Cerca do Mosteiro de Tibães
| IPA.00011787 |
Portugal, Braga, Braga, Mire de Tibães |
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Cerca conventual barroca e romântica. Cerca murada compreendendo quatro zonas distintas, a zona agrícola, com as hortas, pomares, olival e vinha, a zona dos jardins que compreendem o escadório e a Capela de São Bento, a zona da mata, dominada por Pinhal, Eucaliptal e Acácias com mata climática em desenvolvimento e as zonas em propriedade que incluem o olival de baixo, o pomar e as leiras. Jardins desenvolvidos em socalco, no sentido ascendente, com início junto à fachada posterior do mosteiro, atravessando a zona agrícola que o rodeia, constituído por caminhos ladeados por sebes de buxo, com canteiros geométricos, decorados por desenhos irregulares também de buxo, incluindo roseiras, hortênsias, azáleas, etc. A ladear o jardim, separando-o das hortas , encontra-se aqueduto assente em arcaria plena. O jardim é pontuado por bancos, alguns revestidos com azulejos seiscentistas. Possui fonte barroca de espaldar, designada por Fonte de São Bento, ricamente decorada por volutas e motivos fitomórficos. O jardim prolonga-se até ao escadório barroco, que aproveita o declive ascendente do terreno, com diversos patamares, onde surgem nove fontes, sete de espaldar, circunscritos por pilastras e remates em volutas, com tanques semicirculares e bicas decoradas por putti, conchas e acantos. Duas fontes são centralizadas, com colunas galbadas, remate em pinha e tanques centralizados com bordo redondo. O escadório culmina na Capela de São Bento de planta centralizada, com pequeno alpendre aberto, com fachada principal em frontão triangular e portal de verga recta, encimado por friso e cornija. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados e remate em friso e cornija. Interior com cobertura em falsa abóbada de berço em estuque. Na proximidade da capela, já na área da densa mata, encontra-se lago romântico, com espaldar decorado por obeliscos. As características da cerca estão intimamente relacionadas com o edifício resultando uma unidade entre o interior e vivência do mosteiro e o seu exterior. De facto, durante três séculos, até à extinção das ordens religiosas em 1834, o mosteiro foi estruturado para funcionar como Casa Mãe dos Beneditinos Portugueses, um importante pólo cultural e centro de poder. Este factor reflectiu-se também na estrutura da cerca com a implantação de sebes de buxo, muros pintados, caminhos com latadas, direccionados para pontos de água, e escadório. Após perder a venda em hasta pública, procurou-se reunificar o mosteiro e a cerca, por casamento entre proprietários, facto que não aconteceu com outros mosteiros, irremediavelmente separados das suas terras. A cerca mantém a sua potencialidade cenográfica particularmente explorada pelo escadório que alude à subida ao céu pelas diversas fontes com água murmurante, pelo grande lago e pelo sistema de caminhos e latadas que articulam todo o espaço. Fontes do escadório são de tipologias distintas, de espaldar e centralizada (a primeira e a do adro), intensamente decoradas com acantos, querubins, símbolos episcopais e possuíam esculturas que as relacionavam com as sete Virtudes, havendo um caminho de contemplação e de purificação ascendente até à Capela de São Bento. Uma delas possui rodapé com azulejo padrão seiscentista. Capela com alpendre muito decorado, com reaproveitamento de azulejo padrão do séc. 17, provavelmente proveniente das capelas da igreja, quando se deu a renovação do programa decorativo da mesma, e cobertura de madeira pintada com acantos e cartela datada do séc. 17. Possui porta de madeira almofadada, datável do séc. 17. O interior foi totalmente descaracterizado, mantendo apenas, da decoração primitiva, os painéis de azulejo joanino, representando cenas da vida do orago. A cerca possui um complexo sistema hidráulico, ainda utilizado. Nas intervenções feitas na cerca a água foi considerada um elemento fundamental localizando as minas de onde provem e limpando e recuperando todo o sistema hidráulico. A gestão da propriedade tem sido notável e considerada numa perspectiva de longo prazo. São exemplos o sucesso do combate às Mimosas (Acacea dealbata) baseado numa conjugação de acção química, mão-de-obra e paciência ou a preocupação de fasear as alterações na cerca com o fim de salvaguardar a grande biodiversidade desde fungos, incluindo cogumelos, a anfíbios raros plantas seculares que aí existem. Existe ainda preocupação de manter as marcas do tempo, por exemplo, as marcas dos carros de bois no pavimento e apenas o que não pode ser mantido é construído de raiz. Os muros e outros elementos construídos têm sido reconstruídos segundo técnicas tradicionais. A mata climácica tem sido recuperada bem como a reflorestação dos antigos percursos plantados pelos monges. Todos os trabalhos resultam de um diálogo interdiciplinar técnico que permite actuar com sensibilidade e conhecimento neste local histórico |
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Número IPA Antigo: PT010303250159 |
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Registo visualizado 1514 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Religioso Cerca
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Descrição
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Proriedade limitada por muro com mais de três metros de altura, compreende cinco zonas distintas: o mosteiro (v. IPA.00001151); a zona agrícola; a zona do o escadório e capela de São Bento; a mata, dominada por Pinhal, Eucaliptal e Acácias com mata climática em desenvolvimento; e as zonas em propriedade que são a Ouriçosa e o Passal e que incluem o olival de baixo, o pomar e as leiras. MOSTEIRO: acesso principal, no extremo N. da propriedade desenvolvido em torno de dois claustros (claustro do cemitério e claustro do refeitório) e dois pátios (pátio de são João e pátio do Jericó. Claustro do cemitério constituído por quatro canteiros quadrados intercalados com outros quatro irregulares todo disposto em torno de um chafariz central colocado no cimo de um patamar de três degraus. Circundado por uma arcaria e com painéis de azulejo nas paredes. O claustro dá acesso, por duas portadas, às capelas laterais. Claustro do refeitório com vestígios de azulejo e de pavimento de lajes. Terreiro de S. João (jardim da estrebaria ou jardim da Portaria), construído numa plataforma octogonal elevada em relação ao caminho que a circunda. Composto por oito canteiros irregulares recortados e colocados em torno de um chafariz central com dois andares. Toda a plataforma limitada por alegretes de granito, no seguimento do pavimento do mesmo material, onde estão plantadas salvias. Acesso por escada de 13 degraus alinhada com o chafariz e com a imagem de S. João Baptista, localizada a S., no muro do passadiço que atravessa o pátio. Este passadiço é coberto de pedra de esquadria e ladeado por alegretes e bancos com parapeitos. ZONA AGRÍCOLA, composta por pomares, olival, milheiral, vinha, hortas e ornamentos como canteiros, fontes ou bancos. Com acesso pelo claustro do refeitório e pela varanda à saída da sala do capítulo onde existem parapeitos constituídos por alegretes de cantaria com bancos encostados e uma fonte com imagem de São Pedro em nicho e que deita água por um galo para taça. Junto à fachada posterior das dependências monacais, a S., dois grandes campos de milho, paralelos, rodeados por latadas de vinha, formadas por esteios de granito. Horta localizada em patamar superior, a SO. do mosteiro, delimitada por alta sebe de buxo e, a E., por aqueduto em alvenaria de granito, suportado por arcaria plena, que conduz a água até às várias fontes. com acesso por caminho, paralelo ao aqueduto, que atravessa a zona agrícola, junto ao ângulo O. da fachada posterior das dependências monacais. Este caminho tem início por patamar, com pináculos a ladear os acessos, nos topos, ladeado a O. por alta sebe e coberto por latada de vinha. Este patamar comunica com um outro, mais elevado, com acesso por sete degraus, onde se desenvolve jardim com canteiros geométricos de buxo, possuindo no interior desenhos irregulares, também de buxo, pontuados por roseiras, hortênsias e azáleas, rasgado por alameda central que termina num novo conjunto de degraus que comunica pequeno patamar, com grande banco, adjacente ao muro do socalco superior, revestido a azulejos de padrão seiscentistas, policromos a azul e amarelo, com espaldar rematado por frontão recortado de volutas, encimado por beiral, rebocado e pintado de rosa no tímpano. Este patamar liga a dois caminhos divergentes. O da direita, de acesso à horta, passando por baixo do aqueduto. Junto a esta, em patamar superior lajeado, bancos de pedra, e fonte com espaldar ricamente trabalhado, enquadrado por quarteirões e aletas estilizadas, rematado por entablamento, com pináculos piramidais com pinha, nos extremos, e ao centro pequeno espaldar recortado, decorado por volutas, com nicho com imagem recente representando São Bento e coroado por cruz sobre esfera. Bica carranca, no centro do espaldar, enquadrada por motivos fitomórficos. Taça de pequenas dimensões, gomada, assente em coluna bojuda, que verte água para caleira rasgada no pavimento, que conduz água para um tanque, separado desta, com nenúfares. O caminho da esquerda conduz a terraço quadrangular ladeado por bancos de pedra de onde parte grande ESCADÓRIO, envolto por arvoredo, constituído por vários lanços de escadas simples ou duplas, que desembocam em plataformas lajeadas, em rampa, onde se inserem nove fontanários entre os lanços de escadas. O primeiro lanço de escadas é protegido por guarda de cantaria, sendo o primeiro degrau flanqueado por dois pilares encimados por pináculos piramidais. Na primeira plataforma, surge uma fonte centralizada, de coluna galbada e gomada, com taça redonda sobreposta e remate em pinha piramidal. Tanque semicircular, de bordo redondo, de onde escorre a água para taça gomada. É ladeada por escadas que acedem à plataforma imediata, com fonte de espaldar ladeado por pilastras, encimadas por volutas, decorado por um brasão da Ordem Beneditina composto por torre ameada, báculo, leão e ave, rodeado por volutas. A bica sai da porta da torre para um vaso semicircular, gomado, formando taça e decorado com querubins e tanque semicircular, de bordo redondo. Na plataforma imediata, uma fonte de espaldar semelhante à anterior, com pilastras encimadas por colunas e pináculos a ladear nicho semicircular, constituindo a bica, correndo a água por uma concha para tanque igual ao anterior. Segue-se uma fonte de espaldar, flanqueada por quarteirões, com remate em frontão triangular interrompido em volutas, centralizando uma mitra de bispo. No espaldar, decorado com vides, a bica jorra para tanque semicircular com bordo redondo. A fonte imediata é flanqueada por pilastras almofadadas, encimadas por volutas e pináculos com espira, com remate em cornija, enrolamentos e vieira, onde surge a bica, para tanque semelhante aos anteriores. Segue-se fonte de espaldar, ladeada por pilastras encimadas por grandes pináculos bolbosos, flanqueando volutas e querubim central, que constitui a bica, correndo a água para tanque trilobado, com bordo redondo. Por cima de uma plataforma com degrau decorado por azulejos padrão seiscentistas, policromos a azul e amarelo, fonte de espaldar liso, rematado por cornija e volutas, com bica simples constituída por um florão, escorrendo a água para pequena taça semicircular, com bordo redondo, sendo a fonte imediata exactamente igual. No topo do escadório, enorme tanque rectangular, de onde corre água para uma taça e pequeno tanque quadrangular, situado a um nível inferior. No centro do tanque maior surgem as armas da Ordem Beneditina. As sete fontes intermédias possuem um plinto nos topos *1. Contornando o tanque, acede-se, através de escadarias de lanço recto com arranque volutado e guarda de ferro, ao adro da Capela de São Bento, ajardinado, no centro do qual surge uma décima fonte centralizada, com plinto paralelepipédico, coluna galbada e pequena taça circular com remate em pinha de barro. O tanque é oitavado com bordo redondo, estando assente em dois com o mesmo perfil. A CAPELA DE SÃO BENTO, de planta centralizada e quadrangular, é antecedida por pequeno alpendre, elevado relativamente ao adro, com acessos central e laterais, por lanços de seis degraus, flanqueado por plintos altos, onde se erguem duas colunas toscanas de sustentação do alpendre. Coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na capela e a três no alpendre. Este possui cobertura interna de madeira, em masseira, com pintura muito deteriorada, de acantos e cartela com inscrição. O exterior dos muros do alpendre têm revestimento a azulejo seiscentista, de padrão. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, circunscritas por pilastras toscanas nos cunhais, encimadas por pináculos piramidais, percorrida por embasamento de cantaria e remates em friso e cornija. Fachada principal virada a N., rematada por frontão triangular, com esfera e cruz sobre acrotério, rasgada por portal de verga recta com moldura de cantaria e remate em friso e cornija. Porta de madeira almofadada, decorada, em cada folha, por três painéis decorados por losangos. Na zona protegida pelo alpendre, é revestida a azulejo seiscentista, de vários padrões, uns monocromos a azul, e outros a azul e amarelo, constituindo um reaproveitamento. Fachadas laterais rasgadas por duas frestas e fachada posterior em empena. INTERIOR rebocado e pintado de branco, tendo quatro painéis de azulejo monocromo a azul, dois com cenas da vida do orago e dois de enchimento. Janelas em capialço, decoradas com grotesco e cobertura em falsa abóbada de berço em estuque, assente em cornija. Sobre supedâneo, protegido por cancela de metal, um nicho rasgado na parede fundeira, que constituía o primitivo altar. ZONA DA MATA: Por trás da capela zona de mato no antigo jardim dos espinhos. A partir daqui o caminho, acompanhando o relevo, conduz à mata junto ao muro limite onde funciona aqueduto com caleiras cobertas e a céu aberto. A NE. da capela existe lago oval com espaldar com cascata, enquadrado por pilastras com pedras destacadas, picadas, imitando aparelho rústico, rematado por cornija, com dois obeliscos *2, assentes em esferas, também decorados com pedras destacadas idênticas às das pilastras. Fronteiro localiza-se terreiro com bancos de pedra rodeado por árvores de grande porte. A N. do lago, caminhando para E. junto ao muro do Passal, existe uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR), rodeada de seixo rolado. Já no limite da cerca, seguindo pelo mesmo caminho surge à direita lago naturalizado construído em antigo depósito de volfrâmio. |
Acessos
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EN 201 (Braga - Ponte-de-Lima / Barcelos, virando pela EM 564). WGS84 (graus decimais) lat.: 41,552180, long.: -8,479971 |
Protecção
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Parcialmente abrangida pela Zona Especial de Protecção do Mosteiro de Tibães (v.IPA.00001151) |
Enquadramento
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Situa-se nas faldas do Monte de São Gens na sua encosta N., na margem esquerda do rio Cávado, a cerca de 6 Km. da cidade de Braga. Acesso por amplo terreiro onde se localiza o Cruzeiro de Tibães (v. IPA.00000210), ligado a caminho que conduz ao cemitério, que ladea a igreja, a N., e ao mosteiro. A S. localiza-se o aqueduto que abastecia o mosteiro (v. IPA.00033911). A rocha que predomina na zona é o xisto bastante meteorizado. Tem vistas para o vale do Cavado a partir da Capela de São Bento, implantada na cerca. |
Descrição Complementar
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INSCRIÇÕES: Inscrição pintada em cartela no tecto do alpendre da Capela de São Bento; madeira; leitura:.... ANNO DNSJC M. DC. XXXI. |
Utilização Inicial
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Religiosa: cerca |
Utilização Actual
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Agrícola e florestal: quinta |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DRCNorte, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009 |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 6 - Primeiras referências a um mosteiro na zona, por fundação de São Martinho de Dume, denominado Palatini, e com provável origem numa villa romana; 1060 - mosteiro é reconstruído por D. Velasquides; 1071 - pertencia a D. Urraca, que o doou à Sé de Tui; 1071 / 1078 - D. Paio Guterres da Silva faz aquisições de terras em Tevilanis para fundar um mosteiro; 1077 - o mosteiro é doado por Boa Gonçalves à Sé de Braga (v. PT010303520005); 1105, 21 Agosto - permuta de terras entre o mosteiro e o arcebispado de Braga; 1110 - concessão de carta de Couto por D. Henrique e D. Teresa; 1135 - doação do Couto de Donim por D. Afonso Henriques; 1140 - doação de Santa Maria da Estela por D. Afonso Henriques; 1554 - construção da Capela de São Bento; 1567 - torna-se casa-mãe dos beneditinos, por bula de Pio V; 1569 - é nomeado abade, o reformador Frei Pedro de Chaves; 1570 - primeiro Capítulo Geral em Tibães; séc. 17 - o mosteiro detinha terras em Monção, Viana do Castelo, Nóbrega, Ponte da Barca, Amares, Prado, Barcelos, Braga, Guimarães e Esposende; 1614 - construção do sistema de captação de água a partir da Fonte dos Anjos; 1725 / 1734 - construção da cerca; escadório e reconstrução da Capela de São Bento; 1728 - construção da Fonte de São Bento, em substituição da Fonte dos Tornos; 1834 - extinção das ordens religiosas; início das vendas de bens em hasta pública. O edifício e a cerca são comprados separadamente por dois particulares; 1838 - o mosteiro foi arrematado por António da Silva Reis, por 7 contos; 1864, Abril - venda do mosteiro em hasta pública, excepto a igreja, sacristia e Claustro do Cemitério; séc. 19, segunda metade - os proprietários morrem sem descendência deixando o mosteiro e a cerca aos doze filhos de uma criada que vendem quase todos os bens móveis do interior e exterior do mosteiro; Séc 20, anos 40 - exploração de volfrâmio na cerca, para o fabrico de armas para a 2ª guerra mundial; destruição de parte da estrutura da cerca, nomeadamente socalcos, devido à exploração de volfrâmio; 1949, 18 Outubro - DG 242 definindo a primeira Zona Especial de Protecção, que abrangia o mosteiro e o cruzeiro, não contemplando os elementos arquitectónicos da cerca no texto do decreto; 1965 - Fonte de São Beda vendida a Afonso Correia Leite, actualmente nos jardins da Casa Museu Nogueira da Silva (v. PT010303420232), em Braga; 1971 - proposta de adaptação a pousada; 1973 - proposta de adaptação a escola universitária de Agronomia; 1986 - é adquirido pela Direcção-Geral do Património do Estado, por 110 mil contos; 1990 - instalação do museu local nas alas N., S., e O., do mosteiro, fazendo parte do percurso a igreja, sacristia, Claustro do Cemitério, Terreiro de São João, as cozinhas, alas conventuais, sala do capítulo e a cerca, que inclui a Capela de São Bento; 1992, 01 Junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1994 - instalação do Centro de Conservação e Restauro, com cursos na área do azulejo e talha; 1998 - IPPAR recebe em Trevisco, Itália, o prémio internacional Carlo Scarpa, pela recuperação da cerca do mosteiro; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Norte, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245; 2015, 7 abril - Publicado no DR, 2ª série, nº67 o anúncio n,º58/2015 relativo à " abertura do procedimento de ampliação da classificação da «Igreja e mosteiro de Tibães, fontes e construções arquitetónicas da respetiva quinta», classificados como imóvel de interesse público (IIP) pelo Decreto n.º 33 587, publicado no Diário do Governo, 1.ª série, n.º 63, de 27 de março de 1944, de forma a abranger todo o mosteiro, incluindo a cerca, tendo em vista a sua eventual reclassificação como monumento nacional (MN) e a redenominação para«Mosteiro de Tibães»". |
Dados Técnicos
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Estruturação em socalcos; a água utilizada na cerca para rega e ornamentação é explorada na formação xistosa através de cinco minas, galerias que levam a uma galeria principal que a transporta para a superfície, é depois conduzida por aquedutos aéreos e subterrâneos até aos tanques, fontes, lago e moinhos do mosteiro; estrutura autoportante (capela); estrutura autónoma (fontes). |
Materiais
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Material Vegetal: pinheiro manso (Pinus pinea), eucalipto (Eucalyptus globulus), carvalho (Quercus robur), azevinho (Ilex aquifolia), loureiro (Laurus nobilis), aveleira (Corynus avellana), medronheiro (Arbutus unedo), bordo (Acer pseudoplatanus), gilbardeira (Ruscus aculeatus), etc. Inertes: fontes, muros, elementos que sustentam o alpendre da capela e cunhais e remates da mesma, em granito proveniente da Serra das Caldas; portal da capela e cobertura do alpendre em madeira; revestimento dos muros do alpendre e de banco em azulejo tradicional; cobertura da capela em telha de canudo. |
Bibliografia
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ARAÚJO, Ilídio, Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal, Lisboa, 1962; SMITH, Robert, Frei José de Santo António Ferreira Vilaça, Escultor beneditino do Século XVIII, 2 vols., Lisboa, 1972; Mosteiro de Tibães, Quando as árvores morrem de pé, in Expresso, Lisboa 27 Março 1982; de Tibães, Braga, 1988; CARITA, Hélder e CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal, Circulo de Leitores, 1990; Mosteiro; MATA, Aida, Ao encontro dos monges de Tibães, Braga, 1994; IPPAR, Cerca do Mosteiro de Tibães, Mire de Tibães, 1998; MATA, Aida e Oliveira, Paulo João, Tibães e a síntese das artes na época barroca. O testemunho dos cronistas, in Actas do Colóquio Struggle for Synthesis - a obra de arte total nos séculos XVII e XVIII, vol. II, Lisboa, Dezembro de 1999, pp. 521-528; CASTEL-BRANCO, Cristina, Jardins com História, Inapa, Lisboa 2002; MATA, Aida e COSTA, Maria João Dias, O Mosteiro de São Martinho de Tibães. Dados para o conhecimento da recuperação de um património, IPPAR, Mire de Tibães, 2002; MATA, Aida, Ao encontro dos monges de Tibães, IPPAR, Mire de Tibães, 2003. |
Documentação Gráfica
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IPPAR; IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal de Ilídio de Araújo |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID, Arquivo Pessoal de Ilídio de Araújo (IAA) |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN: Arquivo Pessoal de António Viana Barreto (Curriculum Vitae do Arquitecto Paisagista Ilídio de Araújo) |
Intervenção Realizada
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Proprietário: Séc. 20 - remoção do retábulo do interior e arranjo da estrutura da capela. |
Observações
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Originalmente os muros do interior da cerca eram rebocados e pintados com verde, branco e preto. As fontes do escadório e as imagens eram policromadas ou simplesmente douradas. A cerca possuía moinhos e lagar; na horta decorrem actividades com grupos de escolas ou crianças deficientes; *1 - Nos plintos das fontes, surgiam esculturas alegóricas de barro, a representar as sete Virtudes, na seguinte ordem ascendente: Prudência, Justiça, Fortaleza, Temperança, Fé, Esperança e Caridade; *2 - dos registos escritos consta a aquisição de uma fonte com a figura de Neptuno porém actualmente o local da sua colocação está vazio. |
Autor e Data
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Paula Figueiredo 2002 / Pereira de Lima 2004 |
Actualização
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