Paços de Évora / Paço de D. Manuel / Palácio de D. Manuel

IPA.00001185
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
 
Arquitectura residencial, manuelina, mudéjar, revivalista (neo-manuelina e neo-árabe). Palácio real de raíz quinhentista, protótipo de arquitectura cortesã manuelina, com marcas de influência mudéjar, associadas a elementos do Renascimento e com inclusão de estruturas e ornatos que recriam o estilo manuelino e mudéjar. Testemunha o que resta do grandioso conjunto palaciano de São Francisco, outrora ocupando vasta área da cerca do convento do mesmo nome. De realçar o torreão-mirante, com loggia de duplo arco que rasga totalmente o 2º registo, a janela com balcão de grutescos proveniente da Sala da Rainha e o eirado descoberto no corpo S. sobre arcada ultrapassada. Original é a conjugação de materiais nas janelas do corpo S.: granito e mármore, e na arcada mudéjar: tijolo e granito. A composição de ajimezes conjugados com arcos conopiais ultrapassados e colunelos com capitéis vegetalistas todos idêndicos, do corpo S., é globalmente revivalista, embora inspirada em vestígios de molduras que se encontravam entaipadas. A galeria das damas é um corpo rectangular de dois pisos, longo de quase sessenta metros, com o superior dividido em três corpos por duas arcadas triplas com arcos ultrapassados, num esquema que lembra a situação verificada do Allambra de Granada.
Número IPA Antigo: PT040705210022
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Residencial senhorial  Paço real    

Descrição

Planta longitudinal irregular, composta pela justaposição de 3 corpos diferenciados: 2 rectangulares que se desenvolvem no sentido N .- S., separados por 1 corpo elevado transversal, rectangular, a que se adossam, salientes, torreão quadrangular a E., e torreta e corpo circular a O. Volumes articulados, massas dispostas na horizontal. Cobertura diferenciada em telhados de 3 águas nos corpos laterais, de 4 águas no corpo central e cónico sobre o corpo cilíndrico, coruchéu octogonal no torreão e pequeno domo sobre a torreta. Corpo N.: 1º registo cego a N. e galeria aberta lateralmente, constituída por arcada longitudinal de 2 naves com 4 tramos definidos nas fachadas E. e O. por grandes arcos plenos sobre mísulas vegetalistas embebidas em robustos pilares de secção rectangular, providos de contrafortes de andares, inferiormente quadrangulares e prismáticos no 2º registo; cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas com arcos formeiros plenos, torais quebrados e nervuras chanfradas com bocetes vegetalistas, sustentada a meio por pilares oitavados com capitéis baixos decorados com motivos vegetalistas, aros, cordões e esferas; 2º registo: na fachada N. dupla janela em arco rebaixado, entre contrafortes; nas fachadas E. e O. 4 tramos vazados por janelas triplas de arcos abatidos sobre colunas com capitéis vegetalistas; remates em cornija. Corpo S.: no topo, sob varanda de balcão corrido com cruzes da Ordem de Cristo, galilé rectangular de 3 tramos de arcaria ultrapassada com arquivoltas de tijolo denticulado, assente em pilares de cantaria, paralelipipédicos, com capitéis de cruzeta, os extremos providos de contrafortes oblíquos; cobertura em abóbada de aresta, com tirantes; na caixa murária 2 janelas em arco rebaixado de moldura chanfrada no 1º registo e 2 ajimezes envolvidos por turbante, flanqueados por colunelos com capitéis vegetalistas e remates em florão no 2º; nas fachadas E. e O. fenestração idêntica à anterior em número de 4; remates em cornija. Corpo central: elevado, vazado a N., O. e S. por janelas rectangulares e rematado em cornija. Torreão: 3 registos, inferiormente escorado por contrafortes nos cunhais, de alambor muito pronunciado; no 1º registo 3 janelas, sendo a de E. lavrada com motivos clássicos *2 e as de N. e S. de moldura rectangular, inscritas em arcos de ferradura, salientes, sobre colunas; 2º registo vazado por varandim em "loggia" de duplo arco pleno mainelado, nas 3 faces, sobre colunelos; cobertura em abóbada de aresta, abrigando portal em arco conopial de dupla moldura com decoração vegetalista e heráldica manuelina; no 3º registo 3 janelas de peito, rectangulares, decoradas com volutas e rosetas, flanquedas por pilastras facetadas e encimadas por frontão em leque; remate em cornija com gárgulas zoomórficas nos cunhais. Corpo cilíndrico: no 1º registo janela rectangular e 2º preenchido por arcada rebaixada sobre colunelos com capitéis vegetalistas; remate em cornija. À esquerda adossa-se torreta superiormente rasgada por arcos plenos sobre colunelos. INTERIOR: No corpo N. grande sala rectangular iluminada por janelas duplas ( parede N. ) e triplas ( paredes E. e O. ), coberta por tecto de maceira. Corpo S.: no piso térreo vestíbulo e sala abobadada de cruzaria com nervos e arcos plenos apoiados em pilares de secção octogonal com bases quadradas e capitéis cilíndricos; 2º piso sala rectangular iluminada por ajimezes e coberta por tecto de alfarje. Corpo central: 1º piso sala abobadada de nervuras; no 2º piso vestíbulo flanqueado por tripla arcada de arcos em ferradura sobre colunas com capitéis vegetalistas e coberto com tecto de madeira; 3º piso sala com tecto de maceira octogonal e pequena chaminé. No corpo cilíndrico o 1º piso é ocupado por escada de caracol e o último por sala redonda com tecto de madeira artesoado, abrindo para o vestíbulo por porta rectangular.

Acessos

Largo de São Francisco, Jardim Público

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 12 de 15 janeiro 1955 *1

Enquadramento

Urbano. Em amplo largo plano, arborizado, na plataforma natural da vertente SO. da colina de Évora. Isolado e em destaque no meio de jardim público, a SO. da Igreja de São Francisco (v. PT040705100017), com a qual esteve física e historicamente ligado.

Descrição Complementar

A galeria aberta do corpo N. possui abóbada de cruzaria que conjuga arcos plenos e quebrados, de cuja intersecção arrancam nervuras cruzadas com bocetes vegetalistas, sobre pilares facetados providos de estreitos capitéis decorados com cordões, troncos entrelaçados e podados, meias-esferas, nastros e discos. Os arcos periféricos assentam em mísulas esculpidas com folhas, animais fantásticos, flores, meias-esferas e 1 cordão com laçada. Nas janelas do 2º registo os arcos são suportados por colunas com capitéis com cabeças de anjo, troncos e folhagens entrelaçadas, cordões, flores, frutos e máscaras. No alpendre do corpo S. 5 arcos ultrapassados ( 3 na fachada e 1 de cada lado ) com 3 arquivoltas em tijolo de intradorso denticulado, intercalados por toros de granito sobre pilares rectangulares com capitéis de cruzeta muito salientes e mísulas nos topos; nos cunhais contrafortes diagonais; feixes enastrados envolvem contrafortes, capitéis e mísulas; a abóbada de aresta é sustentada por mísulas vegetalistas. Os ajimezes do corpo S. são compostos por duplo arco mainelado em ferradura, envolvido por conopial ultrapassado, com roseta na intersecção e remate em florão, assente em colunas com capitéis decorados com frutos, flores e cordões, tudo flanqueado por colunelos com anéis vegetalistas ( troncos podados e enastrados ) sobre mísulas facetadas e rematados em florão. No 1º registo do torreão uma janela com moldura rectangular de toros destacados sobre parapeito lavrado com grinadas e volutas vegetalistas estilizadas ( grutescos ); o lintel é côncavo com decoração estriada a ladear medalhão com busto clássico. O portal do torreão possui moldura chanfrada em arco conopial abatido, com 3 rosetas, orlado por outro arco conopial em toro saliente, de cujos segmentos laterais se elevam 2 esferas armilares encimadas por florões, sendo o fecho rematado por mísula facetada decorada com o escudo real, 1 cruz da Ordem de Cristo, 1 roseta e 2 esferas armilares sob urna clássica. As 3 janelas do último registo são ladeadas por pilastras facetadas sobre mísulas geométricas; o balcão é decorado com pares de volutas afrontadas com pequenas flores nas extremidades e o lintel possui 3 rosetas circulares, sob frontão em leque rematado por pequeno pináculo. No interior, os capitéis das arcadas do vestíbulo do piso nobre são decorados com folhagens, esferas, troncos entrançados, cordões e flores.

Utilização Inicial

Residencial: paço real

Utilização Actual

Cultural e recreativa: edifício multiusos

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 15 / 16 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Lourenço Gonçalves (Séc. 15); Mestres castelhanos Alonso de Pallos e Pero de Trillo; Martim Lourenço, Luís Gomes, Gil Fernandes, Diogo de Arruda, Brás Rodrigues, Francisco Gonçalves e Francisco de Arruda (séc. 16); ENGENHEIRO: Adriano da Silva Monteiro (Séc. 19).

Cronologia

1336 -1ª referência aos Paços de São Francisco na Crónica de D. Afonso IV, que refere que aí se celebraram os desponsórios do Infante D. Pedro com D. Constança Manuel; 1387 - D. João I pousava frequentemente no Convento de São Francisco, aí mandando edificar 2 câmaras, antecâmara e pousada, corrigir casas e comprar e cercar um ferragial, horta e laranjal com poço, dando início a uma nova construção palaciana e ordenando que ninguém aí pudesse pousar salvo o rei, a rainha e os infantes; 1433 - Alvará de D. Duarte que testemunha terem-se aposentado nos Paços de São Francisco outros monarcas anteriormente a D. João I, determinando ainda que as câmaras reais ficassem à guarda do Convento e fossem de uso exclusivo da família real; 1470, c. de - D. Afonso V "agradando-se muito do local" elegeu os Paços de São Francisco para sua pousada regular e para instalar a Corte, então no Paço dos Estáos, tomando para os estender o Colégio dos Estudos e parte da horta, aí fazendo uma câmara; 1481 - Aquando da aclamação de D. João II, na sala maior dos Paços de Évora foi prestada obediência e menagem; 1482 - Tomam-se oficinas ao Convento e constroem-se "salas altas", voltadas para o Rossio; 1490, 24 Março - Cortes de Évora onde é anunciado o casamento do príncipe herdeiro D. Afonso com D. Isabel, filha dos Reis Católicos, devendo ser o Paço o centro das manifestações festivas, para o que se construiu um grande pavilhão de madeira ao longo da cerca, entre o Palácio e o Convento; 1491 - Azmed, mouro forro, castelhano, oficial pedreiro e carpinteiro desde D. Afonso V, é nomeado pelo rei como paceiro dos Paços de Évora; 1493 - Continuação das obras no sentido de engrandecer o Paço, retirando o rei ao convento algumas casas mas prometendo aos frades executar obras naquele; constroem-se as Tercenas Reais, Salas das Embaixadas e da Rainha, refeitórios e novos e maiores aposentos; o rei instituiu o Tribunal do Paço de São Francisco; 1495 - O Papa Alexandre VI emite Bula acedendo ao pedido do rei para tomar o que restava da cerca e casas do Convento, desde a porta do Rossio à do Raimundo, para ampliar o Paço, em troca da realização de obras na igreja e casa conventual; Séc. 15, final / Séc. 16, início - D. Manuel manda aumentar e embelezar o Paço, extendendo-o para a R. dos Toiros; 1502 - Álvaro Velho é nomeado recebedor e pagador das obras, sendo Antão Gonçalves escrivão e corregedor dos Paços e horta; D. Manuel manda o vedor das obras de São Francisco dar 2.700 reais e 27 carretadas de madeira para se consertarem umas casas dos Paços; 1503, 23 Ab. - D. Manuel ordena que se use o dinheiro das obras de São Francisco para corrigirem os Paços; 1508, 28 Set. - Álvaro Velho entregou 3 dúzias de tabuado de castanho para as obras dos Paços; 1513 - Bartolomeu Gonçalves sucede a Álvaro Velho, tendo sido mestre de carpintaria da cidade de Évora nos reinados anteriores; 1502 /1520 - Campanha manuelina: Sala da Rainha, Enfermaria, Livraria, Quartos dos Infantes, Sala dos Coutos, Galeria das Damas e Capela Real e ajardinam-se os terrenos anexos, antigas hortas conventuais; 1519 - André Pires avalia a obra do Aposento da Rainha no local da antiga Sala das Embaixadas, com vista para o Rossio e para o Convento, sendo as restantes obras manuelinas avaliadas por Martim Lourenço, Álvaro Anes e António de Lagoa; 1525 - Início das campanhas de obras de D. João III, dirigidas por Diogo de Arruda; 1530 - Confirmação da nomeação de Francisco Gonçalves, carpinteiro, como paceiro; 1531 - Francisco de Arruda é nomeado mestre das obras de pedraria da Comarca do Alentejo e Paços de Évora e medidor das obras reais, em substituição do seu irmão entretanto falecido; 1556 - O Pe. Pasquino Vilanes tinha a seu cargo o laranjal e a obra dos canos que D. João III mandara fazer para levar água aos jardins; 1616 - Na sequência da estada de Filipe II em Évora e a pedido dos franciscanos é emitido diploma régio que integra o edifício, horta, pomar e jardim no Convento, dando-se início à ruína da Sala da Rainha com a construção de 2 dormitórios de frades e utilização das cantarias e outros materiais do Palácio; Séc. 18 - Do Paço só resta inteiro um armazém onde se recolhem apetrechos de guerra, estando o demais arruinado; 1834, antes de - cedência da Galeria das Damas, pela Coroa, ao Conselho de Guerra para instalação de depósito militar; 1845 / 1847 - O Estado cede o edifício à Câmara Municipal, tendo o mesmo sido utilizado como Junta de Freguesia de São Pedro e Tribunal Judiciário, instalado no Refeitório; 1849 - Demolição sistemática do vasto complexo, iniciada pelos Gerais, Noviciado Refeitório e Claustro quinhentista, com o pretexto de desanuviar a praça e edificar o Mercado Municipal, nas ruínas subsistentes são patentes restos de azulejos, pinturas, cantarias trabalhadas e uma sala soterrada; 1864 - O Passeio Público destruiu parte das dependências palacianas: muros medievais, cerca e horta e tanque de mármore policromado; 1868 - da Galeria das Damas (então armazém de guerra) restam apenas as paredes, em parte desmoronadas; 1873 - Destruição integral da torrinha renascença do Aqueducto da Água de Prata (v. 0705120026), de Francisco de Arruda; 1881 - Uma tempestade faz desabar os telhados e tem início vasta campanha de obras a cargo do Eng. Adriano da Silva Monteiro, que introduz elementos revivalistas: abóbada nervada e arcos em ferradura no piso térreo do torreão, demolição da escada adossada a S. e construção de nova escadaria monumental, frontal, de 3 lanços, construção novo contraforte-gigante, colocação de janela renascentista proveniente da demolida Sala da Rainha, renovação e alteamento do 3º piso, parapeito decorado com cruzes da Ordem de Cristo do eirado sobre o alpendre do corpo S., desentaipamento de janelas no corpo S .e construção de novas copiando os vestígios encontrados, abertura de arcadas triplas no 2º piso do corpo N.; 1883 - Vende-se pedra das demolições; 1892 - Os restos do Palácio ( claustro, pavilhões, Livraria de D. Afonso V e Sala da Rainha ) são vendidos pela Câmara a D. Francisco Barahona que dele faz um quartel; 1895 - Instalação de um Museu Arqueológico na galeria sob a Sala da Rainha; Séc. 20, início - Instalação de um Museu de produtos agrícolas e industriais, tendo sido acrescentado um andar ao corpo N. em estrutura de ferro forjado; posteriormente a Junta de Freguesia, sob aprovação da Câmara Municipal, instala na Galeria das Damas um teatro popular, então designado Teatro Eborense; o edifício serviu também de salão dançante, atelier fotográfico e recinto de exposições de floricultura; 1916, 08 de Março - Incêndio e ruína do que restava do Palácio, tendo ficado destruído o teatro; 1931 - Averiguação dos estragos pela Comissão de Monumentos; a Câmara Municipal manda demolir, preventivamente, os acrescentos modernos ( corpo superior da pavilhão manuelino com excepção da torre lateral ), dado o perigo de derrocada dos mesmos; paralelamente efectua-se a conservação dos elementos antigos; 1943 - a DGEMN dá início ao estudo e restauro do imóvel; 1944 - o Ministério da Educação Nacional homologa parecer de cedência à DGEMN da janela do antigo Palácio com o fim de ser reposta no seu primitivo local; 1948 - durante as obras de restauro, encontrados, na intercepção da parte superior do corpo direito com o torreão quadrangular, vestígios do perfil da cimalha renascentista, bem como, arrumadas na varanda do corpo esquerdo, várias gárgulas e vestígios do pavimento de mármore no vestíbulo do 1º andar; 1949 - a Comissão Municipal de Turismo de Évora, contra o parecer da DGEMN, pretende a inclusão de um friso de ameias no coroamento das paredes do palácio à semelhança da Igreja de Jesus de Setúbal ( CHAVES, 1949 ); 2001 - escavações arqueológicas, dirigidas por Jorge de Oliveira e Carmen Balesteros, realizadas mo Mercado dos Legumes na Pr. 1º de Maio, põem a descoberto, na zona N. do Mercado, conjunto de pilares em alvenaria argamassada de pedra e tijolo e arranque dos respectivos arcos, datáveis do séc. 16 e assentes em níveis estratigráficos datáveis das épocas romana e medieval-islâmica, prováveis vestígios de um criptopórtico relacionado com os jardins do Palácio; adossados aos pilares foram também encontradas pedras de base de muros de compartimentos, alguns com vestígios de pavimentos de tijoleira cerâmica e de terem recebido cobertura telhada, construídos posteriormente aos pilares, provavelmente nos sécs. 18 - 19.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes (salas do 2º piso); estrutura autónoma (galeria do corpo N.); estrutura mista (sala do 1º piso)

Materiais

Alvenaria mista rebocada, cantarias de granito (molduras, pilares, contrafortes, bocetes, pavimentos) e mármore branco de Estremoz (colunelos, capitéis, janelas do torreão, pavimentos, rodapés); tijolo, madeira, vidro, ferro, telha, betão armado.

Bibliografia

ALMEIDA, Fialho de, Estâncias de Arte e de Saudade, Lisboa, 1924; BARATA, António Francisco, Évora Antiga, Évora 1909; BELÉM, Frei Jerónimo de, Crónica Seráfica da Santa Província dos Algarves da Regular Observância, Tomo I, Liv. II, Lisboa, 1758; CHAVES, Henrique da Fonseca, as Obras do Palácio de D. Manuel, A Cidade de Évora, nºs 17 - 18, 1949; DIAS, Pedro, A Arquitectura Manuelina, Porto, 1988; IDEM, Arquitectura Mudéjar Portuguesa: Tentativa de sistematização, Mare Liberum, nº 8, dezembro de 1994; DGEMN, Palácio de D. Manuel, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, n.º 79, Lisboa, 1955; ESPANCA, Túlio, Palácios Reais de Évora, A Cidade de Évora, nº 11, 1946; IDEM, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, Vol. 6, Lisboa, 1966; IDEM, Paço Real de Évora, Évora, 1973; IDEM, Évora, Arte e História, Évora, 1987; FARINHA, Bento José de Sousa, Colecção das Antiguidades de Évora, Lisboa, 1785; FERNANDES, Maria, A Igreja e a Galeria das Damas. O que resta dum paço Real, Revista Monumentos, 2002; FRANCO, Pe. António, Évora Ilustrada, Évora, 1945; HAUPT, Albrecht, A Arquitectura do Renascimento em Portugal, Lisboa, 1986; PESSANHA, José, Paços Reais de Évora, Terra Portuguesa, vol. I, nº3, Lisboa, 1916; RESENDE, Garcia de, Crónica de D. João II e Miscelânea, Lisboa, 1973; SANT'ANNA, Cosmelli de, Évora Histórica e Artística, Lisboa, 1936; SILVA, José Custódio Vieira da, O Tardo - Gótico em Portugal - A Arquitectura no Alentejo, Lisboa, 1989; SIMÕES, Augusto Filipe, Paços reais de Évora, Arquivo Pitoresco, Vol. 9, Lisboa, 1868; VAL-FLORES, Gustavo, O Paço Real de Évora: Apogeu e Declínio de um Espaço Régio, Dissertação de mestrado apresentada à Universidade de Évora, 2009.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; CME: DCHE, Relatório Preliminar Escavações Praça 1º de Maio, 2001; IAN/TT, Crónicas de D. Afonso V, D. João II, D. Manuel e D. João III; Corpo Cronológico, Partes I, maço 4, doc. 21; maço 44, doc. 92; maço 54, doc. 75; maço 55, doc. 141; Parte II, maço 6, doc. 123; maço 15, doc. 65; maço 58, doc. 103.

Intervenção Realizada

DGEMN: 1943 - 1944 - obras de adaptação para serviços culturais da Câmara Municipal: demolição de cantarias aparelhadas; reconstrução e consolidação de parede de alvenaria segundo o existente; cintagem em betão armado em consolidação de paredes e apoio armação de telhados; entaipamento portas laterais do piso térreo e duas portas na fachada N.; 1945 - 1946 - continuação das obras anteriores; construção de cantaria aparelhada em degraus e abóbadas; construção e assentamento armação do telhado em castanho segundo o existente; assentamento telhado em telha românica; construção abóbadas de tijolo segundo o existente; construção e assentamento de asnas em ferro perfilado na ala S.; 1947 - destruição da escada monumental passando os duplos arcos mainelados da loggia a janelas; execução de cobertura sob armação de ferro e tirantes; destruição murete do eirado S. e substituição por balcão corrido com série de cruzes da Ordem de Cristo; restauro total ou parcial de vários capitéis e de alguns elementos do portal do torreão; construção alicerces da escada de acesso ao 1º andar até ao nível do pavimento térreo; rebaixamento da sala do r/c até à base das colunas; assentamento telhado; construção tecto em abobadilha de tijolo incluindo revestimento; construção de pombais entre o tecto do r/c e o pavimento do 1º andar nas duas alas; reboco abóbada e paredes 2º andar; reparação pavimentos salas do 1º andar; 1948 - 1949 - criação no r/c de átrio de acesso à secção de turismo, com anexos, vestiário e instalações sanitárias; construção escada de caracol de acesso ao andar nobre destinado a bailes de gala e festas; obras de adaptação do torreão do 2º andar a gabinetes; execução de pavimentos em pedra de granito no r/c; estudo de caixilharias e tectos do tipo mudejar, em casquinha; colocação lambris de azulejo artístico, em barro, pintado à mão, nos salões do 1º e 2º andar; fornecimento e assentamento de portas; instalação eléctrica com fornecimento de lanternas em ferro forjado e lustres de cristal; colocação rodapé em mármore no salão do 1º andar da ala S.; picagem de rebocos e execução de novos rebocos em paredes, tectos e abóbadas; execução de ferragens; 1950 - 1951 - obras de ampliação: demolição paredes de tijolo em janelas e divisórias; execução de betão armado em lintéis; consolidação arcos da varanda S.; assentamento de pavimentos; consolidação de abóbadas; construção grade em ferro forjado; reparação tecto do 2º andar; reparação pintura de caixilhos e portas do salão nobre; substituição instalações sanitárias e esgotos; 1951 - 1952 - construção e assentamento de caixilharias; 1952 - 1953 - obras de conclusão: construção pavimento em tijoleira e mármore de Estremoz na sala do 1º andar; construção tecto de madeira de casquinha em caixotões na mesma sala; pintura de portas e janelas; fornecimento e colocação grades de ferro nos vidros da porta de entrada; caiações paredes interiores e tectos; supressão, segundo parecer técnico do LNE, dos tirantes inferiores das asnas metálicas nas duas salas do 1º andar e reforço dos tirantes superiores; capeamento em mármore de Estremoz do remate do pilar escada de acesso ao 1º andar; 1954 - obras de conclusão: pintura policromada do tecto mudejar da sala I com ornatos dourados nos fundos, filetes e cordões brancos e patine; pintura policromada tecto de caixotões da sala II, com marmoreados nas molduras, cordões dourados e patine; pintura tecto hall do 1º andar; colocação de tirante na ala N.; 1979 - pintura e reparação de portas e caixilhos; reparação e limpeza de telhados; caiações interiores e exteriores em paredes, tectos e abóbadas; CME: 1990, década de - obras de conservação e restauro de caixilharias e telhados e remodelação instalação eléctrica.

Observações

*1 DOF: Paços de Évora (restos); *2 Proveniente da Sala da Rainha.

Autor e Data

Manuel Branco 1993 / Rosário Gordalina e Lina Marques 2002

Actualização

 
 
 
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