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Espaço verde Jardim Jardim Romântico
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Descrição
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O Jardim, francamente aberto para o exterior, encontra-se dividido em duas parcelas por um eixo viário que permite a ligação entre a Al. de S. António dos Capuchos e o Lg. do Mitelo, traçado correspondente ao anterior eixo transversal da composição, esse eixo é reforçado por um alinhamento de plátanos, no troço em que intercepta o jardim. A parcela N., de forma triangular, cuja base assenta no referido eixo, é formada por plataformas desniveladas onde se inscrevem os diferentes equipamentos recreativos e desportivos, tais como polidesportivo e parque infantil. Os canteiros, de localização periférica, são definidos por sebes talhadas. O estrato arbóreo é de pequenas dimensões e localizado, essencialmente no topo N. desta parcela. Na parcela S. uma plataforma ajardinada, trapezoidal e sensivelmente de nível, de maiores dimensões relativamente á anterior é suportada a E. por um muro que constitui um miradouro. Apresenta estrutura orgânica, e é percorrida por um sistema de caminhos que permite circular em toda a sua periferia e aceder facilmente ao seu interior. Um circuito fechado, de forma elíptica, constitui o corpo central da composição desta parcela, à qual se adossam talhões relvados irregulares, definidos pela rede de caminhos. Nestes talhões, em regra, delimitados por estruturas metálicas e / ou por sebes talhadas, surgem agrupamentos de herbáceas, mais raramente são pontuados por arbustos; é de salientar a existência de um lago, nos talhões que definem a S. e a N., o circuito central. O estrato arbóreo, bastante variado, resulta em diferentes portes e arquitecturas das copas, e abre-se pontualmente em clareiras que iluminam os relvados. Para além do conjunto de equipamento de recreio passivo (esplanada e mesas) e apoio á manutenção do jardim localizado na área central é de referir a pontuação do sistema de caminhos por bancos. No topo N. desta plataforma, ao nível do eixo viário, encontra-se um busto de homenagem a Garcilaso de La Vega (1539-1616), mandado erigir pela Câmara Municipal de Lisboa. A S. desta plataforma surge uma praceta delimitada a S. pelo edifício da Faculdade Ciências Médicas de Lisboa, e centrada por uma estátua em memória do Dr. Sousa Martins e um conjunto de lápides comemorativas, em que a organização da circulação viária é definida por dois triângulos relvados, separadores de trânsito. Toda a periferia do jardim, está afecta a estacionamento, concentrando-se a S., na referida praceta. Dada a localização do jardim, numa plataforma fisiograficamente privilegiada, é possível desfrutar de vistas sobre a Colina do Castelo de S. Jorge. |
Acessos
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Campo dos Mártires da Pátria; Rua Braancamp Freire; Rua da Alameda. |
Protecção
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Incluído na classificação do Campo dos Mártires da Pátria (v. IPA.00005967) |
Enquadramento
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Urbano. Isolado. Em plataforma de nível, na cumeada do Monte de Santana |
Descrição Complementar
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Chamou-se primitivamente Campo do Curral, por aí se fazerem as matanças do gado para o abastecimento da cidade. Já no séc. XVI tinha esse destino. Passou depois a denominar-se Campo de Santana, pela ermida dessa invocação que ali se levantava. O seu actual nome procedeu da execução que aí se fez dos presumidos autores da conspiração de 1817, contra o domínio inglês Beresford, e de que foi dado como chefe o General Gomes Freire de Andrade. No dia 18 de Outubro desse ano foram enforcados 11 dos conjurados com grande indignação do povo de Lisboa. Todos os moradores do local saíram de suas casas, depois de cerrarem completamente as janelas. Foi também aqui durante muito tempo a Praça de Touros do Campo de Santana, demolida pouco antes da do Campo Pequeno. Era toda de madeira; e além de corridas de outros realizaram-se nelas espectáculos de circo e ascensões aeronáuticas. (...) A Eeste do Campo o edifício da Escola Médica, defronte do qual se ergue a estátua de Sousa Martins. A face O. é formada por uma linha de edificações antigas, algumas de boa arquitectura. Numa delas funciona a Faculdade de Direito e noutro o Paço Arquiepiscopal, residência do Cardeal Patriarca de Lisboa. O sítio é amplo e desafogado, com lindas vistas para o castelo, Monte de S. Gens, a Graça, S. Vicente e a Penha de França, cujo alinhamento constitui a linha de cumeada dos outeiros que formam a parte este da cidade.' (Guia de Portugal, p. 260) |
Utilização Inicial
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Recreativa: jardim |
Utilização Actual
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Recreativa: jardim |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Câmara Municipal de Lisboa (Direcção Municipal de Ambiente e Espaços Verdes - Departamento de Espaços Verdes) |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ESCULTORES: Costa Mota (Tio) (1907); M Baça Rossi (1980). |
Cronologia
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1521 - fundação do Convento de Santana pelos Frades Franciscanos; séc. 18 - o Campo de Santana era designado por 'Campo do Curral'; 1817 - o jardim serve de cenário para o enforcamento dos presumíveis autores da conspiração contra o Marechal Beresford; 1835 -n neste local passa a funcionar a feira da ladra;1871 - é mandado arborizar e ajardinar; 1880 - conhecido desde esta data por Campo Mártires da Pátria em memória a Gomes Freire de Andrade e seus companheiros; 1882 - trabalhos de embelezamento; a feira da ladra é transferida para o Campo de Santa Clara; 1907 - execução da estátua de Sousa Martins, por Costa Mota, tio, executada por subscrição pública; 1928 - o estado adquire este espaço aos herdeiros do médico, Conselheiro Dr. Silva Amado, passando mais tarde para a administração local; 1984, 8 Fevereiro - a Câmara Municipal de Lisboa inaugura o assentamento de um busto em Homenagem da Nação Peruana a Portugal, a Garcilaso de La Vega, um inca, oferecido pelo Perú e modelado por M. Baça Rossi. |
Dados Técnicos
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Adaptação da topografia ao local de implantação |
Materiais
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INERTES:pavimento em asfalto. VEGETAL: pinheiro manso (Pinus pinea), cedro dos Himalaias (Cedrus deodara), ginco (Ginkgo biloba), metrosideros ( Metrosideros excelsa). |
Bibliografia
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FERREIRA, Rafael Laborde, VIEIRA, Victor Manuel Lopes, Estatuária de Lisboa, Lisboa, Amigos do Livro, Lda., 1985; PROENÇA, Raul, Guia de Portugal, 1º volume, Biblioteca Nacional de Lisboa, 1924. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; UE |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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A designação foi atribuída em homenagem ao republicano, historiador e arqueólogo Anselmo Braancamp Freire. |
Autor e Data
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Ana Aguiar 1999 |
Actualização
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João Vieira 2013 |
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