Moinho de Água da Courela

IPA.00024854
Portugal, Évora, Mora, Brotas
 
Arquitectura, agrícola, vernácula. Estação de moagem composta por um moinho de água, de roda horizontal, de rodízio, por açude, levada e pela casa do moleiro, de aparelho de cantaria insonsa; a levada de grande extensão, disposta paralelamente ao curso da ribeira possui duas comportas. O moinho, de dois aferidos, apresenta umas das tipologias comuns na região: entrada única, a S. (oposta ao curso da ribeira que corre a N.), aberta num dos lados menores; alçados de alvenaria de pedra e tijolo, rebocados e caiados, reforçados a N. por contrafortes angulares igualmente de alvenaria; a O. abrem-se as arcadas em arco de volta perfeita dos largos caboucos, correspondentes às duas linhas de moagem das quais restam apenas os pousos (mós fixas) e vestígios do tremonhado, com guarda-farinha semelhante ao do Moinho do Cláudio (v. PT040707040053); a cobertura seria em telhado de duas águas, não se destinando, portanto, o moinho a ficar submerso durante os períodos de maior caudal da Ribeira. A casa do moleiro dispõe-se paralelamente ao moinho, com alçados de alvenaria mista, conjugados com taipa, em particular ao nível dos embasamentos; no interior sala inter-comunicando com a cocheira, localizada na fachada traseira.
Número IPA Antigo: PT040707010050
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Extração, produção e transformação  Moagem    

Descrição

Estação de moagem composta por moinho, casa do moleiro, açude e levada. A casa do moleiro fica a c. de 30m a S. do moinho. O açude fica a O. do moinho e a levada estende-se por c. de 1km para E.. Volumes simples, massas dispostas na horizontal com coberturas em telhados de duas águas, no moinho já desaparecida, restando apenas algumas telhas. MOINHO: planta longitudinal, alçados de alvenaria de pedra e tijolo, rebocados e caiados, reforçados a N. por contrafortes angulares, boleados, igualmente de alvenaria; fachada principal a S. de pano único rasgado ao centro por porta de verga recta, pétrea, sobreposta por frontão em forma de arco ogival, em pedra; ombreiras e embasamento com vestígios de pintura a azul-cobalto; remate em empena; fachadas E. e N. de pano único, a E. cega *1 de remate recto, a N. rasgada por fresta quadrada; fachada O. de pano único, de remate recto, rasgada pelos arcos dos dois cabouços, de volta perfeita com aduelas de tijolo. INTERIOR: paredes revestidas de fortes reboucos, parcialemte picados e com vestígios de caiação; na parede N. a janela de vigia, rasgada na espessura do muro; dois pousos, assentes em bases com igual diâmetro, e vestígios do tremonhado. AÇUDE: de dimensão média, em aparelho, insonso ou argamassado, de pedra irregular alternando blocos de razoável dimensão com outros mais pequenos e alguma pedra miúda; provável presença de junça como elemento consolidador do aparelho. Levada de aparelho idêntico, disposta paralelamente ao curso da ribeira, interrompida por duas comportas. CASA DO MOLEIRO: planta rectangular, alçados de alvenaria mista, conjugados com taipa em particular ao nível dos embasamentos; fachada principal a E.. INTERIOR: sala inter-comunicando com a cocheira, localizada na fachada traseira; à esquerda outra divisão mais pequena, com lareira; cobertura em travejamento de madeira.

Acessos

Monte das Águias; a partir da Ermida de São Sebastião (v. PT040707010020) seguir em direcção a E., por c. de 6Km; o moinho fica na margem S. da Ribeira do Divor. Acesso motorizado possível apenas com veículos de tracção às 4 rodas.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado, fluvial. Em local aprazível, perfeitamente harmonizado com a envolvente, constituída esta maioritáriamente por oliveiras e sobreiros, em terreno pedregoso atenuado por zonas arenosas.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Extração, produção e transformação: moagem

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 19 - provável data de construção da estação de moagem; 1870, 17 de Julho - posturas da Câmara Municipal de Mora, revogando as anteriores, nas quais surge legislação vária relativa aos moínhos de água do Concelho, nomeadamente proibição de moer trigo nas pedras barroqueiras ( próprias para centeio ) ou de moer grão fora do concelho, bem como obrigação de todos os moleiros "de pé de mó, como os maquilões ( os moços que levavam a farinha ao domícilio ) ou carregadores", de prestarem fiança por todo o mês de Janeiro e obrigação dos forneiros de fornos públicos de cozerem o pão e "mais artigos precisos a toda e qualquer pessoa".

Dados Técnicos

Estruturas mistas

Materiais

Alvenaria de pedra e tijolo, taipa; aparelho rusticado de pedra, insonso ou argamassado (açude e levada); probablidade de junça no açude

Bibliografia

Câmara Municipal de Mora, Código de Posturas da Câmara Municipal de Mora, Lisboa, Typographia Universal, 1870; OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando e PEREIRA, Benjamim, Tecnologia Tradicional Portuguesa. Sistemas de Moagem, Lisboa, Instituto Nacional de Investigação Científica - Centro de Estudos de Etnologia, 1983.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - a fachada E. encontra-se parcialmente soterrada encobrindo a entrada de água.

Autor e Data

Rosário Gordalina 2006

Actualização

 
 
 
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