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Espaço verde
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Descrição
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Murada em 3/4 do perímetro, de planta irregular. Estruturada por alameda de plátanos que liga o portão principal ao palácio, antecedido por terreiro. A N. do palácio, espelhando a sua fachada, implanta-se um grande tanque rectangular com um templete de doze colunas no centro, apenas acessível por barco. O muro de suporte que separa esta zona da alameda está revestido com dois «soberbos painéis majólica, quinhentistas, que representam "O incêndio de Tróia" e "A Morte de Dido", casos da Eneida, como é sabido.» (SARAMAGO. 1999). Junto à fachada O. da casa desenvolve.se um jardim de planta rectangular com dois lagos circulares alinhados ao meio e canteiros de buxo preenchidos com diversas espécies autóctones como as couves-de-nossa-senhora ou exóticas como as corisias. Neste jardim existe um relógio de sol assente sobre um plinto de pedra. A cota inferior ao jardim, com acesso por escadaria, zona da piscina que ocupa parte do antigo laranjal do qual foram mantidas em caldeira algumas laranjeiras. Junto à escadaria está um antigo tanque da roupa inserido numa pequena construção com a parede rasgada em três arcos com vista para o laranjal. Zona pavimentada em redor da piscina termina em muro com conversadeira e para lá do qual se prolonga o restante laranjal. A O. do edifício a quinta é dividida em duas áreas por uma alameda com latada de vinha e cuja entrada é marcada por pórtico com colunas de pedra ficando à direita um eucaliptal e à esquerda uma zona actualmente sem função definida onde se situam dois tanques em betão hoje vazios e em degradação. Esta zona é limitada a O. pelo muro da quinta junto ao qual está o actual depósito de onde sai a água por tubos colocados nas antigas caleiras de tijolo. A S. termina num antigo Pombal por trás do qual se inicia a mata com um grande tanque em betão que enche naturalmente no Inverno. Para E. estende-se um olival com cerca de mil oliveiras, de encontro ao muro e à alameda de entrada na quinta. |
Acessos
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EN 10, entre Vila Fresca e Vila Nogueira de Azeitão |
Protecção
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Parcialmente Incluído na Zona de Protecção do Palácio da Quinta das Torres, tanque adjacente e casa de fresco em forma de "Templetto" (v. IPA.00003435 ) |
Enquadramento
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Localizada nas faldas da Serra da Arrábida, em encosta de inclinação suava. Geologicamente assenta em formações do Pliocénio e Quaternário e litológicamente é predominantemente constituída por areias, aluviões e lodos. Adjacentes à propriedade existem outras em que predomina a cultura de vinha. Caracterizada pela abundância de água e fertilidade dos solos a que se alia um clima ameno durante todo o ano. Nas suas proximidades existem muitas outras quintas de recreio. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Produtiva: mata / Recreativa: jardim |
Utilização Actual
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Produtiva: mata / Recreativa: jardim |
Propriedade
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Privada: Pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não identificados |
Cronologia
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Séc. 16, início - a Quinta das Torres era conhecida por Quinta da Banda de Além- Ribatejo e foi oferecida por D. Beatriz, mãe de D. Manuel I a seu neto, D. Afonso, Condestável do Reino, como dote pelo seu casamento com D. Joana de Noronha; D. Afonso morre pouco depois de casar deixando a Quinta à sua única filha D. Brites de Lara; 1520 - D. Brites de Lara casa com D. Pedro de Menezes, 3º Marquês de Vila-Real; 2 de Setembro de 1521 - parte da Quinta é oferecida por D. Brites de Lara como dote a D. Maria da Silva, filha de Vasco Anes Corte Real, Alcaide-mor de Tavira e Capitão Donatário da Ilha Terceira, pelo seu casamento com D. Pedro de Eça; Séc. 16, meados - D. Diogo de Eça, filho do casal acima referido, após ter residido em Sevilha e, provavelmente em Itália converte a antiga casa no palácio com as suas torres e adapta a propriedade a quinta de recreio; fSé. 17, final - a propriedade é herdada, por falta de sucessão directa, para a famíia Corte-Real, ramo colateral de D. Maria da Silva; mais tarde, a quinta é herdada pela família Saldanha e finalmente pelos Melo, condes de Murça; 1877 - a Quinta é comprada por Dr. Manuel Bento de Sousa que realiza alterações nos jardins, nomeadamente retira o buxo; 1939 - abertura ao público com a criação de uma casa de chá por D. Maria Clementina Andrade de Sousa; Séc. 20, anos 40 - adaptação da casa ao turismo. |
Dados Técnicos
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A água utilizada na quinta provém de uma mina e é actualmente conduzida em canos de plástico. |
Materiais
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Material vegetal: plátano (Platanus hybrida); corisia (Chorisia speciosa), oliveira (Olea europeia var europeia; couves-de-Nossa-Senhora (Bergenia crassifolia); tipuana (Tipuana tipo); vinha japonesa (Parthenocissus tricuspidata); Inertes: calcário. |
Bibliografia
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STOOP, Anne, Quintas e palácios nos aredores de Liasboa, Civilização, Porto, 1986; CARITA, Hélder e CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal, Circulo de Leitores, 1990; SARAMAGO, José, Viagem a Portugal, 18ª edição, Caminho, Lisboa, 1999; BRANCO, Cristina, Jardins com História, INAPA, Lisboa 2002. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Proprietários |
Intervenção Realizada
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Séc. 20 - Adaptação para turismo |
Observações
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Autor e Data
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Marta Calçada 2002 / Pereira de Lima 2004 |
Actualização
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