Colégio de Santo Inácio / Igreja do Colégio da Companhia de Jesus
| IPA.00008102 |
Portugal, Ilha Terceira (Açores), Angra do Heroísmo, Angra (Sé) |
|
Colégio da Companhia de Jesus construído no séc. 17, com planta retangular regular, composta por igreja no lado direito, e zona conventual e colegial adossada. A igreja é de planta retangular, com quatro tramos e três capelas intercomunicantes, transepto inscrito, capela-mor pouco profunda, seguindo o esquema típico da Ordem, filiado na casa-mãe, a Igreja do Gesù, em Roma, com sacristia adossada ao lado esquerdo. Fachada principal harmónica, com o corpo tripartido pelos vãos que a rasgam, flanqueada por torres sineiras à mesma altura, seguindo uma tendência típica das Ilhas, numa solução que a Companhia divulgou nos imóveis construídos no séc. 17, estando presente nas fachadas dos Colégios de Elvas (v. 1207010024), Santarém (v. 1416210009), Ponta Delgada (v. 2103120002), Horta (v. 2002080003) e Funchal (v. 2203080006), bem como na Casa Professa de Vila Viçosa (v. 0714050008). Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados e rematadas em friso e cornija. O portal central é envolvido por estrutura arquitetónica maneirista, composta por pilastras encimadas por pináculos, que ladeiam uma tabela retangular vertical, ladeada por aletas, formando a típica estrutura da tratadística de Vignola, solução muito utilizada em Portugal numa época tardia, na fase de implementação do barroco. A fachada principal possui inúmeras janelas de varandim ou de sacada. O interior tem coberturas diferenciadas em falsas abóbadas de berço em caixotões, sendo amplamente iluminada pelas janelas rectilíneas da fachada principal e indiretamente através das tribunas laterais. Possui coro-alto assente em duas colunas toscanas, para onde abrem porta de acesso à zona conventual, três capelas intercomunicantes, com decoração exuberante, mantendo os azulejos, pintura sobre tela, coberturas em caixotões entalhados, os retábulos de talha dourada, de corpo reto, alguns de três eixos, do estilo nacional ou maneiristas, estes em maior número, possuindo painéis centrais e remates em tabela, reproduzindo o esquema do portal, e, ainda as teias protetoras, de madeira com marchetados. A Capela de Nossa Senhora da Conceição apresenta estrutura retabular de madeira em branco. As tribunas da nave, de estrutura dupla, tm mainel central, na forma de pilar de arestas chanfradas, ornadas por palmeta junto ao capitel. Nos últimos pilares da nave, dois púlpitos confrontantes, retangulares e com guardas vazadas, com acesso pelos corredores laterais. Arco triunfal de volta perfeita, sobrepujado por tondo com as insígnias da Ordem e ladeado por retábulos relicários colaterais, encimados por tribunas, estruturas que se repetem na capela-mor. Nos topos do transepto, pequenos retábulos de talha, encimados por janelões rectangulares, que permitem a iluminação do espaço, bem como quatro retábulos colaterais, os internos com painéis removíveis, permitindo a exposição de relíquias. Capela-mor ornada por silhar de azulejos figurativos, tendo, sobre supedâneo, retábulo-mor de talha dourada, de estilo maneirista, de planta recta, dois pisos e três eixos, rematando em tímpano com tondo, seguindo a estrutura do retábulo-mor da Igreja de São Roque, em Lisboa (v. 1106150012), contendo trono expositivo e sacrário em forma de templete. A igreja encontrava-se recuada relativamente ao corpo colegial, solução rara nos colégios da Companhia, tendo bastante saliente o Pátio dos Estudos, destruído para a construção do largo, de que subsistem seis arcadas de volta perfeita, pertencentes ao piso inferior do claustro primitivo. A zona conventual tem acesso pela portaria, organizada em torno de pátio de dois pisos, com janelas de peitoril no inferior e de varandim no superior, tendo as zonas dos corredores marcadas exteriormente por remates em frontão triangular. |
|
Número IPA Antigo: PT071901160008 |
|
Registo visualizado 2798 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Educativo Colégio religioso Colégio religioso Companhia de Jesus - Jesuítas
|
Descrição
|
Planta rectangular irregular, composta por igreja de planta longitudinal, capelas intercomunicantes, transepto inscrito e capela-mor mais estreita, surgindo o colégio adossado ao lado esquerdo, organizado em torno de um claustro central, de volumes articulados, com coberturas diferenciadas de duas, três e quatro águas, sobre a antiga portaria. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, flanqueadas por cunhais de cantaria pintada de amarelo e remates em friso e cornija, pintados da mesma cor; todas as modinaturas são em cantaria, pintadas com a mesma tonalidade. IGREJA com fachada principal simétrica, tendo corpo central flanqueado por sineiras a igual altura, rematando o conjunto em pináculos e platibanda vazada, interrompida por acrotérios; o corpo central evolui em dois registos, divididos por friso e cornija, o inferior tripartido pela disposição dos três andares de vãos, correspondendo, no inferior, a três portas de verga recta, a central de maiores dimensões, com moldura recortada, flanqueada por pilastras toscanas sobre altos plintos paralelepipédicos, firmados por pináculos sobre o entablamento do remate; é encimado por janela de varandim, com guarda metálica, flanqueada por pilastras rematadas por pináculos, sobre entablamento, sendo sobrepujado por óculo circular; as portas laterais, com molduras de cantaria saliente, rematam em frontão semicircular e são encimadas por janela de sacada com guarda metálica, rematadas por cornija, de onde arranca uma segunda janela jacente. O segundo registo possui três janelas rectilíneas, a central flanqueada por pilastras e rematada em frontão triangular, tendo, sobre as laterais, frontão semicircular. As torres dividem-se em três registos por friso e cornija, o inferior rasgado por postigo gradeado, o intermédio, por janela de sacada com guarda metálica e rematada em cornija, de onde arranca uma pequena janela em arco de volta perfeita; o piso superior possui sineiras de volta perfeita assente em impostas salientes, que, no lado esquerdo, se encontram transformadas em janelas. Fachada lateral direita dividida em três panos, tendo, na torre sineira, três registos, o primeiro definido pela maior espessura do muro, cego, o intermédio com janela de sacada, encimada por uma em arco de volta perfeita, repetindo o módulo da fachada principal e, superiormente, a sineira; no pano imediato, surgem três janelas rectilíneas, em capialço, de perfil jacente, marcando a iluminação da nave, surgindo, no pano seguinte, ampla janela rectilínea, também em capialço, a marcar o tramo do transepto. No corpo da capela-mor, mais estreito, surgem quatro janelas rectilíneas, sobrepostas. Fachada posterior em empena, envolvida por corpo mais baixo, rasgado por vários vãos rectilíneos. INTERIOR com dois tramos definidos por três ordens de pilastras toscanas, o primeiro correspondente ao coro-alto e o segundo, de dois registos marcados por friso e cornija, seccionado por três capelas intercomunicantes, encimadas por tribunas rectilíneas, duplas, com mainel em forma de pilar oitavado e capitéis de inspiração jónica, com guardas de madeira balaustrada. Cobertura em falsa abóbada de berço, em caixotões de talha com molduras e rosetões centrais, com tirantes metálicos e assente em cornija. Coro-alto assente em duas colunas toscanas, sobre plintos paralelepipédicos, com guarda de madeira torneada, onde surge órgão de tubos. As capelas têm acesso por arco de volta perfeita assente em pilastras toscanas, possuindo teia de protecção, em madeira, com coberturas em falsas abóbadas de berço e retábulos de talha dourada; são dedicadas, no lado do Evangelho, ao Santo Cristo, São Francisco Xavier e Santa Teresa de Jesus, surgindo, no lado da Epístola, as de Nossa Senhora da Conceição, Nosso Senhor dos Passos e Santo André. No último pilar da nave, surgem dois púlpitos confrontantes, quadrangulares, assentes em mísulas de cantaria, com guardas plenas, de talha dourada, e baldaquino simples; o acesso processa-se por porta de verga recta, a partir de escadaria, através do pilar, no lado da Epístola, a partir do corredor lateral, no lado do Evangelho. Os braços do transepto possuem cobertura em falsa abóbada de caixotões, decorados com pequenas rosetas, surgindo, no lado do Evangelho, porta de acesso à sacristia e zona conventual, de verga recta e moldura recortada, encimada por janela rectilínea entaipada e, no lado oposto retábulo dedicado à Virgem. Para os braços abrem dois dos quatro retábulos colaterais, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora da Consolação (Evangelho), surgindo, no oposto, o Crucificado e São Pedro e São Paulo. Os que abrem para o transepto possuem arcos de volta perfeita de maiores dimensões, sendo os outros dois encimados pelas janelas de tribunas, por seu turno sobrepujados por duas telas pintadas. O conjunto ladeia o arco triunfal, de volta perfeita assente em pilastras toscanas, de sustentam entablamento, sobre o qual se forma um falso tímpano com tondo, a enquadrar as iniciais "IHS". Capela com cobertura em falsa abóbada de berço, de 25 caixotões, assente em friso e cornija; as paredes laterais encontram-se revestidas com silhar de azulejos, monocromos, azul sobre fundo branco, representando cenas pastoris com fundos de paisagem, surgindo, superiormente, tribunas rectilíneas e telas pintadas; confrontantes, duas portas de verga recta. Na parede testeira, sobre supedâneo, retábulo-mor de talha dourada, de planta recta, dois andares, marcados por entablamento, com friso de acantos e querubins, e três eixos definidos por colunas de fuste liso e capitéis coríntios; ao centro, ocupando toda a altura, a tribuna em arco de volta perfeita, na base da qual surge o sacrário embutido; nos eixos laterais, dois nichos sobrepostos, de volta perfeita e coberturas em semi-cúpulas concheadas; remate em frontão semicircular, contendo tondo, envolvido por decoração fitomórfica. Na sala do lavabo da sacristia, surgem azulejos de albarradas, misturados com azulejos de produção holandesa. COLÉGIO com fachada principal marcada pelo corpo da antiga portaria, avançado relativamente à igreja, de dois pisos, o inferior rasgado por porta em arco de volta perfeita, com moldura de cantaria, flanqueada por dois pilares rematados por pináculos; no piso superior, duas janelas rectilíneas, de varandim e com guarda metálica, encimadas por frontão triangular. A face esquerda da portaria, possui duas portas de verga recta no piso superior e duas janelas semelhantes às anteriores. O corpo prolonga-se por muro, que envolve um pequeno pátio, o Antigo Pátio dos Estudos, com acesso por amplo portal rectilíneo na fachada lateral esquerda; para o pátio abre o corpo de maiores dimensões, de dois pisos, o inferior marcado por seis arcos de volta perfeita e janelas rectilíneas; no piso superior, sete janelas de peitoril, rectilíneas, três janelas de varandim e outras tantas de sacada, com guardas metálicas. No lado esquerdo, água furtada com janela rectilínea e remate em frontão triangular, marcando o corredor do colégio. Fachada lateral esquerda com dois pisos, rasgado regularmente por janelas rectilíneas. INTERIOR com claustro de dois pisos e fonte central, em cantaria, tendo, numa das alas, cinco arcos de volta perfeita assentes em pilares, encimados por janelas de varandim rectilíneas; as restantes alas possuem janelas e portas no piso inferior, encimadas por janelas semelhantes às anteriores; uma das portas possui janela rematada por cornija contracurvada. As alas desenvolvem-se a partir de corredores centrais, para onde abriam os antigos cubículos, com portas de verga recta. |
Acessos
|
Angra (Sé), Largo Prior do Crato |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 735/74, DG, 1.ª série, n.º 297 de 21 dezembro 1974 / Incluído na Zona Central da Cidade de Angra do Heroismo (v. PT071901160035) |
Enquadramento
|
Urbano, isolado, no ângulo de uma das principais praças da cidade, estando situado em cota elevada relativamente à via pública, com acesso por ampla escadaria; no lado direito confina com a via pública, em acentuado declive, surgindo, sob a escadaria, uma fonte com acesso por dois arcos geminados. |
Descrição Complementar
|
CAPELA de Santo Cristo possui silhar de azulejo de padrão azul, com 14 de altura, fruto de um reaproveitamento, possui retábulo de planta recta e um eixo definido por quatro colunas torsas e duas pilastras assentes em consolas, que se prolongam em três arquivoltas unidas no sentido do raio e formando o ático; ao centro, nicho de volta perfeita com fundo de paisagem, pintado, enquadrando a imagem do orago; altar paralelepipédico, encimado por nicho rectilíneo envidraçado. CAPELA de São Francisco Xavier com cobertura em caixotões ornados por rosetões de estuquem possuindo rodapé de azulejo de padrão azul, consistindo num reaproveitamento e semelhantes aos da capela anterior; possui retábulo de talha dourada, de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas coríntias, tendo o terço inferior ornado por motivos vegetalistas, assentes em plintos paralelepipédicos com as faces decoradas por acantos; ao centro, nicho em arco de volta perfeita, tendo a boca decorada por moldura rendilhada, flanqueado por pilastras sobre plintos cúbicos que sustentam frontão interrompido por remate em forma de falsa semicúpula; os eixos laterais são decorados por motivos fitomórficos; remate em friso de acantos entrelaçados e querubins, sobrepujado por tabela rectangular vertical, flanqueada por quarteirões e apainelados em quarto de círculo, adaptando-se ao perfil curvo da cobertura, ornados por elementos vegetalistas; altar paralelepipédico. CAPELA de Santa Teresa de Jesus com retábulo de planta recta e três eixos definidos por colunas espiraladas e terço inferior marcado por decoração de grotesco, tendo, ao centro, nicho em arco de volta perfeita assente em pilastras e seguintes ornados por motivos fitomórficos, com cobertura em semicúpula concheada; nos eixos laterais, duas ordens de nichos semelhantes, sobre apainelado vegetalista; remate em friso de querubins e cornija, encimado por tabela rectangular vertical, flanqueada por quarteirões e apainelados vegetalistas, em semicírculo, adaptando-se ao perfil da cobertura; altar paralelepipédico. CAPELA de Nossa Senhora da Conceição possui retábulo de madeira em branco, de planta recta e um eixo definido por quatro colunas torsas, envolvidas por espira, assentes em consolas e que se prolongam em quatro arquivoltas, duas torsas, que centram tímpano com decoração vegetalista; ao centro, nicho em arco de volta perfeita, flanqueado por colunas semelhantes às anteriores, mas de menores dimensões, rodeado por molduras de acantos e sobrepujado por coroa sustentada por anjos; altar paralelepipédico. CAPELA do Senhor dos Passos encontra-se totalmente revestida a talha dourada, tendo cobertura em caixotões, com silhares de azulejo de padrão policromos, do tipo camélia, possuindo retábulo de talha dourada, de planta recta e três eixos definidos por colunas espiraladas, com o terço inferior ornado por grotescos, sustentadas por plintos paralelepipédicos com as faces decoradas por acantos, tendo, no eixo central, painel hexagonal, representando um Calvário; nos eixos laterais, apainelados de acantos e querubins, com banco ornado por motivos vegetalistas e altar paralelepipédico, apresentando atlantes nos ângulos; remate em tabela rectangular vertical, flanqueada por quarteirões e aletas. A CAPELA de Santo André possui silhar de azulejos a representar cenas de caçadas, tendo retábulo de talha dourada, de planta recta e um eixo definido por quatro colunas espiraladas, com o terço inferior ornado por grotescos, assentes em plintos paralelepipédicos, com as faces decoradas por motivos fitomórficos, tendo, ao centro, enorme tela rectangular, enquadrada por moldura dourada, representando o orago, na base do qual surge nicho de volta perfeita; remate em tabela rectangular vertical, flanqueada por quarteirões e por painéis de acantos, curvilíneos, adaptando-se à estrutura da cobertura; altar paralelepipédico. CAPELA do topo do transepto de talha dourada, de planta recta e um eixo definido por quatro colunas torsas ornadas por pâmpanos e sustentadas por consolas, e por duas pilastras decoradas por acantos e assentes em plintos paralelepipédicos, que se prolongam em três arquivoltas unidas no sentido do raio, formando o ático; ao centro, nicho de volta perfeita, encimado por sanefa curva, na base da qual surge uma urna envidraçada, assente no altar paralelepipédico. O conjunto encontra-se integrado em nicho de volta perfeita com pilastras e moldura revestidas a talha dourada. Retábulo colateral do Evangelho é de planta recta com dois eixos de apainelados de acantos, que se abrem constituindo nichos para os relicários, que centram a imagem do orago e são encimados por frontão semicircular, também ornado por acantos; o retábulo oposto é semelhante, com três eixos, tendo oito painéis, que centram nicho rectilíneo, flanqueado por estípides e encimado por cornija curva. Ambos têm altares em forma de urna, ornada por elementos fitomórficos. Ao lado, o segundo retábulo colateral, dedicado a Nossa Senhora da Consolação, de planta recta e três eixos definidos por colunas espiraladas e o terço inferior ornado por grotesco, assentes em plintos paralelepipédicos, tendo, ao centro, nicho de volta perfeita com cobertura em semicúpula concheada, encimado e sobrepujado por apainelados de acantos, na base do qual surge sacrário embutido; nos eixos laterais, duas ordens de nichos semelhantes ao central, sendo o remate em entablamento e tabela rectangular vertical flanqueada por quarteirões e aletas de acantos; altar paralelepipédico. O retábulo do lado oposto, é semelhante, tendo, apenas, uma ordem de nichos nos eixos laterais. |
Utilização Inicial
|
Educativa: colégio religioso |
Utilização Actual
|
Religiosa: Igreja / Política e administrativa: delegação regional |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica (Diocese de Angra) / Pública: Regional |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITECTO: Francisco Dias (atr., 1575). CARPINTEIRO: António Fernandes (1765). MESTRE de OBRAS: Bento Tinoco (1631). Organeiro: António Xavier Machado e Cerveira. SERRALHEIROS: António Mendes (1765); Pedro José (1765). |
Cronologia
|
1568 - D. Sebastião acalentava a ideia de fundar um Colégio nas Ilhas; 1570, Março - o Provincial Leão Henriques envia 11 religiosos para a Ilha Terceira; 1 Junho - chegada do grupo a Angra do Heroísmo, ficando instalados em aposentos da Santa Casa da Misericórdia, numa casa na Rua de Jesus; 1572 - D. Sebastião doa 600$000 anuais para a manutenção do Colégio; 1575 - João da Silva do Canto fez uma doação de casas, para instalação do Colégio, as quais tinham capela anexa: 5 Agosto - deslocação do mestre Francisco Dias, para fazer a traça do Colégio; 1608 - os jesuítas habitam as novas casas; 1617, 29 Janeiro - instituição da Capela de São Domingos por Francisco Coelho Ramalho, para o que deixou um móio de trigo anual, sendo capela vinculada; 1631 - Bento Tinoco dirige as obras; 1638, 26 Março - lançamento da primeira pedra do Colégio, agora junto ao chafariz da Praça; 7 Agosto - fundação da Capela de Santa Teresa por D. Alonso Cibron e a mulher, Ana Ferreira, que doaram 11 móios e 50 alqueires de trigo anuais, para a feitura de paramentos semelhantes aos da capela-mor e para 3 missas anuais; deixavam, ainda, azeite para se manter uma lâmpada sempre acesa; 1645, 24 Julho - instituição da Capela de Nossa Senhora da Consolação por testamento de Inês de Andrade, que deixou várias casas sobradadas para a manutenção da capela; 1651, 17 Junho - inauguração da igreja; 1660 - data de azulejos da Capela do Forte de Pau de Bandeira, em Lagos, semelhantes à padronagem da Capela de Nossa Senhora da Pureza, que terão sido feitos em época aproximada; 1683 - inauguração do Pátio dos Estudos; os Colégios de Ponta Delgada e Horta dependiam da supervisão do Colégio de Angra; 1740 - provável execução dos azulejos da Capela de Santo André e da capela-mor; 4 Março - fundação da Capela de Nossa Senhora da Boa Morte pelos Padres, aproveitando bens enviados do Brasil por Antão Gonçalves de Medeiros para a construção de uma Capela dedicada a Nossa Senhora do Ó, no Posto Santo, sendo comutada a invocação e localização a 6 Junho de 1639; 1743 - 1755 - doação de 5 legados por pessoas distintas à Capela de Nossa Senhora da Pureza, com Confraria; 1758, 31 Dezembro - o Padre José de Vasconcelos, protector da Confraria de Nossa Senhora da Pureza, comprou uma vinha ao Capitão Francisco Borges Leal por 122$000; 1759, 23 Junho - alvará extinguindo as classes e as escolas jesuíticas; 1765, 1 Agosto - inventário dos bens do Colégio *1; pagamento de 5$500 ao mestre serralheiro António Mendes pela ferragem da arca das três chaves, onde se arrecadaram os bens confiscados, tendo sido a arca feita pelo carpinteiro António Fernandes, por 4$400; o serralheiro Pedro José fez duas fechaduras e sete chaves para o Colégio; pagamento de 1$880 ao ourives Mateus António de Andrade, por pesar a prata; a sacristia tinha de renda os frutos de 3 casas e vários móios de trigo; o Colégio possuía bens nas Ilhas de São Miguel e Graciosa, bem como na Terceira, num total de 104 bens, entre propriedades rústicas e prédios; 1766 - carta régia destinando a zona do colégio a residência dos Capitães - Generais; 1798 - execução do órgão por António Xavier Machado e Cerveira, o seu n.º 56; 1829 - 1831 - foi último capitão -general da ilha o Conde de Vila Flor; séc. 19, início - durante a Revolução Liberal, o futuro rei D- Pedro IV residiu no local; 1881 - transferência do posto meteorológico para a igreja do Colégio; 1901 - integração do posto meteorológico no Serviço Meteorológico dos Açores, como observatório Meteorológico, continuando a funcionar no mesmo local; durante a visita régia aos Açores, ficando os reis D. Carlos e D. Amélia alojados no local; 1910, após - tornou-se a sede do Governo Geral e residência do governador; 1940 - demolição do Pátio dos Estudos, dando lugar ao Largo do Colégio; nesta década, recuou-se o retábulo do Senhor dos Passos, descobrindo-se a primitiva decoração da capela e da estrutura retabular; 1941 - transferência do posto meteorológico; 1950 - encontram-se instalados nas dependências do colégio, o Governo Civil, a Direcção de Finanças e o Comando Militar de Angra do Heroísmo; 1951, Fevereiro - vários tremores de terra causam danos na igreja, nomeadamente a destruição da balaustrada da fachada principal, diversas fendas na referida fachada, alvenaria desagregada, duas vergas de cantaria partidas, uma delas do portal, diversas cantarias destruídas, fachadas laterais e da capela-mor e sacristia com diversas fendas, fendas no arco triunfal e torres sineiras e diversos estragos nos telhados; 1980, 1 Janeiro - sismo provoca fracturação dos troços do coroamento das torres, com derrocada parcial do gradeamento de pedra, cuja alvenaria foi fortemente deslocada; fracturas nas abóbadas do transepto, devido à tendência da cabeceira da nave se separar do seu corpo; fracturas nas abóbadas das capelas laterais adjacentes às torres, devido à tendência destas se separarem do corpo da nave; fendilhação e deslocamento de aduelas de arcos, entablamentos, de vergas de portas, janelas e outros; séc. 20, década de 80 - a zona do antigo colégio foi remodelada para acolher a Secretaria Regional de Educação e Cultura; 2004, 09 setembro - publicação da Resolução do Conselho do Governo n.º 126/2004, referindo consumir a classificação anterior do imóvel por inclusão na Zona Central da Cidade de Angra do Heroismo, em JORAA , 1.ª série, n.º 15. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Estrutura em alvenaria de tijolo e pedra; pilastras, modinaturas, cruzes, pináculos, cornijas, colunas, arcadas em cantaria de granito; coberturas, pavimentos, guardas, teias, retábulos, arcaz de madeira; pavimentos em lajeado de granito; coberturas em telha; janelas com vidro simples; tirantes e guardas das janelas em ferro. |
Bibliografia
|
AFONSO, João - «A Igreja do Colégio de Angra no conjunto dos templos insulares da Companhia de Jesus (esboço de um estudo comparativo)». In Atlântida. vol. X, n.º 1, Janeiro - Fevereiro 1966, pp. 55-60; «Averiguação de todos os bens livres que pertenceram aos regulares da Companhia de Jesus na Ilha Terceira». In Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira. Angra do Heroísmo, vol. LVI, 1998, pp. 23-88; DIAS, Francisco Coelho Maduro - «Impressões sobre a pintura existente na Igreja do Colégio de Angra do Heroísmo». In Atlântida. vol. IX, n.º 6, Novembro - Dezembro 1965, pp. 230-235; Documentos para a História da Arte em Portugal. Lisboa: 1975, vol. 13, pp. 47-57; JÚNIOR, Domingos A. Vaz, «Restauro e reestruturação (anti-sísmica) na recuperação de edifícios históricos na Região Autónoma dos Açores. In 10 Anos após o sismo dos Açores de 1 de Janeiro de 1980. isboa, Carlos Guedes Oliveira, Arcindo R. A. Lucas e J. H. Correia Guedes, 1992, vol. 2, pp. 563-606; SIMÕES, J.M. dos Santos - Azulejaria Portuguesa nos Açores e na Madeira. Lisboa: 1963; SOUSA, Nestor de - A arquitectura religiosa de Ponta Delgada nos séculos XVI a XVIII. Ponta Delgada: 1986; VALENÇA, Manuel - A Arte Organística em Portugal. Braga, 1990, vol. II. |
Documentação Gráfica
|
DGEMN:DREML |
Documentação Fotográfica
|
DGEMN:DREML, SIPA |
Documentação Administrativa
|
DGEMN:DSID, DGEMN:DSARH; ATC: Cartório da Junta da Inconfidência - Companhia de Jesus (Colégio de Santo Inácio - Ilha Terceira), mç. 68, n.º 241); AHU (caixa 5, doc. n.º 23) |
Intervenção Realizada
|
Proprietário: Proprietário: 1980, década - obras de remodelação da zona do colégio, com consolidação da estrutura, abalada após o terramoto; idealização de um sistema estrutural tridimensional e sua introdução nas estruturas existentes, compreendendo: montantes, lajes em betão armado, lajes de cobertura nas alas laterais do corpo da nave, em betão armado pré-esforçado, assim como arcos e contraventamentos de perfilados metálicos na cobertura da nave; tratamento de rebocos e pinturas; conservação de coberturas; pintura e tratamento de caixilhos e colocação de vidros em falta; abertura das arcadas do antigo pátio dos estudos, então entaipadas. |
Observações
|
*1 - no Inventário, refere-se a existência de 18 cubículos, havendo no corredor do dormitório que deita para as Aulas, cinco painéis pintados, grandes, e um sexto a representar Santo Inácio de Loyola, bem como um relógio grande, flanqueado por mais dois painéis grandes; a capela-mor tinha quatro imagens grandes, de Santo Inácio, São Francisco de Borja, São Francisco Xavier e São Estanislau, com resplendores de prata, surgindo, ainda, um Crucificado de marfim e cruz de madeira e prata; assinalava-se, ainda, a imagem de Nossa Senhora do Pilar e 4 santos da Ordem, nos nichos do sacrário; na banqueta, 6 castiçais de prata e uma custódia com pedras falsas e vidro; no altar de Nossa Senhora do Socorro, referido como "O Nicho", com uma imagem do orago em jaspe e coroa de prata, um Crucificado e uma relíquia metida num pequeno nicho, surgindo, ainda, 7 nichos com várias relíquias; no altar do Senhor Santo Cristo, uma imagem grande do Crucificado com resplendor de prata, surgindo 2 castiçais do mesmo material e 6 nichos com relíquias; na Capela de Nossa Senhora da Anunciada e da Boa Morte, a imagem de Nossa Senhora da Anunciada, 2 castiçais de prata, a imagem jacente da Senhora da Boa Morte, colocada num túmulo protegido por vidraça; na Capela de Nossa Senhora da Consolação, a imagem da Virgem, com coroa de prata e o Menino nos braços, surgindo duas imagens, também da Virgem, e duas santas, todas com resplendores de prata; era iluminada por uma lâmpada de prata; na Capela de São Paulo, a imagem do Santo com resplendor e espada de prata, flanqueado pela de Santa Teresa e São Francisco Xavier, surgindo, ainda, um Crucificado; na Capela de Santa Teresa, a imagem do orago com resplendor e pena de prata, ladeada por quatro santos, um deles São José, com vara e açucena de prata; na Capela de São Francisco Xavier, imagem do santo e um Crucificado; na Capela do Senhor Jesus da Agonia, o Crucificado e a imagem de São Francisco de Regis, surgindo, ainda, uma estante de jacarandá com embutidos de marfim; na Capela de São Domingos, a imagem do Santo, um Crucificado e uma estante semelhante à anterior; na Capela de Nossa Senhora da Pureza, uma imagem com coroa de prata cravada de pedras e um Menino, surgindo, ainda, um Crucificado e uma estante semelhante às anteriores; na Capela de Nossa Senhora da Conceição, o orago com coroa de prata; na sacristia, uma imagem do Crucificado, uma Senhora de jaspe e 5 painéis pintados, uma imagem do Senhor atado à coluna e um Senhor Ressuscitado; na Portaria, o Crucificado e um quadro a representar D. Sebastião. |
Autor e Data
|
Paula Figueiredo 2005 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |