e a que de novo se pretendia edificar ficava separada das casas, comunicando com as mesmas apenas por um passadiço de 18 palmos sobre um arco; o Arcebispo concedeu autorização a António José para transferir e fazer de novo a capela, aproveitando os materiais da antiga e, no local dela se devia erguer uma cruz para perpetuar que aquele local foi sagrado; na sacristia aproveitou-se o tecto e o retábulo da antiga capela; 1750 - conclusão da construção da capela, conforme inscrição da fachada, edificada pelo mestre pedreiro José Álvares do Rego; 1758 - o páraco Basílio Carneiro Guedes refere que da grandeza da Casa de Mateus, então de D. Luís António de Sousa Botelho Mourão, só se divisavam por cima dos arvoredos envolventes as cúpulas da torre da capela e as chaminés "e outros feitios que parecem obeliscos ao longe"; divisava-se ainda uma deveza de pinheiral da quinta, "que se faz estimavel à vista a sua espessura" e castanheiros; a partir desta data, os proprietários, por via da mulher de António José, passam a ter direito de usar o título de "Dom", e, com a Comenda de Santa Maria de Vermiosa, ficam também obrigados, por D. António de Sousa, pai de D. Joana Maria, a usar o apelido Sousa; 1760, década - D. Leonor Ana Luísa Josefa de Portugal administrou a Casa de Mateus, auxiliada pelo capelão Manuel Caetano Pinheiro, enquanto o seu marido, D. António de Sousa Botelho Mourão, o 4º Morgado, foi como governador para o Brasil, ali mandando fazer várias benfeitorias; mandou construir o tanque da quinta com obelisco central, encanar a água para a casa, que tinha também um quarto de banho, quase a meio da ala N.; 1765, 25 janeiro - livro do inventário dos bens móveis pertencentes às casas de Mateus, do Porto, do Moroleiro, Chaves e de Viana; 1772 - o Marquês de Pombal mandou instaurar uma devassa por no ano anterior se ter transportado "vinho do ramo" da Casa de Mateus para a Cumieira, que era área de "vinho de embarque", contrariando a proibição existente; 1793 / 1796 - o Morgado D. Luís António de Sousa Botelho Mourão vivia sozinho no palácio, desinteressado pela administração da casa; o filho deste e de D. Leonor de Portugal, D. José Maria do Carmo de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, senhor dos Morgados de Mateus, Cumieira, Sabrosa, Arroios, Moroleiros, Fontelas e Queirozes (os três últimos herdados do Marquês de Minas), estando em Copenhaga como enviado extraordinário, teve de pedir autorização para vir a Portugal, para remediar o "desarranjo" da Casa; ainda que ele vivesse grande parte da sua vida no estrangeiro, procedeu ao inventário de todos os móveis, quadros, baixelas, livros, armas e outras peças de valor no solar; riscou uma planta esquemática da casa *2, assinalando no topo E. o "jardim principal" e, ao longo da ala S., uma "zona ajardinada e quinta"; séc. 18, finais - um desenho do palácio representa a fachada principal precedida por terreiro sem vegetação, com acesso no sentido O. - E. a ser feito por um caminho, no eixo do qual se erguia o cruzeiro e que ia ter à capela; 1801, 19 novembro - Inventário de todos os "trastes" que se encontravam nas salsa do palácio; 1813 - o Morgado manda abordar o impressor Firmin Didot para imprimir 250 exemplares de Os Lusíadas e de 12 estampas; orçado em 24.000 francos, o trabalho acabaria por não se concretizar; 22 julho - Inventário dos bens e móveis existentes no palácio; 1817 - edição de Os Lusíadas de 1572 pelo Morgado de Mateus, um exemplar em dois volumes impresso em pergaminho e 10 em papel, por 51.152 francos e 40 cêntimos; o Morgado mandou depois derreter os caracteres especialmente fabricados para a impressão e proibir a reprodução das ilustrações, excepto o retrato de Camões por Gerard, o coordenador da edição; 1821, 22 julho - Inventário dos bens e móveis do palácio; 1823 - concessão do título de Conde de Vila Real a D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, filho do Morgado editor, título pela qual passariam a ser chamados os seus descendentes; 1825, 1 junho - morte de D. José Maria do Carmo, em Paris; 1843 - nascimento de D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, 3º Conde de Vila Real, filho de D. Fernando de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos (o 2º Conde) e de D. Júlia Braancamp de Almeida Castelo Branco, sua 2º mulher; 1859 - desenhos de Anselmo Braamcamp Freire mostram a primitiva casa das adegas mais pequena e no meio do pátio interior uma árvore de grande porte; séc. 19, 2ª metade - o 3º Conde de Vila Real promoveu alterações na casa da adega, prolongando para ambos os lados o seu comprimento; alterações estruturais no palácio, alterando o número, dimensão e localização dos quartos do 2º piso *3; mandou substituir os soalhos, abrir lareiras, colocar portadas e varandas em todas as janelas do andar nobre que não tinham; e mandou plantar palmeiras e japoneiras na zona do jardim; 1871 - mandou plantar o grande Cedrus Deodora; posteriormente, conseguiu, como chefe local do Partido Progressista e Governador Civil de Vila Real, que a freguesia de Mateus fosse incluída na Região Demarcada do Douro; mandou proceder à deslocação do caminho público fronteiro ao palácio para o traçado a que hoje corresponde sensivelmente o da estrada nacional, deixando amplo espaço disponível; possivelmente, foi ele também que mandou apear o frontão que encimava a zona da entrada a E., que posteriormente foi colocado a rematar o terraço de jardim de arabescos de buxo raso; 1900 - casamento de D. Maria Teresa de Souto Botelho e Melo, filha de D. José Luís e irmã do 4º Conde de Vila Real, com Fernando de Almeida Cardoso de Albuquerque, 2º Conde de Mangualde; seu filho, D. Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque (1909 - 1973), 6º Conde de Vila Real, 5º Conde de Melo e 3º de Mangualde, acabou por herdar a quinta de Mateus; 1930, depois - a Condessa de Mangualde mandou plantar o jardim a E., com desenho do arquitecto paisagista Gomes de Amorim; 1933 / 1946, entre - reformada dos jardins pelo Conde de Mangualde; 1948 - o conde de Mangualde procedeu à construção de anexos à capela, obras embargadas pela Direcção Geral da Fazenda Pública; plantou o túnel de cedros sobre a escadaria E. que conduz aos terraços de cota inferior, mandou construir os três tanques do lado esquerdo, com desenho de António Lino e reformula os jardins de buxo, a S., com desenho de Paulo Bensliman; 1950, década - novas instalações da livraria com aproveitamento de elementos de talha dos tectos dos primitivos quartos da ala N.; reafectação de espaços e criação do museu da Casa; 1960 - o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles elaborou um primeiro projecto para a quinta, traçando um pequeno lago num terreiro ajardinado fronteiro ao palácio; posteriormente, procedeu à sua alteração, projectando o grande lago, enquadrado por árvores de grande porte, algumas pré existentes e outras mandadas plantar, de modo a arborizar também as zonas subsequentes ao portão da quinta; 1962 / 1963 - construção do portal principal de acesso à quinta, junto à povoação; 1963 - conclusão da construção do grande lago; 1965, 15 agosto - transladação dos restos mortais de D. José Maria do Carmo de Père Lachaise para Mateus; 1970 - rol dos bens móveis; instituição da Fundação da Casa de Mateus, com o objectivo de preservar a casa, estudar o seu arquivo e promover actividades culturais, científicas e pedagógicas; 1972 - construção da casa do porteiro pela Fundação de Mateus; 1978 - ciclo de colóquios promovidos pela Fundação "Cultura em debate"; 1981 - colocação de escultura de José Cutileiro no ângulo do espelho de água; 1990 - inauguração do órgão com um concerto por Gustav Leonhardt; 1991 - assinatura de um protocolo por três anos com a S.E.C. abrangendo obras de conservação e instalação de um alarme, Prémio D. Dinis, Seminários de Tradução Colectiva de Poesia Viva e outras actividades culturais na área da música e das artes plásticas; 1993 - Inauguração da Orquestra do Norte com a presença da Secretaria de Estado da Cultura que entregou o protocolo para 1993; renegociação com a S.E.C. do protocolo para 1994, 1995 e 1996, abrangendo apoios para a actividade cultural e as verbas necessárias para em 1994 e 1995 assegurarem as obras de conservação e restauro do lagar de azeite e destilaria; entrega do prémio D. Dinis; 2001, Setembro - início do tratamento e digitalização do arquivo; 2002, março - início do tratamento e digitalização da Biblioteca. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Paredes em alvenaria de pedra, de duplo pano, com o espaço interior, o miolo, preenchido com saibro; reboco exterior e interior; elementos estruturais, frisos, pilastras, cornijas, molduras dos vãos, escadarias exteriores e outros em cantaria de granito; pavimentos em soalho de madeira de pinho e em lajeado de granito; tectos interiores em madeira de castanho; caixilharias exteriores de madeira pintada com portadas interiores em madeira de castanho encerada; vidros simples; revestimento em azulejos policromos; retábulos de talha dourada e policroma; tecto em caixotões pintados; cobertura em estrutura de madeira e revestida a telha. |
Bibliografia
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ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1988; AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1988; AZEVEDO, Correia de, Brasões e Casas Brasonadas do Douro, Lamego, 1974; BINNEY, Marcus, Casas Nobres de Portugal, Lisboa, 1987; BURY, John, Late Baroque and Rococo in North Portugal, in Journal of the Society of Architectural Historians, Charlotteville, Virgínia, 1956; CARITA, Helder, HOMEM CARDOSO, António, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal ou da originalidade e desaires desta arte, 1990, p. 251, 252, 257, 258, 260, 264, 270 - 274; DGEMN, Palácio de Mateus. Vila Real. Obras de reforço e de consolidação estrutural 2001 / 2002, s.l., s.d.; GUERRA, Luís de Bivar, O Brasão dos Morgados de Mateus, separata da revista Armas e Troféus, tomo IV, nº 1, 2ª Série, Braga, 1963; Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Palácio de Mateus em Vila Real. Análise de Anomalias e Contribuição para um estudo de conservação e consolidação, Lisboa, (DGEMN), 1996; MATOS, Armando de, A Casa de Mateus, Vila Nova de Gaia, 1930; MOURA, Vasco Graça, SAPIEHA, Nicolas, Figuras em Mateus, s.l., 2002; SMITH, Robert C., Nicolau Nasoni, Arquitecto do Porto, Lisboa, 1966 / 1967. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DSID; Fundação da Casa de Mateus; Arquivo Pessoal Gonçalo Ribeiro Telles |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DSID, FG; Fundação da Casa de Mateus |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DSID; Fundação da Casa de Mateus |
Intervenção Realizada
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Câmara Municipal de Vila Real: 1949 - Demolição de um alpendre e galinheiro junto à torre e sacristia da capela; 1950, década - restauro de zonas degradadas; recuperação de móveis; DGEMN: 1956 - trabalhos para defesa contra o ataque da formiga branca no palácio; 1957 - verificação dos madeiramentos da armação do telhado, atacados pelo caruncho; 1961 - estudo da ligação da zona fronteira ao palácio à EN; 1962 - levantamento topográfico; estudo para a galeria de acesso à capela; levantamento dos terrenos onde se encontra situado o palácio de Mateus; 1962 - diversas obras no solar; 1963 - pormenor do portão de ferro; estudo de alteração do portal de cantaria, com indicação do portão de ferro; 1965 - estudo para a galeria de acesso à capela; desmontagem e reposição do troço de parede que tinha originado a quebra da padieira de uma das janelas sobre o pátio de entrada; 1968 / 1969 - restauro do tecto da sacristia; impermeabilização do telhado; 1969 - projecto de localização do vigamento do salão nobre, seguindo os vestígios dos antigos encastramentos; 1972 - estudo e estimativa das obras de conservação e restauro do palácio (não realizadas); Fundação de Mateus: pavimentação do terreiro nordeste da casa; DGEMN: revisão da instalação eléctrica; mudança do portão sobre a entrada; construção da casa do porteiro; 1973 - vistoria da instalação eléctrica do palácio; 1979 - reparação dos danos causados pelo desmoronamento de parte da cornija do lado N. do corpo S. da casa; estudo da reconstrução da cobertura - 1ª fase; trabalhos de beneficiação na parede do pátio S.; 1980 - reconstrução da cobertura - 2ª fase; escoramento e consolidação de paredes; 1981 - obras de consolidação e recuperação - 3ª fase - ala N. / zona Poente; diversos trabalhos complementares; 1982 - beneficiação da instalação eléctrica na ala N.; diversos trabalhos de recuperação; beneficiação da instalação eléctrica na ala S.; 1986 - beneficiações diversas - coberturas; 1987 - beneficiação nos anexos - coberturas - 1ª fase; beneficiação nos interiores e conclusão das coberturas na capela; IPPC: beneficiações diversas: coberturas - trabalhos complementares; Fundação de Mateus: 1985 - obras de consolidação, recuperação e beneficiação na ala N., Nascente e salão nobre - trabalhos complementares; 1989 - pintura da capela e torre; 1990 - tratamento da fachada S. na ala S.; trabalhos urgentes de reparação; instalação eléctrica da ala S.; consolidação do topo poente / N. - do corpo S.; escoramento das paredes; posto de transformação; ramal de baixa tensão; pintura da capela e torre; obras no armazém e recuperação do alpendre do lado N. e da "cozinha velha"; 1991 - continuação da recuperação do armazém, conclusão da obra nos quartos novos e casa de banho dos turistas; conclusão das obras no alpendre N. e Nascente e reparação do telhado da cozinha velha; Fundação de Mateus e S.E.C.: início da instalação de um sistema de detecção e alarme para fogo e roubo; Fundação de Mateus: instalação de sistema de rega automática nos jardins; 1992 - obra de recuperação do telhado na parte N. e inauguração para alpendres fechados as antigas coelheiras e galinheiros e início da instalação dos actuais escritórios; Fundação de Mateus e S.E.C.: instalação do sistema de alarme para fogo e roubo; 1993 - reboco e pintura do armazém, galeria interior e instalação eléctrica; continuação das obras nas casas de banho dos visitantes e nos quartos novos; consolidação do tecto da sala do Museu, remodelação dos actuais escritórios e conclusão da instalação do sistema de detecção e alarme de fogo e roubo; conclusão do sistema de rega automática do jardim e espaços circundantes da Casa, restauro do portão de entrada junto ao armazém e pintura das janelas de toda a Casa; continuação das obras de recuperação da cozinha velha, recuperação de todos os tanques que envolvem a Casa, abertura de um novo poço, aquisição de mobiliário dos quartos e salas dos convidados e projecto de adaptação do lagar de azeite e destilaria a residência de artistas; 1994 - conclusão do sistema de detecção de incêndio e alarme e início da recuperação do lagar de azeite; DGEMN: 2000, Agosto - depois de analisada a degradação estrutural, com deformações visíveis, como o desalinhamento de paredes e fendilhação, procedeu-se à realização de um estudo pela empresa OZ, para definição de soluções de reforço e consolidação estrutural do imóvel; obras de tratamento das vigas de suporte do sobrado da sala da ala N., junto à varanda exterior; 2001 / 2002 - reforço estrutural, com colocação de pregagens aderentes para ligação dos dois panos da parede; reforço do salão nobre; substituição do reboco nas fachadas sujeitas a esforços importantes de flexão, perpendiculares ao seu plano, por reboco armado; revisão das coberturas: limpeza e remoção de plantas e musgos, correcção de telhas deslocadas e partidas, tratamento de rufos e caleiras; substituição integral da cobertura do salão nobre; pintura das fachadas exteriores e pináculos sobre a cobertura; tratamento das superfícies de granito; tratamento das juntas e refechamento das mesmas; Proprietário: 2003 - início do restauro das colecções museológicas e beneficiação dos espaços expositivos da Fundação. |
Observações
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*1 - Este brasão foi retirado da casa da R. da Fonte do Chão, actual Marechal Teixeira Rebelo, nº 33, em Vila Real, onde viveram os Morgados de Mateus (anteriores ao morgado de D. Luís António de Sousa Botelho Mourão). *2 - Pela planta da casa traçada em finais do séc. 18, por D. José Maria do Carmo, sabe-se que o cartório ficava no andar nobre, na sala contígua à que servia para jantar, a que se seguia a sala grande no ângulo da fachada E. com a fachada S.; na outra ala, no ângulo daquela com a fachada N., ficava o salão de passagem para a tribuna da capela; os quartos ficavam na ala N., dos dois lados do respectivo corredor central, e E., abrindo uns para os outros, sendo dependências muito pequenas e estreitas. O piso térreo era destinado apenas às instalações de serviços, tulhas, arrecadações, cavalariças, celeiros (ala S.) adegas (ala N.) e outras dependências; a meio da ala S. ficavam os quartos dos criados, imediatamente antes da cozinha; o pátio interior destinava-se à circulação de pessoal. *3 - O 3º Conde de Vila Real procedeu a alterações interiores, nomeadamente a reforma dos quartos, deixando na ala N. apenas os quartos que davam para o pátio e o corredor de acesso foi deslocado para junto às janelas do lado oposto, virado à casa da adega; na ala E. criou-se um corredor de acesso aos quartos, o actual, mantendo os quartos apenas da ala virada ao jardim; mandou colocar vidraças nas dependências que as não tinham, nas duas alas do salão nobre para O.. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1994 / Paula Noé 2006 |
Actualização
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