Ponte Antiga em Cheleiros

IPA.00006383
Portugal, Lisboa, Mafra, União das freguesias de Igreja Nova e Cheleiros
 
Ponte de arco único, de volta perfeita, constituído a partir de silhares bem aparelhados, indiciadores de uma primeva construção romana, apresenta, todavia, um tabuleiro em cavalete, em rampa ascendente, guardas murárias em aparelho miúdo rebocado e pavimento, que seria inicialmente em pedra aparelhada, hoje de seixo rolado, indicadores de uma construção medieva. Não apresenta nem talha-mares, nem contrafortes.
Número IPA Antigo: PT031109030016
 
Registo visualizado 3577 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Transportes  Ponte / Viaduto  Ponte pedonal / rodoviária  Tipo arco

Descrição

Ponte de um só arco de volta inteira com tabuleiro em cavalete, em rampa ascendente, e guarda murada, encontra-se orientada no sentido sul - norte. O intradorso do arco revela o aparelho de cantaria, enquanto todas as restantes superfícies, constituídas por aparelho miúdo de cantaria, se apresentam integralmente rebocadas, à exceção do pavimento, constituído por seixos rolados do rio. Não apresenta nem talha-mares, nem contrafortes.

Acessos

Rua do Arco da Ponte, Cheleiros. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,888353; long.: -9,327350

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982

Enquadramento

Rural, destacado, isolado. Implanta-se no fundo do vale, sobre a ribeira de Cheleiros, constituindo, ainda hoje, o limite sudeste da povoação, que liga a campos de cultivo.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Transportes: ponte

Utilização Actual

Transportes: ponte

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Sécs. 13 / 14 (conjetural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1154 - no foral afonsino da vila de Sintra é já referida a existência de uma via de comunicação que ligaria Cheleiros a Faião, e este, por sua vez, a Galamares, no termo daquela vila, o que faz supor a existência de uma ponte que permitisse vencer a ribeira de Cheleiros; 1195, 15 fevereiro - é atribuído foral à vila de Cheleiros, por D. Sancho I (1154 - 1211); 1305, 04 maio - D. Dinis (1261 - 1325) confirma o foral da vila, de que seriam donatários Diogo Afonso de Sousa e Violante Lopes Pacheco; a estes senhores se fica a dever muito do desenvolvimento urbano da vila de Cheleiros, incluindo uma importante campanha de obras na matriz (IPA.00003045), sendo de considerar que a construção da ponte (provavelmente sobre uma antiga estrutura romana) se inclua neste surto construtivo; 1712 - na Corografia Portuguesa, o padre Carvalho da Costa refere a existência de "famosa" ponte; 1730, 05 setembro - por intermédio de D. Diogo de Mendonça Corte-Real (1658 - 1736), é dada ordem de examinar as vias de comunicação de acesso a Mafra, para observar qual o caminho mais cómodo para os coches do monarca, D. João V (1689 - 1750); 07 outubro - 09 novembro - procede-se à reparação das estradas de acesso a Mafra; por esta altura é reconfigurado o tabuleiro da ponte, cujas pedras do soalho são substituídas por seixo rolado do rio; 1758 - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo prior Jerónimo Pereira de Abreu, é referida a existência de uma ponte de cantaria, em arco; c. 1780 - 1818 - provável edificação da ponte nova de Cheleiros, localizada a poucos metros, para ocidente, da antiga; 1830 - 1832 - em visitações efetuadas pelos juízes de fora nesses anos, ambas as pontes são apontadas como estando em bom estado de conservação, o que permite concluir pela existência de trabalhos de manutenção das estruturas, mormente da medieva; 1978, 30 junho - dá entrada na Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais um ofício da Direção-Geral do Património Cultural, informando a classificação da antiga ponte de Cheleiros como Imóvel de Interesse Público; 1980, 29 julho - a Junta de Freguesia de Cheleiros solicita à DGEMN a realização de obras de conservação na ponte; 1982, 26 fevereiro - é publicado o Decreto n.º 28/82 que a classifica como Imóvel de Interesse Público; 1983, novembro - 1985 - as grandes cheias ocorridas na primeira data levam a que a seja chamada a proceder à recuperação da ponte, o que se traduz na quase total reconstrução do seu encontro sul (o que implica a reconstrução da guarda sul e reposição do pavimento em falta), o arco mantem-se em bom estado, o que atesta a qualidade da sua construção.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante

Materiais

Cantaria de calcário, alvenaria mista, reboco

Bibliografia

AZEVEDO, Carlos, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa: Junta Distrital de Lisboa, 1963, vol. 3; COSTA, António Carvalho da (Padre) - Corografia Portugueza. Lisboa, Officina Real Deslandesiana, 1712, t. III; FERNANDES, Paulo Almeida; VILAR, Maria do Carmo - Identidades: património arquitectónico do Concelho de Mafra. Mafra: Câmara Municipal de Mafra, 2009; FERNANDES, Paulo Almeida - "Notas sobre o urbanismo da antiga vila de Cheleiros". Boletim Cultural'2008. Mafra: Câmara Municipal de Mafra, 2009, pp. 27 - 66; GANDRA, Manuel J. - Bibliografia Mafrense: I. Arqueologia. Mafra: Edição do Autor, 1993; LOPES, Flávio, (coord. de) - Património Arquitetónico e Arqueológico Classificado. Distrito de Lisboa. Lisboa: Instituto Português do Património Arquitetónico e Arqueológico, 1993; LOPES, Fernando M. Peixoto - Seminário de Arqueologia: Levantamento Arqueológico (Concelho de Mafra). Lisboa: s. n., 1992-1993, texto policopiado, trabalho final da licenciatura em História, Universidade Autónoma de Lisboa; Roteiros da Arqueologia Portuguesa. 1 - Lisboa e Arredores. S.l., 1986; www.patrimoniocultural.gov.pt (acedido em abril 2018)

Documentação Gráfica

DGPC: PT DGEMN/DSID / PT DGEMN/DSARH

Documentação Fotográfica

DGPC: PT DGEMN/DSID / PT DGEMN/DSARH

Documentação Administrativa

DGPC: PT DGEMN/DSID / PT DGEMN/DSARH / DGLAB: PT AN/TT, Memórias Paroquiais

Intervenção Realizada

DGEMN: 1984 - 1985 - restauro da ponte, implicando a reconstrução do seu encontro sul.

Observações

Autor e Data

Paula Tereno 2018

Actualização

 
 
 
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