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Espaço verde Conjunto de espaços verdes
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Descrição
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Atrás de muros de granito aparecem camélias altas, bambus, palmeiras, plantas exóticas que se recortam sobre cenário de fundo da Serra da Estrela. A poente, Casa Nova fica separada do jardim, Quintal do Forno, pela rua e acesso faz-se por portão de madeira. O nível do jardim é do primeiro andar e o espaço é contido.Em clareira pequeno lago marca o centro em redor do qual existe vago traçado de canteiros de buxo de onde despontam lírios. Sobre o caminho da periferia, debruçam-se cameleiras. Distinguem-se trâs zonas no jardim, sendo uma mais formal, em desenho quadripartido e as outras duas de linhas mais orgânicas. Num canto do jardim, ao nível do chão, um tanque de enormes pedras serve para rega. Por trás do assento de lavoura e anexos, existe a quinta que se estende até à linha de água e inicia na zona "da laranjeira". Na área seguinte, o Lameiro, existe grande viveiro de plantas ornamentais sob a forma de talhões de narcisos, lírios amarelos, brancos, dourados, sangue-de-boi e roxos, sucedendo-se em degraus, suportados por muros de granito. A linha de água, no extremo N. define o limite da quinta e é marcada por fiada de árvores altas, enquadrada pela imponente paisagem serrana. |
Acessos
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Estrada N17, direcção Coimbra-Celorico da Beira, saída Seia, Paços da Serra, Largo Dr. Luís Mendes Caldeira n.º 1. |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, implantado numa zona de topografia complexa de curvas e vales, na aba NE. da Serra da Estrela, nas proximidades do largo vale do Mondego. Grande parte do jardim surge recortado no cenário de fundo da Serra da Estrela. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Produtiva: viveiro / Recreativa: jardim |
Utilização Actual
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Produtiva: viveiro / Recreativa: jardim |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Sec. 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO PAISAGISTA: Francisco Caldeira Cabral (séc. 20). |
Cronologia
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1603 - construção dos primeiros imóveis no local; séc. 18 - construção da casa; 1850 / 1860 - construção da Casa Nova, por António Cabral Soares de Albergaria; séc. 19, finais - séc. 20, início - Manuel Cabral, filho de António Cabral passa a habitar a Casa Nova, onde vive até à sua morte, dedicando-se à criação de pássaros e à preciosa colecção de camélias e rododendros que plantou no jardim do Quintal do Forno (situado no outro lado da rua, em frente da Casa Nova, onde havia também, ao centro, uma grande gaiola de pássaros); 1926 - morre Manuel Cabral e a casa é herdada pelo seu sobrinho, António Caldeira Cabral, com consultório em Lisboa e residente em São Pedro de Sintra, onde comprara uma casa a que deu também o nome de Casa do Oitão; séc.20 - a propriedade é herdade pelo filho, Francisco Caldeira Cabral, engenheiro agrónomo e arquitecto paisagista que, como profissional do ramo, procura reestruturar e valorizar a exploração agrícola, assumindo a cultivação directa, explorando e canalizando as águas, instalando um dos primeiros sistemas de rega por aspersão em Portugal; instala-se na Casa Nova, introduzindo-lhe vários melhoramentos e remodelando-a totalmente; séc. 20, anos 50 - Francisco Caldeira Cabral desenvolve uma actividade de viveiros de plantas ornamentais, constituindo fonte de rendimento e serviço para jardins; instalação de água canalizada na casa; 1958 - inaugura-se a instalação de electricidade; séc. 20, anos 70 e 80 - Francisco Caldeira Cabral aplica técnicas de melhoramento dos pastos, a criação de ovelhas e a produção de queijo, actividade que manteve até 1989, tendo então vendido as ovelhas e recomeçado o desenvolvimento de viveiros; séc. 20, anos 70 - reconstrução da Casa Velha; 1987, Novembro - João Caldeira Cabral realiza o "Plano Integrado de Desenvolvimento agro-florestal e turístico", que não foi executado; 1991/1996 - Foi realizado nos terrenos da quinta, na zona dos viveiros, um ensaio com vista à produção de bolbos de narcisos com o objectivo de "Garantir a defesa das espécies nos seus habitates naturais" através do abastecimento alternativo do mercado com bolbos cultivados já que o Parque Natural da Serra da Estrela sentia a necessidade de proteger as espécies espontâneas, em vias de extinção. |
Dados Técnicos
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Muro de suporte em granito, agricultura de socalcos; sistema de rega por aspersão. |
Materiais
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Inerte: granito, betão, madeira, ferro; Vegetal: loureiro (Laurus nobilis), louro-cerejo (Prunus laurocerasus), aster (aster sp), grinalda-de-noiva (Spiraea cantoniensis), cameleira (Camellia japonica), ervilha (Pisum sativum), buxo (Buxus sempervirens), narciso (Narcissus asturiensis), bambu (Bambusa vulgaris), magnolia (Magnolia grandiflora), magnólia caduca (Magnolia heptapeta), mata-jornaleiros (Aster lanceolatus), washingtonia (Washingtonia robusta), palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), roseira brava (Rosa canina), rosa galica (Rosa gallica), rosa-de-damasco (Rosa damascena), azálea (azalea sp), rododendro (Rhododendron ponticum), colecção de lírios: lírio-amarelo-dos-montes (Iris xiphium var. lusitanica), lírio-amarelo-dos-pântanos (Iris pseudocorus), lírio-branco (Iris albicans), lírio-cardano (Iris germanica), lírio-convale (Convallaria majalis), lírio-de-amor-perfeito (Iris planifolia), lírio-fétido (Iris foetidissima), lírio-florentino (Iris florentina), lírio-luteo (Iris luteola), lírio-roxo (Iris subbiflora), maios (Iris taitii), maios-roxos (Iris xiphium var. xiphium), Iris (Iris spp) e outros. |
Bibliografia
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CD Portugal Século XXI - Guarda, Matosinhos, 2001; CASTEL-BRANCO, Cristina, Jardins com História, Poesia Atrás dos Muros, Edições INAPA, Lisboa, 2002; Projecto de Valorização da Flora Espontânea da Serra da Estrela. Ensaios com Nascisos. Casa do Oitão. Paços da Serra. Gouveia. Relatório Final, 1996. |
Documentação Gráfica
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IHRU: /Arquivo particular de António Caldeira Cabral,/Arquivo Pessoal de Francisco Caldeira Cabral |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, Arquivo particular de António Caldeira Cabral |
Documentação Administrativa
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IHRU: Arquivo Pessoal de Francisco Caldeira Cabral |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20, anos 70 - restauro da Casa Velha; anos 90 - limpeza da vegetação e dos caminhos. |
Observações
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Autor e Data
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Luísa Estadão 2004 |
Actualização
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