Moinho de Água da Figueira
| IPA.00025610 |
Portugal, Évora, Mora, Pavia |
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Moinho de água, de roda horizontal, de rodízio, de 3 aferidos, ao contrário da maioria de outros moinhos localizados na envolvente, aparentemente não se destinava a submersão (pelo menos total), como atestam os ângulos, a maioria não boleados e escassamente reforçados, as molduras em tijolo, dos vãos e a cobertura exterior, semelhante à do Moinho do Duque (v. PT041203070066), de duas águas curvas, assente no topo dos muros (que rematam em dupla ou tripla fiada de pedras de pequena dimensão), em lages de tijoleira artesanal; todavia os fortes rebocos e sobretudo a existência a linha de quatro respiradouros logo acima dos caboucos, apontam no sentido contrário, sendo que possivelmente neste ponto o leito da ribeira em períodos de cheia provocaria apenas uma submersão parcial da estrutura que se dispõe no sentido N. - S., transversalmente ao leito do rio. A porta de acesso rasga-se, como habitualmente, descentrada, num dos lados menores com acesso, tal como no Moinho do Duque, por alpondra de pedra; os caboucos, em arco de volta perfeita, apresentam flecha particularmente elevada; infernos em falsa abóbada de pedra em aparelho irregular assim como as paredes; as fundeiras exibem fortes rebocos tendo do lado esquerdo a abertura da sétia, sendo esta de perfil reto, em pedra. |
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Número IPA Antigo: PT040707040054 |
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Registo visualizado 2153 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Extração, produção e transformação Moagem
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Descrição
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Estação de moagem composta por moinho, açude e estruturas de apoio, constando de Casa do moleiro e Cocheira, viradas à ribeira e a c. de 50m da margem. MOINHO: planta simples rectangular, massa disposta na vertical com cobertura homogénea de 2 águas curvas, revestidas com fortes rebocos e assentes no topo das paredes em fiada de lages de tijoleira artesanal. Fachadas de pano único, em aparelho argamassado de pedra rústica, mista, com blocos de maiores dimensões a reforçar os cunhais e rematando em dupla ou tripla fiada de pedra miúda; nos lados maiores o remate é reto e nos menores em empena seguindo a linha da cobertura. Vãos com molduras adinteladas de tijolo. Fachada principal a O. de remate reto; inferiormente rasgam-se três caboucos, estreitos e bastante elevados, em arco de volta perfeita, com molduras adinteladas; superiormente, à direita de cada arcada, respiradouro circular, irregular. Na fachada S. rasga-se, descentrada e à direita, a porta de verga reta, com molduras de tijolo e acesso por alpondra construída com blocos de pedra ciclópicos. Na fachada oposta, igualmente descentrada e sensivelmente a meia altura, rasga-se ampla janela rectangular, disposta na vertical, igualmente com molduras de tijolo. INTERIOR: caboucos com paredes de pedra em aparelho muito irregular e cobertura em falsa abóbada igualmente pétrea; as paredes fundeiras apresentam fortes rebocos sendo rasgadas do lado esquerdo pela abertura das sétias, sendo estas de pedra de perfil quadrado. A COCHEIRA e a CASA DO MOLEIRO constituem dois volumes independentes, de planta rectangular, simples, com cobertura em telhado de uma água. A Cocheira apresenta fachadas de pano único, rebocadas e caiadas de branco; num dos lados menores, descentrada, à direita, a porta de acesso antecedida por pequeno adro elevado, de pedra; a porta é simples, rasgada na espessura da parede, de verga reta e soleira elevada, pétrea, com portada de madeira. Na fachada posterior, de remate reto em beirado saliente, rasgam-se duas janelas retangulares, simples, com portadas de madeira. |
Acessos
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E. N. 251; a partir da saída da povoação, em direcção ao Vimieiro, após 1,5KM virar à esquerda por caminho de terra batida; após atravessar passagem de pedra sobre o Ribeiro do Freixo prosseguir por c.de 500m; o moinho fica na margem S. da Ribeira de Tera. |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, fluvial, isolado, na margem S. da Ribeira de Tera e perto da confluência com a Ribeira do Freixo, a SO., em magnífico enquadramento paisagístico; terreno muito acidentado caracterizado por granitos e rochas afins, com presença de alguns fenómenos geológicos designados por marmitas de gigante e caos de blocos. Predomina a vegetação arbustiva e montado, característicos do clima mediterrânico, com maior incidência para a Azinheira (quercus ilex), e Esteva (Cistus ladanifer); presente também o Rododendro (Rhododendron). Nas proximidades, seguindo o curso da Ribeira de Tera, a E. fica o Moinho da Misericórdia (v. PT040707040055) e a O. o Moinho do Cláudio (v. PT040707040053) e, mais distante, o Moinho do Sapo (v. PT040707040051);a SO. o Moinho do Freixo PT040707040052). A nível da fauna encontramos, entre outros, o Javali (Sus scrofa), a Raposa (Vulpes vulpes), o Rato-de-cabrera (Microtus cabrerae), o Texugo (Meles meles), a Lontra (Lutra lutra); nas linhas de água vários anfíbios e répteis como a Rã-verde (Rana perezi), a Rã-de-focinho-pontiagudo (Discoglossus galganoi), o Sapo-parteiro (Alytes obstetricans) e a Cobra-de-água-viperina (Natrix maura); no campo da avifauna, destaque para a comunidade de rapinas, com populações numerosas de Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) e de Águia-calçada (Hieraetus pennatus), marcando presença também, na Primavera, a Águia-cobreira (Circaetus gallicus), o Bútio-vespeiro (Pernis apivorus) e a Ógea (Falco subbuteo); vários passeriformes, com destaque para os Chapins, Toutinegras, o Rouxinol (Luscinia megarhychos) e o Rabirruivo-de-testa-branca (Phoenicurus phoenicurus). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Extração, produção e transformação: moagem |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 18 - 19 - provável época de construção; 1870, 17 de Julho - posturas da Câmara Municipal de Mora, revogando as anteriores, nas quais surge legislação vária relativa aos moínhos de água do Concelho, nomeadamente proibição de moer trigo nas pedras barroqueiras (próprias para centeio) ou de moer grão fora do concelho, bem como obrigação de todos os moleiros "de pé de mó, como os maquilões (os moços que levavam a farinha ao domícilio) ou carregadores", de prestarem fiança por todo o mês de Janeiro e obrigação dos forneiros de fornos públicos de cozerem o pão e "mais artigos precisos a toda e qualquer pessoa". |
Dados Técnicos
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Estruturas de paredes portantes |
Materiais
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Pedra, tijolo, lages de cerâmica de fabrico artesanal, madeira |
Bibliografia
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Câmara Municipal de Mora, Código de Posturas da Câmara Municipal do Concelho de Mora, Lisboa, Typographia Universal, 1870. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Rosário Gordalina 2012 |
Actualização
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