Mosteiro de Santa Marinha da Costa / Igreja Paroquial da Costa / Pousada de Santa Marinha
| IPA.00005679 |
Portugal, Braga, Guimarães, Costa |
|
Mosteiro do Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, masculino, que manteve a estrutura inicial, do período românico, mas que com a entrega, no séc. 16, aos frades Jerónimos foi crescendo e sendo ampliado, quer a nível da igreja, quer dos dormitórios. Apresenta planta composta por igreja longitudinal, de nave única, integrando torres sineiras na fachada principal, com capela-mor muito profunda integrando coro, e a S. as antigas dependências monacais, com articulação de vários corpos formando claustro lateralmente à igreja, desenvolvendo-se um corpo alongado perpendicularmente à esta, formando pátio rebaixado com o corpo recente da pousada, em L, disposto em quota inferior. Do período moçárabe, enquanto possível capela palatina ou paroquial com hipotético paço condal restam alguns vestígios, nomeadamente alguns silhares e a torre adossada a SO. da nave e nela uma porta com arco em ferradura. Do período românico conserva a estrutura e alguma silharia, visível nas paredes do claustro *10 assim como uma janela da sala do Capítulo, que teria uma outra simetria entre a porta e a igreja. No séc. 16 foram feitas diversas obras de remodelação e ampliação maneiristas, das quais ainda são visíveis alguns silhares, a porta mainelada da Sala do Capitulo e a galeria do primeiro piso do claustro, com arcos plenos sobre colunas jónicas. O segundo piso que inicialmente apresentava colunata maneirista terá sido fechado já durante as reformas barrocas. As grandes transformações no edifício terão sido feitas neste período, ainda no final do séc. 17, aumentando os dormitórios, abrindo novos vãos, criando uma varanda alpendrada no topo da ala alongada, e mais notório, ao longo de todo o séc. 18, criando uma nova fachada na igreja, com decoração exuberante de elementos fitomórficos, já com uma linguagem próxima do rococó. É construído o jardim da cerca, com canteiros geométricos de buxo, fontes, um escadório que culmina num tanque circular. Nos interiores do mosteiro são colocados painéis de azulejos joaninos, na igreja é feito um coro em talha policroma, com notórios semelhanças com o do Mosteiro de Tibães (v. PT010303250015), em Braga e de São Miguel de Refojos (v. PT010304140002), em Cabeceiras de Basto, todos com o risco de do monge beneditino Frei José de Santo António Vilaça, e por toda a igreja e sacristia surge decoração exuberante em talha barroca, quer nos retábulos, quer a emoldurar os vãos. Púlpitos e retábulo-mor neoclássico, com decoração fitomórfica marcada a dourado sobre fundo branco. O cadeiral da capela-mor apresenta ainda uma linguagem neoclássica apesar de ser bastante tardio. Coberturas em abóbada de berço na igreja e sacristia e na varanda alpendrada e Sala do Capítulo em tecto de masseira com caixotões. No segundo quartel do séc. 20 foi integrado um corpo para a Pousada, de linhas sóbrias, rasgado por grandes vãos envidraçados. Apresenta vestígios de um cunhal da época romana debaixo do pavimento do claustro, restos de uma construção que existiria no local, provavelmente do Baixo Império, devido ao espólio daquela época ali encontrado. Segundo alguns autores esteve aqui instalada a sede de uma das circunscrições da igreja sueva designada por "Carantonis", tendo sido revelado durante escavações arqueológicas diversos vestígios do primitivo edifício que durante o período suevo-visigótico estaria localizado na zona do actual claustro e que já no séc. 10, durante o período moçarabe teria sido deslocado para a zona da igreja. A torre adossada no extremo SO. da nave, também moçárabe, é de alta qualidade de execução, tendo no lado interno da porta o detalhe original de um arco de descarga mitraico. Os vestígios moçárabes revelam uma igreja de dimensões verdadeiramente invulgares (25 x 10 m) em relação às suas contemporâneas portuguesas de uma nave, sendo ultrapassada no comprimento unicamente pela Igreja de San Cabian de Mazote, em Espanha, assim como um edifício anexo de grande envergadura, que segundo alguns autores poderia tratar-se dos paços condais de Mumadona Dias e Hermenegildo Gonçalves e sede do Condado Portucalense. Ostenta ainda grande parte do valioso património azulejar do séc. 17 e 18, que se salvou após o grande incêndio de 1951, composto por azulejos de padrão e azulejos figurativos joaninos. A varanda do topo do corpo alongado apresenta dimensões consideráveis surgindo no centro desta um chafariz de granito. A extensa envolvente verde, parte da antiga cerca do mosteiro, aproveita magnificamente a pendente do terreno, com os cursos de água existentes também aproveitados para as várias fontes e chafarizes, possuindo ainda a sua potencialidade cenográfica particularmente explorada pelo escadório que alude à subida ao céu. Estabelecimento de hotelaria inserido na rede da Pousadas de Portugal, inserido no grupo das pousadas Históricas. |
|
Número IPA Antigo: PT010308120020 |
|
Registo visualizado 10909 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro masculino Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho
|
Descrição
|
Planta composta por igreja longitudinal, de nave única, integrando duas torres sineiras na fachada principal, com dependências intercomunicantes, adossadas lateralmente a N., capela-mor muito profunda integrando coro, e a S. as antigas dependências monacais, com articulação de vários corpos formando claustro lateralmente à nave, desenvolvendo-se um corpo alongado perpendicularmente à igreja, formando pátio rebaixado com o corpo recente da pousada, em L, disposto em quota inferior. Volumes articulados de dominante horizontal, quebrada pela verticalidade das torres. Coberturas diferenciadas em telhados de uma, duas e quatro águas, na igreja e mosteiro, cúpulas bolbosas em granito coroadas por cata-ventos de ferro nas torres e em terraço no corpo recente. IGREJA com fachada principal orientada, formada por três panos separados por duplas pilastras decoradas, correspondendo os laterais às torres sineiras, com dois registos, no pano central e três nas torres, separados por cornija, o segundo mais estreito em cantaria. Pano central possuindo no primeiro registo, portal em arco abatido ricamente decorado encimado por frontão curvo de lanços, no centro do qual se eleva pedra de armas. O portal é ladeado por janelões ovais com moldura decoradas encimados por janelões recortados. Entre este, friso em cantaria com cartela de decoração fitomórfica. O segundo registo possui óculo recortado entre urnas com flores e a cornija que o encima é facetada ao centro. Remate em platibanda ricamente decorada, com urnas laterais, elevando-se ao centro espaldar com nicho protegido por baldaquino, com imagem pétrea, encimado por cornija quebrada, com cruz sobre acrotério. Os panos das torres apresentam no primeiro registo, nicho com imagem e janela, ambos de moldura recortada, e no segundo, relógio envolvido por enrolamentos e motivos fitomórficos. Sineiras sobre entablamento superior decorado, com ventanas em arco pleno, entre par de pilastras. Remate em cornija curva com urnas nos cunhais. Fachada lateral N. rebocada e pintada de branco, simples desprovida de decoração, com remates em cornija sob beiral e unicamente em beiral nas dependências anexas, mais baixas. É rasgada irregularmente por frestas, janelas quadrangulares e rectangulares. Janelas do pano da capela-mor em capialço, com moldura, com presbitério marcado por pilastra encimada por pináculo. Fachada posterior, com corpo da capela-mor em empena, ladeada por pináculos, com esfera no vértice, rasgada por fresta. No INTERIOR, nave com paredes rebocadas e pintadas de branco, decoradas por silhar de azulejos policromos de padrão, com tecto em abóbada de berço estucada, e pavimento em taburnos e laje de granito. Coro-alto de talha policroma, a branco e dourado, com marmoreados a castanho, verde e amarelo, sobre arco abatido, disposto em U, nos braços suportados por grandes mísulas decorados por par de sátiros e decoração de acantos. Guarda em balaustrada, com órgão implantado no braço, do lado do Evangelho. Cadeiral de duas filas, com espaldares ricamente decorados. Subcoro com guarda-vento de madeira, ladeado por pias de água benta gomadas e cobertura em caixotões de madeira. Paredes laterais da nave simétricas, com elementos confrontantes, constituídos por porta com sanefa de talha, retábulo, porta encimada por púlpito de base quadrada, assente em modilhão com guarda plena, tudo em talha policroma a branco e dourado, outro retábulo e, formando ângulo junto ao arco triunfal, nicho sobre porta, sendo a do lado da Epístola de acesso à sacristia. Acima dos retábulos, inscritos em arcos plenos, encontram-se sanefas de talha policroma, e varandins com guarda de ferro pertencentes aos janelões. Presbitério da nave delimitado por balaustrada de talha, formando um U. Arco triunfal pleno, assente sobre pilastras emolduradas sobrepujado por sanefa de talha policroma a branco e dourado com decoração fitomórfica. Acima deste abre-se janelão jacente com sanefa de talha. Capela-mor com cobertura em abóbada de berço decorada por caixotões, no coro, e no presbitério rebocada e pintada de branco. Pavimento em lajes de granito. Paredes laterais do coro com cadeiral de altos espaldares ricamente decorados encimado por janelas com capialço pintado com sanefas de talha. Retábulo-mor de talha policroma a branco, de planta convexa, com um só eixo. Remate em frontão curvo, com lanços destacados. Sobre a tribuna, brasão, enquadrado por estípides. A tribuna é enquadrada por par de colunas, as interiores demarcadas no terço inferior por estrias e as exteriores integralmente estriadas, com demarcação no terço inferior. Sacrário sobre a banqueta. Sacristia rectangular com cobertura em abóbada de berço pintada e pavimento em lajes de granito, com supedâneo na zona dos arcazes, confrontantes, e retábulo da parede testeira. A encimar os arcazes quatro painéis com telas emoldurados por talha dourada. Junto aos arcazes contadores embutidos, também encimados por composição ricamente decorada em talha dourada. Retábulo em talha policroma, de planta recta, um só eixo, com remate em espaldar recortado, sobre pilastras. Nicho com representação de Nossa Senhora da Piedade, São João e Santa Maria Madalena. Possui porta de comunicação com o claustro na parede fundeira. DEPENDÊNCIAS MONACAIS, de registos pisos, com fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais apilastrados e remates em cornija sob beiral. Fachada principal, correspondendo ao corpo do claustro, no seguimento da fachada principal da igreja. Primeiro registo com portal principal, a que se acede por escadaria de dois lanços, de verga recta, enquadrado por pilastras que suportam entablamento ritmado por quatro modilhões sobre o qual repousa um espaldar profusamente decorado com volutas. A ladear o portal, pela esquerda janela de verga , e do lado oposto quatro janelas gradeadas em capialço. Segundo registo com janelas de sacada com guarda de ferro centradas por pedra de armas da Ordem. Fachada lateral S. formada pelo L do corpo do claustro com o corpo alongado. Pano do corpo do claustro com três portas em arco pleno com bandeira e janelas jacentes, no primeiro registo, e quatro janelas sacada, com varandim saliente, guarda em ferro, e bandeira com chanfro e vidro único, no segundo. A fachada do corpo alongado, possui no primeiro registo sucessão de pequenas janelas jacentes, e dois vãos em arco pleno, sendo um deles túnel de passagem, e no segundo, duas grandes janelas de sacada, com varandim saliente sobre mísulas e guarda de ferro, intercaladas por sucessão de pequenos vãos, alternadamente rectangulares e quadrados, sendo estes últimos menores. As janelas de sacada são encimadas por águas-furtadas, cada uma com óculo circular. No topo do corpo, varanda de cantaria, denominada de São Jerónimo, com alpendre apoiado em pilares com marcação de molduras sobre altos plintos, entre guardas de ferro. Interiormente bancos de pedra corridos, com espaldar de azulejos figurativos monocromos a azul. Ao centro, chafariz de tanque quadrilobado, com taça central com quatro bicas, encimada por coluna com outras quatro bicas, rematada por pináculo piramidal com bola. Tecto em masseira de madeira formando caixotões. Fachada posterior com três panos, separados por pilastras, ritmados por vãos de verga recta, com excepção de um arco pleno no primeiro registo do corpo alongado. Neste pano encontram-se igualmente duas águas- furtadas. Panos do extremo N. correspondendo ao corpo do claustro e à sacristia, este último com par de janelões entre óculo oitavado. CLAUSTRO de dois registos, tendo no primeiro arcaria plena assente em colunas de capitéis jónicos e no segundo janelas de sacada, com guarda de ferro. Galeria com silhar de azulejos de padrão. Num dos lados é visível coluna entaipada. Ao centro da quadra chafariz com golfinhos jorrando água para tanque quadrilobado. Sala do Capítulo com painéis de azulejos figurativos monocromos a azul e tecto de masseira de madeira, com caixotões. CORPO RECENTE com fachadas a vermelho aberto regularmente por vãos envidraçados. Junto ao topo do braço O., dando acesso ao terreiro fronteiro ao mosteiro encontra-se portal de verga recta aberto em pano murário rebocado e pintado de branco, enquadrado por pilastras, rematado por cornija encimada por espaldar recortado encimado por pináculos e cruz latina central. INTERIOR com 53 quartos, 2 suites, refeitório com 176 lugares, salão de banquetes com 50 lugares e esplanada com 128 lugares. |
Acessos
|
Costa, Lugar da Cerca |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 26 450, DG, I Série, nº 69, de 24 março 1936 *1 |
Enquadramento
|
Peri-urbano, na Serra de Santa Catarina, na encosta do monte da Penha, assente sobre maciço granítico, rodeado por extenso parque arborizado, que formava parte da antiga cerca do monacal, pontuado por várias espécies botânicas, formando mata, jardim formal e pomar, articulados por escadório de vários lanços e caminhos empedrados. A igreja é precedida por escadório constituído por três patamares de diferentes tamanhos, o primeiro de maior dimensão, interligados por escadarias de granito com lanços rectos e vários braços, com guardas em balaustrada de cantaria com urnas com pináculos nos acrotérios. O último patamar corresponde ao adro, vedado por muro de alvenaria rebocada com cunhais e moldura superior de cantaria decorado com pináculos. Ao centro deste, escada de perfil recortado abrindo em leque dando acesso à igreja. O edifício monacal é precedido por terreiro empedrado e em declive, de onde parte o escadório de acesso à igreja. |
Descrição Complementar
|
CERCA com jardim formal de buxo desenvolvido na fachada posterior, de planta oval, horizontalizada, com linhas geométricas. A partir deste encontra-se horta e pomar de onde se desenvolve escadório, rodeado por mata, que culmina em grande lado circular; ÓRGÃO: talha policromada de verde, rosa, amarelo e motivos dourados, assente em grande mísula que se prolonga quase até ao pavimento, lateralmente com dois enrolamentos e dois sátiros atlantes, tendo, ao centro, cartela decorada com concheados e acantos, encimado por balaustrada que prolonga a do coro-alto, em jogos de côncavo e convexo, onde surge a caixa do órgão, rectangular com consola apainelada, de três castelos, o central com as flautas dispostas em meia cana e os laterais em losango, assentes em mísula florida e protegidos por gelosias de decoração fiotmórfica; nos espaços intermédios, quatro nichos sobrepostos evoluindo as gelosias em harpa em direcções distintas; é rematada por cornija única, que rematam angularmente sobre os castelos, nos laterais com anjos músico e, no central, com espaldar recortado ornado de acantos e com dois "putti". |
Utilização Inicial
|
Religiosa: mosteiro masculino |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja paroquial / Comercial e turística: pousada |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
Grupo Pestana Pousadas (mosteiro) |
Época Construção
|
Séc. 12 / 16 / 17 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITETO: Fernando Távora, (1977). ARQUITECTO PAISAGISTA: Ilídio de Araújo (1977). AUTORES DE RISCO: Frei José de Santo António Vilaça (1751; 1784). Carlos Amarante (1784); Luigi Chiari (séc. 18, finais / 19, início). EMPRESAS: Casa Jacinto de Matos (1915); Casimiro ribeiro & Filhos, Ldª. (1977 / 1985), Indústria de Mobiliário e Decorações Movélia (1983). ENGENHEIROS: Jaime Montenegro, Manuel Monteiro de Andrade e Fernando de Almeida de Eça Guimarães (1977). ENSAMBLADOR: Alexandre Pinto Ribeiro (1734). ENTALHADORES: José António da Cunha (1779; 1784). Manuel Joaquim Proença (1779). IMAGINÁRIOS: Adão Francisco (1598). PEDREIROS: Pedro Alonso de Amorim (1585 /1598). António Ferreira, João da Costa e João Ribeiro (1751). PINTOR: Frei Carlos (1535); Policarpo de Oliveira Bernardes (1747). ORGANEIRO: Francisco António Solha (1778). |
Cronologia
|
Época romana, Baixo Império - Existiria no local uma construção romana de carácter agrícola; séc. 6 / 7 - existiria sobre o actual claustro um templo suevo-visigótico; segundo o Paroquial suevo seria a sede de uma das circunscrições da igreja, designada por "Carantonis"; o primitivo templo segundo os vestígios arqueológicos apresentaria uma abside rectangular; 872 - reconstrução do antigo templo; 899 - sagração da igreja; séc. 10, 2º quartel - ali se localizava provavelmente a sede do Condado Portucalense, devendo-se a construção de um grandioso edifício e reedificação da igreja à Condessa Mumadona Dias e marido, Hermenegildo Gonçalves, após a obtenção dos respectivos direitos de padroado, por compra e permuta com Vandila, filho de Iafori; 959 - o lugar da Costa é referido como Lourosa no documento de doação dos bens de Mumadona Dias ao mosteiro de Guimarães; 1059 - no inventário dos bens do mosteiro de Guimarães é mencionado o orago da igreja da Costa como de Santa Marinha de Lourosa, possuindo também o culto a São Julião; séc. 11, final - no Censual de Braga é mencionado como "mosteiro de Costa"; séc. 12, 2º quartel - o mosteiro foi entregue aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho; inicia-se a reconstrução, deslocando-se a capela-mor mais para E., tendo sido aproveitadas as paredes moçárabes para a nave; 1139 - segundo alguns autores, terá sido entregue nesta data aos Cónegos Regrantes, provavelmente fundado por D. Mafalda de Sabóia; 1145 - documento de emprazamento de um casal a D. Diogo Amarelo, de Guimarães feito pelo 1º Prior do mosteiro, D. Mendo; este documento é referido por Frei Nicolau de Santa Maria; 1154 - segundo Frei Nicolau de Santa Maria o mosteiro terá sido fundado neste ano; Frei Nicolau refere que no arquivo da Catedral de Orense havia um manuscrito datado de 1156 referindo que a Rainha D. Mafalda teria fundado o mosteiro por votos a Santa Marinha e que terá posto nele a relíquia da cabeça da santa; 1158, 16 Julho - sagração da igreja, pelo Arcebispo D. João Peculiar, segundo o Catálogo dos priores do Real Mosteiro da Costa, atribuído a Frei Francisco Xavier Pereira Camelo; 1163 - documento referindo a "devesa dos frades da Costa"; 1173 - carta de couto do Mosteiro de São Torcato, sendo o confirmante o Prior da Costa, D. Mendo; séc. 12, segundo quartel - início da edificação do claustro românico; 1178 - o futuro cardeal D. Paio Galvão toma o hábito de cónego regrante no mosteiro da Costa; 1179 - segundo Frei Nicolau de Santa Maria é sepultado na Sala do Capítulo, D. Pedro Galvão, pai de Paio Galvão; 1185 / 1211 - carta do rei D. Sancho I referindo que "o mosteiro da Costa é meu e o fez meu pai e o amava muito"; D. Sancho e D. Dulce oferecem ao mosteiro um cálice em prata dourada, com inscrição, hoje em dia guardado no Museu Alberto Sampaio; 1188 - já era 2º Prior do mosteiro, D. Pedro; 1202 - documento de venda de propriedade, mencionando os topónimos de Cantonha, Lourosa e Costa; 1248 - D. Afonso III refere que "o mosteiro da Costa é meu inteiro com todos seus termos e pertenças porque meu avô o fez e fundou e lhe deu todo quanto tem"; 1262 - D. Marinha Gonçalves, esposa de Martinho Pombo, é enterrada no claustro do mosteiro, segundo lápide de calcário funerária, hoje guardada no Museu da Sociedade Martins Sarmento (v. 0308600130); 1273, 12 Fevereiro - é enterrado no claustro o rico mercador de Guimarães João Gomes, conforme constava de lápide hoje em dia desaparecida; 1274, 7 Fevereiro - falecimento de D. Pedro Nunes, antigo Prior de São Torcato, conforme constava de lápide funerária que existia no claustro e que hoje se encontra desaparecida; 1276, 7 Fevereiro - data da inscrição funerária que existia no lanço do refeitório, na ala S. do claustro, alusiva a "Joanes Peccori", da diocese de Saugo; 1290 - inquirição referindo a freguesia de Santa Marinha da Costa, existindo um hospício para acolher peregrinos; 1448, 2 Outubro - numa carta passada em Sintra, D. Afonso V manifesta intenção de entregar a tutela do mosteiro à Ordem de São Jerónimo; apesar disso, manteve-se no Padroado Real; 1516, 16 Abril - carta de D. Manuel com idênticas intenções, que acabou por não ter efeito, mantendo-se os agostinhos na sua posse efectiva; a Ordem era dirigida pelo ilustre comendatário Frei João de Chaves; após a sua morte e sendo padroeiro da Costa o Duque D. Jaime, este pede ao papa Clemente VII que ordenasse a extinção do mosteiro e aí instituísse a Ordem de São Jerónimo; 1527, 2 Mar. - expedição da Bula Papal; Novembro - sentença executória emitida pelo prior da Colegiada D. Sebastião Lopes; numa reunião entre o prior dos agostinhos e o procurador dos Jerónimos chega-se a acordo em dar uma quantia para sustentação dos cónegos que iriam ficar desalojados; 1528, 27 Jan. - acto de entrega aos padres Jerónimos, em que esteve presente o Padre Provincial, Frei António de Lisboa; na altura apenas restavam três cónegos regrantes no mosteiro; 23 Jun. - o padre Inocêncio de Évora, vindo do Convento do Espinheiro é confirmado como prior; séc. 16, 2º quartel - carta para o rei sobre os donativos para obras no mosteiro; os monges procedem a obras pontuais; 1535 - execução de um novo retábulo-mor pelo pintor e monge Jerónimo do Convento do Espinheiro, Frei Carlos *2 1537 - D. João III decide mudar o colégio de estudos do Convento de Penha Longa para o mosteiro da Costa, para nele estudar o seu filho, o infante D. Duarte *3; 1538, 3 Out. - Carta de frei Diogo de Murça sobre os Estudos do mosteiro; 1539 - tombo referindo que o conjunto dos bens do mosteiro era composto por 171 casais, 6 quintas, 12 quebradas, 5 leiras, 1 moinho, 3 passais de igreja, 4 casas em Fafe, 4 em Vila do Conde e várias em Guimarães, 5 campos, 1 horta, 1 herdade, 1 vinha e 1 devesa; 1541, 6 Julho - alvará de D. João III concedendo autorização para a atribuição dos graus de licenciado, bacherel e doutor em Artes, ficando equiparados aos da Universidade de Coimbra; 1542 - frequentavam o colégio 70 estudantes de Gramática, 26 de Artes e 14 de Teologia; 1543, Agosto - após a morte do infante D. Duarte o chamado Colégio de São Jerónimo deixa ter benefícios régios; 1553 - D. João III transfere o colégio para a Universidade de Coimbra; 1574 - o mosteiro pertence ao padroado real; séc. 16, finais - um grande incêndio arruína o claustro românico e atinge outras zonas do edifício; procede-se à sua reconstrução pelo mestre pedreiro Pedro Alonso de Amorim *4; 1585 - reforma da fachada principal da igreja; construção de coro-alto; prolongamento ou reconstrução dos anexos do lado N. da igreja; 1598 - o claustro feito pelo mestre Pedro Alonso de Amorim já estaria quase concluído; alargamento da Sala do Capítulo, sendo ainda hoje visível a porta mainelada que lhe daria acesso; o imaginário Adão Francisco, morador em Guimarães, obriga-se a fazer "a sobrecrasta de forro e panejamento muito bem lavrados e justos pelos moldes que Pedro Alonso de Amorim, mestre pedreiro para isso der"; 1628 - ampliação da capela-mor, no tempo do abade trienal Frei Belchior de Mattos; no tempo do prior Frei Tomás de Basto manda-se um fazer novo retábulo-mor *5; 1643 - encomenda de azulejos policromos tipo tapete para revestimento da igreja, sacristia e claustro *6; 1654 / 1655 - o abade trienal Frei Jerónimo de Carvalho manda construir o primeiro lanço do grande dormitório; 1667 / 1669 - construção do segundo lanço do dormitório; 1673 / 1676 - construção do 3º lanço, ligando o morro do mosteiro com a elevação fronteira; o abade trienal Frei Domingos do Rosário manda reformar as escadas do topo N. que ligavam o claustro com o segundo piso e construir uma nova sala do capítulo sobre a anterior; nesta sala encontrava-se um altar-relicário com várias laminas de cobre que haviam sido pintadas por Frei Carlos; 1678 - a Câmara Municipal de Guimarães tenta promover a restauração dos estudos públicos de gramática, filosofia e teologia, no mosteiro; 1681 - inauguração da mesma; 1682 - Fr. Jerónimo dos Anjos manda construir a varanda que remata a ala E., conhecida como "Varanda de São Jerónimo"; 1692 - viviam no mosteiro mais de 30 religiosos; 1703 - reforma da portaria principal, derrubando-se o dormitório antigo; o novo portal é da responsabilidade de Frei António dos Serafins; 1707 - colocação do chafariz na Varanda de São Jerónimo por ordem do abade trienal Frei Jerónimo de Santa Maria; 1707 / 1708 - são feitos melhoramentos no claustro, fechando-se a colunata do segundo piso; 1713 - novo acrescento na capela-mor por iniciativa de Frei Alexandre de Jesus; 1717 / 1718 - demolição das casas fronteiras ao mosteiro e arranjo dos acessos exteriores; obras na ala O.; Frei Leonardo de Carvalho constrói um novo refeitório, transformando o antigo em sala de "profundis"; 1722 / 1725 - manda-se murar a cerca; 1725 - encomenda de novo retábulo-mor, sendo a despesa parcialmente custeada pela venda do antigo; Frei José de Santo António manda colocar as imagens de São Jerónimo Penitente e Santa Paula junto ao arco triunfal; 1727 / 1733 - funcionam no mosteiro novos cursos de Filosofia; 1731 - Frei Diogo de Faro manda ampliar o corpo O.; é mandado fazer um presépio e colocado do lado do Evangelho, junto ao arco triunfal; 1733 / 1736 - Frei Crispim da Conceição manda pintar quadros com passagens da vida de S. Jerónimo (actualmente sobre arcazes da sacristia); é ampliada a sacristia e arranjada a área envolvente do mosteiro, nomeadamente arranja-se a horta, são feitas latadas de videira, colocado buxo e um chafariz que já existia atrás da igreja; 1734 - ajuste para as obras da sacristia com o ensamblador Alexandre Pinto Ribeiro, morador em Santinho, na freguesia de Santo Estêvão de Penso, para colocar as lajes do pavimento, dois arcazes em madeira de castanho e exteriormente em pau preto, com as portas almofadadas, retábulo com o fundo pintado, azulejo figurativo nas paredes, portas novas, reboco das paredes e pintura das armas de São Jerónimo no tecto e florões de talha dourada nos ângulos; colocação de dois espelhos de cristal; 1736 / 1739 - arranjo da cerca pelo abade Frei Alexandre do Espírito Santo, nomeadamente é colocado um tanque redondo, é feita uma capela para albergar a imagem do Santo Cristo, que havia sido feita para o coro; 1739 / 1742 - Frei Pedro de São Jerónimo manda azulejar o novo refeitório; 1745 / 1748 - é feito o escadório que liga a horta ao tanque redondo, no alto da colina; 1747, cerca de - Frei Francisco de Santo António manda azulejar o novo dormitório, escadas, Cala do Capítulo, a Varanda de são Jerónimo e escadório da cerca; os azulejos são atribuídos a Policarpo de Oliveira Bernardes; 1748 - Frei José da Costa inicia reforma da frontaria da igreja e escadório, ficando a obra interrompida por altura dos relógios; a obra é ajustada por 15.500 cruzados; séc. 18, segunda metade - modificação do horto e construção do jardim fronteiro à Varanda de São Jerónimo; são feitas alterações no escadório fronteiro à igreja; 1751, Junho - os mestres pedreiros António Ferreira, João da Costa e João Ribeiro *7 executam o pórtico axial e a escadaria, por 15$532 réis; 1775 / 1778 - construção das torres sineira; 1778, 31 Maio - contrato com Francisco António Solha para construir novo órgão, que importou em 3.500 cruzados, segundo risco do beneditino Frei José de Santo António Vilaça; 1779, 21 Março - contrato para a feitura da caixa do órgão pelos entalhadores José António da Cunha e Manuel Joaquim Proença; 1782 / 1785 - ao abade trienal Frei Bento de Santa Ana manda fazer obras de reparação nos soalhos, portas e janelas da zona monacal; feitura do jardim do claustro e fonte; reforma da cozinha, sendo feitas novas casas para o forno, despensa e alojamento do cozinheiro, assim como o alpendre para o exterior; feitura da porta do fundo da cerca, abegoarias e as casas dos moços; 1784, antes de - é executado o coro e respectiva balaustrada segundo o risco de Frei José de Santo António Vilaça; 1784, 16 Novembro - contrato com José António da Cunha comprometendo-se a executar a obra das cadeiras e espaldares do coro-alto, em castanho, estante em pau-preto, com ferragens de latão, tudo segundo o risco de Carlos Amarante; José António da Cunha terá feito igualmente retábulos para a igreja; séc. 18, finais / 19, início - obras na cerca e casas de lavoura; execução do cadeiral da capela-mor segundo risco atribuível a Luís Chiari; 1801 - António de Brito de Vila Franca reduziu o órgão a um teclado; 1816 - reparação do órgão por Luís António de Carvalho; 1834, 31 Maio - os frades são intimados a saírem do mosteiro; 9 Julho - expulsão dos frades Jerónimos; o edifício passa para a Fazenda Nacional; o mosteiro e a cerca são comprados em hasta pública pelo industrial José Ferreira Pinto Basto, fundador da Fábrica da Vista Alegre; posteriormente é posto à venda pela Junta de Crédito Público; 1842, 25 Janeiro - auto de posse dos arrematantes Custódio Teixeira Pinto Basto e Manuel Baptista Sampaio Guimarães *8; Custódio Pinto Basto alargou a sua parte casando com a sua prima, filha do industrial que arrematou a cerca; a sua parte foi depois vendida a António Fernandes de Araújo Guimarães; 22 Maio - no inquérito paroquial o padre Francisco Joaquim Álvares Soares refere o mosteiro, a sua fundação atribuída a D. Mafalda e descreve a igreja *9; 1888 - falecimento no mosteiro de António Fernandes de Araújo Guimarães, passando a propriedade para as suas sobrinhas D. Antónia, D. Rosa e D. Maria de Araújo Fernandes; 1879, Agosto - António Luís Gomes José, de Rendufe, reparou o órgão; 1881 - a filha de Manuel Baptista Sampaio Guimarães, D. Custódia Carolina Teixeira de Sampaio, e o seu marido arrendam a sua parte do mosteiro a um colégio que ali funcionou alguns anos; 1899 - vai viver para o mosteiro, António Leite de Castro Sampayo e Vaz Vieira, sobrinho neto de D. Custódia Carolina Teixeira de Sampaio e casado com D. Antónia de Araújo Fernandes, outra co-proprietária do mosteiro; 1911 - D. Custódia Carolina Teixeira de Sampaio, falece no mosteiro, sendo seu herdeiro António Leite de Castro Sampayo e Vaz Vieira; o mosteiro volta a ser de um só proprietário; 1915, cerca de - são feitas importantes obras de adaptação, nomeadamente o alargamento da ala S. do claustro e da ala O.; trabalhos na cerca, como por exemplo o labirinto de buxo, os cortes de ténis e o novo arranjo do antigo quinchoso, realizado pela casa Jacinto de Matos, do Porto; 1932 - a Companhia de Jesus consegue autorização para instalar no mosteiro os estudos filosóficos; 1934 - transferência da escola para Braga, ali mantendo o Seminário Menor mais um ano; 1937, Outubro - instalação do Noviciado da Companhia de Jesus; os jesuítas transferem uma escola que funcionava no Convento da Alpendurada (v. PT011307010025), para o mosteiro da Costa; 1951, 7 Julho - a ala S. do mosteiro, composta pelo corpo alongado é totalmente devastada por um incêndio que destruiu o recheio e grande parte dos azulejos, nomeadamente os que decoravam a ala das celas; Setembro - saída da Companhia de Jesus para a Casa da Torre, em Soutelo (v. PT010313520015); 1952 - instala-se na ala O., que não havia sido danificada pelo incêndio, o Seminário do Verbo Divino; 1953 - ainda era sua proprietária D. Antónia de Araújo Fernandes Leite de Casto, mas o mosteiro estava já muito abandonado; 1957 - ainda se encontrava instalado no mosteiro o Seminário do Verbo Divino; 1972, 28 Abril - data da escritura de venda ao Estado das antigas dependências monacais e cerca pela família Leite de Castro; 1977 - iniciam-se as obras de adaptação do mosteiro a Pousada, segundo projecto dos arquitectos Fernando Távora (projecto de arquitectura, decoração e mobiliário), Ilídio de Araújo (arranjos exteriores) e Engenheiros Jaime Montenegro (instalações de equipamentos eléctricos e mecânicos), Manuel Monteiro de Andrade (instalações e equipamentos de águas e esgotos) e Fernando de Almeida d' Eça Guimarães (fundações e estruturas); 1982 - das reservas do Palácio Nacional da Ajuda (v. PT011106010025) e do Convento de Mafra (v. PT011109090001) é trazido mobiliário para ser restaurado e colocado na pousada *10; 1985 - auto de entrega à Direcção-Geral do Turismo que, por sua vez, a entregou à ENATUR para efeitos de exploração; 2 Agosto - inauguração da pousada, inserida no segmento de pousada histórica das Pousadas de Portugal; 2003 - na sequência da privatização da ENATUR a pousada passa a ser gerida pelo Grupo Pestana. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Estrutura rebocada e pintada de branco; elementos estruturais da igreja e mosteiro, elementos decorativos, pavimentos da igreja, sacristia e claustro, fontes e chafarizes, em granito; coro-alto, órgão, retábulos, sanefas, revestimento do arco triunfal, em talha policroma; portas, janelas, arcaz da sacristia, pavimentos do mosteiro, tectos de masseira, em madeira; Sala do Capítulo, Varanda de Frei Jerónimo e outras dependências do mosteiro com azulejos tradicionais; corpo recente com estrutura em betão; coberturas em telha de aba e canudo. |
Bibliografia
|
GUIMARÃES, Alfredo, Azulejos de Guimarães, in Revista de Guimarães, vol. 36, 1926; ARAÚJO, Ilídio Alves de, Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal, vol. I, Lisboa, 1962; SMITH, Robert C., Cadeirais de Portugal, Lisboa, 1968; GUIMARÃES, Alfredo, A Varanda de Frei Jerónimo, in Revista de Guimarães, vol. 31, 1981; DGEMN, Pousada de Santa Marinha - Guimarães, Boletim 130, Barcelos, 1985; MECO, José, Azulejaria Portuguesa, Lisboa, 1985; SILVA, Adelino, Um Pouco de História, in Boletim da Juni, nº 5, Centro Paroquial de Guimarães, Dezembro, 1986; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Porto, 1988; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; Vv.Aa., Fernando Távora, Lisboa, 1993; CLÁUDIO, Mário, MAGALHÃES, Manuel, Pousada de Santa Marinha, Pousadas, nº 3, s.l., 1994, p. 71 - 75; OLIVEIRA, António José de, OLIVEIRA, Lígia Márcia Cardoso Correia de Sousa, Artistas Bracarenses que trabalharam em Guimarães e seu termo no século XVIII, in Míniam n.º 5, III série, Braga, 1997, pp. 159-198; BECKER, Annette, TOSTÕES, Ana, WANG, Wilfried, ALMEIDA, Pedro Vieira de, Arquitectura do século XX: Portugal, Centro Cultural de Belém, Lisboa, 1998; CARITA, Helder, CARDOSO, António Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal, 2ª edição, Lisboa, 1998; FERNANDES, José Manuel, Pousadas de Portugal, obras de raiz e em monumentos, in DGEMN, Caminhos do Património, Lisboa, 1999; www.cs.uminho.pt , 20 Outubro 2005; LOBO, Susana, Pousadas de Portugal. Reflexos da Arquitectura Portuguesa no Século XX, Coimbra, Imprensa Universitária de Coimbra, 2006; COSTA, Alexandre Alves - "Pousada Santa Marinha da Costa, 1976-1985". Revista Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, outubro 2013, nº 33, pp. 102-107 (e-book); SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971. |
Documentação Gráfica
|
DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DSMN/DEO, DGEMN:DREMN/DM |
Documentação Fotográfica
|
DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN |
Documentação Administrativa
|
DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DSARH, Arquivo Pessoal de António Viana Barreto (Curriculum Vitae do Arquitecto Paisagista Ilídio de Araújo); DGLAB: Corpo Cronológico, Parte I, maço 62, doc. 149; Cartas Missivas, maço 3, doc. 146. |
Intervenção Realizada
|
Ordem dos Jerónimos: 1816 - reparação do órgão; Proprietário: 1909 - ampliação da ala meridional do claustro em cerca de 5 metros; 1915, cerca de -obras de adaptação, nomeadamente o alargamento da ala S. do claustro e da ala O.; diversos trabalhos na cerca, nomeadamente o labirinto de buxo, os cortes de ténis e o novo arranjo do antigo quinchoso; DGEMN: 1940 - diversas obras na igreja, incluindo a demolição completa de barracão de madeira junto à capela-mor, reparação dos telhados da igreja e sacristia, substituição do guarda-vento construindo um novo em madeira brasileira, limpeza da cantaria da fachada principal da igreja, colocação de novos rebocos na nave; arranjo do reboco exterior e caiação, arranjo dos caixilhos das janelas, colocação de vidros, limpeza dos azulejos, escavação de terra com rebaixamento e regularização do terreiro da fachada N. da igreja; 1943 - substituição completa dos telhados, em telha de canudo, por telha nacional; picagem de rebocos exteriores e colocação de rebocos hidráulicos; 1944 - limpeza geral da abóbada de cantaria da capela-mor, incluindo o refechamento das juntas com cimento; colocação de lajes de granito no pavimento da capela-mor, incluindo o arranque do soalho; 1948 - obras de reparação e limpeza do telhado da igreja; 1955 - reparação da cobertura da igreja, incluindo a colocação de nova telha, reparação da armação, construção em cimento armado dos frechais da armação, nas paredes laterais e a reparação da empena da nave, junto ao arco triunfal; 1956 - obras de reparação do beiral da igreja; 1957 - obras de reparação ligeira na capela-mor e sacristia; 1961 - reparação da abóbada da nave; reposição do silhar de azulejos do lado N. da nave; reparação da cobertura da sacristia; 1965 / 1966 - restauro dos elementos em cantaria do coroamento da torre sineira, destruídos por um raio; reparação de parte do telhado da nave; reparação do estuque da abóbada da nave; colocação de vidros em falta na nave; 1969 - reparação do telhado da sacristia; 1970 - reparação dos telhados da nave e reconstrução do da sacristia; pintura da porta principal; 1972 - elaboração de projecto para adaptação do mosteiro a pousada; 1977 - inicio das obras de adaptação a pousada levadas a cabo pela empresa Casimiro ribeiro & Filhos, Ldª. (empreitada geral, instalações mecânicas, de águas, esgotos e arranjos exteriores) e Empresa de Empreitadas de Electricidade, que incluiu a reconstrução da ala E., restauro e remodelação da ala O., construção de um corpo recente, garagens e piscina; 1978 - reparação da cobertura da sacristia; Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho: 1979 / 1980 - escavações arqueológicas, sob a orientação do Dr. Manuel Luís Real; DGEMN: 1980 - reparação dos telhados da sacristia; continuação das obras na pousada: instalação eléctricas; equipamento da cozinha, copa, bar e lavandarias; trabalhos não previstos da ala recente, corpo das celas (corpo alongado), corpo da recepção e piscina; corte no pavimento da ala E. do claustro para permitir deixar a descoberto o arco da antiga Sala do Capitulo; empreitada das instalações de mecânica, água e esgotos na pousada; drenagem do piso térreo da ala recente e alteração de coberturas e tectos de madeira do convento; 1981 - restauro do órgão por Luís Artur Correia de Magalhães Esteves Pereira *12, de Vila Nova de Famalicão; estudo e definição da origem da água do convento; obras de conservação e restauro do tecto da sacristia; 1982 - reparação dos arcazes e contadores da sacristia; trabalhos de conservação e reparação de vitrais; construção da central térmica da pousada; 1983 - restauro do órgão; reparação da instalação eléctrica e arranjo exterior da igreja; escavações arqueológicas no claustro; trabalhos não previstos no corpo das celas, ala recente e portaria; arranjo do jardim do claustro; reparação da instalação eléctrica; execução de mobiliário (sofás) pela Indústria de Mobiliário e Decorações Movélia; equipamento da cozinha, copa, bar e lavandaria; execução de mobiliário para as copas dos andares; 1984 - reparação do cadeiral da capela-mor; conservação e reparação de vitrais; reparação do cadeiral e soalho do coro-alto, devido, danificados devido a infiltrações; obras de pequenas alterações e rectificações na pousada; fornecimento de arcas em madeira de sucupira negra; execução de mobiliário para o mosteiro; compra de diverso mobiliário, candeeiros e faianças antigas para decorar a pousada; 1985 / 1986 - trabalhos de conservação do órgão por Luís Artur Correia de Magalhães Esteves Pereira; 1985 - obras de beneficiação na igreja e sacristia, nomeadamente limpeza e enceramento do cadeiral da capela-mor, arranjo de rebocos no exterior da torre e no interior da capela-mor, pintura de gradeamentos, arranjo de confessionários, colocação de soalho na nave e coro-alto, colocação de vidros na sacristia, fachada lateral N. e principal, limpeza do telhado e reparação da instalação eléctrica; Julho - conclusão dos trabalhos de adaptação a pousada; 1986 - obras de beneficiação no bar da pousada; 1989 - reparação dos sinos; 2000 / 2001 - remodelação da instalação eléctrica no piso de serviço onde se encontram as acomodações dos funcionários, beneficiação de coberturas; conservação de caixilharias; reparação de azulejos. |
Observações
|
*1 - DOF: Igreja, escadório e mosteiro de Santa Marinha da Costa com todos os seus imóveis; *2- dos quatro painéis que compunham o retábulo resta um no Museu Alberto Sampaio, que representa São Vicente, São Martinho e São Sebastião. Um outro que se julga no Museu de Cassel representaria a deposição de Jesus no túmulo; *3- anexas ao mosteiro existiam as "Casas dos Infantes", demolidas no tempo do abade trienal Frei Jerónimo dos Anjos, nelas terão vivido o Infante D. Duarte e D. António Prior do Crato; *4 - segundo as descrições do séc. 16, o mosteiro possuía duas casas baixas, do lado de Guimarães, à entrada do mesmo, onde se situava o forno e a maçaria. No primeiro piso, além da sacristia e da sala do capítulo, existia o cárcere, a cozinha, o refeitório, a sala de "profundis" e a hospedaria. No refeitório havia uma pintura muito antiga, possivelmente ainda do tempo dos cónegos. No andar superior ficavam os dormitórios, a rouparia e a barbearia; *5 - este retábulo foi posteriormente comprado por 40 moedas pelas religiosas do Carmo; *6 - apenas os da sacristia voltaram a ser aplicados durante as reformas do séc. 18, havendo notícia de alguns deles posteriores a 1650 terem sido levados para o Museu D. Diogo de Sousa, em Braga; *7 - os dois primeiros mestres de obras habitavam em Adaúfe, enquanto João Ribeiro habitava em Travassós; *8 - a Custódio Teixeira Pinto Basto caberia "metade do mosteiro ao longo para a parte sul, inclusivamente a varanda" e a Manuel Baptista Sampaio Guimarães "a metade do mesmo mosteiro ao longo para a parte do Norte até bater na Igreja". Manuel Baptista Sampaio Guimarães terá entrado em conflito com a paróquia, pois terá fechado uma porta, impedindo a população que frequentava a missa de atravessar o claustro. A paróquia invocava uma servidão antiga, vindo a questão a ser resolvida em tribunal a favor de Manuel Baptista Sampaio Guimarães; *9 - o inquérito paroquial de 1842 descreve a igreja como "boa, grande, e formosa (...) Tem esta igreja seis altares: o altar-mor tem as imagens de Nossa Senhora, são Jerónimo e Santa Paula. O da Senhora do Carmo tem a Senhora do Carmo, Santo António e são Francisco. O de Santa Ana tem Santa Ana, Nossa Senhora da Conceição. O Menino Jesus, são José e São Joaquim e São Servo da Santa Marinha, Santo Eutóquio, o beato Lourenço, e o Senhor da Cana Verde. O das Almas tem Santa Luzia e São Tiago, e o outro é o do Sacramento este nada mais tem, tem na pia baptismal um grande crucifixo..."; *10 - das reservas do Palácio da Ajuda foram trazidas 6 cadeiras douradas do séc. 19, 4 sofás e 2 maples do séc. 19, 6 cadeiras de sola do séc. 17, 3 cadeira de braços do séc. 18, 10 peças de cobre, 30 lanternas do séc. 19, 1 canapé do séc. 18 e quatro cadeiras do séc. 19. Das reservas do Convento de Mafra veio 1 cama de bilros do séc. 18, 1 cama do séc. 18, 1 cama do séc. 19, 2 escrivaninhas do séc. 19, 2 mesas do séc. 19, 2 burras pequenas do séc. 18, 2 molduras de espelho do séc. 19, 6 cadeiras de braços do séc. 19, 1 sofá, 6 maples e 10 cadeiras do séc. 19, 3 cadeiras de braços do séc. 18 e 6 cadeiras fradescas do séc. 18, 1 barbeador com espelho, 8 fauteils do séc. 18, 1 sofá do séc. 18, 2 biombos e 3 mesas de jogo do séc. 19; *11 - no séc. 18, alguns elementos da colunata do claustro foram aproveitados para a construção de sepulturas, existindo ainda no Museu Alberto Sampaio alguns capitéis do primitivo claustro românico; *12 - morreu em 1991, deixando o órgão desmantelado. |
Autor e Data
|
Paula Noé 1998 / Maria Guimarães 2001 / Joaquim Gonçalves 2005 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |