Chafariz da Armada / Chafariz da Praça de Armas / Chafariz de Alcântara
| IPA.00007156 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela |
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Arquitectura infraestrutural, oitocentista de características clássicas. Chafariz urbano, integrado em ampla praça, fronteiro a edifício militar, que integra o plano de abastecimento de água a Lisboa, pelas Águas Livres, do tipo centralizado, composto por plataforma, a que se adossam dois tanques num nível inferior, interrompidos por escadas de acesso aos tanques superiores, num esquema semelhante ao utilizado no Chafariz das Janelas Verdes (v. PT031106260356), que sustenta um pedestal paralelepipédico, com bicas em forma de carrancas, que vertem para quatro tanques rectilíneos, um em cada face. O conjunto é rematado por um pedestal troncopiramidal encimado por escultura. |
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Número IPA Antigo: PT031106260234 |
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Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de elevação, extração e distribuição Chafariz / Fonte Chafariz / Fonte Tipo caixa de água
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Descrição
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Chafariz em cantaria de calcário lioz, assente sobre plataforma planta circular, com acesso por quatro degraus frontais e posteriores, entre os quais se erguem dois tanques de planta trapezoidal, com dois dos lados curvos, o posterior mais elevado, com bordos saliente, tendo as ilhargas a servir de guardas laterais das escadas; o tanque do lado E. tem água e possui peixes vermelhos. Sobre esta, surge uma plataforma quadrangular, correspondente a um degrau, onde se ergue estrutura paralelepipédica vertical, tendo cada uma das faces flanqueada por pilastras de fuste liso e capitéis dóricos, que centram friso, sob os quais surgem apainelados rectangulares emoldurados, o do lado posterior com vão rasgado, protegido por porta de madeira, de acesso à canalização; na base dos apainelados inferiores, surgem as bicas em forma de mascarões híbridos, envolvidos por concheados e volutas, de onde sai canal em bronze; cada uma delas jorra para tanque rectangular, com o lado exterior curvo e emoldurado, com os bordos chapeados a ferro e possuindo duas réguas metálicas para suporte de vasilhame. Os apainelados da face frontal possuem, no painel superior, as armas da cidade, surgindo, no inferior, uma inscrição pintada a preto: "N.º 10. CAMARA MUNICIPAL 1845.". A estrutura remata em cornija, de onde evolui pedestal rectangular, com os ângulos chanfrados, criando um octógono, de onde emana um friso de folhas de acanto clássicas e plinto troncopiramidal, que sustenta a figura escultórica de Neptuno. |
Acessos
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Praça da Armada *1, Rua Prior do Crato |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5 DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *2 / Incluído na Zona Especial de Proteção do Palácio das Necessidades (v. IPA.00006541) |
Enquadramento
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Urbano, isolado e destacado, implantado numa zona de forte pendor de inclinação, no plano superior, num largo, tendo como envolvente o casario oitocentista. O largo encontra-se pavimentado a calçada portuguesa, formando elementos geométricos, bordejado por árvores e protegido por pilares metálicos para impedir o estacionamento no local. Frontal ao chafariz, surge uma pequena zona ajardinada e o Tribunal Marítimo. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Hidráulica: chafariz |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: fonte ornamental |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ESCULTOR: Alexandre Gomes (1797). |
Cronologia
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1779 - por aviso de 22 de Setembro concedeu-se metade dos sobejos do Antigo Chafariz das Necessidades às religiosas do Convento do Sacramento e outra metade ao extinto Convento do Livramento; um dos tubos era privativo para o quartel da Cavalaria em Alcântara (actual quartel da Armada, onde existe uma fonte, possivelmente desta época), que desembocava num tanque mandado fazer à custa do Cofre das Águas Livres, por ordem da Junta de 19 de Maio de 1779, e acabado por ordem de 8 de Setembro de 1784; 1839 - projectou-se a sua mudança para a Calçada do Livramento, que não foi concretizada; 1845, 14 Abril - por acção do vereador Luís António Martins, muda-se para Alcântara, principiaram os trabalhos para o seu encanamento que começa no canto do muro da Quinta das Necessidades, vai pela frente do Palácio, Calçada Nova da Praça de Armas (actual Rampa das Necessidades), até ao lugar marcado na distância de 1:153 palmos; o Chafariz é alimentado pela Galeria das Necessidades, vinda do Aqueduto das Águas Livres, o qual abastece os chafarizes das Janelas Verdes (v. PT031106260356), e das Terras (v. PT031106260954); 1846, 28 Março - terminam as obras, importando 1:166$331 réis de mão-de-obra e em material 1:449$630, com o total de 3:115$961 réis, tendo ao serviço 2 companhias de aguadeiros e 66 aguadeiros; reutilização das bicas em forma de carranca, provenientes do material não utilizado no Chafariz do Campo de Santana, executadas por Alexandre Gomes, em 1797; 1850 - alteração do conjunto com colocação da estátua de Neptuno que tinha sido retirado do chafariz do Campo Grande, entretanto demolido, tendo sido retiradas as 4 urnas que serviam de remate e uma platibanda por cima da cimalha; remate foi aumentado com o pedestal em forma de pirâmide quadrangular truncada; 1851 - os sobejos haveriam de correr para o Quartel do Batalhão Naval, quando estivesse concluída a remodelação. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura em cantaria em calcário lioz, branco e rosado, peças metálicas em ferro fundido nos tanques e bicas com cano de bronze; tirante da imagem em bronze. |
Bibliografia
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VELLOSO D`ANDARDE, José Sérgio, Memória sobre chafarizes, bicas, fontes e poços públicos de Lisboa, Lisboa, 1851; FREIRE, João Paulo, Alcântara. Apontamentos para uma monografia, Coimbra, 1929; VIEIRA DA SILVA, Augusto, Chafarizes Monumentais e Interessantes de Lisboa Desaparecidos, Lisboa, 1942; Olisipo, nº 40, Outubro 1947; Novos e Velhos Caminhos de Lisboa, Lisboa, 1965; FRANÇA, José-Augusto, A Arte em Portugal no Séc. XIX, vol. I, Lisboa, 1966; CHAVES, Luís, Lisboa nas Auras do Povo e da História, Lisboa, vol. I e IV, 1969; ANDRADE, Ferreira de, Lisboa e os seus Serviços de Incêndios, vol. I, Lisboa, 1969; LEITE PINTO, Luís, História do Abastecimento de água a Lisboa, Lisboa, 1972; Revista Militar, Lisboa, 10 - 10 - 1980; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, livro VII e IX,; CHAVES, Luís, Chafarizes de Lisboa, Lisboa; Arquivo Pitoresco, vol. V e VI; Correio da Manhã, 16-2-1988; RODRIGUES, Rosa, Presença da Água na Cidade de Lisboa. Chafarizes, Évora, 1988 (não publicado); Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa, 1988; MOITA, Irisalva, D. João V e o Abastecimento de Água a Lisboa, Lisboa, 1990; CAETANO, Joaquim Oliveira e SILVA, Jorge Cruz, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, 1991; Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, 1995; FLORES, Alexandre M. e CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, Edições INAPA, 1999. |
Documentação Gráfica
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CML: Arco do Cego |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; GEO: FT 8041; AFL: A 5245, A 5374 |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSARH-010/125-0091/02; CML: Carta do Património, Prazeres, Prazeres, Ficha nº 26.33 |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20, final - limpeza da pedra e dos degraus; reconstituição das partes metálicas e fixação do tridente à imagem do Neptuno; consolidação da estrutura; reordenamento do largo, com definição do estacionamento para automóveis e aumento da área pedonal envolvente ao chafariz. |
Observações
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*1 - a Praça da Armada foi denominada Largo de Alcântara, Praça de Armas e da Marinha, e vulgarmente Largo dos Marinheiros; não oficialmente, era conhecido por Praça do Baluarte. *2 - Por decreto do Ministério da Cultura (dec. nº 5/2002 de 19 de Fevereiro) foi alterado o Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que designava o imóvel como "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte redacção: "Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa". * |
Autor e Data
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Lobo de Carvalho 1995 / Paula Figueiredo 2007 |
Actualização
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