Capela do Senhor do Andor / Capela da Santa Casa da Misericórdia de Alijó
| IPA.00011989 |
Portugal, Vila Real, Alijó, Alijó |
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Arquitectura religiosa, oitocentista e barroca. Capela de planta longitudinal simples e espaço único coberto em tecto, com fachadas terminadas em friso e cornija, moldurada, e com pilastras nos cunhais. Fachada principal terminada em frontão triangular, rasgada por portal de verga recta entre óculos quadrilobados e encimado por um outro. Fachada lateral esquerda rasgada por porta travessa e janela e encimada por sineira. No interior, coro-alto, cobertura em falsa abóbada metálica e retábulo de talha barroca, em branco, de planta recta e três eixos. |
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Número IPA Antigo: PT011701010063 |
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Registo visualizado 456 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta longitudinal simples com cobertura homogénea em telhado de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria e rematadas em friso e cornija moldurada, com pilastras nos cunhais, sobrepujadas ao nível das coberturas por elegantes pináculos facetados de pé e remate ponteagudo, sobre acrotérios quadrangulares. Fachada principal virada a SE. terminada em frontão triangular, coroada por cruz alta de braços flordelizados assente em acrotério de faces laterais côncavas, e possuindo a cornija inferior do frontão alteada ao centro, para acompanhar o óculo em mandorla, moldurado. Portal de verga recta simples, ladeado por dois óculos quadrilobados e gradeados, moldurados a cantaria, possuindo o do lado esquerdo caixa de esmolas em ferro embutida no capialço. Fachadas laterais com cornija rematada por beiral, rasgando-se na lateral esquerda porta de verga recta simples e janela rectangular, gradeada; sobre a cobertura, possui sineira de arco de volta perfeita, sobre pilares rectangulares, e termina em cornija coroada por dois pináculos piramidais. Fachada posterior cega, terminada em empena coroada por cruz com braços de remate piramidal. INTERIOR de paredes rebocadas e pintadas de branco, com pavimento cerâmico de padrão moderno policromo e cobertura em falsa abóbada de berço metálica, com florão central, assente em friso e cornija de madeira pintada de castanho. Coro-alto de planta em U, em madeira, com guarda de finos balaustres de madeira torneada, acedido no lado do Evangelho por escada de caracol também de madeira e com o mesmo tipo de guarda. Óculos interiormente com moldura quadrada em cantaria, sendo o do lado da Epístola encimado por uma lápide epigrafada; no sub-coro, guarda-vento de madeira com portas envidraçadas e bandeira, de vidros martelados policromos. Na parede do lado da Epístola dispõe-se painel pintado com representação de Frei João Pecador, orando. Teia metálica, com portão de duas folhas, com inscrição alusiva a Frei João Pecador e data de 1899, separa o supedâneo, com pavimento de granito. Nesse espaço, dispõe-se no lado do Evangelho urna envidraçada albergando o corpo do Frei João Pecador. Retábulo de talha, em branco, de planta recta e três eixos, delimitados por pilastras decoradas por acantos, nos extremos, e, ao centro, por colunas torsas decoradas por pâmpanos e fénices e capitéis coríntios, que assentam em mísulas, as quais por seu turno surgem apoiadas em pilares com fustes ornados de acantos; no intercolúnio surgem edículas de fundo e abóbada com acantos, albergando imaginária sobre mísulas esculpidas; as colunas prolongam-se em arquivoltas, unidas no sentido do raio, tendo ao centro cartela rendilhada, formando o ático. No eixo central surge tribuna, de moldura recortada, albergando trono rectangular de dois degraus, de cantos arredondados e estriados e frontalmente com apainelados de acantos, encimado por imagem do Senhor dos Passos. Nos eixos laterais, surgem igualmente apainelados de acantos, encimados por friso, com acantos e querubins, e cornija sobrepujada por painel semicircular pintado com cabeça de santos, envolvidoos por painéis ornados de acantos que se interligam ao ático. O retábulo é enquadrado por duas ordens de triplas pilastras caneladas, de capitel coríntio, no mesmo alinhamento dos do retábulo, prolongando-se pela parede testeira em arco de volta perfeita, sobreposto por brasão da Misericórdia, deixando entre ele e o retábulo espaço, preenchido por drapeado de tecido vermelho. Sotobanco e banco com apainelados de acantos. Altar paralelepipédico, com frontal envidraçado, albergando imagem de Cristo morto, em madeira, encarnada. |
Acessos
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Jardim Dr. Matos Cordeiro. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,274550; long.: -7,475696 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado. Ergue-se à entrada da vila, inserido num jardim, integrando vários elementos heráldicos de interesse e lápides de diversa proveniência, e possuindo frontalmente alameda calcetada a paralelepípedos, ladeada por bancos e tendo ao meio chafariz central, rente ao chão. Paralela à fachada lateral direita, passa a principal via de Alijó, que conduz ao centro histórico e junto da fachada posterior localiza-se o mercado municipal, em cota sensivelmente mais elevada. À fachada prinipal encostam-se dois bancos de cantaria, ladeando o portal. |
Descrição Complementar
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INSCRIÇÕES: Inscrição funerária e comemorativa da instituição da capela de S. Jorge gravada em lápide1*; sem moldura nem decoração;topo superior irregular;Tipo de Letra: gótica cursiva do séc. 14; Leitura: JOÃO MARTINS CAVALEIRO DE [M]ONDEGO QUE ESTE JAZIGO MANDOU FAZER E MANDOU AÍ DEITAR SEU CORPO E MANDOU AO QUE FICAR COM SEU HAVER DEPOIS SA(=SUA) MORTE QUE LE(=LHE) MANTENHAM UM CAPELÃO QUE CANTE POR ELE E POR AQUELES A QUEM TUDO PARA SEMPRE NÃO O CUMPRIDO FIQUE A CADA UM DO SEU LINHAGEM POSSA CUMPRIR ASSI COMO É CONTEÚDO NO SEU TESTAMENTO. ERA DE MIL E TREZENTOS E LX TA(=SESSENTA) V [A]NOS (=1327) (CEMP nº. 568). |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja de confraria / irmandade |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1327 - data referida na inscrição funerária de D. João Martins, cavaleiro de Mondego (povoação da freguesia de Favaios) para comemorar a instituição da capela funerária de sua família; séc. 19 - provável construção da capela; 1899 - execução da teia metálica em ferro, na oficina Cezar A. P.; 1901 - fundação da Misericórdia de Alijó, a partir da associação que geria o hospital de Alijó, sendo seu primeiro Provedor Manuel de Castro Caiado Ferrão; 1909, 16 Junho - aprovação dos estatutos da Misericórdia; dado que o hospital não possuía capela para os actos religiosos nem esta detinha meios para construir uma, foi solicitada pela Mesa Administrativa à Junta da Paróquia de Alijó a cedência da Capela do Senhor do Andor; a Misericórdia comprometia-se a proceder anualmente às festividades dedicadas a Frei João Pecador; visto a capela se encontrar bastante deteriorada, procedeu-se ao seu restauro e instalação de um retábulo proveniente de um imóvel de Caldelas, Braga; visto que este retábulo se encontrava truncado, procurou-se fazer a sua integração em estrutura de madeira; por esta altura, deve-se também ter executado o coro-alto e respectiva escada de acesso; 1983, 29 Junho - aprovação do novo Compromisso da Misericórdia. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Estrutura exterior e interior rebocada e pintada, com elementos estruturais, cunhais, embasamento, frisos e cornijas, pináculos, cruzes, molduras dos vãos e sineira em granito; retábulo de talha, em branco; coro-alto e portas em madeira; pavimento cerâmico e em granito; grades e teia em ferro; cobertura interior metálica e exterior em telha. |
Bibliografia
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BARROCA, Mário Jorge, Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), Vol. II, Tomo 2, pp. 1525-1527, Porto, 2000; GONÇALVES, Manuel Silva, GUIMARÃES, Paulo Mesquita, Misericórdias do Distrito de Vila Real: Passado, Presente, Futuro, Vila Real, 1998; LEITÃO, Fernando Rodrigues, Monografia do Concelho de Alijó, Lisboa, 1963; PAIVA, José Pedro, Portugaliae Monumenta Misericordiarum, vol. 1, Lisboa, 2002. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Santa Casa da Misericórdia de Alijó (documentação entre 1901 e 1985) |
Intervenção Realizada
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Misericórdia: 1901 - restauro da capela. |
Observações
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Frei João de S. Diogo, mais conhecido por Frei João Pecador, filho de Pedro Jorge e Antónia Bráz, nasceu em 1614, em Presandães, gémeo, tendo recebido o nome de João Jorge Braz. Em 1640 foi para Castela e entrou no Convento de São Francisco de Arrizafa, no estado de donato. Em Espanha, devido às suas virtudes, era chamado de o "português santo", tendo professado em 1642. Devido à sua bondade e virtude, foi escolhido posteriormente, pelos monges do convento, para ir a São Tiago e a Roma cumprir um voto de santidade, tendo foi e regressado a pé e descalço. Entre 1656 e 1667, intercede-se junto do Papa Urbano VIII e do Prelado Maior de Castela para que Frei João viesse para Lisboa, onde viria a ingressar no Convento de Santo António dos Capuchos. Morreu a 23 de Fevereiro de 1690, comparecendo aos ofícios fúnebres a rainha e a corte. Alguns meses depois, os religiosos abrindo o caixão verificaram que o seu corpo se mantinha intacto. Posteriormente, foi nomeado uma comissão executiva e outra administrativa para obter donativos para se transladar os restos mortais de Frei João Pecador para Alijó. 1* A lápide encontra-se na capela de S. Jorge da Quinta de São Jorge de Favaios e foi oferecida por Raúl de Sampaio à Misericórdia. |
Autor e Data
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Paula Noé e Filipa Avellar 2003 |
Actualização
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