Fontanário - Obelisco do Largo de São Paulo / Chafariz do Largo de São Paulo
| IPA.00020614 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia |
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Arquitectura infraestrutural, neoclássica. Chafariz urbano, implantado no centro de uma praça, fronteiro à Igreja de São Paulo, ligado ao abastecimento de água da cidade, pelas Águas Livres, do tipo centralizado, com obelisco, composto por vários elementos que o sustentam, ostentando decoração e perfis variados, elevando um pequeno obelisco, rematado pela esfera armilar. Cada uma das faces com uma bica antropomórfica, de perfil clássico, que verte para um tanque semicircular, de perfil galbado e bordo saliente. Apresenta semelhanças com o Chafariz de Santo Amaro, em Beja (v. PT040205130075). |
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Número IPA Antigo: PT031106490856 |
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Registo visualizado 4884 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de elevação, extração e distribuição Chafariz / Fonte Chafariz / Fonte Tipo marco
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Descrição
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Chafariz em cantaria de calcário liós, assente em plataforma circular de três degraus. É composto por amplo plinto paralelepipédico, que sustenta a base da estrutura, formada por elemento com o mesmo tipo de perfil, tendo os ângulos recortados a 90º e as quatro faces almofadadas, ornadas por botão, assentes e rematadas por friso liso e pequeno toro. Deste, evolui elemento côncavo, prolongando o recorte a 90º dos ângulos, seccionado, ao centro, por anel boleado, criando dois apainelados em cada face, orladas por molduras salientes. Nos apainelados inferiores, surgem, nas faces E., N. e O. as bicas, compostas por elemento côncavo, orlado por folhas de acanto e volutado na base, que centram a cabeça de uma figura jovem e masculina, de boca aberta, por onde saía a água. Os apainelados superiores ostentam inscrições incisas, avivadas a negro, surgindo, na face N., "CHAFARIZ Nº 28", sob a qual aparece uma abertura rectilínea, de acesso ao mecanismo do chafariz, protegido por porta de cantaria; na face S., a inscrição: "CAMARA MUNICIPAL DE LISBOA 1849.", surgindo a palavra Lisboa, em estilo caligráfico, rodeado de elementos sinuosos, aparecendo, na base da inscrição, a indicação de fim da mesma, composta por elementos afrontados, formando acantos estilizados. Esta base côncava serva para sustentar elemento gomeado e convexo, rematado por duplo friso, um liso e outro de acantos clássicos, em vulto, de onde emerge o obelisco, com a base saliente, ornada, na face N., por reserva circular, que enquadra a caravela, símbolo de Lisboa, encimada por laçarias; o obelisco apresenta as faces almofadadas e remata em triglifo e tabuleiro, que sustenta uma esfera armilar metálica. Adossados ao plinto inferior, surge, em cada uma das faces, um tanque de planta semicircular e perfil galbado, com bordo saliente, protegidos por tampas de madeira. Todos os elementos se encontram protegidos por anti-pombos. |
Acessos
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Largo de São Paulo |
Protecção
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Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado em zona plana, em plena Baixa Pombalina, no centro de um largo fechado por edifícios residenciais plurifamiliares, excepto no lado O., onde surge a Igreja de São Paulo (v. Pt031106490338). O largo é formado por quatro eixos viários, o do lado N. de maiores dimensões, que rodeiam uma plataforma pavimentada a calçada portuguesa, criando elementos geométricos, orlada por árvores de médio porte e candeeiros metálicos de iluminação pública, surgindo, no ângulo NE., um quiosque em ferro (v. PT031106491240) O espaço é pontuado por bancos de jardim e, no centro, o fontanário. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Hidráulica: chafariz |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: Reinaldo Manuel dos Santos (1774); Malaquias Ferreira Leal (1848). CANTEIRO: António dos Santos (1849). ESTUCADOR: Manuel Rodrigues Lata. |
Cronologia
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Séc. 18, 2.ª metade - durante a reforma pombalina, foi pensada a colocação de um chafariz no local; 1774, 23 Novembro - ofício do Escrivão da Fazenda da Água Livre, para o arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos, dizendo que o Secretário de Estado dos Negócios do Reino, pedia para se encanar a água que sobejava do Chafariz do Loreto, para o novo chafariz a construir na Praça de São Paulo, solicitando que se fizesse o projecto do mesmo; feitura do risco do novo chafariz, não executado; 1821 - 1823 - vários pedidos para se construir um chafariz no local; 1826 - o vigário da paróquia, em nome dos seus fregueses, enviou à princesa regente um pedido para a construção de um chafariz no local, necessário pelas muitas instituições, marítimos, Casa da Moeda e feira que se fazia no local; fez-se, então, um estudo para verificar a viabilidade da água poder vir do Chafariz da Esperança, o que não era viável, sendo a única solução a do Loreto, mas cuja condução era complicada, devido aos canos que existiam quer de chafarizes quer de particulares; 1827, 5 Março - é aprovado um orçamento para a obra dos canos, que orçaria em 3:414$000, mas a obra não foi concretizada; tentativa de abrir um poço artesiano no local; 1848 - os fregueses enviaram uma exposição à Câmara Municipal de Lisboa pedindo a construção do chafariz, com água encanada do Chafariz da Esperança; 16 Novembro - os vereadores aprovam a construção do chafariz, com a água a ser transportada do Loreto; decidiram aproveitar o projecto de Reinaldo Manuel dos Santos, mas adaptando-o ao gosto moderno, com alterações introduzidas pelo arquitecto Malaquias Ferreira Leal; 1849 - quando arrancaram a obra, acharam parte de um encanamento inacabado *1, parcialmente aproveitado; as carrancas foram modeladas em gesso por Manuel Rodrigues Lata, morador no Lg. de São Roque, n.º 13 e feitas pelo canteiro António dos Santos, morador na R. Nova da Trindade, n.º 16; a obra importou 3:204$895; 29 Outubro - inauguração do chafariz, com a presença de vários vereadores, o arquitecto e o Mestre Geral das Águas Livres, Félix José da Costa; 1850, 21 Fevereiro - o vereador Bento José Teixeira Pena propôs que a bica do lado poente fosse destinada aos homens do mar, o que foi aprovado e publicitado; 1851 - os sobejos iam, nesta data, para duas bicas, uma no lado do Forte e outra, para o lado oposto, onde surgia um padrão com a data "1849". |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de calcário; tampas dos tanques de madeira; esfera armilar em ferro forjado. |
Bibliografia
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ANDRADE, José Sérgio de, Memória sobre Chafarizes, Bicas, Fontes, e Poços Públicos de Lisboa, Belém e muitos outros logares do termo, Lisboa, 1851; CHAVES, Luís, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, s.d.. |
Documentação Gráfica
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CML: Museu da Cidade |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CML |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20 -colocação de protectores de madeira sobre os tanques e de sistema anti-pombos. |
Observações
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*1 - este encanamento era, talvez, o iniciado no séc. 18 para a condução de água ao futuro chafariz, podendo, também, constituir, um encanamento que se mandou fazer em 4 de Abril de 1499, no sítio de Catequefaraz. |
Autor e Data
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João Machado 2005 / Paula Figueiredo 2007 |
Actualização
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