Igreja Paroquial de Sabrosa / Igreja de São Salvador
| IPA.00011048 |
Portugal, Vila Real, Sabrosa, Sabrosa |
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Arquitectura religiosa, tardo-barroca. Igreja paroquial com fachada-torre, de planta rectangular com nave e capela-mor, mais baixa e estreita, interiormente com iluminação axial e bilateral e coberturas de madeira. Fachada principal integrando torre sineira que cria interiormente endo-nártex, ladeada de aletas e rasgada por portal de arco em cortina encimada por cartela e duas janelas laterais de perfil curvo e molduras ornadas de concheados. Fachadas laterais terminadas em friso e cornija, com cunhais apilastrados coroados por fogaréus e rasgadas por amplas janelas de capialço e portas travessas de verga recta; a fachada posterior termina em empena. No interior possui coro-alto de cantaria com guarda em balaustrada, confessionários embutidos, dois púlpitos laterais com guarda plena de talha dourada, quatro capelas laterais com retábulos de talha policroma, e dois retábulos colaterais ladeando o arco triunfal sobre pilastras toscanas. A capela-mor apresenta retábulo de talha dourada nacional, de planta recta e três eixos. |
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Número IPA Antigo: PT011710090023 |
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Registo visualizado 962 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal composta por nave, integrando na frontaria torre sineira quadrangular, e capela-mor, mais baixa e estreia, tendo adossado à fachada lateral esquerda sacristia rectangular. Volumes escalonados com coberturas em telhado de duas águas na igreja, de uma na sacristia, rematadas em beirada simples, e em coruchéu na torre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento, de cunhais apilastrados, coroados por fogaréus, sobre plintos paralelepipédicos, e terminadas em friso e cornija. Fachada principal virada a O., de três panos definidos por pilastras toscanas, coincidindo com os cunhais da torre, e terminada em entablamento, sobre o qual surge a torre sineira, de dois registos, separados por friso e cornija, e rematada em balaustrada, tendo sobre os acrotérios dos cunhais pináculos piramidais; no registo inferior possui relógio circular com moldura envolvida por concheados e volutas sobrepostos por cornija com motivos vegetalistas relevados, e, no superior, em cada uma das faces, abre-se sineira em arco de volta perfeita, sobre pilastras. Ladeiam a torre aletas sobrepostas com concheados. É rasgada por portal de arco em cortina, com moldura encimada por cartela recortada, envolvida por motivos fitomórficos, concheados e elementos volutados, terminada em frontão de volutas e concha. Nos panos laterais abre-se janela de topos curvos, com molduras ornadas por elementos vegetalistas, os inferiores formando falsos aventais e os superiores formando fechos. Fachadas laterais com a nave rasgada por duas janelas rectangulares de capialço, gradeadas, e porta travessa de verga recta, abrindo-se ainda na lateral direita duas janelas semelhantes na capela-mor; na fachada lateral esquerda, a sacristia, terminada em meia empena, possui portal de verga recta e janela jacente virado a O. e a N., é rasgada por duas janelas jacentes. Fachada posterior com a capela-mor cega, terminada em empena. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco e com azulejos de padrão bícromo azul e branco, formando silhar, pavimento em madeira e, sobre cornija de cantaria, cobertura em falsa abóbada de arestas, de madeira, com nervuras pintadas e assentes em mísulas com motivos vegetalistas, interrompendo a cornija. O corpo avançado da torre para a nave, forma endo-nártex, protegido por guarda-vento de madeira envernizado, possuindo do lado do Evangelho baptistério, protegido por portas de madeira, com pia baptismal de bacia circular com gomos largos, assente em pé cilíndrico canelado; no lado da Epístola possui acesso ao coro-alto. Este é de cantaria, em arco deprmido, com fecho relevado, sobre possantes pilastras, rasgadas no intradorso por nichos rectilíneos albergando imaginária, tendo guardo em balaustrada de cantaria. No coro-alto tem grande órgão de talha aplicado na torre. Lateralmente, abrem-se, de cada lado, dois confessionários embutidos, sem portas, seguidos de púlpitos de bacia rectangular sobre mísula, com guarda plena em talha dourada, decorada com elementos fitomórficos e concheados, acedidos por portas de verga recta, encimadas por sanefas de talha dourada com espaldar recortado e lambrequim. As portas travessas e as janelas laterais apresentam sanefas semelhantes. Seguem-se duas capelas laterais, em arcos de volta perfeita sobre pilastras, a primeira do Evangelho sobreposta por brasão de família em talha, albergando retábulos de talha policroma, de estrutura semelhante dois a dois. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras toscanas, encimado por sanefão em talha policroma a branco e dourado, ladeado por dois retábulos colaterais semelhantes, dispostos de ângulo, de talha policroma a bege e dourado, de um eixo. Na capela-mor, sobre supedâneo de frontais ornados por florão e acedido por três degraus, dispõe-se o retábulo-mor de talha dourada, de planta recta e corpo côncava e três eixos, definidos por seis colunas torsas decoradas por aves e pâmpanos, de terço inferior marcado, e por duas pilastras decoradas de acantos, assentes em mísulas ou plintos paralelepipédicos e de capitéis coríntios, que se prolongam em igual número de arquivoltas no ático, adaptado ao perfil da cobertura, unidas no sentido do raio com duas cartelas inscritas; no eixo central abre-se a tribuna, interiormente revestida a apainelados de talha com acantos, e albergando trono expositivo de degraus facetados com anjos de vulto e acantos; nos eixos laterais, côncavos, surgem apainelados de acantos sobrepostos por mísulas com imaginária; sacrário tipo templete com custodia na porta; banco com portas de acesso à tribuna, decoradas com acantos. Altar paralelepipédico dom frontal em talha dourada ornado de acantos enrolados. Na parede do lado do Evangelho abre-se porta de verga recta encimada por sanefa de ligação à sacristia. Esta possui as paredes rebocadas e pintadas de branco, armário embutido encimado por cornija recta com florões entalhados nas portas e, sobre o arcaz, nicho em arco de volta perfeita, interiormente de cantaria. Lavabo de espaldar rectangular, rematado em cornija recta, com duas bicas em florões planos; em frente possui bacia rectangular. |
Acessos
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Sabrosa, Praça Dr. António Valente da Fonseca. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,265115; long.: -7,575415 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, no centro da povoação. Implanta-se numa plataforma artificial, formando adro, adaptada ao declive bastante acentuado do terreno e sobranceiro a via frontal e lateral desenvolvida em cota inferior. É protegido por muro, em alvenaria de pedra aparente, capeado a cantaria, ritmado por plintos paralelepipédicos coroados por plintos. Possui acesso lateral por portal monumental, formado por pilares coroados por fragmentos de cornija e fogaréus, possuindo portão de ferro. O adro é pavimentado a paralelos e possuiu pequeno espaço ajardinado. Dele pode-se desfrutar esplêndido panorama sobre a paisagem. Junto à fachada posterior, ergue-se o edifício dos Paços do Concelho. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Vila Real) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1196, 1 Maio - carta de foral è então denominada Soverosa, concedida por D. Sancho I e pelo rico-homem D. Rodrigo Mendes de Sousa; séc. 12 - demolição da igreja primitiva, pequena e muito antiga; 1629 - data do primeiro registo de casamentos e baptismos documentado; séc. 18 - construção da igreja em duas fases; 1703 - data do primeiro registo de óbitos documentado; 1724 - data do primeiro registo de testamentos documentado; 1755, 1 Novembro - não padeceu ruína considerável no terramoto; 1758, 14 Março - segundo o pároco António Botelho Ribeiro de Vasconcelos nas Memórias Paroquiais, a freguesia pertencia ao arcebispado de Braga, comarca e termo de Vila Real., sendo donatário e comendador o Infante D. Pedro; tinha 176 vizinhos e 484 pessoas de sacramento e 200 menores; a paróquia estava no meio do lugar e a igreja, com orago de São Salvador, era fabricada pelos vizinhos e tinha cinco altares: o primeiro do Santíssimo Sacramento e São Salvador, o do Senhor Jesus, o de Nossa Senhora do Rosário, o de São Sebastião e o de São Miguel; tinha três irmandades, a do Senhor, a do Santíssimo Coração de Jesus, esta com mais de 8000 irmãos e com jubileu todos os primeiros domingos do mês, a que concorriam em cada um mais de 500 irmãos, e a terceira de Nossa Senhora do Rosário, que tinha 9800 irmãos, missa quotidiana e outros sufrágios; o pároco era vigário colado da apresentação do reitor de Santa Maria de Passos, tendo de renda 12$000 e o pé de altar rendia cerca de 80$000; 1836 - criação do concelho de Sabrosa. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; embasamento, pilastras, frisos, cornijas, cruz e molduras dos vãos em cantaria de granito; portas de madeira; vãos com vidros simples e martelados; grades de fero; pia baptismal, pias de água benta, supedâneo, guarda do coro-alto, lavabo e outros em cantaria de granito; retábulos de talha policroma e dourada; pavimento em madeira e lajes de granito; tectos de madeira; cobertura de telha. |
Bibliografia
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CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2006; www.cm-sabrosa.pt , Novembro 2011. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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2005 - obras de conservação da cobertura, estuques, etc. |
Observações
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EM ESTUDO |
Autor e Data
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Paula Noé 2011 |
Actualização
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