Castelo de Longroiva
| IPA.00006489 |
Portugal, Guarda, Mêda, Longroiva |
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Castelo fundado durante a Reconquista e doado à Ordem do Templo em meados do séc. 12, que o reformou e construiu a torre de menagem, em 1174, sendo posteriormente remodelado e ampliado, no séc. 15 e 16, e amputado e alterado no séc. 19. Do primitivo castelo, provavelmente construído no séc. 10, por iniciativa condal, não subsistem estruturas, dada a grande instabilidade militar na região e às vicissitudes por que passou, ainda que existam desse período sepulturas antropomórficas junto à torre. De facto, Longroiva foi um dos dez castelos doados ao Mosteiro de Guimarães, por D. Flâmula Rodrigues, em 960, mas tomado durante a grande investida de Almansor, no final da centúria, para ser recuperado definitivamente pelas forças cristãs de Fernando o Magno, em meados do séc. 11. Regressado à posse do Mosteiro, em 1059, passa depois a particulares, no séc. 12, da esfera de familiares de D. Afonso Henriques que, finalmente, o doam à Ordem do Templo. Inicialmente, enquanto no domínio dos Templários, desempenhou um papel importante na defesa da fronteira leste de Portugal com o reino de Leão e Castela, articulando-se com os castelos de Mogadouro, Penas Róias, também dos Templários, de Algoso, da Ordem do Hospital e do Outeiro, da Coroa, todos na margem norte do rio Douro. Posteriormente perde importância estratégica. Mário Barroca considera o castelo de Longroiva como um bom exemplar românico, com recinto muralhado, integrando ao centro a torre de menagem. Desconhece-se a planimetria do antigo recinto, já que a atual planta trapezoidal, de quatro faces, resulta das obras oitocentistas de adaptação a cemitério, altura em que se amputou o recinto, pelo menos na frente norte, mantendo a antiga frente sul e poente, em alvenaria de pedra, sem remate nem adarve, já que a zona superior é nova, depois da demolição do paço do comendador, deixando o acesso à torre fora do recinto. A torre de menagem apresenta planta retangular, com paramentos aprumados em cantaria siglada, de três pisos, o primeiro correspondendo à cisterna, e os outros sobradados, rasgados por seteiras retilíneas e com acesso a norte, por portal sobrelevado, em arco de volta perfeita. Constitui uma das torres de menagem mais antigas e datadas, associadas aos Templários, e a primeira, até agora conhecida em Portugal, a utilizar o hurdício, ou seja, uma galeria de madeira exterior, no topo dos paramentos, junto ao remate ameado, que se apoiava nos orifícios quadrangulares dispostos regularmente que conserva, permitindo tiro vertical sobre a base dos muros. Esta solução inovadora deve ter beneficiado dos conhecimentos de arquitetura militar que o Mestre Gualdim Pais adquirira aquando da sua presença no Próximo Oriente, tendo existido um outro na torre de menagem de Guimarães, ainda que essa seja muito mais tardia. Na torre existe inscrição idêntica à do Castelo de Penas Róias, feita dois anos antes (v. 0408120006). No séc. 15, a defesa foi melhorada com a abertura de troneiras cruzetadas no recinto, subsistindo duas na frente sul e uma na poente, e nas ameias do parapeito da torre. Nos finais desta centúria e início da seguinte, o comendador procede a obras no castelo e paço, ainda documentadas pelo portal em arco de volta perfeita biselado na frente sul do recinto e na abertura da janela conversadeira, virada à vila, mainelada e também biselada, no piso sobrelevado da torre. Em 1507, à volta da torre, desenvolvia-se o paço do comendador, acedido por portal novo, à frente do qual tinha arco de cantaria, composto por um "recebimento" pequeno, com uma cisterna, uma sala à sua direita, sobradada, com acesso por escada pétrea, janela de assentos a norte e, ao canto, uma chaminé grande, uma câmara à sua direita, que ficava sobre a primeira entrada, com janela de assentos a poente, uma sala velha à esquerda da dita sala, com escada de madeira para a torre, e tendo inferiormente uma adega, uma outra casa pequena velha, com janela de assentos a nascente, uma outra casa pequena, uma casa de hóspedes, sobradada, com janela a poente e acedida a partir do "recebimento", uma cozinha térrea com um forno, um celeiro térreo e, a sul da torre, uma estrebaria, também térrea. Estas dependências do paço entraram em ruína no séc. 18 e, no final do séc. 19, foram demolidas, deixando apenas algumas marcas e, a nascente, os orifícios onde se apoiavam os pisos. |
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Número IPA Antigo: PT020909070007 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo
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Descrição
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Planta trapezoidal irregular, composta por recinto muralhado, de quatro lados, e por torre de menagem retangular, integrada no ângulo nordeste. O recinto tem paramentos aprumados, em alvenaria de granito, com silhares ciclópicos nos cunhais, já sem remate. Na frente virada a sul, a menor do trapézio, rasga-se, a meio, portal, em arco de volta perfeita, de aduelas largas, sobre os pés direitos, ambos biselados, com portão em ferro; no seu enfiamento, coroa o paramento cruz latina de cantaria, sobre plinto paralelepipédico. O portal é ladeado por duas troneiras cruzetadas, a da direita rasgada a um nível inferior. Na frente poente abre-se uma outra troneira cruzetada, mas as duas outras são cegas. A torre de menagem tem planta retangular, sem cobertura. Apresenta os paramentos aprumados, com cerca de 20 m de altura, em cantaria de granito, com soco marcado que, na fachada nascente, é escalonado, para adaptação ao terreno. Tem três registos, o inferior correspondendo à cisterna, e remate em parapeito de ameias largas, abrindo-se na ameia central, de cada uma das faces, troneira cruzetada. Sob o remate existe marcação regular dos orifícios de sustentação do antigo hurdício, que percorria a torre. A fachada principal surge virada a norte, exterior ao atual recinto trapezoidal, rasgada, ao nível do segundo piso, por porta, em arco de volta perfeita, com tímpano liso criando verga reta, precedido por escada metálica, e, no terceiro piso, por seteira retilínea. As restantes fachadas são rasgadas, ao nível do piso sobrelevado e do terceiro piso por seteiras retilíneas, exceto no segundo piso da fachada poente, onde se abre janela retilínea, mainelada e de moldura biselada. Nas fachadas norte, nascente e poente conservam-se marcas de empenas angulares e vestígios de reboco e, na virada a nascente, dois níveis de os orifícios dispostos regularmente, das antigas casas do comendador que se adossavam à torre. Na fachada sul, existe inscrição incisa junto ao cunhal, ao nível do piso inferior da cisterna. INTERIOR de três pisos, o primeiro correspondendo à cisterna, o segundo de espaço único, com pavimento de cantaria integrando a boca da cisterna, retilínea. Nas paredes laterais tem as seteiras a criar nicho retilíneo e, na da direita, janela conversadeira, mainelada; o vão da porta de acesso possui arco ligeiramente apontado sobre os pés direitos. O terceiro e último piso, atualmente sem acesso, possui em cada uma das faces os nichos retilíneos das seteiras e, superiormente, os orifícios de sustentação das vigas da cobertura da torre. Junto ao cunhal nordeste da torre existe pequeno e baixo muro, em alvenaria argamassada que deveria ter pertencido às dependências adossadas à torre. A norte desta, existe, a cerca de 10 m., cisterna escavada na rocha, em forma de cântaro, com abertura de 1 m. de diâmetro, protegida por grade em ferro, alargando depois no interior, que tem cerca de 4 m. de profundidade. |
Acessos
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Longroiva, Rua do Adro |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 32 973, DG, 1ª série, n.º 175 de 18 agosto 1943 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, na encosta nascente da Serra da Lapa. Implanta-se de modo destacado, num cabeço sobranceiro à povoação, a cerca de 436 m. de altitude, adaptado ao declive do terreno, que, ao longo da face nascente, é formado por afloramentos rochosos. Entre o arruamento de acesso e o topo do cabeço, desenvolve-se plataforma intermédia, com largos degraus, pavimentados a paralelos. A norte da torre de menagem, os afloramentos rochosos possuem sepulturas escavadas na rocha. Na proximidade, erguem-se a Igreja Paroquial de Longroiva (v. IPA.00007672) e a Capela de Nossa Senhora do Torrão (v. IPA.00007674), ambas de origem medieval. Do castelo tem-se domínio sobre vasto horizonte, sendo possível avistar-se Marialva, Mêda, o vale da Ribeira da Concelha, ou de Longroiva, e a veiga de Longroiva, onde corre a Ribeira de Piscos, ou da Centieira. |
Descrição Complementar
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O portal do recinto integra na soleira uma lápide sepulcral, em mármore, de um cavaleiro da Ordem de Cristo, falecido no séc. 19, e um dos últimos a ser sepultado no cemitério. Na fachada poente da torre de menagem existe inscrição comemorativa da construção da torre (CEMP Nº 148), gravada em três silhares (dimensões: 1º silhar: 50x94, 2º silhar: 37x50, 3º silhar: 37x71), com superfície epigrafada muito erodida. Tem letra Inicial capitular carolino-gótica, de má qualidade gráfica, com recurso a nexos e inclusões, sendo a sua leitura, modernizada e reconstituída, a seguinte: "[in e]RA : M CC : XII : ( =ano1174) MAGISTER GALDINus : CONDUTOR : PORTUGALENSIUM . MILITUM . TEmPLI . REGNA[nt]E ALFO(n)SO : PORTUGALE(n)SIUm REG(e) CUM . MILITIBUS . SUIS . EDIFICAVIT HANC . TURRIS". A sua tradução é: "Na era de César de 1214 anos (1174 da era de Cristo), Gualdim, chefe dos cavaleiros portugueses do Templo, mandou edificar esta torre com os seus soldados, reinando Afonso Rei de Portugal". |
Utilização Inicial
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Militar: castelo |
Utilização Actual
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Funerária: cemitério |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Câmara Municipal de Mêda, auto de cessão de 29 novembro 1943 |
Época Construção
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Séc. 12 / 15 / 16 (conjetural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Época Pré-História - ocupação humana do castro da tapada de Longroiva, situado no cabeço onde se ergue o castelo, com ocupação desde o Eneolítico, documentada pelo achado de necrópole e machados de anfibolite, restos de cerâmica, escórias de ferro e de estanho, fusaiolas; séc. 02 - séc. 04 - romanização do castro e fixação da povoação, denominada de Longóbriga, na parte mais baixa (Veiga de Longroiva), documentada por vários achados: denários de 79 a.C., alicerces de casas, fornos, mós de moinho, mosaicos, capitéis, tegula; a povoação é atravessada pela estrada militar proveniente de Marialva; época visigótica - é matriz do Bispado de Lamego; 939 - no esforço de Ramiro II para repovoar as terras a sul do Douro, depois da vitória de Simancas, é possível que D. Rodrigo Tedones tenha edificado um conjunto de castelos, que passam posteriormente, por herança, para a sua filha D. Flâmula ou Châmoa Rodrigues; 960 - D. Flâmula Rodrigues, sobrinha de D. Numadona Dias e do rei Ramiro II de Leão, doa ao Mosteiro de Guimarães, fundado pela tia e onde entra como "devota", um conjunto de dez castelos com suas penelas e "populaturas", nos quais se inclui o castelo de Longroiva, recomendando-se a sua venda para os rendimentos serem aplicados no resgate de cativos, apoio aos peregrinos e mosteiros; 987 - 997 - o castelo de Longroiva cai novamente em poder das forças muçulmanas durante as campanhas de Almansur na região da Beira, ou quando os exércitos muçulmanos atravessam a Beira rumo a Santiago de Compostela; 1055 - 1058 - reconquista definitiva do povoação e seu castelo durante a campanha da Beira, organizada por Fernando o Magno, do reino de Leão; posteriormente, D. Fernando o Magno deve ter devolvido os bens ao Mosteiro de Guimarães; 1059 - referência documental ao conjunto dos dez castelos no inventário dos bens do mosteiro de Guimarães; 1124, 26 outubro - data provável da concessão de foral a Longroiva por D. Teresa; 1126 - data provável da concessão de foral ou carta de povoamento dada pelo cavaleiro Egas Gosendes; 1145, 10 junho - D. Fernão Mendes de Bragança, o Bravo, que foi tenens da Terra de Bragança entre 1128 e 1145, e sua mulher, D. Sancha Henriques, filha do Conde D. Henrique e irmã de D. Afonso Henriques, doam o castelo de Longroiva à Ordem do Templo, sendo então Mestre D. Hugo de Martónio; a doação também inclui a povoação de Muxagata; no documento, refere-se que ele doa o castelo, que ele povoara na Extremadura, ou seja, a sul do Douro ou nas terras extremas do Douro, no entanto, o povoamento feito por Fernão Mendes deve ter sido escasso; 1174 - reforma do castelo com construção da torre de menagem, com hurdício, por ordem de D. Gualdim Pais, Mestre da Ordem do Templo, conforme consta na lápide inscrita na fachada ocidental; 1220 - confirmação do foral por D. Afonso II; 1296, 31 outubro - constituição da comenda de Longroiva, da Ordem do Templo; séc. 13 - a vila paga anualmente à Sé de Lamego 10 moios de centeio e 10 de vinho; 1304 - confirmação do foral por D. Dinis, que terá mandado executar alguns reparos no castelo; 1307, 12 agosto - o papa Clemente V, pela bula "Regnans in ecclesis triumphans", dirigida a D. Dinis, convida o rei a acompanhar os prelados de Portugal ao Concílio de Viena, onde se procuraria determinar o que fazer da Ordem do Templo e dos seus bens, por causa dos erros e excessos que os seus cavaleiros e comendadores haviam cometido; pouco depois, pelas letras "Deus ultiorum dominus", dirigidas ao arcebispo de Braga e bispo do Porto, nomeia-os como administradores dos bens templários em Portugal; D. Dinis empreende uma série de medidas, internas e externas, para evitar que os bens dos Templários em Portugal integrassem o património da Ordem do Hospital; assim, ordena que seja tirada inquirição sobre o património da Ordem e, pela via judicial, incorpora-o na Coroa, alegando que as doações haviam sido da responsabilidade régia e que obrigavam à prestação de serviços ao rei e ao reino; 1312, 22 março - extinção da Ordem do Tempo, pela bula "Vox clamantis"; 02 maio - bula "Ad Provirem" concede aos soberanos a posse interina dos bens da Ordem do Templo, até o conselho decidir o que fazer com eles; 1319, 14 março - bula "Ad ea ex quibus" de João XXII institui a Ordem de Cavalaria de Jesus Cristo, ou a Ordem de Cristo; 26 novembro - D. Dinis manda entregar à Ordem de Cristo todos os domínios que tinham pertencido à Ordem do Templo, e que ele guardara como seu procurador: "outorgamos e doamos e ajuntamos e encorporamos e anexamos para todo o sempre, à dita Ordem de Jesus Cristo (...), Castelo Branco, Longroiva, Tomar, Almourol e todos os outros castelos, fortalezas e todos os outros bens, móveis e de raiz"; 1321, 11 junho - divisão em 38 comendas da Ordem de Cristo dos antigos bens pertencentes aos Templários; 1496 - na Inquirição, é referida a existência de 73 habitantes; 1507, 25 outubro - data da visitação e da elaboração do Tombo da comenda de Longroiva, da Ordem de Cristo, por frei João Pereira, sendo descrito como tendo torre de menagem de dois pisos sobradados e telhada, envolvido pelos aposentos do comendador, de um ou dois pisos, rodeado de muros velhos, em algumas zonas derrubadas *1; é comendador frei Garcia de Melo, que executa várias benfeitorias no castelo e seus aposentos; 1510, 01 junho - concessão de foral novo por D. Manuel; 1527 - no Numeramento, existe a referência a 140 habitantes; séc. 17 - séc. 18 - são senhores de Longroiva os condes de Castanheira, que recebem desta terra, de Fontelonga e Muxagata 2:300$000; 1733 - as casas de residência do comendador encontram-se destelhadas e em ruína, a cisterna entupida, o castelo sem portas, sobrevivendo apenas a torre; 1755, 01 novembro - o terramoto não causa dano algum no castelo; 1758, 18 maio - segundo as Memórias Paroquiais da freguesia, o castelo tem salas e celas cobertas, que mostravam ser bons; dentro tem uma cisterna muito grande, ainda que parte dela esteja "despida"; parte do castelo está derruído, porém, no interior, conserva uma torre intacta que, sendo antiga, parece moderna; erguendo-se na parte mais alta da vila, as paredes do castelo criam musgos que, segundo dizem, se deve por ser a pedra salitrada; séc. 18, último quartel - começa-se a desmantelar as estruturas do castelo, utilizando-se a pedra nas construções da vila; 1820 - 1843 - num desenho de Carvalho de Magalhães e Vasconcelos (publicado na revista universal Lisbonense, (1844-45) são ainda visíveis os troços da muralha da cidadela, que se prolongava para norte da torre de menagem; 1837 -abolição das comendas da Ordem de Cristo, sendo os bens das comendas transferidos para os próprios nacionais; 1855, 24 outubro - extinção do concelho de Longroiva; séc. 19, finais - transformação do castelo em cemitério; 1938, abril - a Câmara de Mêda solicita ao Diretor-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais a classificação do castelo de Longroiva; 1952 - descoberta da cisterna e três depósitos escavados na rocha, junto à torre de menagem, por A. V. Rodrigues; 1982 - assinatura do protocolo entre o IPPC e a Assembleia Distrital da Guarda para utilização da torre de menagem como museu e biblioteca; elaboração de projeto de restauro de Avenida Rodrigues, que não chega a ser executado. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria e cantaria de granito; portão, escada de acesso à torre e grade na boca da cisterna em ferro. |
Bibliografia
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ALMEIDA, João de - Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses. Lisboa: 1945; AMANTE, Monsenhor António Pereira - Memórias: Longroiva de todos os tempos. Coimbra: Câmara Municipal de Mêda, 2009; BARROCA, Mário Jorge - «Arquitectura Militar». In Nova História Militar de Portugal. Lisboa: Círculo de Leitores, 2004, vol. 2, pp. 95-121; BARROCA, Mário Jorge - «De Miranda do Douro ao Sabugal - Arquitectura Militar e Testemunhos Arqueológicos Medievais num Espaço de Fronteira». In Portvgália. Nova Série. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2008 - 2009, vol. XXIX - XXX, pp. 193-252; BARROCA, Mário Jorge - «A Ordem do Templo e a Arquitectura Militar Portuguesa do século XII». In Portvgália. Porto: 1997, nova série, vol. XVII-XVIII, pp. 171-209; BARROCA, Mário Jorge - Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422). Porto: 2000, vol. 2, pp. 389-391; BARROCA, Mário Jorge - «Os Castelos dos Templários em Portugal e a organização da defesa do Reino no sec XII». (file:///C:/Users/apnoe/Downloads/188818-254786-1-PB%20(2).pdf), pp. 213-227; DIAS, Pedro - Visitações da Ordem de Cristo de 1507 a 1510. Aspectos Artísticos. Coimbra: Coimbra Editora, Lda, 1979; GOMES, Rita Costa - Castelos da Raia. Beira. Lisboa: IPPAR, 1997, vol. 1; FERNANDES, Maria Cristina Ribeiro de Sousa - a Ordem do Templo em Portugal (das origens à extinção). Dissertação de Doutoramento apresentada na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Porto: texto policopiado, 2009; GONÇALVES, Iria (organização) - Tombos da Ordem de Cristo. Comendas de Trás-os-Montes e Alto Douro. Lisboa: Centro de Estudos Históricos, 2004, vol. 7; GONÇALVES, Luís Jorge Rodrigues - Os castelos da Beira Interior na defesa de Portugal (séc. XII - XVI). Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa. Lisboa: texto policopiado, 1995; LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho - Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia, 1874, vol. 4; PERES, Damião - A Gloriosa História dos Mais Belos Castelos de Portugal. Lisboa: 1969; RODRIGUES, Adriano Vasco - Documento Inédito sobre Longroiva. In Altitude. Guarda: 1980; RODRIGUES, Adriano Vasco - O Problema da Localização de Longóbriga. Porto: 1961; RODRIGUES, Adriano Vasco - Prospecções Arqueológicas na Região de Longroiva. Viseu: 1961; RODRIGUES, Adriano Vasco - Retrospectiva Histórica de Marialva, Longroiva e concelho da Meda. Marialva: 1976; RODRIGUES, Adriano Vasco - Terras da Mêda. Mêda: 1983; SARAIVA, Jorge António Lima - O concelho de Meda 1838 - 1999. Coimbra: Câmara Municipal de Mêda, 1999; SOUTO, José Pinto Rebelo de Carvalho e - «Extracto da Descrição da Villa de Longroiva e suas Águas Minerais». In Memórias da Academia das Sciências de Lisboa. Lisboa: 1821, 1ª série, tomo VII, pp. 1-13; TAVARES, J. A. Abrunhosa - «História e Arqueologia por Terras da Mêda». In Altitude. Guarda: 1942; VASCONCELOS, Francisco António de Magalhães e - «Longroiva [Sic] e suas Águas Minerais». In Revista Universal Lisbonense. Lisboa: 1844-45, tomo IV, pp. 523-524. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DSID (DGEMN:DSID-001/009-007-1054/5), DGEMN:DSARH (DGEMN:DSARH-010/144-0005, DGEMN:DSARH-010/144-0006); DGLAB/TT: Memórias Paroquiais, 1758, vol. 21, n.º 116, fl. 1105-1112 |
Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - No Tombo de 1507 procede-se à seguinte descrição do castelo: "açima huu pouco da dicta egreja tem a hordem huu castello, em que tem huua torre de menagem toda de cantaria laurada e de bõoa altura e tem dous sobrados igualmente madeirada e cuberta de telha vãa e tem uma bõoa janella noua contra o ponente com suas portas nouas. e leua a dicta torre pello vão çinquo varas de longo e tres varas de largo. tem huu portal pequeno com suas portas ainda bõoas. arredor da dicta torre estaa o apousentamento do dito comendador. ao qual entram per huu portal nouo de cantaria bem obrado com suas portas bem fechadas. e aalem do dito portal estaa huu arco outrosi de cantaria. e aa entrada do dicto arco estaa huu reçebimento pequeno em que estaa huua cisterna. E logo aa mão direjta estaa huua salla nouamente feita com seu portal e paredes de cantaria. e tem suas portas nouas. esta sala he sobradada e sobem a ella per huua escada de pedra com seu mainel outrosi de pedra. e tem ao norte huua bõoa janella d assentos com suas portas bõoas e nouas. ao canto desta salla estaa ora feita de nouo huua chamjnee grande de madeira barrada. e sobre a dicta escaada e na dicta salla estam huus almarios nouos de castanho. esta salla leua de longo oito varas e quatro e meya de largo. e leua huua casa debaixo. deste tamanho. aa mãao direita da entrada da dicta salla estaa huua camara que estaa sobre a primeira entrada outrosi nouamente feita. bem madeirada de madeira de castanho e telhada de telha vãa e tem huua janella d asentos com suas portas nouas contra o ponente. leua çinquo varas de longo e quatro de largo. a dicta salla tem as paredes cafelladas da parte de dentro. aa mãao seestra da entrada da dicta salla tem outra salla velha com huu portal nouo de pedraria e suas portas nouas. madeirada de madeira uelha e cuberta de telha vãa que leua sete uaras de longo e çinquo de largo e esaa nella huua escaada de madeira per que uam aa dicta torre. Debaixo desta sala vay huua logea do tamanho della que ora serue de adega: aalem desta salla estaa outra casa pequena velha madeirada de castanho e telhada de telha vãa e tem huua janelaa noua de pedraria com seus assentos e portas contra o levante. esta casa leua de longo seis varas e tres de largo. aalem desta casa estaa outra casa pequena da dicta maneira que se nom medio por estar fechada. diante da dicta salla e camara nouas. e no dicto reçebimento. estaa huua casa sobradada que he casa dos ospedes. has paredes de cantaria bem obrada igualmente madeirada e cuberta de telha vãa e tem huua janella contra o ponente. leua de longo çinquo varas e quatro de largo. e he sobradada. aalem desta casa vay outra casa terrea que serue de cozinha e tem dentro huu forno. estaa madeirada de madeira velha e telhada de telha vãa e leva sete varas de longo e quatro de largo. aalem desta casa estaa outra casa que serue de çeleiro terrea. cuberta de telha vãa. leua seis varas e meya de longo e seis escassas de largo. junto da dicta torre contra o sul estaa huua casa terrea, que serue de estrebaria com suas manjadoiras. telhada de telha vãa. leua sete varas de longo e çinquo de largo. Estas casas estam çercadas pella mayor parte de muro uelho per partes deRibado que foy jaa em outro tempo cerqua do dicto castello. e diz sse que foy ja aqui conuento dos caualeiros do temple" (GONCALVES, Iria, pp. 42-43). |
Autor e Data
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Paula Noé 2016 |
Actualização
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