Igreja Paroquial de Sortelha / Igreja de Nossa Senhora das Neves e Torre Sineira
| IPA.00001503 |
Portugal, Guarda, Sabugal, Sortelha |
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Arquitectura religiosa, seiscentista. Igreja paroquial de influência renascentista, mas com raíz medieval, de planta longitudinal composta, com uma única nave e capela-mor quadrangular, com coberturas internas diferenciadas em falsa abóbada de berço de madeira na nave e em alfarge na capela-mor, escassamente iluminada por janela rasgada na fachada lateral direita. Fachada principal em empena, rasgada por portal em arco de volta perfeita, ladeado por pilastras de inspiração jónica, rematado por friso, cornija e encimado por nicho em arco de volta perfeita. Fachadas em alvenaria e cantaria de granito aparente, rematadas em beirada simples, tendo, nas fachadas, portas travessas, a da lateral direita semelhante ao portal axial e a oposta em arco de volta perfeita com arestas biseladas. Interior com pia baptismal e púlpito quadrangular no lado do Evangelho, possuindo capelas laterais confrontantes, inseridas em nichos de volta perfeita, emoldurados a cantaria. Arco triunfal de volta perfeita, dá acesso à capela-mor, com retábulo-mor de talha dourada, de estrutura maneirista, com dois andares e três eixos definidos por colunas ornadas por querubins. |
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Número IPA Antigo: PT020911330024 |
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Registo visualizado 1364 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal composta por nave, capela-mor mais estreita, com sacristia adossada à fachada lateral esquerda, de volumes articulados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave e de três águas na cabeceira, prolongando-se em aba sobre a sacristia. Fachadas em cantaria de granito aparente, com as juntas pintadas de branco, rematadas em beiral. Fachada principal, voltada a O., em empena, alteada relativamente ao remate primitivo, com cruz no vértice, rasgada por portal em arco de volta perfeita, ladeado por pilastras caneladas mostrando um capitel híbrido (volutas de inspiração jónica com roseta central) e rematado por friso, com a inscrição latina "PERACTVM FVIT VITFIM (?) A NOVEMBRS 1573"; sobre o entablamento, elevam-se duas esferas armilares. No eixo do portal surge um nicho com peanha e remate em concheados. Fachada lateral esquerda, virada a N., resgada por porta travessa de volta perfeita com moldura de arestas biseladas. Fachada lateral direita, virada a S., rasgada por porta travessa de verga recta, ladeada por pilastras, também com capitel de raiz jónica; quase junto ao corpo da capela-mor existe um ressalto murário. A fachada posterior é cega, sendo sublinhada pela cornija e respectivas gárgulas de canhão, percorrendo todo o corpo da capela-mor. INTERIOR de nave única, com cobertura em falsa abóbada de berço de madeira e o pavimento soalhado, dispondo-se em três patamares. No lado do Evangelho, a pia baptismal, em forma de cálice e o o púlpito em cantaria de granito, quadrangular, com bacia de cantaria e guardas plenas almofadadas, assente em coluna e com acesso pelo lado direito. Confrontantes, dois arcos de volta perfeita com molduras de cantaria, albergando retábulos de talha dourada, dedicados *as Alamas e ao Divino Espírito Santo. Arco triunfal de volta perfeita e arestas biseladas, tendo, no lado do Evangelho, pintura mural. Capela-mor elevada por um degrau, com tecto de alfarge e retábulo-mor de talha policorma e dourada, de planta recta, dois andares definidos por friso e cornija, com três eixos marcados por duas ordens de cinco colunas, com os fustes ornados por querubins, nos terços extremos, as inferiores assentes em base comum paralelepipédica e as superiores em consolas. No eixo central, surge, no primeiro andar, um sacrário em forma de templete de dois andares e cobertura em cúpula, rematado por frontão semicircular; no segundo piso, tribuna em arco abatido, com o fundo pintado de azul e contendo peanha. Os eixos laterais formam apainelados pintados, a imitar adamascados, contendo mísulas com imaginária; na predela, duas pinturas sobre madeira. Altar paralelepipédico, em frente do qual, a mesa de altar, em cantaria de granito. No exterior, o campanário isolado, de planta rectangular, com acesso por escadas na face posterior, tendo o remate em ameias decorativas, entre os quais surgem os sinos. |
Acessos
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Largo da Igreja |
Protecção
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Incluído na Zona de Protecção do Castelo de Sortelha (v. PT020911330002) |
Enquadramento
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Urbano, núcleo intra-muros. Eleva-se sobre plataforma delimitada por um muro, impondo o recurso à escadaria para acesso ao adro, onde se observa uma mesa granítica. Organiza um espaço lateral à R. Direita e sobranceiro ao Lg. do Pelourinho, participando na imagem global deste último e entrando em diálogo visual com o Castelo. Adossado à cabeceira vê-se um Passo da Via Sacra (v. PT020911330030), orientado para o Lg. da Cerdeira. Nas imediações registam-se algumas sepulturas escavadas na rocha *1. O campanário encontra-se isolado, elevando-se sobre um penhasco em frente da fachada principal da igreja. |
Descrição Complementar
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Retábulo lateral do Evangelho de planta recta e um eixo composto por pilastras ornadas por acantos, que centram painel pintado a representar as "Almas do Purgatório"; altar paralelepipédico, pintado a imitar edículas e estruturas arquitectónicas de cariz gótico. O retábulo lateral da Epístola é de planta recta e três eixos, definidos por colunas torsas exteriores, assentes em consolas, e em quarteirões interiores; cada um dos eixos contém painel em arco de volta perfeita, e a estrutura remata em falso tímpano, rodeado por drapeados enrolados, onde se enquadram as três Virtudes Cardeais - Fé, Esperança e Caridade. Altar paralelepipédico, pintado com elementos arquitectónicos. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese da Guarda) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 14 (conjectural) / 16 / 17 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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FUNDIDOR: Joaquim Luís Gomes de Sorrilha de Campos (1841). |
Cronologia
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Séc. 14 - hipotética construção da igreja inicial e do campanário, estrutura esta que poderá ter funcionado como torre de vigia; 1573 - data epigrafada no portal indica profunda remodelação do templo, o que poderá estar relacionado com a transferência de função da Igreja Matriz de São João, mais tarde tornada sede da Misericórdia e de onde poderá ser proveniente a pia baptismal ( NEVES, 1990 ); 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra a Diocese da Guarda; séc. 17 / 18 - colocação dos retábulos; do ponto de vista eclesiástico era vigairaria do padroado real e comenda da Ordem de Cristo; 1707 - o arciprestado de Penamacor integrava 21 igrejas, as das freguesias do concelho e as de Sortelha, Malcata, Santo Estêvão e Casteleiro; 1841 - data de fabrico dos sinos do campanário, por Joaquim Luís Gomes de Sorrilha de Campos *2; séc. 20, meados - ( re )construção do coro-alto reaproveitando as colunas pertencentes à Igreja da Misericórdia, neste período já em ruínas; 1935 - colocação da mesa ar livre no adro (denominada mesa de oferendas e usada em cerimónias fúnebres); 2000 - 2001 - remoção do coro-alto durante as obras de restauro promovidas pela DREMC; 2006 - elaboração pela DREMC de um projecto de Conservação e restauro de retábulos em talha e seus valores artísticos da Igreja Matriz de Sortelha. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de granito, rebocada no interior; cobertura e retábulos de madeira; telha de canudo. |
Bibliografia
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SANTOS, Vigário João dos Santos, Dicionário Geographico de Portugal, (Memórias Paroquiais), 1758, nº 220, pp. 1513 - 1526; LANDEIRO, José Manuel, O arciprestado de Penamacor, Vila Nova de Famalicão, 1940; CORREIA, Joaquim Manuel, Terras de Riba-Côa, Memórias sobre o Concelho do Sabugal, Lisboa, 1946; BIGOTTE, José Quelhas, O Culto de Nossa Senhora na Diocese da Guarda, Lisboa, 1948; ALMEIDA, José António Ferreira de, dir., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; NEVES, Vítor Manuel Leal Pereira, A Antiga Vila de Sortelha, Aldeia - Museu de Portugal, Monografia, Castelo Branco, 1979; CONCEIÇÃO, Margarida Tavares da, Inventário do Património Edificado, Estudos de Caracterização do Plano Director Municipal do Sabugal, Sabugal, 1990; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN; Câmara Municipal do Sabugal (desenho do alçado S.) |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSARH |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1960 / 1970 - obras de conservação com efeitos descaracterizadores; DGEMN: 2000 / 2001 - no âmbito do Programa de Recuperação das Aldeias Históricas, substituição de coberturas e pavimentos, rebocos, portas e caixilharias; instalação eléctrica e constituição das instalações sanitárias; trabalhos arqueológicos no pavimento da nave; 2001 - desmonte dos altares colaterais (Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Rosário) e arrecadação na Junta de Freguesia; conservação da pintura mural no arco cruzeiro, no lado do Evangelho; 2002 - conservação e restauro do tecto da capela-mor com remoção da tinta de esmalte que o revestia. |
Observações
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*1 - contam-se seis sepulturas junto à cabeceira do templo (uma das quais interceptada pelo embasamento do edifício) e três sepulturas no lado N. sobre afloramento rochoso que confina com um muro privado. Contudo, devido aos trabalhos de pavimentação em curso, nem todas se encontram visíveis. *2 - um dos sinos apresenta a seguinte inscrição: "1841, Joaquim Luís Gomes de Sorrilha de Campos me fez". |
Autor e Data
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Margarida Conceição 1997 |
Actualização
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Lúcia Pessoa 2005 |
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