Teatro do Cabeção / Teatro-Cine de Cabeção

IPA.00010080
Portugal, Évora, Mora, Cabeção
 
Arquitectura cultural e recreativa, arte nova. Teatro com elementos decorativos centrados nas portas, janelas e varandas; movimento conferido pelo desenho das vergas, flores viradas da porta e recurso a elementos florais e zoomórficos como os caracóis e as borboletas na decoração interior, característicos da Arte Nova. A originalidade do programa decorativo, a equilibrada concepção do espaço arquitectónico e o significado sócio-cultural que traduz a iniciativa da sua construção no espaço e no tempo em que foi concebido.
Número IPA Antigo: PT040707020042
 
Registo visualizado 2540 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Casa de espetáculos  Teatro  

Descrição

Planta composta por átrio, sala, caixa de palco, salão de festas e salão nobre. Volume único disposto verticalmente; cobertura com telhado de duas águas sobre a caixa de palco e uma sobre a entrada. Fachada principal a SO. pintada de verde com embasamento rusticado interrompido por três degraus de alvenaria que vencem o desnível entre a rua e o interior do teatro; apresenta dois registos divididos por friso branco de alvenaria. Registo inferior com uma janela de cada lado e uma porta central de madeira, pintada de verde, com quatro batentes, todos com uma almofada recortada decorada com uma flor e ramagem, verga moldada por duas volutas de onde pendem festões de flores; registo superior com duas janelas de sacada, uma de cada lado, em arco de volta perfeita e guarda de ferro e janelão central de caixilhos verdes e brancos com porta para varanda sustentada por duas consolas decoradas com volutas; remate com cornija de alvenaria pintada de branco, com frontão circular ao centro ocupado por relevo decorativo com ramagens e instrumentos musicais e entablamento encobrindo o telhado. Fachada lateral direita a SE adossada a casa particular. Fachada lateral esquerda a NO. adossada a casa particular. Fachada posterior a NE. lisa. INTERIOR: Átrio de planta rectangular coberto por tecto de alvenaria e pavimento de mosaico. Parede da direita lisa, com friso de madeira à altura do lambril e moldura decorativa vermelha escura com desenhos geométricos; remate com friso de madeira; parede da esquerda idêntica à do lado oposto. Parede fronteira com duas portas em arco de volta perfeita com moldura de madeira e bandeira envidraçada, uma em cada extremo; passagem central delimitada por pilastras de madeira com quatro degraus de acesso ao patamar da sala e dois lanços de escadas simétricos entre si para pisos superiores; espaço entre os três vãos com friso de madeira à altura do lambril e registo superior dividido diagonalmente entre superfície envidraçada com vestígios de policromia e moldura decorativa pintada a vermelho na qual se rasgam as bilheteiras em arco de volta perfeita com moldura de madeira e encimadas por letreiro pintado a vermelho e verde. Primeiro piso com salão nobre de planta rectangular, lambril desenhado por friso e rodapé azul claro a toda a volta da sala e linha vermelha escura acompanhando o desenho do registo superior de cada uma das paredes; parede fronteira à entrada com três vãos em arco de volta perfeita voltados para a rua e parede da entrada com uma porta em cada extremo com moldura azul clara e bandeirola ocupada por pintura a óleo com flores; remate com friso em tons de vermelho, cinza e castanho com representações geometrizantes de caracóis, borboletas e motivos vegetalistas em gesso, pintados a dourado nos cantos; cobertura plana com dois grandes medalhões dourados e ramagens distribuídas em redor. Segundo piso com salão de festas de planta rectangular; paredes decoradas com moldura verde e friso verde de madeira disposto à altura do lambril; parede da entrada com palanque da orquestra, em madeira pintada de verde sustentado por colunas do mesmo material e sobre o qual se abrem cinco janelas de iluminação; pavimento de alcatifa e cobertura de duas águas em madeira. Sala de planta rectangular, com cena contraposta e ligada ao palco pela boca de cena. Plateia sem cadeiras ou pendente e com pavimento em cimento; primeiro balcão e varandas sustentados por estrutura de madeira com colunas decoradas por medalhões com telas circulares e motivos vegetalistas em talha. Paredes decoradas com molduras desenhadas a amarelo e friso cinza com desenhos de ramagens nos cantos, tectos de tela com esquadria dourada sustentando o tecido pintado a verde e rosa representando heras e flores; medalhão central dourado. Primeiro balcão e varandas laterais com guarda de ferro forjado pintada de dourado com flores aplicadas; parede com pintura idêntica à do piso térreo, mas em rosa e vermelho escuro. Boca de cena em arco abatido recortado com moldura pintada de amarelo encimado por medalhão com tela circular rodeada de motivos vegetalistas e instrumento musical enquadrado numa cartela de onde pendem festões que terminam em duas máscaras laterais. Palco com paredes de cor branca, acesso por escadas através da plateia, sem proscénio e com pavimento de cimento. Sub-palco com estrutura de betão, com uma entrada de cada lado do palco ao nível da plateia, ocupado por instalações sanitárias, camarins e bar.

Acessos

Rua Alexandre Herculano, nº 7.

Protecção

Em vias de classificação

Enquadramento

Urbano. Adossado a edifícios de habitação de dois pisos, de cércea ligeiramente inferior, e com fachada voltada a rua alcatroada, aberta a trânsito automóvel e dispondo de estreito passeio de circulação pedonal.

Descrição Complementar

No primeiro balcão de cada lado da boca de cena pode ler-se, respectivamente, à esquerda e à direita pintado com letras desenhadas "Lopes" e "Varellas"

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: teatro

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1914 - 1915 - construção do "Teatro-Cine" às ordens do "Mestre Rato" de Estremoz por encomenda de António Lopes Aleixo e de "Varela das Pedreiras" (METAMORPHOSE, 2002); Séc. 20, 1ª metade - o teatro é doado à Santa Casa da Misericórdia do Cabeção, aí se representa Drama, Comédia, Teatro de revista e se projecta Cinema, mudo e sonoro (METAMORPHOSE, 2002); 1950 - o Teatro é encerrado pela Direcção Geral de Espectáculos na sequência de um falso alarme de incêndio, durante a projecção de um filme, que terá provocado o pânico na sala (METAMORPHOSE, 2002); 1950-1975 - o Teatro encontra-se em situação de abandono (METAMORPHOSE, 2002); 1975 - o Teatro é ocupado por um grupo de jovens que haviam criado o Centro Cultural de Cabeção (METAMORPHOSE, 2002); 2001, Janeiro, 14 - assinatura do protocolo de colaboração entre e a Santa Casa da Misericórdia de Cabeção e a Associação Metamorphose: Centro de Divulgação Artística, no qual a Associação se compromete a gerir, dinamizar e utilizar as instalações do Teatro para actividades de âmbito cultural e artístico, bem como a preservar o edifício; 2016, 04 julho - Publicado no DR 2.ª série, n.º 126 o Aviso n.º 8353/2016 realtivo à abertura do procedimento de classificação como IIM - Imóvel de Interesse Municipal.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria rebocada, madeira pintada na porta, madeira e metal no balcão e frisas, tela e madeira na cobertura e cimento no pavimento.

Bibliografia

Associação Metamorphose: Centro de Divulgação Artística, http://planeta.clix.pt/metamorphose 05 Agosto 2002

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1975 - 1976 - substituição da estrutura de madeira do palco, sub-palco e teia por uma estrutura de cimento, construção do bar e instalações sanitárias no sub-palco e destruição da teia e escada de acesso para aumentar área do terceiro piso; 2001 - levantamento arquitectónico do edifício feito pelos arquitectos Rui Pedro Pinto e Rui Francisco

Observações

Autor e Data

Helena Mantas e Marta Gama 2002

Actualização

 
 
 
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