Estação Ferroviária do Rossio

IPA.00004979
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Estação Central, ferroviária, de grandes dimensões, para onde afluíam todas as vias férreas nacionais e internacionais. Construída a partir de finais do século 19 de acordo com o projeto de José Luís Monteiro, apresenta-se segundo um modelo revivalista neomanuelino e de arquitetura de ferro, segue os cânones das grandes estações europeias, com uma zona de plataforma, coberta por ampla pala em ferro, sustentada por uma estrutura de colunas, com decoração neogótica, seguindo o modelo da Estação de Saint-Lazare, em Paris, possuindo o interior simples e as fachadas com decoração neomanuelina, onde se introduziu o esquema erudito de um "mezanino". No interior, possuía os elementos mais modernos, como dois ascensores para o público, inicialmente com sistema hidráulico, substituído posteriormente por elétricos; tinha, ainda, uma zona de bilheteira, Alfândega e Guarda Fiscal, demonstrando o seu carácter internacional, sala de espera e os gabinetes para os funcionários, os quais usufruíam de uma série de espaços, como instalações sanitárias, cozinhas e quartos, bem como uma zona VIP, destinada aos monarcas e, posteriormente, aos chefes de Estado. No declive, surgiam várias habitações destinadas aos trabalhadores, constituindo um pequeno bairro ferroviária, que, maioritariamente, terão desaparecido. Edifício que veio fechar o "boulevard" português, fazendo parelha com o Hotel Avenida Palace, com o qual tinha ligação física, facilitando o acesso aos turistas que visitavam o país, adaptando-se a um espaço bastante limitado e com forte desnível do terreno, inteligentemente solucionado pelo esquema de plataformas definido pelo arquitecto José Luís Monteiro. O interior, de cariz moderno, recorrendo à arquitetura do ferro, para permitir a construção de uma ampla nave que cobrisse as plataformas, seguindo um esquema decorativo revivalista neogótico, contrasta com o aspeto neomanuelino da fachada, bastante contestado na época, e povoado por elementos de cariz nacionalista, como a figura de D. Sebastião. Apesar das sucessivas remodelações que a estação sofreu, com a introdução de um centro comercial, da construção das vias de ligação à estação do metropolitano e, mais recentemente, a modernização do espaço de acesso, a estação não perdeu a sua estrutura inicial, delineada no séc. 19. No interior da mesma, existia uma série de equipamentos de apoio e de manutenção das carruagens, que, com a saturação do volume de tráfego da mesma, veio a estar na origem do nascimento da Estação de Campolide, para onde foram transferidas todas as oficinas de manutenção. No séc. 20, surgiram várias campanhas de embelezamento das plataformas, com a introdução de tondos cerâmicos e painéis de azulejo.
Número IPA Antigo: PT031106310080
 
Registo visualizado 13706 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

Edifício de planta poligonal irregular, evoluindo em dois e três pisos, adaptando-se ao forte declive do terreno, articulando uma larga nave na sua cota alta, onde se situa a gare com os seus cais, à saída do túnel ferroviário, com o edifício dos restantes serviços administrativos e de apoio aos passageiros, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas. Fachadas em cantaria de calcário aparente, em aparelho isódomo. A fachada principal, virada a este, é simétrica, evoluindo em dois pisos, os dois inferiores separados por friso de rosetões, encimado por um segundo friso cordiforme, dividido em três amplos planos separados por contrafortes escalonados e facetados, que rematam, ao nível do terceiro piso, em pináculos apontados. É coroada por platibanda rendilhada, entrecortada por oito pináculos facetados, rematados em cone; ao centro, possui um elemento de cantaria, ladeado por aletas vazadas e volutadas, flanqueado por pilares e rematado por platibandas, onde se inscreve um relógio circular, envolvido por uma moldura em canopo e possuindo falso varandim rendilhado. No primeiro piso, ao centro, surgem dois arcos de ferradura, constituindo o principal acesso ao vestíbulo do piso inferior, que se interceptam, ostentando uma peanha, onde figurava a escultura de D. Sebastião; ambos apresentam molduras com decoração vegetalista e uma inscrição, surgindo, no da esquerda "ESTAÇÃO" e no da direita "CENTRAL". Cada um dos panos laterais é rasgado por três portas em arco apontado com quatro arquivoltas, a exterior toreada e assente em colunas de fuste liso, com anéis fitomórficos e capitel de colchete, duas delas com colunelos em espira e uma côncava, onde surgem rosetões. O segundo piso apresenta três janelas de varandim em arco de volta perfeita, em cada um dos panos, divididas por pilares facetados, rematados por pináculos rendilhados, e assentes em colunas semelhantes às do piso inferior; o varandim ostenta decoração entrelaçada e vazada. As janelas centrais encontram-se envolvidas por arco em asa de cesto, flanqueado por pilaretes, rematados por agulhas, surgindo, nos seguintes, dois medalhões, a representar as figuras de Stephenson, o inventor dos caminhos-de-ferro, e de Fontes Pereira de Melo, que os introduziu em Portugal. No piso superior, nove janelas de peitoril com perfil retilíneo, rematadas por elemento polilobado e arco canopial; sobre a central, um medalhão a representar a figura de D. Luís I. Todos os vãos possuem caixilharia metálica pintada de vermelho e vidros simples. Fachada lateral esquerda, virada a sul, de perfil bastante irregular e facetado, possuindo, no extremo direito, um pano com tratamento semelhante ao da fachada principal, com remate em platibanda rendilhada e possuindo, no piso inferior, duas janelas e duas portas em arco apontado, com modinaturas semelhantes às da fachada principal, as últimas divididas por mainel e envolvidas por moldura em arco em asa de cesto, surgindo, na seguinte, um medalhão vazio; os superiores com quatro janelas de varandim, envolvidas por moldura de volta perfeita, com canopo e elemento em cogulho, flanqueadas, superiormente, por pilaretes facetados e rematados por pináculos rendilhados; no piso superior, surgem quatro janelas de peitoril, rematadas por elemento polilobado e canopo. Este esquema repete-se na face visível da fachada lateral direita, parcialmente adossada. O restante pano apresenta remate em platibanda plena, rasgado superiormente por seis janelas semelhantes às anteriores, a que se sucedem cinco portas em arco ligeiramente apontado, de acesso ao vestíbulo superior. Estas encontram-se protegidas por enorme alpendre em ferro, pintado de vermelho, assente em quatro colunelos do mesmo material e com guarda vazada. Sob este, um pano de fachada, ao nível do segundo piso, dividido por quatro pilastras, rasgado por porta em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes, ladeado por duas janelas geminadas em arco de volta perfeita e, no lado direito, uma janela de peitoril semelhante. Adossado à fachada, um ressalto facetado, de um e dois pisos, adaptando-se ao desnível do terreno, rasgado, inferiormente, por portas em asa de cesto e, superiormente, por janelas em arcos de volta perfeita, sublinhados por uma moldura superior toreada, assente em mísulas. Sobre a fachada, é visível a empena da plataforma da estação, rasgada por três vãos, o central em arco apontado, flanqueado por arcos de volta perfeita e sublinhado por amplo friso de cantaria, abatido e ligeiramente apontado. Fachada posterior adossada a muro de suporte. INTERIOR: composto por amplo vestíbulo no piso inferior, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por alto lambril de cantaria, com pavimento em lajeado e cobertura em tecto falso, onde se inscreve o sistema de iluminação. É seccionado em duas naves por oito pilares de cantaria. Na parede fronteira à entrada, vários vãos envidraçados, os superiores tapados por elementos metálicos curvos. No lado esquerdo, as escadas de cantaria e escadas rolantes de acesso ao piso superior, bem como um elevador. Estes vão desembocar no vestíbulo superior, amplo e com cobertura metálica, a quatro águas, onde surge uma sala de apoio aos passageiros, as bilheteiras, inseridas num vão retilíneo, encimado por pintura contemporânea. O espaço do vestíbulo encontra-se seccionado por vários passadiços transversais, que permitem circular sobre as escadas. A partir deste, sete portas dão acesso às plataformas da estação, compondo uma grande nave com cerca de 130 metros de comprimento e 21 metros de altura, ladeadas por uma porta de acesso à zona de serviços e pelas instalações sanitárias. As plataformas, em número de cinco, pavimentadas a calçada à portuguesa, com desenhos geométricos, servem nove linhas-férreas. Este espaço encontra-se parcialmente coberto com estrutura em ferro, correspondendo à primitiva estação, formando uma ampla nave, de duas águas, assentes em colunelos de ferro, estriados e com os fustes marcados por anéis, com capitéis coríntios, de onde evoluem feixes que suportam a estrutura. Nos topos, surgem três vãos, refletindo a estrutura interna. A cobertura foi prolongada, acompanhando o crescimento das plataformas, fechando todo o espaço até à entrada no túnel, surgindo um tipo de cobertura dinâmico, composto por duas plataformas planas, que centram uma zona de tramos semicilíndricos, descrevendo uma contracurva, que acompanha a sinuosidade das linhas, possuindo nas suas junções chapas translúcidas, que permitem a iluminação e, no caso das chapas que sugem lateralmente, a ventilação do espaço interno; a estrutura, interiormente, deixa antever forma exterior, com uma zona côncava central, estando apoiada em colunas cilíndricas, revestidas a cantaria. No lado esquerdo, junto à entrada do túnel, surge a antiga torre do chefe da estação, rebocada e pintada de branco, de dois pisos rasgados por vãos retilíneos, o inferior correspondendo a quatro portas de dimensões distintas e duas janelas, surgindo, no superior, duas janelas, uma delas amplas, acompanhando o ressalto que a fachada pronuncia no lado direito, criando uma zona de controlo e de grande visibilidade. A partir das plataformas, acede-se através de escadas ou escadas rolantes a um terceiro vestíbulo, situado a norte, que permite a ligação à estação do Metropolitano. Este espaço é amplo, totalmente revestido a cantaria, com coberturas planas, sustentadas por colunas cilíndricas e pilares, possuindo, na parede junto ao patamar inferior enorme painel azulejar, representando a figura de Ulisses.

Acessos

Largo D. João da Câmara; Largo do Marquês de Cadaval; Calçada do Carmo. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,71426°, long.: - 9,141169°

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 516/71, DG, 1.ª série, n.º 274 de 22 novembro 1971 / ZEP, Portaria n.º 529/96, DR, 1.ª série-B, n.º 228 de 01 outubro 1996 *1 / Incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128) e na Zona Geral de Proteção da Avenida da Liberdade (v. IPA.00005972)

Enquadramento

Urbano, parcialmente adossado ao edifício do Hotel Avenida Palace (v. IPA.00003125) e a muro de suporte de terras, situado em plena Baixa Pombalina (v. IPA.00005966), no culminar da Avenida da Liberdade (v. IPA.00005972), fazendo a ligação com a Praça D. Pedro IV. A fachada principal abre para um pequeno largo, onde se inscreve um cruzamento, situando-se, fronteiro, o Teatro Nacional D. Maria II (v. IPA.00003105). A fachada lateral esquerda abre para um largo, com arranjo recente, formando forte declive, vencido pelas Escadas do Duque, onde se inscreve uma via pública que liga a zona alta da estação à zona inferior.

Descrição Complementar

O interior das plataformas possui, no lado esquerdo, painéis de azulejo alusivos à cidade de Lisboa, representando São Vicente de Lisboa, Santo António e a Sé, Santo Condestável e o Convento do Carmo, rainha D. Leonor e o Convento da Madre de Deus, o Convento dos Jerónimos e a Ordem de Cristo, Francisco de Holanda e a sua obra sobre Arquitetura, D. Sebastião, o Encoberto, Padre António Vieira e o V Império, Almeida Garrett e o Teatro D. Maria II, Alexandre Herculano e a História, Fernando Pessoa e o caminho da Serpente. No lado oposto, surge uma placa cerâmica azul em monocromia azul sobre fundo branco, com moldura de acantos, com inscrição: "ESTES QUADROS PUBLÍCITÁRIOS FORAM OFERECIDOS PELO FUNDO DE FOMENTO DE EXPORTAÇÃO - 1958", referindo-se a tondos com molduras compostas por flores, frutos e pássaros em relevo, que envolvem painéis azulejares a representar várias actividades e produtos portugueses, identificadas por uma inscrição, surgindo de sul para norte: frutas, vinhos de mesa, café, cortiça, vinhos do Porto, porcelanas, vidros e faianças, conservas de peixe, resinosos, vinhos da Madeira, frutas, pratas e filigranas, sisal, tecelagem e bordados, oleaginosos.

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Transportes: interface

Propriedade

Pública: Estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal, explorado em regime de concessão

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Atelier Broadway Malyan (2004 - 2005); José Luís Monteiro (1849 - 1942). EMPREITEIROS: Duparcly & Bartissol, Papot & Blanchard e E. Berand (1886 - 1890). ENGENHEIROS: Henry J. Coles (1891); C. Xavier Cordeiro (1892); Vasconcelos Porto (1892); J. Marion (1913); CONSULGAL (1992-1997). ESCULTOR: Gabriel Farail (1886). PINTORES DE AZULEJO: Lucien Donnat e Amaral, da Fábrica Sant'Ana - azulejos da gare (1958); Lima de Freitas (1995); Fábrica Constância (1995).

Cronologia

1850 - o engenheiro Thomas Rumball deslocou-se a Portugal para estudar a possibilidade de ligar, por meio ferroviário, a cidade de Lisboa à fronteira, tendo-se optado por uma estação na zona do Intendente, o que não seria aceite pelo Conselho Superior de Obras Púbicas, que entendeu que a estação deveria ser construída mais próxima do rio Tejo e tornar útil e cosmopolita o porto de Lisboa, dando origem à Estação de Santa Apolónia; 1886 - construção de duas casas em ferro e madeira junto ao cais de embarque, para arrecadação de vinhos; 1886 - 1887 - obras de perfuração do túnel do Rossio e da construção da estação; a fachada foi feita pelo empreiteiro francês Bartissol; execução das esculturas e dos medalhões por Gabriel Farail (c. 1838 -1892); 1887 - 1889 - processos de expropriação; 1887, 19 novembro - plano geral da Estação Central, mantendo o L do antigo palácio, a fachada virada ao Pátio do Duque terá dois alinhamentos retos; o primeiro piso ficaria com um amplo vestíbulo, com dois elevadores e uma sala para o balcão de bagagens; o segundo piso, ficaria com um gabinete para serviço médico, uma sala para fiscalização, do Governo, um telégrafo, quartos para o pessoal, a Alfândega, sala de espera e escritórios; 1888 - desocupação de prédios em risco junto à construção do túnel; daqui existiriam as linhas para o norte, para este, para Madrid e para a Figueira da Foz, bem como uma linha para os comboios de recreio para Sintra e para Cascais, num total de três linhas, com plataformas de ambos os lados; tinha três acessos, pelo Largo Camões, Calçada do Duque e Pátio do Penalva; no andar térreo, o vestíbulo de partida do Largo de Camões e o vestíbulo de chegada no lado da Calçada do Duque; no primeiro andar, a Sala do Conselho e repartições, ficando, no superior, duas salas, uma de entrada e outra de saída, com as respectivas bilheteiras, e uma sala de espera; pelo lado do Largo Camões, o Salão Real e os serviços de exploração; no lado direito da plataforma, cocheira para doze carruagens e no lado esquerdo, cocheira para duas máquinas, com ponte giratória de 12 metros e um reservatório de 120 m3; na encosta, casas de habitação para os empregados; a boca do túnel ficaria com dois arcos divididos por um pilar, com uma única abóbada de berço abatido, em tijolo e cantaria; 07 maio - aquisição de terrenos para aumentar o pátio de acesso à estação, entre esta e a Calçada do Carmo; colocação, no fecho da fachada principal, de relógios e das armas da cidade; 27 de agosto - inauguração da cobertura metálica da Estação Central do Rossio; 1889 - projecto de acesso à estação, com cálculos para a construção das plataformas; abril - alvará a definir a construção de uma estação que servisse a população de Lisboa, centralizando o grande curso, o tráfego suburbano, internacional; contudo o espaço era de pequenas dimensões; 07 novembro - a portaria para os passageiros e bagagens tinha acesso pelo Pátio do Penalva; no piso inferior, encontrava-se a estação telégrafo-postal e a rampa de acesso ao nível superior; aumento do vestíbulo superior, para dar vazão às bagagens; execução dos muros de suporte das plataformas; 1890, 11 junho - inauguração da gare, construída pelas casas Duparcly & Bartissol, Papil & Blanchard e E. Berand; conclusão do edifício de passageiros; 1891, 27 junho - implantação de um elevador para bagagens, conforme projeto do engenheiro inglês Henry J. Coles, considerando os cilindros, cabrestante hidráulico, bombas a vapor e caldeiras; perante a incapacidade da pressão de água, foi colocado um acumulador do sistema Armstrong; 1892 - modificação das agulhas, para ligar as linhas números quatro e cinco; 1894 - prolongamento dos passeios das plataformas e colocação de placas giratórias nas linhas números cinco e seis, sob a direcção do engenheiro J. Marion; 1895 - construção de uma bilheteira na estação; 1895-1902 - ampliação das linhas de chegada; 1898 - colocação de aparelhos eléctricos entra a cabine "saxby" do Rossio e a de Campolide; concessão de um quiosque a Guilherme Melquiades; séc. 20, início - a estação tinha seis linhas e três de resguardo; 1900 - projecto de transferência de parte do pavilhão térreo, ocupado pela secção da Alfândega, demolindo-se divisórias; construção de um escritório em alvenaria de tijolo para atendimento ao público; 1901 - os reservatórios do "charriot" encontravam-se junto ao túnel; modificação das linhas e montagem de um "charriot" de nível; 1902 - mudança dos escritórios e balança do vestíbulo inferior; construção de um anexo de 5x2 para arrecadar utensílios dos "wagon-lits"; montar uma "Carangueja" de nível, substituir semáforos e sinais; colocação de uma grua para alimentação das máquinas; iluminação do túnel com luz elétrica; 1903 - deslocação da grua para outro ponto da estação; 1906 - instalação da fábrica de compressão de gás; 1907 - construção da casa para vestuário e lavabo do pessoal; 1907 - 1908 - deslocação do posto da Guarda Fiscal para outro local, com a construção de um balcão, e a zona da Alfândega, com dois balcões e um corredor de serviço; feitura de três portas para o passeio exterior; 1910 - transferência das instalações sanitárias, localizadas no local onde se encontram actualmente; 1911 - abertura de uma porta na Calçada da Glória, para acesso à Guarda Fiscal; 1912 - ampliação das instalações da sub-delegação da Alfândega no vestíbulo superior, demolindo, para o efeito, um quarto e parte do bufete; construção de anexos para as instalações sanitárias do pessoal; nesta data, a estação possuía uma cocheira de carruagens; 1913 - instalação da casa dos compressores a gás no local onde se encontrava o posto da Guarda Fiscal; montagem de dois ascensores eléctricos para passageiros; ampliação do "charriot" hidráulico; 1914 - construção de uma sub-estação de conversão, da muralha da estação e do edifício da Escola Académica; construção de um passadiço para a sub-estação de conversão eléctrica; adaptação da casa das caldeiras a instalações sanitárias, vestiário e cozinha para o pessoal; ampliação da cabine do "saxby"; 1914 - 1915 - execução de um passadiço metálico para instalação aérea das transmissões das agulhas e ferrolhos; 1915 - pedido para alterar o balcão de bagagens; construção de dois SS para ligar as linhas números um e dois; 1927 - aquisição da Escola Académica, onde foram instalados os serviços centrais e o Conselho de Administração; séc. 20, década de 40 - o longo curso e o internacional foram desviados para Santa Apolónia; 1944, 31 julho - estudo de Luís Benavente para a construção de um salão para repouso, destinado ao Chefe de Estado, a instalar num pavilhão no Palácio Foz; 1958 - pintura dos azulejos alusivos aos produtos portugueses, pintados por Lucien Donnat e Amaral, na Fábrica de Santana e oferecidos pelo Fundo de Fomento de Exportação; 1979, 28 junho - a Secretaria de Estado da Cultura dá um parecer favorável para a instalação de um restaurante - bar - self-service na estação, devendo utilizar-se tons escuros, coincidentes com o ferro da fachada; 1979 - reabertura do edifício de escritórios como centro comercial; 1990 - projecto de ligação da Estação do Rossio à estação de Metropolitano dos Restauradores, a executar no sub-solo, na zona entre o Eden, o Palácio Foz e a estação propriamente dita; 1991 - o projecto é aceite pela DGEMN, com assinatura da arquiteta Teresa Furtado; o projecto é da autoria de GAPRES - Gabinete de Projectos, Engenharia e Serviços, Lda.; 1992 - 1997 - remodelação da estação, com a construção de uma nova cobertura até ao túnel e plataformas para os passageiros; construção do átrio subterrâneo para ligar à Estação do Metro, com consultoria pela CONSULGAL; 1995 - execução de catorze painéis de azulejo, pintados na Fábrica de Cerâmica Constância, conforme projecto de Lima de Freitas; 2004, 22 outubro - encerramento da Estação do Rossio e do túnel, devido a risco de derrocada; obra entregue à Teixeira Duarte; entrega do projecto de remodelação da entrada da estação ao atelier Broadway Malyan; 2005 - perante a inconclusão das obras e um pedido de prerrogação até 2011, a Refer rescindiu contrato com a Teixeira Duarte, entregando a obra a outras construtoras; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2008, 16 fevereiro - inauguração do túnel do Rossio, após obras de consolidação do mesmo, pelas firmas Engil, Zagope e Tecnasol; reabertura da Estação; julho - a REFER recebeu o prémio Reabilitação, na categoria de construção, pela transformação da Estação; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção; 2014, 24 março - publicação da abertura do concurso para a obra de Empreitada de Drenagem, impermeabilização e consolidação da abóbada e hasteais entre os pontos métricos 1635 e 1650 do Túnel, em DR, 2.ª série, n.º 58.

Dados Técnicos

Paredes portantes

Materiais

Estrutura em alvenaria de tijolo e alvenaria argamassada, revestida a placas de cantaria; fachada em cantaria de calcário liós; estrutura da plataforma em ferro e, na zona mais recente, em metal, com respiradouros e poços de luz em vidro; portas em ferro forjado e madeira; janelas com vidro simples.

Bibliografia

AA.VV. - Guia da Arquitetura de Lisboa, 1948-2013. Lisboa: A+A Books, 2013, p. 32; ALMEIDA, D. Fernando de (coord. de) - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa, 1973, tomo I; COSTA, Maria Helena Soares (coord. de) - Arquitectura de Engenheiros. Séculos XIX e XX. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1980, vol. II; FERREIRA, Fátima Cordeiro G. (coord. de) - José Luiz Monteiro. Na Arquitectura da Transição do Século. Monografia. Lisboa, s.d; VARANDA, Paulo - Estação do Rossio. Lisboa: CML, 2001.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID-001/011-01501688/10, DGEMN/DSMN-0599/02/1; AHIMTT: Linha urbana (caixa n.º 229, 330, 331, 332, 333, 337)

Intervenção Realizada

1890 / 1891 / 1892 / 1894 - reparação dos elevadores; levantamento 12 metros das chaminés de geradores de vapor; 1892 - modificação das agulhas, para ligar as linhas seis e cinco, por C. Xavier Cordeiro; 1913 - eletrificação do elevador para bagagens, conforme trabalho do engenheiro de materiais, J. Marion; ampliação e eletrificação do "charriot" de máquinas hidráulicas; transformação de dois montacargas hidráulicos; 1915 - modificação dos balcões de bagagem no vestíbulo superior; ampliação dos compressores a gás; ligação das linhas um e dois com a sete e assentamento de dois esses; 1916 - substituição da placa de virar máquinas de treze para catorze metros de diâmetro; 1990 - 1991- construção do túnel de ligação ao Metropolitano, construção do prolongamento da estação e execução da cobertura metálica, que se adossa à pré-existente; redução do número de linhas para cinco, ampliando as zonas das plataformas de embarque; 1992 - limpeza de cantarias da fachada; 1992 - 1993 - reconstrução dos cais de embarque; 1993 - 1994 - obras de reparação geral e substituição da cobertura da nave, escavação de passagem para a estação de metropolitano dos Restauradores; 2004-2008 - reforço da estrutura do túnel em 2600 metros; construção de uma via contínua de betão, com carris embutidos, permitindo o acesso a outros veículos; construção de uma saída de emergência a meio da estrutura do túnel.

Observações

*1 - Zona Especial de Proteção Conjunta da Avenida da Liberdade e imóveis classificados na área envolvente.

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1993 / Paula Figueiredo 2008

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login