Colégio de São Paulo / Portal da Igreja de São Paulo
| IPA.00011446 |
| Índia, Goa, Goa Norte, Goa Norte |
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| Colégio da Companhia de Jesus, construído no séc. 16, pelos portugueses, constituindo um dos mais antigos fora da Europa. Era composto por igreja, zona colegial, zona conventual dos padres e hospital, de que apenas subsiste parte da fachada principal da igreja, a qual não seguia a tipologia mais comum da Companhia, de nave única, com capelas intercomunicantes. De facto, a igreja, com orientação norte - sul, tinha três naves, separadas por colunas dóricas de granito, sem transepto, e cabeceira tripartida de planta retangular, tudo abobadado. A fachada poente possuía quatro contrafortes e nas imediações tinha a torre sineira. A fachada principal era ritmada por pilastras toscanas, rasgando-se em cada pano, um portal ou janela, revelando a estrutura espacial interior, onde tinha coro-alto, elemento pouco frequente nas igrejas jesuítas europeias contemporâneas. Atualmente, a estrutura subsistente da fachada principal possui coeva apenas a zona correspondente ao portal central, revelando dois registos, separados por entablamento assente em quatro colunas, abrindo-se no primeiro vão em arco de volta perfeita, sobre duas arquivoltas, de intradorso decorado, e no segundo janela entre dois nichos, desnudos, rematado em cornija com tabela contendo o monograma de Cristo, e vieira. As pilastras caneladas dispostas nos extremos da estrutura da fachada, das antigas portas travessas, resultam de um rearranjo oitocentista, já tendo desaparecido parte dos frontões triangulares que sustentavam e que fotografia antiga documenta. A zona conventual, do colégio e outras, erguiam-se aproximadamente para nascente da igreja. |
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| Número IPA Antigo: IN931101000010 |
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| Registo visualizado 112 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Colégio religioso Colégio religioso Companhia de Jesus - Jesuítas
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Descrição
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| Do Colégio de São Paulo, subsiste apenas parte da fachada principal da igreja, rematada ao centro por empena recortada, com cornija, coroada por cruz latina. A estrutura apresenta-se dividida em três panos, por pilastras almofadadas, rebocadas e pintadas de branco, o central em cantaria e os laterais, tal como a face posterior, rebocada e pintada de branco. O pano central apresenta dois registos, separados por entablamento, e terminada em tabela retangular, contendo as insígnias da Ordem numa cartela, ladeada de aletas, e rematada em cornija encimada por vieira. No registo inferior abre-se portal, em arco de volta perfeita e de duas arquivoltas, com fecho saliente, sobre pilastras almofadadas, ladeada por quatro colunas, de fuste canelado e terço inferior marcado, assentes em plintos paralelepipédicos almofadados, decorados com losango relevado, e com capitel coríntio. O intradorso do arco é decorado com motivos geométricos relevados. No segundo registo, abre-se janela retangular, entre dois nichos, em arco de volta perfeita, sobre pilastras, interiormente de abóbada concheada. Os panos laterais possuem nos extremos uma pilastra, de cantaria, canelada, sobre plintos paralelepipédicos, almofadados. |
Acessos
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| Goa Norte, Tiswadi, Velha Goa (Ella), Goa 403402 |
Protecção
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| Monumento de Importância Nacional / Incluído na Zona de Proteção das Igrejas e Conventos de Goa *1 |
Enquadramento
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| Rural, isolada e destacada, no limite poente de área densamente arborizada pertencente à antiga cerca do Colégio de São Paulo, a cerca de 800 m para sudeste da Catedral de Goa (v. IPA.00011431) junto ao entroncamento da Old Road Goa com a estrada Ponda - Panaji. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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| Educativa: colégio religioso |
Utilização Actual
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| Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Afectação
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Época Construção
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| Séc. 16 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| ARQUITETO: Baltasar de Castro (1948-1952). MESTRE-DE-OBRAS: António Dias (Padre) (1560), João Pedro de Faria (Padre) (1581), Martim Ochoa (Padre) (atr. - 1567). PINTOR-DOURADOR: Maecht (Padre) (1589). |
Cronologia
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| 1541- instituição da Confraria da Santa Fé ou Confraria para a Conversão da Fé por dois padres seculares, onde se destaca o vigário-geral da Índia Miguel Vaz e Diogo de Borba, os quais têm, entre os seus objetivos, a edificação de um seminário de forma a colmatar as carências de sacerdotes em Goa (Pereira, 2005); a sede desta congregação passa a ser a capela da Igreja de Nossa Senhora da Luz, mas a sua má localização e a falta de água potável nas proximidades, obriga à escolha de novo terreno *2; 1543, 25 janeiro - sagração da igreja de São Paulo e do seminário, denominado de Santa Fé; a sua orientação é confiada a Francisco Xavier, que entretanto havia chegado a Goa; 1545 - descrição do complexo pelo Padre Nicolau Lanciloto, referindo a existência de um claustro com dois andares, ficando de um lado a igreja e do outro a denominada "casa comprida", também com dois pisos, o inferior para refeitório e o superior, dormitório dos estudantes, sendo que num dos restantes lados do claustro existia o alojamento dos padres e no outro, uma varanda; 1546 - 1547 - com a partida de São Francisco Xavier de Goa e com a morte dos fundadores da Congregação, o governador da Índia atribui a direção do seminário definitivamente à Companhia de Jesus que amplia o edificado e cria novas instituições no local, entre elas o Colégio de São Paulo, uma escola primária e um orfanato; 27 julho - instituição dos novos estatutos da Confraria; 1551 - o padre Paulo Camerte funda um hospital para pobres junto ao colégio e, junto daquele, uma capela da invocação de Nossa Senhora da Consolação; 1552, 03 dezembro - o padre Francisco de Xavier morre na China; 1554 - trasladação do corpo de São Francisco Xavier para a igreja; 1560, 25 janeiro - colocação da primeira pedra da nova igreja de São Paulo; as obras do novo templo são dirigidas pelo irmão António Dias, projetando-se um templo com três grandes naves, sob o impulso do provincial António de Quadros; 1562 - conclusão da construção da capela-mor, em abóbada de berço, capelas colaterais, sacristia, e capítulo; a igreja velha fica a servir de corpo enquanto o definitivo não ficasse terminado; 1565 - um irmão que estava em Baçaim encomenda colunas de pedra da região para a casa de Goa; 1567 - conclusão dos portais laterais da fachada, trabalhando-se, ainda, no principal; conclusão de uma ala do colégio, prosseguindo os trabalhos na torre sineira; possivelmente o irmão Martim Ochoa é colocado à frente das obras; 1569, 15 agosto - início da demolição da igreja primitiva; 1570 - uma epidemia que assola Goa faz 58 vítimas entre os padres da congregação; novembro - conclusão das abóbadas das naves laterais, estando a da central em construção; 1572, 25 janeiro - sagração da nova igreja no dia de São Paulo; trasladação do corpo de Francisco de Xavier, que repousava na igreja velha, para a nova igreja; 1576 - ampliação do antigo edifício do seminário, começando-se então a erguer, de raiz, um edifício adicional para residência dos padres; a par destas estruturas é iniciada a construção de um hospital com capacidade para 20 a 40 doentes; 1577 - Alexandre Valignano, visitador da Companhia de Jesus na Índia, considera a Igreja de São Paulo como a maior e a melhor de toda a Índia; 1578 - devido à insalubridade do local do Colégio de São Paulo, a Companhia de Jesus compra umas casas perto do convento agostinho de Nossa Senhora da Graça destinadas a recolher membros da congregação doentes; 1581 - tendo a igreja uma cobertura em folhas de palmeira, com consequências diretas na estrutura do edifício, que começa a apresentar fendas nas paredes, procedem-se a obras para construção de uma cobertura mais condigna; sendo necessário reforçar a estrutura com arcobotantes que aguentassem a nova cobertura, é responsável pela obra o padre João Pedro de Faria, que falece antes da conclusão dos trabalhos; temendo que a cobertura definitiva em madeiramento e telha fosse demasiadamente pesada para as abóbadas da igreja, aplica-se diretamente a telha à estrutura; devido à construção dos arcobotantes, a igreja passa a ser comumente denominada de São Paulo dos Arcos; 1584 - fundação da casa professa no edifício do Colégio de São Paulo; 1585 - transferência da Casa Professa do Bom Jesus para o Terreiro dos Galos; 1589 - conclusão dos três retábulos de talha da igreja, que são dourados pelo padre Maecht; 1617 - o rei autoriza a transferência do Colégio de São Paulo para o Monte Santo, junto dos Agostinhos, onde os padres jesuítas já tinham umas casas onde haviam instalado o noviciado de São Roque, que passava a denominar-se Colégio Novo de São Paulo; o antigo colégio passa a designar-se São Paulo-o-Velho, servindo como residência; 1622 - canonização de São Francisco Xavier, transladando-se o seu corpo para a igreja do Novo Colégio de São Paulo; 1623 - Pietro della Valle visita Goa e verifica que praticamente toda a atividade havia desaparecido do antigo Colégio; 1624 - os restos mortais de São Francisco Xavier são levados para a igreja do Bom Jesus, anexa à casa professa do mesmo nome; 1672 - o antigo colégio de São Paulo encontrava-se já praticamente abandonado; 1695 - Gameli Careri encontra apenas dois padres residentes no colégio que estava parcialmente em ruínas, estando a igreja, ainda magnífica, nas suas palavras, convertida em local de instrução dos catecúmenos, subsidiado pelo reino; 1759 - aquando da expulsão dos jesuítas dos territórios nacionais, já o colégio estava praticamente em ruínas; 1769 - a igreja ainda se mantém de pé; 1827 - Cottineau verifica que a igreja já se encontra em ruínas, restando a fachada, paredes laterais, o coro, escada e arcos; 1829 - destruição total do edifício, sendo os seus materiais aproveitados nas novas construções que se faziam em Pangim, que passa então a capital do Estado da Índia; 1830 - demolição das últimas ruínas com exceção da fachada da igreja; 1948 - 1952 - obras de consolidação, estabilização e restauro do portal da Igreja de São Paulo, sob a direção do arquiteto Baltazar de Castro, conferindo-lhe a feição atual; 1986 - as Igrejas e Conventos de Goa, "Churches and Convents of Goa", são inscritas na Lista indicativa do Património Mundial, da Unesco (Relatório da 10.ª Sessão do Comité - CONF 003 VIII). |
Dados Técnicos
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| Estrutura autoportante. |
Materiais
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| Estrutura em cantaria de laterite e granito. |
Bibliografia
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| DIAS, Pedro - História da Arte Portuguesa no Mundo. O Espaço do Índico. Lisboa: Círculo de Leitores, 1998; FIGUEIREDO, João Manuel - Goa Dourada - séculos XVI e XVIII Colégio de São Paulo (Universidade de Goa - 1556), Bastorá/Goa: dezembro 1967; FONSECA, José Nicolau da - An Historical and Archaeological Sketch of the City of Goa. Bombaim: Thacker & C.ª, Limited, 1878, pp. 192-194; «List of Ancient Monuments and Archaeological Sites and Remains of Goa - Archaeological Survey of India» (http://asi.nic.in/), [consultado em 17 janeiro 2018]; MATTOSO, José (dir.) - Ásia, Oceania, Património de origem portuguesa no mundo, arquitectura e urbanismo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010, pp. 253-254; PEREIRA, António Nunes - A arquitectura Religiosa Cristã de Velha Goa, Segunda Metade do Século XVI - Primeiras Décadas do Século XVII. Lisboa: Fundação Oriente, 2005, pp. 175-180, 115-138, 165-173, 294-397; PEREIRA, António Nunes - «Capela de São Francisco de Xavier» (http://www.hpip.org/def/pt/Homepage/Obra?a=1679) , [consultado em 21 março 2018]; SALDANHA, Pe. Manuel J. Gabriel de - «História de Goa (Política e arqueológica)». In História Arqueológica. Nova Goa: Casa Editora Livraria Coelho, 2.ª edição, 1926, vol. II, pp. 46-56. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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| DGPC: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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| DGEMN: 1948 / 1949 / 1950 / 1951 / 1952 - Obras de consolidação, estabilização e restauro do portal da igreja. |
Observações
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| *1 - Conjunto "Churches and Convents of Goa", declarado pela UNESCO, em 1986, como Património da Humanidade (Relatório da 10ª Sessão do Comité - CONF 003 VIII). O Portal da Igreja de São Paulo consta da Lista de National Importance Monuments do Archaeological Survey of India com o identificador N-GA-7. Contudo, o sítio das ruínas do Colégio de São Paulo faz também parte da lista da Directorate of Archives and Archaeology, do Governo de Goa, relativa a Monumentos e Sítios protegidos (survey nº 14), constando da Lista de State Protected Monuments do Archaeological Survey of India referente aos Estado de Goa com o identificador S-GA-44 (Official Gazette, Series I, Nº 50, 10-3-1983). *2 - A primeira pedra das construções terá sido lançada em 10 de novembro de 1541 sobre as ruinas de uma grande mesquita (Fonseca, 1878, p. 260). |
Autor e Data
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| Hugo Sérgio Fernandes (Contribuinte externo) e João Almeida (Contribuinte externo) e Paula Noé 2018 |
Actualização
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