Cisterna de Elvas
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Portugal, Portalegre, Elvas, Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso |
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Cisterna construída em meados do séc. 17, com intervenção do engenheiro Nicolau Langres, no interior da praça e alimentada por aqueduto, para abastecer a cidade em caso de cerco ou da destruição do Aqueduto da Amoreira. Frequentemente designada na documentação como cisterna militar, foi construída à prova de bomba, entre a muralha fernandina e a cortina da fortaleza moderna, com a cobertura a servir de terrapleno a esta última, com linhas muito simples e depuradas e grandes dimensões, tendo capacidade para 2320m3 de água e de abastecer a cidade durante 4 meses. Possui planta desenvolvida de noroeste para sudeste, composta por casa de entrada, quadrangular, cisterna retangular numa cota muito rebaixada, e casa das bicas, disposta lateralmente para fornecimento público de água, a primeira e a última inicialmente precedidas por pátios, que foram demolidos no séc. 20. As fachadas confundem-se com a fortificação, sobretudo a lateral, e terminam em platibanda plena, na casa da entrada e das bicas sobre cordão. A casa de entrada, coberta por telhado de quatro águas com claraboia com lanternim, é rasgada por portal de verga reta com frontão triangular, tendo no interior escadas de ligação a um núcleo central, onde se instalaram os mecanismos modernos de abastecimento público da água, e a vão em arco, que conduz à cisterna, à que se desce por escada central, de cantaria, com guarda plena e colunas de arranque, sobre arco aviajado. A cisterna é em cantaria e possui doze tramos, definidos por pilastras toscanas que se prolongam em arcos diafragmas na cobertura, em abóbada de berço, os dois tramos do topo mais pequenos, o último dos quais de perfil curvo. Na cobertura possui três claraboias e uma arca de água albergando o registo de controle de enchimento da cisterna. Na fachada lateral desenvolve-se a denominada Casa das Bicas, com fonte alimentada pela cisterna, de estrutura ligeiramente diferente e simplificada relativamente à primitiva, que foi desenhada na centúria de oitocentos, mas reaproveitando alguns elementos da antiga. Atualmente possui espaldar com silhares de recorte lateral, com duas bicas carrancas, zoomórficas, e não quatro, como tinha inicialmente, vertendo para pequeno tanque retangular, encimados por lápide com inscrição alusiva à construção da cisterna, por iniciativa do governador Martinho Afonso de Melo. |
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Número IPA Antigo: PT041207030153 |
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Registo visualizado 1848 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Hidráulica de contenção Cisterna
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Descrição
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Planta retangular composta por cisterna, propriamente dita, retangular irregular, com desenvolvimento de noroeste para sudeste, casa de entrada quadrangular, mais estreita, e a denominada casa das bicas, também retangular, adossada à fachada lateral esquerda. Coberturas diferenciadas, a da casa de entrada em telhados de quatro águas integrando ao centro lanternim, quadrangular, de alvenaria rebocada e pintada de branco, com vãos em arco abatido sobre impostas, pintadas de amarelo, protegidas por rede, e cobertura em domo facetado; a da cisterna forma o terrapleno da fortificação, em terra, de pendor suave, de onde sobressaem três claraboias, quadrangulares, com cobertura piramidal, e uma arca de água, também quadrangular, mas maior, com cobertura piramidal e com porta de verga reta, no interior da qual se encontra o registo por onde se enchia a cisterna. A da casa das bicas é em placa. Fachadas rebocadas e pintadas de amarelo, terminadas em platibanda plena, no corpo da casa de entrada, sobre cordão. A fachada principal surge virada a noroeste, rasgada por portal de verga reta, de moldura em cantaria pintada de branco, encimado por frontão triangular; na platibanda existem dois tubos estreitos para escoamento das águas da cobertura. INTERIOR: o portal da casa de entrada acede a patamar, a partir da qual se desenvolvem lanços de escadas, à volta de um núcleo central quadrangular, delimitado por guarda plena de alvenaria, rebocada e pintada de branco, onde se inseriam as bombas e a tubagem de abastecimento público da água, a qual ainda se mantém; as escadas à direita conduzem ao núcleo central, enquanto as da esquerda conduzem a um vão, em arco de volta perfeita sobre impostas, de ligação à cisterna. Esta implanta-se numa cota muito rebaixada, com as paredes revestidas a cantaria, pavimento do mesmo material e cobertura em abóbada de berço, possuindo doze tramos, definidos por pilastras toscanas que se prolongam em arcos diafragmas na cobertura; os primeiros dez tramos são quadrangulares e iguais, o décimo primeiro é retangular e o último, ainda mais pequeno, apresenta perfil curvo. Tem acesso por escada central de pedra, ocupando os dois primeiros tramos, de 25 degraus e guarda plena em cantaria, com colunas de arranque volutadas, desenvolvida sobre arco aviajado. No quinto tramo existe, do lado esquerdo, junto ao pavimento, que aí é rebaixado formando caldeira, cano de alimentação da Fonte das Bicas e para escoamento da água da cisterna, com filtro em bola. Junto às escadas e integrada no patamar da mesma conservam-se ainda várias tubagens que pertenciam ao moderno sistema de abastecimento público. CASA DAS BICAS: Fachadas rebocadas e pintadas de amarelo, rematadas em cordão e platibanda plena, lisa. Na face sudeste rasga-se amplo vão com porta metálica e na face poente dois vãos retangulares, jacentes, gradeados. Ao centro, dispõe-se fonte, com espaldar formado por dois silhares recortados, integrando bicas carrancas, de representação zoomórfica, encimados por lápide retangular inscrita. Em frente, dispõe-se pequeno tanque retangular, com remate e bordo em cantaria, para onde verte apenas uma das bicas. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, possuindo, à esquerda, arco de volta perfeita, na zona de saída da água da cisterna, para alimentação do chafariz. No teto as vigas e tijoleiras da placa da cobertura estão à vista. |
Acessos
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Assunção, Rua dos Cavaleiros; Faceira da Cisterna. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,877657; long.: -7,176883 |
Protecção
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Incluído no Núcleo urbano da cidade de Elvas / Cidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas (v. IPA.00001839) e na Zona de Proteção da Fortaleza de Elvas (v. IPA.00035956) |
Enquadramento
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Urbano, no interior da praça de Elvas, adossado à escarpa interior da cortina entre o baluarte de São João de Deus e o redente do Cascalho, com cobertura a servir de terrapleno da mesma. Desenvolve-se adaptada ao declive do terreno, próximo do local onde a água do Aqueduto da Amoreira (v. IPA.00003217) entrava na cidade. À fachada lateral esquerda, adossa-se corpo retangular da Fonte das Bicas, adaptado ao declive, e, mais para sudeste a Fonte de Santa Mónica, para ali transferida em 1973 (v. IPA.00026793). A poente da entrada, ergue-se o Quartel dos Artilheiros ou da Cisterna (v. IPA.00035790) e mais a norte o Convento de São Paulo (v. IPA.00014243), o Paiol da Conceição (v. IPA.00028667) e o Quartel do Trem (v. IPA.00026791). |
Descrição Complementar
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Junto ao portal de acesso à cisterna existe placa identificativa do imóvel. Na Fonte das Bicas surge uma lápide, com inscrição em latim: "HOC PERENNE / REGIAE AFFLVENTIAE MONVMENTVM / PVBLICO ELVENSIVM COMMODO / AC DELICIIS PERPETVO EXVNDANS / MARTINVS ALFONSVS A MELLO COMES / S. LAVR. / SVMMVS TRANSTAGANI BELLI ARBITER / SVB SERENISSIMO REGE IOANNE IV / INDVSTRIA NICOLAI LANGRES GALLI / PERFECIT ANNO M. DC. L.". A sua tradução é "No reinado do Sereníssimo rei D. João IV, Martim Afonso de Mello, conde de São Lourenço, governador das Armas do Alentejo, mandou fazer por Nicolau Langres, francês, este monumento perene da Real munificência, para comodidade e recreio do povo elvense. Ano de 1650". No caminho de armas da cortina em que foi construída a cisterna ainda existe um cano no cimo da muralha, que continua até ao ponto em que o aqueduto entra na cidade. |
Utilização Inicial
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Hidráulica: cisterna |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural (cisterna) / Hidráulica: fonte / Armazenamento: armazém (casa das Bicas) |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Rui Correia Lucas (1648). ENGENHEIRO MILITAR: Nicolau de Langres (1648-1650). |
Cronologia
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Séc. 17 - durante as obras de construção da fortificação moderna a envolver a cidade, que tinham de atravessar o Aqueduto da Amoreira, solicita-se ao rei orientações sobre o que fazer; 1647 - Jan Ciermans, em Portugal conhecido como João Paschasio Cosmander (1602-1648), desenha uma cisterna para a praça e a passagem do aqueduto sob o fosso, tendo chegado a encomendar, em Lisboa, chumbo para construir a passagem subterrânea; 1648, 05 maio - D. João IV manda destruir o Convento de São Paulo e a parte do aqueduto que ficasse a um tiro de mosquete da praça e dificultasse a obra da fortificação, com receio de os mesmos darem abrigo ao inimigo *1; 21 maio - o governador Martinho Afonso de Melo, Conde de São Lourenço, natural de Elvas escreve ao rei dizendo que a destruição do aqueduto "sera isto huma couza de grandiossimo dano para esta cidade" e que seria impossível poder-se limpar rapidamente as ruínas dos arcos, ainda que se trabalhasse muitos meses; além disso, mandara construir uma grande cisterna, na proximidade do local onde a água entrava na cidade, para armazenar as águas provenientes do aqueduto, conforme se depreende pela mesma carta: "eu uou mandando obrar huma cisterna da muralha para dentro, que sera huma das mayores e mais importantes couzas que se tem obrado nesta prouincia" *2; a cisterna é construída entre a muralha Fernandina e a cortina da nova fortificação, com projeto do tenente-general Rui Correia Lucas, com base nas plantas de D. Fernando de Mascarenhas, Conde da Torre, sob a direção do engenheiro Nicolau de Langres; 15 julho - carta de Martim Afonso de Mello ao rei referindo as duas obras de "grandíssima importância pera a segurança desta Praça", uma delas é a cisterna; "A outra obra he a do cazarão que sem ella he hum grande Padrasto que esta praça tem"; 1650 - data no memorial da fonte designada por casa das Bicas, assinalando a conclusão da obra da cisterna; 1654 - o governador da praça André de Albuquerque Ribafria escreve ao rei para que tomasse uma decisão final sobre o aqueduto da Amoreira; o rei decide a destruição do aqueduto apenas na zona que colidia com o traçado da fortificação, devendo a água ser introduzida no interior da cidade por canal subterrâneo; procede-se assim à destruição das últimas arcadas do aqueduto, que o introduziam na cidade; 28 outubro - carta de André de Albuquerque ao rei informando que, logo após a fortificação ter sido "cerrada", D. João da Costa, Conde de Soure, trata de tornar o último troço do aqueduto subterrâneo, "capas de meter toda a agua na Cidade", fazendo passar um cano pelo fosso e seguindo encostado à muralha até entrar na cidade; 1684, 21 julho - Relatório do Conselho de Guerra informa que a "Cisterna que se havia de encher com o mesmo cano da água da Amoreira e que era tão grandiosa que parecia obra de romanos, pois podia dar de beber a tudo que houvesse dentro da cidade, durante quatro meses, não importando que o inimigo destruísse os canos, como o podia fazer sempre que quisesse"; 1708 - o Pe. António Carvalho da Costa, refere a "grande cisterna, que tem de largo, & comprido oitenta palmos"; 1726 - segundo Francisco da Fonseca Henriques, a cisterna destaca-se pela sua grandeza e qualidade da água, podendo correr por uma bica, dia e noite, durante seis meses, sem se esgotar *3; 1755 - planta da Praça de Elvas e seus contornos, do capitão de engenharia Miguel Luiz Jacob, na sua visita geral, assinala a cisterna e o pátio da fonte adossado; 1758, 30 maio - descrição da cisterna nas Memórias Paroquiais da freguesia da Sé *4; 1810, janeiro - planta da cisterna levantada por Fulgencio Gomes dos S.tos Valle; 1816 - data da planta e perfil da casa das bicas pertencente à cisterna e seu pátio; 1826, 03 fevereiro - cálculo pela qual se conhece a quantidade d'agua, que leva a Cisterna, grande desta Praça d'Elvas, estando cheia ate ao fecho da abobada, ou 10,85 palmos ascima do nivel da casa de entrada, feito pelo 1.º Tenente do Real Corpo de Engenheiraria João Lourenço Domingos, que levantou também a planta da cisterna com seus perfis, corrigindo a antiga deffeituoza Planta que della havia. - 4651 pipas, 4 canadas e 3,656 de quastilho; 1831, 19 dezembro - desenho delineado pelo 1.º Tenente do R. C. dos Engenheiros Rodrigo Luiz de Castro, com planta e perfis da cisterna, representando um pátio poligonal fronteiro à cisterna e um outro a delimitar a Fonte das Bicas *5; 1835 - George Borrow na sua visita a Portugal considera, exageradamente, a cisterna de Elvas como a maior do mundo no seu género; 1836 - data da planta da cisterna levantada por Alexandre José Botelho de Vasconcellos e Sá, com marcação do pátio da entrada e casa das bicas; séc. 20, 1.ª metade (anterior a 1946) - cedência da cisterna da praça à Câmara Municipal de Elvas, em troca da água da Fonte dos Cavaleiros, para rega das árvores do jardim, não tendo sido lavrado auto de cedência; 1937, 23 outubro - planta da passagem da muralha de Elvas junto ao baluarte de São João de Deus representando a cisterna com o pátio frontal e o lateral, integrando a fonte das Bicas, disposta no ângulo; a cisterna tinha a defendê-la uma casa da guarda (DES.00053550); 1948 - demolição dos pátios da cisterna e provável alteração na fonte das Bicas e tanque frontal; séc. 20, 2.ª metade - instalação de bombas e tubagem de extração de água da cisterna para abastecimento público; 2009, abril - maio - a gerência do imóvel é cedida pela autarquia à empresa Aquaelvas - Aqualia, do grupo FCC - Fomento de Construciones y Contratas, S. A.; posteriormente é novamente cedida à Câmara Municipal de Elvas. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em cantaria e alvenaria rebocada e pintada; cordão, pavimento da cisterna e abóbada em cantaria; molduras dos vãos em cantaria pintada; silhares, bicas carrancas e lápide inscrita em mármore; porta e redes metálicas; pavimento cerâmico na casa de entrada; tubagens em ferro; cobertura em terra ou em telha na cisterna e em placa no corpo da Fonte das Bicas. |
Bibliografia
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AA.VV - Fortificações de Elvas. Proposta para a sua inscrição na lista do Património Mundial. Elvas (Portugal): texto policopiado, 2008; ALMADA, Victorino d' - Elementos para um Dicionário de Geographia e História Portugueza Concelho d'Elvas. Tomo 1 Elvas: Typ. Elvense, 1888; BUCHO, Domingos - Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações. Lisboa: Edições Colibri; Câmara Municipal de Elvas, 2013; CÂMARA MUNICIPAL DE ELVAS - Duas décadas de Poder Local. Elvas: Vírgula Design, 2013; COSTA, P. Antonio Carvalho da - Corografia Portugueza. Lisboa: Officina de Valentim da Costa Deslandes, 1708, tomo 2; HENRIQUES, Francisco da Fonseca - Aquilegio Medicinal. Lisboa: Officina da Musica, M.DCCXXVI; GAMA, Eurico - Elvas: Rainha da Fronteira. Elvas: Tipografia Guerra, 1986; GAMA, Eurico - Roteiro Antigo de Elvas. Elvas: edição do autor, 1924; JESUÍNO, Rui - Elvas - Histórias do Património. s.l.: Rui Jesuíno; Booksfactory, 2016; MASCARENHAS, José Manuel de e QUINTELA, António de Carvalho - «O Aqueduto da Amoreira e o sistema de abastecimento de água a Elvas». In Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, setembro 2008, n.º 28, pp. 92-101; MATTOS, Gastão de Mello de - Nicolau de Langres e a sua obra em Portugal. Lisboa: Comissão de História Militar, 1941, IV volume comemorativo do Centenário da Restauração; PAAR, Edwin - «As fortificações seiscentistas de Elvas e o primeiro sistema holandês de fortificação». Separata de A Cidade. Lisboa: Edições Colibri, n.º 12 (Nova série), 1998, pp. 129-170; VALLA, Margarida - «A praça-forte de Elvas: a cidade e o território». In Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, Setembro 2008, n.º 28, pp. 34-43. |
Documentação Gráfica
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Direção de Infraestruturas do Exército: GEAEM, SIDCarta (Cisterna militar da Praça d'Elvas: edificada debaixo do terrapleno da Cortina entre o Baluarte de S. João de Deus e o Redente do Cascalho, Janeiro 1810, por Fulgencio Gomes dos S.tos Valle (1591-1A-14-19), Planta e perfil da caza das bicas e seu pateo da cisterna militar da praça de Elvas, 1816 (1594-1A-13A-18), Planta e perfis da cisterna pertencente à praça d'Elvas, 19 dezembro 1831, por Rodrigo Luiz da Costa (1589-1A-13A-18), Planta e perfis da cisterna da praça de Elvas, Alexandre José Botelho de Vasconcellos e Sá em 1836 (1592-1A-13A-18); DGPC: DGEMN:DREMSul/DM (DES.000535) |
Documentação Fotográfica
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DGPC: SIPA |
Documentação Administrativa
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Direção de Infraestruturas do Exército: Tombo dos Prédios Militares: PM 91/Elvas - Fortificação da Praça de Elvas, cx. 1, Processo n.º 8, cx. 2 Processo n.º 16 ("Cálculo pela qual se conhece a quantidade d'agua, que leva a Cisterna, grande desta Praça d'Elvas" (03 fevereiro 1826)); DGALB/TT: Memórias Paroquiais, vol. 13, n.º (E) 14, p. 71 a 106 (Sé) |
Intervenção Realizada
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1951 - pavimentação da Rua Faceira da Cisterna. |
Observações
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*1 - D. João IV "mando que logo façais derrubar os arcos da Agoa da moreira que ficarem a tiro de mosquete dessa praça de Eluas e que se limpem as ruinas de modo que não possaõ seruir ao inimigo e fareis que limpando sse todas as sisternas se enchaõ de agoa e se façaõ noras nos poços que ouuer mais convenientes para ellas, procurando se execute huma e outra couza com a mayor brevidade possiuel (MATTOS, p. 38). *2 - Na carta de 21 maio de 1648, o governador escreve ao rei relativamente à destruição do aqueduto, dizendo que "sera isto huma couza de grandiossimo dano para esta cidade, e que o prejuízo que nos podem fazer quando o inimigo queira tentar aproveitar se dos arcos para fazer baterias a muralha que ia se tem prevenido com uma mea lua e estrada cuberta que entre os arcos e a muralha se fez, alem de que as mesmas ruinas que hauiaõ de fazer os arcos sera impossível em muitos mezes, por mais que se trabalhasse, poderen se alimpar; eu uou mandando obrar huma cisterna da muralha para dentro, que sera huma das mayores e mais importantes couzas que se tem obrado nesta prouincia, e o mesmo cano dagoa da Moreira lha há de cair dentro, com que se enchera facilmente, e estará a aguoa sempre fresca; estam sse alimpando, os possos e como tiuemos isto feito poder se há tratar da agoa da Moreira a uer se por repuxos a podemos trazer a cidade, porque doutra maneira também fora mostrar aos moradores desta prouinçia que estauamos já de tam roim partido que aruinauamos a mais proueitoza e grandiosa couza que há por todas as partes, e o engenheiro Langres me deu o papel que com esta enuio a Vossa Magestade e fica fazendo a planta que inuiarei como estiuer acabada, e como este francês trabalha na fortificação de Campo Maior e desta praça (…)" (MATTOS, p. 38). *3 - A cisterna "por muytas singularidades se faz memorável. Pela sua grandesa ; pela qualidade da sua agoa; e pela copia della. Pela grandesa: porque recebe tanta agoa, que largandoa de noyte, e de dia por huma bica, corre seis mezes sem lhe faltar. Pela qualidade da agoa: porque não he da chuva, como a das mais Cisternas: he da celebre fonte da Amoreyra (...) a qual se reparte para varias fontes, e chafarizes da Cidade; e em certos dias do mez de Mayo, algumas horas da noyte se encaminha toda a agoa da dita fonte para esta Cisterna; e de madrugada se restribue às fontes, e chafarizes publicos, de tal modo, que dentro de poucas noytes se enche aquella grande Cisterna; e alli se deposita aquella agoa, a fim de que a gente da terra a beba fria no Verão, em que se acha como de neve; e quando he tempo de beber frio, se solta a agoa por huma bica, que de noyte, e de dia està permanentemente correndo por tempo de seys (...)" (Henriques, pp. 284-285); *4 - Segundo as Memórias Paroquiais da freguesia da Sé, por detrás da Capelinha de São Francisco, "entre o muro Velho e a Cortina da fortificação nova sta huã grande Cisterna de 263 palmos de Comprido e 22 de Largo, e may de 60 de alto, para onde se desce por 26 degraos de pedra. Tem forte abobeda, que serve de terrapleno da muralha, onde tem Suas Charaboias, e Resisto, por onde, todos os annos, se enche de agua do Celebre aqueduto d'Amoreira, que Entra, na Cidade, por Cima d'esta abobeda. Para a parte da Cidade tem hum pátio, em que há hum pequeno tanque, sobre que Cahem 4. Resistos de bronze, por onde Corre a agua tam diliciosa e fria, que, quando na stação do Estio, o calor hé mais intenso, se não pode saciar a sede de hum só sorvo. Seu author, e antiguidade se vê no seguinte Letreiro, que sobre as bicas, se acha gravado em Hum mármore branco: Hoc perenne / Regiae affluentiae monumentum / Publico Elvensium Commodo, / Ac deliciis perpetuo exundans / Martinis Alfonsus a Mello Comes S. Laur- / Summus Transtagani Belli arbiter / Sub serenissimo Rege Joanne IV / Industria Niculai Langres Galle / Perfecit anno M.DC.L". *5 - O desenho representa a cisterna com a fachada principal precedida por pátio poligonal fechado e a Casa das Bicas com pátio retangular, de ângulo cortado, e acesso por porta de arco abatido. A Fonte possuía uma frente mais elaborada do que a existente atualmente, rematada em cordão sobre a qual se desenvolvia platibanda plena recortada e volutada, delimitada por plintos paralelepipédicos coroados por pináculos e integrando ao centro brasão com as armas de Portugal e cruz sobre acrotério. Ao centro possuía vão retangular, encimado por almofadado, talvez correspondente à lápide inscrita, ladeado por duas bicas, que vertiam para tanque frontal, de perfil recortado, mais recuado no enfiamento das bicas. Possui ainda marcado, no quinto trama da cisterna, cano que conduzia a água à fonte e, prolongando-se sob esta e o tanque, permitia esgotar-lhe completamente a água. *6 - Segundo Eurico Gama, anualmente, nas vésperas ou no dia da São João, existia um cerimonial, com a abertura da Cisterna pelo governador da praça, comendo-se caramelos "brancos de neve", saboreando-se a água fresca e assistindo-se a concertos oferecidos pelas bandas das unidades militares da cidade. |
Autor e Data
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Paula Noé 2017 |
Actualização
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