Monumentos 14: Paço Episcopal do Porto e envolvente
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Dossiê: Paço Episcopal do Porto e envolvente
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Março 2001, 24x32 cm, 160 pp. (<2Kg.)
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A construção medieval do sítio da Sé
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Manuel Luís Real
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A origem da construção do morro da Sé é muito remota. No início da Idade Média ter-se-á assistido à desestruturação da cidade antiga, mas é possível que dela tenha permanecido alguma memória, nomeadamente no plano tendencialmente reticulado do alto da Penaventosa, antes de 1930. A entrega do burgo ao bispo constitui um ponto de viragem no desenvolvimento da cidade que hoje conhecemos. As instituições consolidaram-se, a atividade económica foi revitalizada e a administração aperfeiçoou-se. A muralha foi reconstruída e surgiram grandes edifícios, a começar pela Sé-Catedral.
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A Casa do Cabido e a sua talha: algumas reflexões
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Natália Marinho Ferreira-Alves
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A Casa do Cabido, juntamente com a Sé e o Palácio Episcopal, insere-se numa área de grande importância do tecido urbano portuense. O edifício, erguido entre 1717 e 1722, enquadra-se nos esquemas arquitetónicos do maneirismo, cujo desenho foi atribuído a João Pereira dos Santos. João Baptista Pachini é outro dos nomes ligado ao ciclo das artes do século XVII, tendo sido o responsável pelas pinturas do teto, e Luís Pereira da Costa terá sido o presumível entalhador da Casa do Cabido.
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Da construção à conclusão do Paço Episcopal
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Joaquim Jaime B. Ferreira-Alves
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O novo Paço Episcopal do Porto mandado erigir por D. Frei João Rafael de Mendonça, bispo do Porto entre 1771 e 1793. A sua construção dotou a cidade com uma residência episcopal que, pelas suas dimensões e qualidade arquitetónica tardobarroca com ornamentação estilo rococó, se tornou um dos exemplos de palácio mais representativos da cidade. A autoria da construção do Paço Episcopal chegou a ser atribuída ao pintor-arquitecto Nicolau Nasoni, mas a documentação existente não nos permite concluir que o projeto executado em 1734 pelo artista toscano seja o que deu origem ao atual edifício. A sua história permanece, ainda hoje, incompleta...
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A formação bolonhesa de Niccòlo Nasoni: algumas antecipações
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Giuseppina Raggi
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A descoberta de notícias inéditas relativas à estadia em Bolonha de Niccoló Nasonni abre novas perspetivas de investigação no que diz respeito à formação do artista e às influências que caracterizam a sua obra, nomeadamente, no âmbito da pintura de perspetiva (chamada “quadratura”). Os anos bolonheses revestem-se de uma importância fundamental, por ser Bolonha a cidade italiana mais afamada neste género pictórico inter-relacionado com a arquitetura efémera e a cenografia. A aprendizagem na escola do pintor bolonhês Stefano Orlandi (1681-1760) permite a Nasoni atualizar-se na linguagem quadraturística. Simultaneamente, o artista senense aborda a tradição seiscentista “emiliana”, representada, principalmente, nas obras de dois reconhecidos mestres da “quadratura” bolonhesa: Angelo Michele Collona (1604-87) e Agostino Mitelli (1609-1660). A formação bolonhesa revela-se nas pinturas realizadas em Malta e no Porto, onde se reflete igualmente no âmbito da arquitetura construída.
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Casa da Torre da Marca
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J. Godinho de Lima
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A Casa da Torre da Marca, sita na Rua D. Manuel II, número 286, da cidade do Porto, é uma construção do século XVIII, com brasão esquartelado encimado por uma coroa de marquês, que na frente que dá para a Rua da Boa Nova, está adossada a uma torre tipicamente medieval, do século XIV, de estilo romano-gótico. O nome por que é conhecida resulta da confusão com uma outra torre, essa sim, uma verdadeira marca para referência dos barcos que subiam o Douro, e que, entretanto, tinha sido destruída. A Torre é atribuída a Pero Sem, fidalgo de origem, provavelmente, aragonesa. Foi construído, ao lado, um palácio pelos seus descendentes, o último dos quais foi D. Eugénia Maria Brandão de Mello, que casou com o seu tio, D. Filipe Holstein, primeiro marquês de Monfalim. Morrendo sem descendência, o casal doou a torre e o palacete às suas sobrinhas que, por sua vez, os venderam à diocese do Porto.
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Da "Casa da Rolaçom" à Avenida dos Aliados passando pelo Paço do Bispo
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Germano Silva
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Durante mais de quarenta anos a Câmara Municipal do Porto ocupou o Paço Episcopal da cidade, mais precisamente de 3 de fevereiro de 1916 a 24 de junho de 1957. Mas, onde verdadeiramente a Domus Municipalis portuense esteve instalada, até finais do século XVII, foi na Casa da Rolaçom, também conhecida pela designação de Paço do Concelho. Em 1784, constatou-se que não havia condições para permanecer no edifício, que se encontrava bastante degradado, passando todos os serviços camarários da Casa da Rolaçom para uma sala do Colégio de São Lourenço. Daí, a câmara passou ainda pela Casa da Vereação, pertença do cabido da Sé do Porto. Em 1920, procedeu-se, ao cimo da Avenida dos Aliados, à bênção e lançamento solene da primeira pedra dos futuros Paços do Concelho e, finalmente, em 1957 o edifício foi solenemente inaugurado.
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Um ato medieval na inauguração do novo Terreiro da Sé
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Teresa Alves de Araújo
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Inaugurado com pompa e circunstância a 2 de junho de 1940 o ciclo de Comemorações Centenárias da Nacionalidade (1140-1640), coube ao Porto organizar um “ato medieval”, integrado nas grandes festas apologéticas do Estado Novo. Os festejos tiveram lugar cinco dias mais tarde no recém-urbanizado Terreiro da Sé. As autoridades governamentais procuraram, deste modo, mostrar ao país e ao mundo esta (...) ilha de paz num mundo em guerra (...).
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A capela de Nossa Senhora de Agosto ou dos Alfaiates
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José Ferrão Afonso
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A Capela de Nossa Senhora de Agosto, ou dos Alfaiates, construída no século XVI, no Porto, marca o início de um período de grande construção maneirista flamenga. O projetista desta obra foi o mestre-pedreiro Manuel Luís, através de um contrato firmado possivelmente a 15 de agosto de 1565, data da festa da Nossa Senhora de Agosto, ou da Assunção de Agosto, que, juntamente com São Bom Homem, era a padroeira dos alfaiates.
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Do Colégio de São Lourenço ao Seminário Maior da Sé do Porto: 1560-1998
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Fausto S. Martins
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A 10 de agosto de 1560, dia em que se comemorava a festa do mártir São Lourenço, deu-se início à entrada da primeira comunidade de Jesuítas no Porto, cuja sede se instalou na Rua da Lada. A 20 de agosto de 1573 lançou-se a primeira pedra do Colégio de São Lourenço, situado na Rua das Aldas, contiguamente à Sé. Em 1834, antes da extinção das ordens religiosas em Portugal, o bispo do Porto conseguiu, do rei D. Pedro IV, a cedência do antigo Colégio dos Jesuítas para aí instalar o seminário diocesano, onde se mantém até hoje.
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Remodelação da Casa-Museu Guerra Junqueiro
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Alcino Soutinho
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O atual museu, revitalizado e restituído à sua autenticidade por força de uma operação de recuperação que envolve restauro, limpeza e reformulação dos seus espaços, continuará a funcionar como lugar de exposição permanente da coleção do poeta. Por outro lado, adquire, agora, um novo dinamismo estimulado pela ampliação das novas áreas destinadas, quer a exposições temporárias, quer aos múltiplos apoios inerentes ao funcionamento de um equipamento com esta especificidade.
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Terreiro da Sé: ideias e transformações
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Alexandre Alves Costa e Jorge Figueira
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Na primeira metade do século XX foram realizados vários estudos para a reformulação da zona central do Porto, desde Gaudêncio Pacheco (1913), Barry Parker (1916), Ezequiel de Campos (1932) até Giovanni Muzio (1945), para se estabelecer a relação entre a cidade e Vila Nova de Gaia e o Sul, via Ponte D. Luís, dando ao espaço envolvente da Sé o protagonismo de nó distribuidor de acessibilidades. Outras intervenções naquela zona terão lugar, como a de Álvaro Siza, entre 1968 a 1975, a de Fernando Távora na “Casa dos 24”, em 1998. Será ainda Álvaro Siza que, em 2001, retoma o projeto da Avenida da Ponte, integrando a leitura de Távora, desenvolvendo um estudo prévio, que tem como génese fundamental a reintrodução do construído na área envolvente da Sé.
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Intervenções da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais
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Paula Araújo da Silva, Pina Prata, Alexandra Joaquim e Margarida Rana
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O edifício do Paço Episcopal assume uma enorme imponência no perfil da cidade. Não sabemos se o projeto inicial foi concluído. Se analisarmos atentamente a planta principal do edifício, verificamos que a sua composição arquitetónica aparece truncada. A documentação existente nos arquivos da DGEMN, anterior a 1934, sobre o monumento é escassa. As intervenções por parte da direção-geral começam na década de sessenta do século XX e têm decorrido de uma forma mais ou menos contínua até aos dias de hoje, sendo, de uma maneira geral, obras de conservação.
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Igreja Matriz de Santa Marinha de Trevões, São João da Pesqueira
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Rita Vaz Freire, Mercês Lorena e Joaquim Inácio Caetano
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Decorrido o tratamento de conservação e restauro do retábulo da Capela dos Melos composto por talha dourada, sete painéis pintados e ainda uma imagem em madeira policromada, apresentam-se, neste artigo, alguns aspetos sobre as técnicas de execução originais, o estado de conservação em que se encontrava o conjunto e a descrição do tratamento realizado.
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Policromias da Capela do Solar dos Brasis: materiais e técnicas
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K4, conservação e restauro
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O presente artigo refere-se ao estudo decorrente dos tratamentos de conservação realizados, de junho a setembro de 1999, no altar-mor e nas paredes laterais na Capela de Nossa Senhora de Penha de França, Solar dos Brasis, concelho de Trancoso, freguesia de Torre de Terrenho.
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Igreja de São Facundo, Vinhais
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Gabriel de Andrade e Silva e Cristina Costa
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Localizada a sul da vila velha de Vinhais, numa plataforma a meio vale, a igreja medieval de São Facundo está implantada no cemitério municipal, afastado da população. Talvez por essa razão tenha sido deixada ao abandono e se encontrasse num estado de degradação desolador. Após uma cuidada análise de todas as patologias foi programada a intervenção em três fases: consolidação de estruturas, tratamento de pavimentos e restauro e recolocação de altares.
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INVENTÁRIO DO PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO
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Sé do Porto
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O Convento de Nossa Senhora da Graça de Tavira
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Daniel Santana
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O edifício do antigo Convento de Nossa Senhora da Graça de Tavira conserva ainda as formas resultantes de uma história com mais de 400 anos, desde a estrutura “chã” da igreja, passando pelas manifestações arquitetónicas e decorativas setecentistas, até às outras manifestações, menos abonatórias à imagem do edifício, datadas dos séculos XIX e XX, decorrentes da adaptação do convento a quartel militar. Importa destacar a importância histórica desta casa religiosa enquanto testemunho vivo do passado da cidade de Tavira e como parte integrante de uma conjuntura regional, agora que se prevê a sua adaptação a pousada.
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"Património para o século XXI"
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Margarida Alçada
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No âmbito do projeto Inventário do Património Arquitectónico (IPA), a DGEMN promoveu, entre julho e novembro de 2000, o concurso de fotografia Património para o Século XXI. Esta iniciativa teve como objetivo genérico desencadear uma ação de sensibilização junto de responsáveis autárquicos e do público em geral, procurando despertar no cidadão o dever de olhar, o gosto de conhecer e, consequentemente, o desejo de preservar o património arquitetónico com que diariamente contacta.
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