Igreja Paroquial de Colmeal da Torre / Igreja de Nossa Senhora de Fátima

IPA.00012525
Portugal, Castelo Branco, Belmonte, União das freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre
 
Igreja de fundação medieval, mas talvez construída em local distinto, de reconstrução novecentista, de planta exterior rectangular e interior em cruz latina, marcada pelos braço do transepto, que, exteriormente se fundem com os corpos das sacristias. O registo superior da sineira é mais estreito do que os demais. Coberturas dos braços do transepto e das tribunas, que marcam as paredes laterais da capela-mor, em meia cana, assentes em cornija e consolas de madeira decoradas. Retábulos não possuem uma decoração homogénea, sendo o mor neomanuelino e os restantes de estilo neogótico.
Número IPA Antigo: PT020501030026
 
Registo visualizado 337 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor com as mesmas dimensões, à qual se adossam dois corpos, formando as sacristias e, interiormente, o transepto, e torre sineira quadrangular adossada ao alçado lateral direito. Volumes simples, de disposição vertical e cobertura homogénea a duas águas, que se prolongam sobre os anexos. Fachadas percorridas por embasamento de cantaria, circunscritas por cunhais com pilastras toscanas, firmadas por pináculos piramidais, rebocadas e pintadas de branco. Fachada principal virada a N. rasgada por portal de verga recta com lintel decorado por losangos e ostentando a data de "1941" ( ? ). Sobre o portal, placa alusiva ao Jubileu. Superiormente, duas janelas lanceoloadas, com moldura granítica e caixilhos formando uma cruz. Remate em frontão triangular com cornija, rasgado, inferiormente, por rosácea e, superiormente, truncado por plinto decorado da cruz latina, com hastes lanceoladas. Torre sineira de três registos divididos por frisos de cantaria, o inferior rasgado por pequeno óculo, que ilumina o baptistério; o central com relógio e superiormente, quatro sineiras de arco lanceolado e cobertura em coruchéu piramidal, encimada por catavento, com pináculos nos ângulos. Fachadas laterais semelhantes, com remate em pequeno friso e beiral, rasgada por portal lateral em arco apontado e duas janelas com o mesmo perfil. Nos anexos, porta encimada por janela, no ângulo formado com a nave, que acede ao transepto, e, lateralmente, duas janelas, todas com o mesmo perfil das anteriores. Na lateral direita, existência de escadas em cantaria aparente, com guarda de metal, de acesso à sineira e lápide com inscrição a ladear o portal lateral. As portas são de madeira, de duas folhas almofadadas, tendo as dos portais laterais bandeira com decoração de acantos e as iniciais "IHS". Fachada posterior em empena, rasgada por portas de acesso aos anexos, em metal, e duas frestas. INTERIOR rebocado e pintado de branco, percorrido por silhar de azulejo padrão. Pavimento cerâmico, com corredor central lajeado de granito e cobertura única em falsa abóbada de berço de madeira, pintada de castanho, assente em cornija com frisos fitomórficos dourados e tirantes de metal, demarcada nos braços do transepto e tribunas, com coberturas em meia cana, longitudinais, assentes em consolas. Coro-alto de madeira assente em duas colunas do mesmo material e guarda de madeira decorada com elementos geométricos. No sub-coro, dois púlpitos de madeira e, na Epístola, o baptistério com acesso por vão em arco apontado e portadas de madeira. Na nave e transepto, quadros pintados e com molduras de madeira, constituindo os passos da Via Sacra. Retábulos colaterais semelhantes, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus ( Evangelho ) e a São Pedro ( Epístola ). Capela-mor com duas tribunas laterais, protegidas por guarda de madeira, igual à do coro-alto e rasgada por duas portas de verga recta de acesso à protegida, encimadas por sanefa de talha dourada. Na parede fundeira, retábulo-mor de talha dourada e policromada, de planta côncava, de três eixos divididos por colunas de fuste liso com o terço inferior marcado por decoração fitomórfica dourada e capitéis coríntios. No centro, a tribuna com trono de quatro degraus suportando a imagem do orago e, lateralmente, dois nichos com imaginária. Remate em pináculos rendilhados e, sobre a zona central, arco canopial, enquadrado por alfiz. Na zona inferior, pilastras ladeiam as portas de acesso à tribuna, decoradas com falsos arcos polilobados, o altar paralelepipédico e o sacrário assente em duas colunas e com remate em platibanda fingida. A estrutura retabular é ladeada por duas mesas de apoio. Uma ara de altar, encontra-se no centro da capela-mor.

Acessos

Largo Maria José Dias

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, no centro da povoação, em enorme largo rectangular formado por arquitectura residencial incaracterística, onde afluem várias vias públicas, pavimentado com paralelepípedos. Algumas árvores de grande porte situam-se junto à cabeceira. Na zona frontal, escadas de acesso ao portal axial, com muros laterais. Adossada à escada de acesso à torre uma mesa granítica assente em dois pilares, provavelmente antiga ara de altar.

Descrição Complementar

Retábulos colaterais são de talha dourada e policromada, de planta recta e três eixos divididos por colunas longilíneas, de fuste liso e capitel com decoração fitomórfica. No centro, tribuna com trono de três degraus, onde se implantam as imagens dos tutelares, surgindo, nos eixos laterais, duas mísulas protegidas por baldaquinos, sustentando imaginária. Cada eixo remata em frontão, ladeado por pináculos, com decoração flordelisada. No banco do retábulo do Evangelho, surge, embutido na estrutura, o sacrário com remate em frontão e pináculos. Altar paralelepipédico com decoração geométrica, ladeado por colunas marmoreadas de fuste liso e capitéis coríntios. Os confessionáriso são de madeira em branco, com duplo genuflectório, assenta em colunas de fuste liso e capitéis coríntios e forma arco trilobado, rematando em pináculos, tendo, na porta, grande florão. Placa na fachada principal com a inscrição "JUBILEU ANO 2000". Fachada lateral direita possui a inscrição "AO SENHOR PADRE JOSÉ FRANCO DE MATOS / AO SENHOR PADRE ANTÓNIO RODRIGUES D'ASCENSÃO / AOS SEUS DEDICADOS COLABORADORES / NA CONSTRUÇÃO E AMPLIAÇÃO / DESTA IGREJA / GRATIDÃO E LOUVORES / E VÓS MESMOS COMO PEDRAS VIVAS / ENTRAI NA CONSTRUÇÃO / DE UM EDIFÍCIO ESPIRITUAL / 30 DE AGOSTO DE 1992 / CINQUENTENÁRIO DA INAUGURAÇÃO / DESTE TEMPLO".

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese da Guarda)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

RELOJOEIRO: Jerónimo de Braga (1941).

Cronologia

1186, Maio - D. Sancho I doou à Sé de Coimbra todas as igreja construídas e a construir em Covilhã e seu termo, que incluía Belmonte; 1168, 6 Maio - doação ao bispo de Coimbra do senhorio de Centum Celas, onde se integrava Colmeal da Torre; 1194 - doação de foral a Centum Celas, para restaurar e povoar a localidade; 1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a igreja taxada em 20 libras; pertence ao termo da Covilhã e o bispado da Guarda; não se conhece a sua exacta localização *1; 1712 - o Padre Carvalho da Costa refere que a fregusia tinha 20 vizinhos, achando-se obrigada às igrejas de Belmonte; 1834 - curato anexo a Santiago de Belmonte; 1941 - construção do imóvel; execução do relógio da torre pela oficina Jerónimo, em Braga; 1954 - a paróquia era curato ligado a Nossa Senhora da Conceição de Maçainhas.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Construção de granito, rebocado e pintado de branco, mantendo aparente os embasamentos, cunhais, pináculos, molduras; portas, coberturas internas e guardas de madeira; telha de meia cana; vidros incolores nas janelas; metal nos tirantes da cobertura da nave e na guarda da escada de acesso à torre; pavimento cerâmico, com lajeado central; azulejo; talha em branco e dourada; imaginária de madeira pintada; bronze nos sinos.

Bibliografia

BIGOTTE, Padre José Quelhas, O Culto de Nossa Senhora na Diocese da Guarda, 1948; COSTA, P. António Carvalho da, Corografia Portugueza..., 2.ª ed., tomo II, Braga, 1868 [1.ª ed. de 1712]; LANDEIRO, José Manuel, O arciprestado de Penamacor, Vila Nova de Famalicão, 1940; MARQUES, Manuel, Concelho de Belmonte - Memória e História, Belmonte, 2001.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20 - colocação de silhares de azulejo na nave e pavimento em tijoleira.

Observações

*1 - escavações na estrada que liga as ruínas de Centum Cellas à povoação de Colmeal, foram encontradas 9 sepulturas medievais e um alicerce, sendo possível colocar a hipótese de se tratar do local da primitiva paróquia.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2002

Actualização

 
 
 
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