Núcleo urbano da cidade de Setúbal / Núcleo intramuros de Setúbal
| IPA.00012826 |
Portugal, Setúbal, Setúbal, União das freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça) |
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Núcleo urbano sede distrital. Cidade implantada em margem fluvial. Vila de jurisdição de ordem militar (ordem de Santiago) com cerca urbana. Núcleo urbano muralhado tardo-medieval, localizado na orla costeira junto a um porto fluvial, apresentando um perímetro de configuração rectangular. Identifica-se a sua génese nas proximidades da Igreja de Santa Maria, ponto mais elevado de uma base topográfica generalizadamente plana. Traçado urbano organizado a partir dos eixos de orientação E.-O., paralelos à margem ribeirinha e referenciados a partir do percurso das antigas Ruas Direitas. O sistema rua-travessa assegura a ligação às portas da muralha e ao cais. O Largo do Sapalinho e o (antigo) Largo da Ribeira Velha, onde antes se localizava a Casa da Câmara, constituem espaços e topónimos que reflectem essa proximidade do rio. A malha urbana regista ainda, em especial na planta trapezoidal do Largo da Misericórdia, a articulação entre o núcleo de Santa Maria e o núcleo mais tardio (e ribeirinho) de S. Julião. Este último tem como referência principal a Praça do Bocage, o terreiro medieval transformado no séc.16 em Praça do Sapal, que agrega hoje a Igreja Matriz de São Julião, a Casa do Corpo da Guarda e os Paços do Concelho. Núcleo urbano com características relativamente homogéneas, mas apresentando várias intervenções contemporâneas que o descaracterizam. Inicialmente encontrava-se inserido num contexto físico diferente do actual, rodeado por ribeiras e equipado com várias pontes, desembarcadouros e cais, chegando o rio Sado até junto da muralha. Apesar de afectada por vários terramotos desde o séc. 16 até ao séc. 19, a cidade não sofreu, ao longo deste período, grandes alterações ao nível do traçado urbano. Isto deve-se ao facto de nunca ter sido objecto de uma intervenção planeada de reconstrução, que normalmente era feita mantendo a implantação original dos edifícios, com eventual aumento do número de pisos e/ou de cércea. Da muralha medieval ainda se conservam alguns troços, torres, postigos e uma porta. Assinala-se que, de um total de 20 entradas para a vila muralhada medieval (3 portas e 17 postigos), 12 dos postigos estavam orientados a S.. Conservam-se troços de muralha na Av. 22 de Dezembro (passando quase despercebidos, pois encontram-se rebocados e pintados), no cruzamento da Av. 5 de Outubro com a R. Tenente Valadim. Por fim, encontram-se os restantes troços na zona envolvente da Igreja de Santa Maria da Graça, adossados à Casa do Corpo Santo, e nas proximidades da R. da Paz. De assinalar ainda que o edifício da Antiga Alfândega (actual Biblioteca Municipal) foi construído adossado à muralha, integrando-a na sua fachada principal. As torres, ambas em alvenaria de pedra irregular rebocada, localizam-se na Av. 22 de Dezembro. A torre quadrangular encontra-se frente ao Monumento dos Mortos na Grande Guerra, e a torre hexagonal integrada no edifício da P.S.P., na esquina da Av. 22 de Dezembro com a Av. Luísa Todi. Passando aos postigos, encontram-se todos virados a S., na Av. Luísa Todi: o Postigo da Ribeira, que se encontra enquadrado num edifício do séc. 18 e que dá acesso ao antigo Lg. da Ribeira Velha; o Postigo das Fontainhas, que dá acesso à R. dos Mareantes; o Postigo do Cais, que dá acesso à Trav. do Postigo do Cais; e, por último, o Postigo do Sol, que dá acesso à Trav. do Postigo do Sol. A única porta existente hoje em dia é a Porta de São Sebastião, que liga a R. Arronches Junqueiro ao Lg. Defensores da República. Durante o séc. 20 as várias obras públicas realizadas tiveram como consequência a demolição de vários troços e postigos da muralha, o que introduziu várias rupturas na cerca já bastante afectada. Existem alguns exemplos de arquitectura com influência Arte Nova, Art Deco, Ecléctica e Revivalista. Os edifícios com dois e mais pisos apresentam no enfiamento da varanda um duplo beirado, bem como óculos na fachada, ao nível dos pisos superiores, geralmente colocados no eixo das escadas, permitindo assim a sua iluminação. É também bastante comum a ocorrência de edifícios com poços no seu interior, principalmente naqueles pertencentes a famílias mais abastadas, facto que poderá dever-se às rígidas normas que durante vários anos regeram o abastecimento público de água (fontes, chafarizes e poços públicos), optando os moradores por ter o seu poço privado, no interior do edifício. |
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Número IPA Antigo: PT031512020077 |
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Registo visualizado 3745 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto urbano Aglomerado urbano Cidade Vila medieval Vila fortificada Régia (D. Afonso III)
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Descrição
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Núcleo definido pelo perímetro muralhado medieval, de traçado aproximadamente rectangular, delimitado a N. pela Av. 5 de Outubro, a S. pela Av. Luísa Todi, a E. pelo miradouro de S. Sebastião e pelo jardim de Palhais e a O. pela Av. 22 de Dezembro. Topograficamente caracterizado por terrenos mais ou menos planos, tem na colina de S. Domingos / S. Sebastião (onde se localiza a Rua Arronches Junqueiro) o seu ponto mais elevado, sendo que se localizava aqui, e na área definida pela Rua Álvaro Castelões e até à Praça do Bocage, a zona mais antiga da cidade. A estrutura urbana caracteriza-se por um traçado pouco regular. Os principais eixos estruturantes têm uma orientação E.-O., paralelos à margem do rio, tal como a muralha medieval com as suas portas principais, enquanto as vias secundárias se apresentam normalmente perpendiculares aos eixos principais. Dentro do conjunto destacam-se apenas duas ruas curvilíneas (que correspondiam, segundo estudos arqueológicos, ao limite da restinga), ruas essas que delimitam a zona da judiaria e correspondem a um dos mais antigos núcleos de Setúbal. A judiaria ocupava assim uma área privilegiada na antiga vila. A mouraria ocupava uma área menor e estava localizada no extremo SE. do perímetro muralhado, próxima do Postigo da Moura Encantada (única porta existente do período medieval), e que mais tarde viria a ser designado como Porta do Sol. O principal espaço público deste núcleo é a Praça do Bocage (que começou por se chamar Praça das Couves e mais tarde Praça do Sapal) e que apresenta uma configuração irregular. É pontuada no seu centro pelo monumento ao poeta Bocage, estando também aí localizados o edifício dos Paços do Concelho, a Igreja Matriz de São Julião (v. PT031512030002), a Casa do Corpo da Guarda (v. PT031512030043), uma Capela dos Passos da Paixão (v. PT031512010034) e o Palácio Salema (v. PT031512030058), situado já a O., na Rua de Bocage. Próximo da praça, a SO., e virado para a Av. Luísa Todi, encontramos ainda o Palácio Araújo onde funciona o Governo Civil, local onde em tempos existiu o Palácio dos Duques. Em meados do séc. 14 já no terreiro, então chamado do Sapal, se encontravam alguns edifícios, documentados pelos aforamentos então realizados. Cerca de um século mais tarde encontra-se aí referência a um chão de secar pescado. No reinado de D. João II a praça foi alargada e reordenada. Na época Manuelina e de D. João III foi definida a nova Praça do Sapal, procedendo-se então à demolição de vários edifícios e construção de outros, bem como a diferentes melhoramentos. No séc. 19 foi cedido à Câmara o terreno do picadeiro do Paço do Duque, situado a O. da Igreja Matriz de S. Julião, para alargamento e aformoseamento da Praça do Sapal, que passou a designar-se como Praça do Bocage, tendo sido nesta época arborizada, tal como o largo anexo, onde se situava a praça das frutas e hortaliças (espaço depois absorvido pela Praça do Bocage). Próximo da Praça do Bocage, a NO., fica localizado o Largo do Sapalinho, topónimo que faz referência ao sapal que em tempos ali existiu, possuindo uma forma aproximadamente quadrangular. A E. da Praça do Bocage encontramos o Largo Dr. Francisco Soveral, antigo Largo da Ribeira Velha, também de forma quadrangular. De assinalar que o antigo topónimo está relacionado com a anterior existência de uma praia banhada pelo rio Sado, onde se fazia a descarga do peixe. O edifício que encerra este largo pelo lado S. integra o Postigo da Ribeira, estabelecendo uma ligação pedonal com a Av. Luísa Todi. Todo o espaço é dominado pela presença central de uma árvore centenária de grande porte. Aqui se localizou anteriormente a Casa da Câmara, depois transferida para a Praça do Bocage. Se seguirmos para E., pela Rua Dr. Paula Borba, encontramos o Largo da Misericórdia, onde se localiza o Antigo Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal (v. PT031512030009). O largo apresenta uma forma trapezoidal e é um dos principais espaços públicos devido à sua localização central, fazendo a ligação entre a Rua Álvaro Castelões e a Rua Dr. Paula Borba com o eixo que se dirige para E.. Seguindo pela Rua António Girão, encontramos a meio do percurso a Praça do Exército, que apresenta uma planta quadrangular e é dominada pela presença da Igreja de Santa Maria (v.PT031512020013), implantada a uma cota ligeiramente mais elevada. Continuando pela Rua António Girão chegamos ao Largo do Poço do Concelho, a N. da igreja, onde estava localizado o poço do Concelho, actualmente desaparecido. A S. da igreja, no Terreiro de Santa Maria, localiza-se o edifício da albergaria medieval, depois hospital João Palmeiro, talvez a mais antiga construção de todo o núcleo intra-muros. Ainda relacionado com a área de influência da igreja matriz, encontra-se o Largo Joaquim António de Aguiar, que apresenta uma forma rectangular alongada e está lateralizado em relação à Rua Arronches Junqueiro. A igreja de Santa Maria localiza-se a NO., mas apesar de se encontrar bastante próxima não é visível a partir do largo, já que a ligação entre ambos faz-se através de estreitas ruas. De assinalar ainda que o largo possui uma ligeira inclinação, subindo em direcção a N.. Se seguirmos pela Rua Arronches Junqueiro (antiga Rua Direita) até ao fim encontramos a Porta de S. Sebastião, através da qual se sai do perímetro muralhado medieval para o Largo dos Defensores da República, onde se localiza o Palácio Fryxell (v. PT031512050046). O conjunto do espaço construído apresenta-se homogéneo, com algumas excepções nos seus extremos, principalmente junto à Av. 5 de Outubro e à Av. Luísa Todi. Os espaços verdes públicos são quase inexistentes, à excepção de pequenas manchas na Praça do Bocage e na Av. 5 de Outubro, salientando-se o enorme plátano existente no antigo Largo da Ribeira Velha. Do ponto de vista urbanístico é notória a existência de três pontos fulcrais de organização: em redor da Igreja de Santa Maria, que apresenta quarteirões regulares e onde impera o sistema rua-travessa, o segundo junto da Igreja de São Julião é constituído por quarteirões irregulares, tendo a Praça do Bocage como referência principal, e um terceiro enquadrado entre ambos, que apresenta uma organização radial e corresponde aproximadamente à área da antiga judiaria. Na periferia deste último encontramos a Igreja de Santo António do Postigo (v. PT031512020038) e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição (v. PT031512020079). Neste conjunto destacam-se algumas cantarias manuelinas, como vãos decorados ou o simples acabamento biselado em pedra. Um dos melhores exemplos situa-se na Travessa de São José, a S. da Igreja de Santa Maria, sendo constituído por duas portas: uma de habitação, mais estreita, que dava acesso ao piso superior, e outra de loja, mais larga e que dava acesso ao piso térreo. |
Acessos
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A2, EN 10, Avenida Luísa Todi, Avenida 22 de Dezembro |
Protecção
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Inclui Muralhas, torres, portas, cortinas e baluartes do centro histórico de Setúbal / Fortificação de Setúbal (v. IPA.00010264) / Pelourinho de Setúbal (v. IPA.00003919) / Portal da Gafaria (v. IPA.00003921) / Igreja de Santa Maria da Graça (v. IPA.00002149) / Igreja de São Julião (v. IPA.00003448) / Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal (v. IPA.00007402) / Chafariz da Praça Teófilo Braga (v IPA.00002158) / Fábrica romana de salga, nas caves do edifício na Travessa de Frei Gaspar, n.º 10 (v. IPA.00004090) / Casa do Corpo Santo (v. IPA.00010259) / PDM - Plano Diretor Municipal, Resolução de Conselho de Ministros n.º 65/94, DR, 1.ª série-B, n.º 184 de 10 agosto 1994 |
Enquadramento
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Situado em margem fluvial, na unidade de paisagem do Estuário do Sado. A cidade implanta-se na margem N. do Rio Sado, situando-se a foz do rio entre a península de Setúbal e a península de Tróia. Privilegiada pela proximidade do rio, o seu desenvolvimento esteve desde sempre ligado a este, através de actividades como o comércio de sal e da pesca. Topograficamente o concelho é montanhoso nas freguesias situadas a O., cujas áreas se situam perto da Serra da Arrábida e das Serras de S. Luís e de S. Francisco. As freguesias de Santa Maria da Graça e de S. Julião (na qual está inserido o núcleo medieval da cidade) estão situadas em terrenos relativamente planos e de baixa altitude, à excepção da colina de São Domingos / São Sebastião, à cota altimétrica média de 19 m. A formação geológica é variada, predominando a argila e os depósitos arenosos. São em geral terrenos favoráveis à agricultura, contribuindo ainda para a amenidade do clima. Envolvendo o núcleo medieval muralhado, e muito próxima deste, principalmente a S., construiu-se no contexto das Guerras da Restauração, uma cintura abaluartada (hoje parcialmente destruída) que fazia parte de um sistema defensivo mais vasto. Existia ao longo da costa, até ao Portinho da Arrábida, um conjunto de fortificações seiscentistas que asseguravam a defesa da barra do Sado: o Forte de Nossa Senhora da Arrábida (v. PT031512040069), o Forte de Santiago do Outão (v. PT031512010016), o Forte de Albarquel, e a Fortaleza de São Filipe (v. PT031512010008) que domina a entrada da barra *1. Nas imediações do perímetro da cerca urbana destacam-se, a NO., o Mosteiro de Jesus (v.PT031512030001) e o Cruzeiro de Setúbal (v. PT031512030004), a N. o Portal da Gafaria (v. PT031512020007), a E. a Igreja Paroquial de S. Sebastião (v. PT031512050023), a SO. o Edifício do Grande Salão de Recreio do Povo (v. PT031512030021) e a O. a Casa das Quatro Cabeças (v.PT031512030019), o Chafariz do Sapal (v. PT031512010015), o Pelourinho (v. PT031512010006) e um pouco mais afastado o Convento de São Francisco (v. PT031512010027). |
Descrição Complementar
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Não aplicável |
Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Não aplicável |
Afectação
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Não aplicável |
Época Construção
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Séc. 13 / 14 / 15 / 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Séc. 7 a.C. - remontam ao início da Idade do Ferro os vestígios da ocupação da zona de Setúbal, com a provável exploração de sal e comércio marítimo; Época Romana - crescimento do povoado inicial, transformando-se num aglomerado de características defensivas, aliadas ao desenvolvimento do comércio e actividades piscatória e agro-pastoril; foram construídas pontes, aquedutos e estradas (passava por Setúbal a via romana que ligava Olisipo a Emérita Augusta, actualmente apelidada estrada do Viso); séc. 1 / 5 - vestígios de preparados de peixe, sendo o conjunto de cetárias na Travessa Frei Gaspar o único visível; 1248 - sagração da Igreja de Santa Maria; 1249 - concessão da primeira carta de foral a Setúbal; séc. 13, segunda metade - sagração da Igreja Matriz de São Julião; 1325 / 1360 - construção da primeira cintura de muralhas; 1343 - demarcação do termo concelhio de Setúbal; 1368 - compromisso da Confraria de Nossa Sra. da Anunciada; séc. 15 - construção do Palácio dos Cabedos; 1410 - construção do Convento de S. Francisco, primeiro convento de Setúbal; 1458, 30 Setembro - saiu do porto de Setúbal parte da esquadra com que D. Afonso V foi à conquista de Alcácer-Ceguer; 1461 - construção dos Paços do Duque; 1487 - D. João II mandou construir o aqueduto para abastecimento de água; 1490 - início da construção do Mosteiro de Jesus; séc. 16 - no reinado de D. João III procede-se à abertura da Porta do Sol para maior facilidade de acesso aos arrabaldes de Palhais e Fontainhas; 1501 - instituição da Irmandade da Misericórdia de Setúbal por D. Manuel I; 1509 - foram impressos em Setúbal os estatutos da ordem de Santiago da Espada; 1514 - concessão de novo foral; 1525 - foi atribuído a Setúbal o título de "notável vila", por parte de D. João III; 1526 - construção da Casa da Câmara; 1527 - segundo o Numeramento (recenseamento geral da população) mandado realizar por D. João III, existiam um total de 1255 fogos, sendo que 789 estavam situados intra-muralhas e os restantes nos arrabaldes do Troino e de Palhais; 1531 - Setúbal foi abalada por um terramoto que causou grandes danos; 1533 - entre as obras recomendadas por D. João III a seu primo D. Jorge, Mestre da Ordem de Santiago, constava o alargamento da praça do Sapal conforme a planta que para isso se fizera; 1510, setembro - incorporação do mestrado de Santiago na Coroa, passando a ordem e seus bens a depender do rei; 1553 - criação das freguesias de São Sebastião e Nossa Senhora da Anunciada, a partir, respectivamente, do desmembramento das freguesias de Santa Maria da Graça e São Julião; nesta data, Setúbal possuía 1912 fogos e 8603 habitantes, divididos pela freguesia de São Julião, com 1035 fogos e 4657 pessoas, e a freguesia de Santa Maria da Graça, com 877 fogos e 3946 pessoas; 1566 - a Misericórdia assumiu a administração do hospital do Santo Espírito e respectivo património, que incluía os hospitais de João Palmeiro, de Maria da Pipa e de Catarina Domingues; 1569 - D. Sebastião mandou demarcar novamente o termo de Setúbal; 1575 - início da construção do cais da Conceição; 1581 - criação da feira anual, por alvará de Filipe II *2; 1582 / 1594 - construção da Fortaleza de S. Filipe, desenhado por Filipe Terzi e iniciada na presença de Filipe II; séc. 16 - reconstrução e ampliação da Igreja Matriz de São Julião e da Igreja de Santa Maria da Graça; 1619 - acentuou-se o assoreamento do rio, verificando-se que entre a Torre do Outão e a ponta de Tróia, por onde já tinham passado caravelas, se podia agora, na baixa-mar, passar a pé; 1630 - existia junto do outeiro da Porta Nova o cais da Ribeira Nova; 1640, 14 Dezembro - fim da ocupação castelhana em Setúbal com a tomada da Fortaleza de S. Filipe; 1642 / 1696 - construção da fortificação abaluartada, sob supervisão do engenheiro militar francês Jean Gilot e do jesuíta flamengo Ian Ciermans (Cosmander); 1650 - João Nunes da Cunha, governador das armas, da comarca de Setúbal, mandou edificar a Casa do Corpo da Guarda; 1657, 23 Maio - por carta régia, a rainha regente D. Luísa de Gusmão concedeu o título de "leaes vassalos" aos habitantes de Setúbal; 1680, 2 Outubro - um terramoto atingiu a vila, causando vários danos; 1697 - construção do chafariz do Sapal; séc. 17 - construção de Igreja de Santo António do Postigo; séc. 18, 1.º quartel - construção da Casa do Corpo Santo; 1702 - Setúbal foi assolada por um forte temporal que causou grandes cheias; 1735 - o banqueiro Henrique Torlades, de Hamburgo, abriu uma agência bancária em Setúbal; 1737 / 1738 - edificação das várias Capelas dos Passos da Procissão da Paixão; 1753, 9 Janeiro - nasceu em Setúbal a cantora lírica Luísa Joaquina de Aguiar Todi; 1755, 1 Novembro - a vila sofreu grandes danos com o terramoto e ainda devido à fúria do mar; 1774 -transferência do Pelourinho que se encontrava junto da Porta Nova para a Praça Real (actual Praça Marquês de Pombal); 1765, 15 Setembro - nasceu em Setúbal o poeta Manuel Maria Barbosa Du Bocage; séc. 18 - reconstrução e ampliação da Igreja Matriz de São Julião; construção da Igreja de nossa Senhora da Conceição; 1804 - levantamento da praça e vila de Setúbal efectuado pelo Tenente-Coronel Engenheiro Maximiano José da Serra; 1826 / 1828 - numeração dos edifícios urbanos de Setúbal; 1834 - levantamento das fortificações da vila efectuado pelo Coronel Engenheiro Caetano Alberto Maia; 1835 - remodelação e alargamento da praça do Sapal, com a demolição de edifícios e de um picadeiro situados a O. da Igreja Matriz de São Julião; 1837 - arborização do largo junto à Praça do Sapal, onde se situava a praça das frutas e hortaliças; 1843 / 1844 - alargamento do Postigo do Cais; 1845 - reedificação do edifício da Antiga Alfândega como Casa Fiscal; renovação da numeração dos edifícios urbanos; 1848 - início da construção da Av. da Praia (actualmente Av. Luísa Todi); 1855 - o concelho de Setúbal anexou os termos de Azeitão e Palmela; 1858, 11 Novembro - a vila foi afectada por um terramoto, causando grandes prejuízos; 1860, 19 Abril - elevação de Setúbal a cidade; 1861, 1 Fevereiro - inauguração do caminho-de-ferro, com ligação ao Barreiro; 1863 - surgimento da iluminação pública a gás; 1865 - por resolução da Câmara, a Praça do Sapal passou a designar-se Praça do Bocage, tendo sido arborizada com laranjeiras no ano seguinte; 1869 - a Misericórdia anexou o que restava do Hospital de Nossa Senhora da Anunciada; 1871, 21 Dezembro - inauguração do monumento a Bocage; 1873 - inauguração da Biblioteca Popular de Setúbal, então a funcionar no edifício dos Paços do Concelho; 1876 - início do aterro para prolongamento do cais de Nossa Senhora da Conceição até ao baluarte do Livramento; 1885 - plantação de novas árvores na Praça do Bocage, substituindo as acácias que, por sua vez, já tinham substituído as laranjeiras, as primeiras árvores plantadas; 1888, 1 Outubro - inauguração da Escola de Desenho Industrial Princesa D. Amélia, actualmente Escola Secundária Sebastião da Gama; 1889 - inauguração da Praça de Touros D. Carlos (actualmente Carlos Relvas); 1893 - no Mosteiro de Jesus ficou instalado, a partir desta data, o Hospital da Santa Casa da Misericórdia; séc. 19 - acrescento do segundo piso no Palácio dos Cabedos, inicialmente de um só piso; 1900 - o concelho de Setúbal possuía um total de 25.406 habitantes, dos quais 21.722 nas freguesias urbanas e 3684 nas freguesias rurais; 1910, 5 Outubro - incêndio do edifício dos Paços do Concelho; 1920 - o concelho de Setúbal possuía um total de 41.131 habitantes, dos quais 37.002 nas freguesias urbanas e 4129 nas freguesias rurais; atingiu-se o número máximo de 130 unidades fabris, com uma população operária de cerca de 10.000 trabalhadores; 1926, 22 Dezembro - elevação de Setúbal a capital de distrito; 1930 - inauguração da luz eléctrica na cidade; realizou-se a 1.ª Exposição Regional de Setúbal, ocupando o recinto uma área de 52.500 m2 na Av. Luísa Todi; 1930, 28 Julho - início das obras do porto de Setúbal; 1933 - início da reconstrução e ampliação do edifício dos Paços do Concelho, com projecto do Arquitecto Raul Lino; 1940 - o concelho de Setúbal possuía um total de 49.765 habitantes, dos quais 45.345 nas freguesias urbanas e 4420 nas freguesias rurais; 1948 - instalação da Biblioteca Popular no edifício da Antiga Alfândega; 1959 - teve início a construção de um novo cais acostável, na vigência do 2.º Plano de Fomento; 1960 - o concelho de Setúbal possuía um total de 56.344 habitantes, dos quais 50.966 nas freguesias urbanas e 5378 nas freguesias rurais; 1961 - inauguração do Museu de Setúbal; 1961, 1 Junho - inauguração do estádio do Bonfim, denominado na altura campo Antoine Velge; 1969 - terramoto que causou alguns danos; 1974 - criação do Museu de Arqueologia e Etnografia do distrito de Setúbal; 1975, 16 Julho - Setúbal torna-se Diocese, ganhando autonomia em relação a Lisboa; 1976 - criação do Parque Natural da Arrábida, abrangendo os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra, e que integra a zona que rodeia o Portinho da Arrábida, incluindo o Conventinho e a Mata de Carvalhos; 1980 - criação da Reserva Natural do Estuário do Sado; 1981 - o concelho de Setúbal possuía um total de 98.366 habitantes, dos quais 89.867 nas freguesias urbanas e 8499 nas freguesias rurais; 2001 - segundo o último recenseamento realizado, a população residente no concelho de Setúbal era de 113.937 habitantes, com uma densidade populacional de 599 hab/km2; 2013, 28 janeiro - criação da União das Freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça) por agregação das mesmas, pela Lei n.º 11-A/2013, DR, 1.ª série, n.º 19. |
Dados Técnicos
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Não aplicável |
Materiais
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Não aplicável |
Bibliografia
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COSTA, Carvalho da, Corografia Portuguesa, Tomo III, Lisboa, 1706, p. 289; LANGRES, Nicolau de, Desenhos e Plantas de todas as Praças do reyno de Portugal, c. 1661 (BN Códice 7445); Tombo Grande da Confraria de Nossa Sra. da Anunciada, Setúbal, 1585; Tombo e Foral da Confraria de Nossa Sra. da Anunciada, Setúbal, 1766; FERNANDES, José Manuel, Cidades e Casas da Macaronésia, FAUP, Porto, 1996, pp. 163-175; PINHO LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1880; PORTELA, M. M., Monumentos Nacionais e Edifícios e Lugares Notáveis do Concelho de Setúbal, Lisboa, 1882; SILVA, Carlos Tavares da e SOARES, Joaquina, As Muralhas Medievais de Setúbal, Setúbal, 1982; SILVA, Carlos Tavares da e SOARES, Joaquina, Na Procura das Origens de Setúbal, in Almadan 3, 1984, pp. 2-6; QUINTAS, Maria da Conceição e BALTAZAR, Patrícia, Génese da Revolução - 1640 - Setúbal, Setúbal, 1988; L.A.S.A., Setúbal na História, Setúbal, 1990; SILVA, José Custódio Vieira da, Setúbal, Lisboa, 1990; MOREIRA, Rafael, A Arquitectura do Renascimento no Sul de Portugal, Dissertação de Doutoramento, FSCH-Universidade Nova de Lisboa, 1991, pp. 357-358; QUINTAS, Maria da Conceição, Monografia da Freguesia de S. Julião, Setúbal, 1993; Roteiro Cultural da Cidade de Setúbal, Setúbal, 1994; BRAGA, Paulo Drumond, Setúbal Medieval (Séculos XIII a XV), Setúbal, 1998; SCMS: www.misericordiadesetubal.pt, 15 Novembro 2002. |
Documentação Gráfica
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DGEMN: DSID; CMSetúbal; DGARQ/TT: Casa de Cadaval, Plantas das fortalezas da costa portuguesa entre Vila Nova de Milfontes e as Berlengas e um mapa geral de todas (Planta da Praça de Setúbal); AHM: Setuval ou Setubal est une ville de l´Estramadure Portugaise, A. Coquart Sculp, séc. 18 (4957); GEAEM: Planta da Praça e Villa de Setuval, Maximiano José da Serra, 1804 / 1820 (3792); Planta da Villa de Setuval, idem, 1805 (3810); Planta das Fortificações da Villa de Setubal, Caetano Alberto Maia, 1834 (3794); idem, idem, 1834 / 1838 / 1905 (8659); Planta da Villa de Setubal, s.a., séc. 19 (3811); Planta da Cidade de Setubal, Luís Lança, 1903 (8674); Museu de Setúbal / Convento de Jesus: Perspectiva da Villa de Setubal vista da Casa do Trapixe no sítio de Troia, Teotónio de Oliveira Banha, 1816; idem, idem, 1827 |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMSetúbal: Arquivo Fotográfico Municipal Américo Ribeiro |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSARH (Plano de Urbanização de Setúbal, DSARH-005-3444/09), DGEMN/DRML; CMS; ADS; ANTT; IGESPAR |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1944 - arranque dos azulejos da fachada principal da Igreja Matriz de São Julião e reboco da mesma; 1944 / 1947 / 1949 - obras de restauro na Igreja Matriz de São Julião; 1955 - obras de restauro na Igreja de Santa Maria e na Igreja Matriz de São Julião; 1960 - obras de reparação da Igreja de Sta. Maria; 1969 - consolidação de estruturas abaladas pelo sismo, na Igreja de Santa Maria; trabalhos de consolidação dos estragos provocados pelo sismo, na Igreja Matriz de São Julião; 1970 / 1974 / 1977 - conservação dos telhados da Igreja de Santa Maria; 1980 - reparação da instalação eléctrica da Igreja Matriz de São Julião; 1984 - reparação de telhados das capelas anexas da Igreja de Santa Maria; reconstrução dos telhados da sacristia e cartório da Igreja Matriz de São Julião; 1985 - reparações diversas na Igreja Matriz de São Julião. CMS: 1936 - obras de pavimentação no Lg. da Misericórdia; 1937 - transferência do chafariz do Sapal da Pç. do Bocage para a Pç. Teófilo Braga; 1939 - remodelação do Lg. da Misericórdia com a demolição de um edifício localizado no extremo O. do mesmo e que funcionava como um quarteirão; 1953 - alargamento da R. da antiga Alfândega através da demolição do edifício da Caixa Geral de Depósitos, anexo ao antigo Hospital da Santa Casa da Misericórdia, e de todos os restantes edifícios situados do lado O. da rua e até à Av. Luísa Todi, incluindo o Postigo da Alfândega, pertencente à muralha medieval; 1959 - demolição de prédios e de um torreão da muralha medieval, na Av. 5 de Outubro para construção de uma estação de serviço; 1979 - escavações arqueológicas realizadas pelo Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal, na Trav. de Frei Gaspar, sendo descoberta uma fábrica de salga da época romana; 1980 - escavações arqueológicas realizadas pelo Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal, na Pç. do Bocage, sendo descoberta uma fábrica de salga da época romana; 1984 - escavações arqueológicas de salvamento realizadas pelo Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal, após a demolição de edifício na Trav. dos Apóstolos, sendo descobertos vestígios de uma ocupação pré-romana; 1985 - arranjos no Lg. Dr. Francisco Soveral (antigo Lg. da Ribeira Velha); 1986 / 1987 / 1988 - arranjos na Pç. do Bocage, incluindo a construção da Fonte da Musa; 1988 - escavações arqueológicas realizadas pelo Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal, no Lg. da Misericórdia, sendo descobertos dois fornos geminados de uma olaria romana; 1988 / 1992 - obras de recuperação e remodelação no edifício da Antiga Alfândega, actual Biblioteca Municipal; 1991 / 1992 - recuperação de edifícios no Largo do Sapalinho; 1991 / 1993 - reabilitação de edifícios na Praça do Bocage; 1993 - arranjos exteriores no Largo da Misericórdia; 1994 - colocação de infraestruturas e pavimentação da Rua António Girão; 2000 / 2001 - renovação e requalificação do centro histórico e comercial da cidade no âmbito do PROCOM. |
Observações
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*1 Existiam ainda dois outros forte que completavam o sistema defensivo terrestre, o Forte Velho e o Forte da Estrela, situados a NO. e N. respectivamente. Do primeiro ainda se conservam alguns vestígios, enquanto o segundo desapareceu completamente. *2 A Feira de Santiago ainda se realiza todos os anos a 25 de Julho. Fazia-se primeiramente no Largo de Jesus mas hoje faz-se no Largo José Afonso e na Av. Luísa Todi. |
Autor e Data
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Ricardo Ambrósio 2003 |
Actualização
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