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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Edifício de planta composta pela articulação horizontal de ábside com corpo de nave, integralmente edificado em silharia de mármore de fino corte, com nave coberta de telhado de duas águas sólidamente amparada por arcobantes de cimalha pendente e vão de arco perfeito, que deviam cair sobre alpendrada gótica de que resta a cachorrada de descanso do vigamento. À frontaria de cimalha triangular, obedecendo aos mais puros cânones do gótico monástico, furtaram-lhe porventura no século XVII toda a formosura, pois substituiram-lhe a rosácea por largo janelão rectangular e antecederam o pórtico de um nártex de composição forçada, porventura utilizando excrecências de edifício apalaçado das redondezas, com três tramos de colunata toscana sobre altos plintos apilastrados, levantando arquitrave de cantaria onde repousam os beirados do vigamento de simples cobertura de três águas em madeira revestida de telha lusa. O pórtico, simples vão de arco apontado emoldurado de silharia chanfrada, é ladeado por lambril de azulejos. Similar pórtico, mais modesto, rasga-se na fachada lateral Sul. Na fachada posterior ressalta a ábside de testeira poligonal de dois tramos marcados por contrafortes, que rematam também os eixos radiais. |
Acessos
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EN 90, de Estremoz para Elvas, a c. de 2 Km de Estremoz, tomar estr. de asfalto para Bencatel, a S.; a c. de 5 Km, encontra-se, à mão esq. da estr., a ermida com as instalações anexas. |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 8.228, DG, 1.ª série, n.º 133 de 04 de julho 1922 (ábside gótica) |
Enquadramento
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Rural, em encosta de ténue pendor, isolada, juntamente com as instalações do ermitão e romeiros, em pequeno terreiro sobranceiro à Estrada |
Descrição Complementar
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O interior, que uma luz difusa devia inundar, pois era iluminado dos topos pelas frestas da ábside e pela rosácea da frontaria, foi igualmente reduzido a pálido arremedo do encanto original, onde todavia merece nota o coro-alto, a definir um tramo adventício, carregado por arco de silharia com invulgarmente amplo vão abatido, da melhor fábrica da transição do Séc. XV para o Séc. XVI. É corrido de toro prismático de faces côncavas retorcido, bordado de pontas de diamante, esferas e passantes, a fazer a volta para as ombreiras, amparado por pedestais entrelaçados com figuração antropomórfica. Amplíssimo arco triunfal, de volta perfeita e dupla arquivolta, a cair sobre triplo feixe de finíssimos colunelos rematados por quase imperceptíveis capitéis vegetalistas, abre a ousia. Com dois simples tramos de ogiva de nervuras prismáticas, a penderem reunidas sobre discretos colunelos embebidos nos paramentos, o primeiro cego e rectangular e o segundo radial hexagonal e rasgado por três longuíssimas frestas maineladas, com os dois últimos feixes do nervo a caírem sobre mísulas, resta como testemunho derradeiro da soberba concepção que deve ter presidido a todo o conjunto. |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: capela |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 14 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1371 - fundação; 1500, cerca - obras de remodelação e substituição do suporte do coro-alto. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma |
Materiais
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Cantaria de mármore de Estremoz |
Bibliografia
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CHAVES, Luís, Arqueologia Artística III - Siglas nos Edifícios Medievais de Estremoz, Lisboa, 1917; ESPANCA, Túlio, Distrito de Évora, Concelho de Estremoz, in Inventário Artístico de Portugal, VII, SNBA, Évora, 1975; CHICÓ, Mário Tavares, A Arquitectura Gótica em Portugal, 2ª ed., Lisboa, 1981. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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1938 - Restauro geral; 1959 - Reconstrução da cobertura do alpendre; 1966 - Reconstrução dos telhados e pavimentos. Degraus de mármore e abobadilha regional no alpendre. Limpeza de cantarias; 1987 - Reconstrução da cobertura e telhado do nártex, reparo de arquitrave, capitel e coluna; 1988 - Reconstrução da cobertura da nave |
Observações
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Teve anexos hospital e albergaria administrados por confraria própria e, a partir do século XVI, pela Misericórdia de Estremoz. Iniciou-se segundo a tradição e as crónicas em 1371 por iniciativa régia de Dom Fernando e terminou-o o Condestável Dom Nuno Álvares Pereira, senhor da Vila de Estremoz. Teve acrescentos no reinado de Dom Manuel e infeliz reforma nos séculos XVII e XVIII. |
Autor e Data
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Manuel Branco 1993 |
Actualização
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