Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Santa Maria da Feira
| IPA.00010866 |
Portugal, Aveiro, Santa Maria da Feira, União das freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo |
|
Igreja da Misericórdia barroca, de planta poligonal com corpos axiais da nave e capela-mor a que se adossam lateralmente a Casa do Despacho, a Sacristia e um terceiro anexo administrativo, em volumes e coberturas diferenciadas. Fachada principal com composição simétrica de três panos sendo o central flanqueado por torres sineiras, tendo em eixo portal ladeado de pilastras, com entablamento e cornija encimada por pináculos e por janelão do coro, e este rematado por frontão interrompido por nicho profusamente decorado, ladeado por duas janelas e encimado por segundo frontão interrompido donde emerge o escudo nacional. As cantarias que desenham as linhas das várias empenas, dispostas de modo a simular uma única grande empena triangular. Algumas cantarias no interior com decoração pintada e polícroma, como sejam as das cimalhas internas, do arco retabular da direita e do arco da tribuna dos mesários. |
|
Número IPA Antigo: PT010109060016 |
|
Registo visualizado 1407 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja de Confraria / Irmandade Misericórdia
|
Descrição
|
Planta longitudinal composta por nave, capela-mor e três corpos anexos laterais correspondentes à sacristia e à antiga sede administrativa, volumetricamente distintos, com coberturas diferenciadas em telhados de 2 e 1 águas. Rebocada, com cunhais, pilastras, molduramentos e elementos decorativos em cantaria. Fachada principal virada a S., dividida por pilastras em vários panos, sendo o central correspondente ao corpo da nave, flanqueado no mesmo plano, pelos correspondentes às duas torres e estas pelos correspondentes aos dois corpos anexos. Embasamento continuado, pilastras nos cunhais, e na separação dos panos, cornija definindo as linhas da empena. No pano central, e em eixo, portal rectangular ladeado por pilastras toscanas que suportam entablamento e são coroadas por pináculos, janela do coro com frontão curvo, interrompido por nicho ladeado por aletas e encimado por frontão triangular interrompido por escudo nacional; aos lados do nicho, duas janelas rectangulares molduradas com cornija ligeiramente saliente e, encimando-o, relógio circular. Sobre a cornija que define as linhas da empena, sucessão de acrotérios onde assentam pináculos tendo o correspondente ao vértice, uma cruz. As torres, cegas, são coroadas por pináculos e por sineira de ventana única. Os anexos laterais exibem ambos, ao nível do 2º pavimento, vão moldurado de verga curva, e o da esquerda, uma porta rectangular, de acesso ao 1º piso. Fachada lateral E. correspondente ao corpo anexo da Casa do Despacho, apresenta embasamento, pilastras nos ângulos e cimalha apenas com cornija, porta rectangular moldurada colocada à esquerda da linha média, fresta rectangular junto do cunhal desse lado, e ao nível do 2º pavimento, seis janelas de verga curva. Fachada lateral O. com três corpos adossados, sendo um, o da sacristia ao lado da capela-mor, outro o dos serviços administrativos ao lado da nave, e num espaço intermédio um pavilhão mais baixo de construção recente. Fachada posterior com capela-mor ao centro, exibindo cunhais coroados por pináculos, cornija na empena e cruz no vértice, pano cego em plano avançado do corpo da sacristia à direita, e, plano recuado, do lado oposto, da Casa do Despacho, com pilastra no cunhal e cornija sobre as linhas da empena. No INTERIOR, coro-alto sobre três arcos abatidos, de cantaria, e resguardo com balaustrada de madeira, tribuna dos mesários, aberta na espessura da parede do lado direito, ao nível do coro, sob largo arco rebaixado e tendo entrada a partir da Sala do Despacho. Lambril de azulejos de tapete; púlpito com bacia de pedra sobre mísula e guarda de madeira torneada à esquerda, duas portas travessas a meio da nave e duas janelas do lado esquerdo acima da linha média, dois arcosólios fronteiros, para os retábulos laterais, sendo de talha o da direita, e de madeira pintada com marmoreados o da esquerda. Pavimento de madeira e tecto de em abóbada de berço, revestida a madeira, arrancando de cimalha com entablamento de mísulas no friso, com sete séries de cinco caixotões, de centros pintados de branco e moldurados de preto. Arco triunfal, pleno, de cantaria simples e pilastras toscanas. Capela-mor sobre plataforma elevada, em cantaria, com acesso por 4 degraus, com duas portas travessas e duas janelas acima da linha média. Pavimento de madeira em 2/3 da área. Tecto em abóbada semelhante ao da nave, arrancando da mesma forma da cimalha que neste espaço é decorada e policromada, formando três séries de cinco caixotões rebocados, brancos com molduras pretas e florões dourados nos cantos. A SACRISTIA, tem pavimento de granito, lavabo de espaldar, credência poligonal em calcário ançanense, e arcaz de madeira. O anexo lateral da CASA DO DESPACHO, tem uma sala-capela onde se guardam as imagens processionais, de alto pé-direito que invade o 2º pavimento e entrada pela porta travessa da capela-mor; segue-se-lhe, ao nível do 1º pavimento, átrio com escada de cantaria que dá acesso à sala do despacho no 2º pavimento, onde o tecto de madeira tem pintado um medalhão central com as armas nacionais |
Acessos
|
Rua Dr. António C. Ferreira Soares |
Protecção
|
Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 663/2012, DR, 2.ª série, n.º 215, 7 novembro 2012 *1 |
Enquadramento
|
Urbano, isolado, destaca-se numa plataforma elevada, rodeado por adro murado que se desenvolve diante da fachada principal com acesso por escadaria monumental de 5 lanços e chafariz no patamar médio. A O. edifício do Abrigo dos Pequeninos construído na década de 40. |
Descrição Complementar
|
A ESCADARIA EXTERIOR integra no patamar médio chafariz com tanque curvo, alto espaldar de desenho triangular delimitado por aletas, três bicas e remate com cimalha ondulada coroado por urna decorativa sobre o vértice. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: igreja de confraria / irmandade |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja de confraria / irmandade |
Propriedade
|
Privada: Misericórdia (Santa Maria da FeirA) |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Desconhecido |
Cronologia
|
1566 - tendo a sede da freguesia de S. Nicolau sido transferida para a Igreja do Convento dos Loios, a antiga igreja paroquial, total ou parcialmente demolida, deu lugar à ermida de S. Francisco onde existiam vários túmulos entre os quais os dos pais do fundador daquele convento, D. Diogo Forjaz Pereira; 1581 e 1591 - referências a obras de reconstrução na ermida de S. Francisco da responsabilidade do convento; 1594 - fundação da Misericórdia que veio a instalar-se na ermida de S. Francisco; 1638 - referências a uma obra de reparação na ermida de S. Francisco; 1679 e 1680 - o edifício da ermida ainda existia nesta data; 1689 ou 1690 - início da construção do actual edifício da Misericórdia alegando-se a ermida de S. Francisco estar incapaz; séc. 18 - construção da escadaria 1702 - última referência à existência da ermida de S. Francisco; 1726 - já não existia a ermida de S. Francisco; séc. 18, 1º terço - construção do retábulo principal e do colateral da direita; 1755, antes de - existiam duas dependências contíguas uma das quais de construção recente pois a outra é denominada Misericórdia velha; 1755 - o terramoto fez cair a abóbada da nave da actual igreja da Misericórdia; séc. 19 - construção do retábulo colateral da esquerda; 1871 - data inscrita nas grades e portão do adro; 2011, 27 Outubro - publicação do anúncio nº 15559/2011, DR, 2º série, nº 207, com projecto de decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público e fixação da respectiva zona especial de proteção. |
Dados Técnicos
|
Paredes autoportantes (nave) e estrutura mista (capela-mor) |
Materiais
|
Granito (cantarias); cerâmica (azulejos, tijolos e telhas); madeira (retábulos, tectos, soalhos, portas e janelas); ferro (gradeamentos). |
Bibliografia
|
FERREIRA, H. V. Misericórdia da Feira, Arquivo do Distrito de Aveiro, Aveiro, 1946, nº 12, p. 171-176; OLIVEIRA, R. V. de, Freguesia de S. Nicolau de Vila da Feira, Aveiro e o seu Distrito, Aveiro, 1972-74, nº 14, 15 e 17; VITORINO, A. F., Elementos para a história da Santa Casa da Misericórdia da Vila da Feira, Porto, 1973, p. 27-28; GONÇALVES, A. N.; Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Aveiro, Zona Norte, Lisboa, 1981, p. 62-63; FERREIRA, H. V., Feira: a Vila e as suas entradas, Santa Maria da Feira, 1989, p. 61-70. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN: DSID |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
SCMSMF: c. 1980 - pintura das fachadas; c. 1985 - restauro dos 2 altares laterais, recuperação dos rebocos e pintura das paredes interiores, construção do tecto da sacristia e lambril de azulejos no interior da igreja e anexos; 1998 - substituição das caixilharias dos vãos da fachada principal; 2000 - pintura das fachadas e caixilharias. |
Observações
|
*1 - DOF: Igreja da Misericórdia de Santa Maria da Feira e dependências anexas, escadaria e chafariz. |
Autor e Data
|
Paulo Dordio 2000 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |