Pelourinho de Almendra

IPA.00001526
Portugal, Guarda, Vila Nova de Foz Côa, Almendra
 
Pelourinho quinhentista, de gaiola octogonal, composto por soco de cinco degraus octogonais, de onde evolui uma coluna octogonal, com capitel simples e remate em gaiola sustentada por oito colunelos. Apresenta afinidades com os pelourinhos de Aguiar da Beira (v. PT020901010001), Muxagata (v. PT010914100008), Castelo Rodrigo (v. PT020904030003), Trancoso (v. PT020913170001). Remate decorado por cabeças de anjo, esferas estriadas, encordoado, folhas ou sinuosidades. Esfera armilar de forma alongada.
Número IPA Antigo: PT010914010004
 
Registo visualizado 3631 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Judicial  Pelourinho  Jurisdição senhorial  Tipo gaiola

Descrição

Estrutura em cantaria de granito, composta por soco constituído por cinco degraus octogonais sem rebordo, encontrando-se o primeiro semi-enterrado no solo. Coluna de fuste octogonal, de superfície plana e desprovida de base. O capitel constitui peça de secção octogonal decorada com esferas estriadas, formando quase uma espécie de conchas. Remate em gaiola, sendo a base uma pirâmide de base octogonal invertida e truncada, decorada por quatro anéis, dois dos quais decorados com folhas ou sinuosidades e com cabeças de anjo. Gaiola formada por colunelo central liso, grampos em ferro e oito colunelos de fuste cilíndrico, marcado a meia altura por anel decorado por motivo encordoado e apresentando os remates decorados com pingente na parte inferior e cogulho ou pequeno fogaréu na parte superior. Três dos colunelos possuem os remates incompletos. Chapéu da gaiola em forma de pirâmide de base octogonal, sendo coroada por esfera armilar de forma alongada e terminada por pequena peça de secção circular.

Acessos

Largo da Praça. WGS84 (graus decimais) lat.: 41.001239, long.: -7.055917

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 23 122, DG, 1ª série, nº 231 de 11 outubro 1933

Enquadramento

Urbano, isolado, situa-se em largo de configuração rectangular, relativamente plano; fronteiro à antiga Casa da Câmara *1, com acesso ao piso superior através de escadas formando balcão e com porta em arco conopial.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Judicial: pelourinho

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933

Época Construção

Séc. 16 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 07 - referência tradicional ao castro do cabeço de Calábria como povoado primitivo, a qual foi sede de bispado na época visigótica; 960 - referida no testamento de D. Chamôa; séc. 10 / 11 - era uma ponte forte num território praticamente despovoado; 1059 - inumerada entre os bens da Colegiada de Guimarães; 1130 - mencionada no testamentos de Numão dado por D. Fernando Mendes; 1183 - surge referida numa bula de Lúcio III, como sendo da Ordem Militar de São João do Pereiro; 1202 - atribuição incorrecta de carta de foral concedida por D. Sancho I; pertencia ao território leonês; 1209 - concessão de carta de foral a Castelo Melhor, por D. Afonso VII de Leão e da qual Almendra terá beneficiado; 1297 - integração no território português na sequência do Tratado de Alcanices; 1298 - elevada a vila e doada a D. Gil Martins; Castelo Rodrigo protesta por esta elevação a vila, mas D. Dinis apoiou as pretensões de Almendra; 1312 - Castelo Rodrigo apresenta novo protesto, desta vez atendido, passando a integrar o termo daquele concelho; séc. 14, meados - volta a ser concelho autónomo; 1358 - D. Pedro confirma-a como concelho; 1367 - D. Fernando confirma a autonomia da povoação; 1449 - nova confirmação por D. Afonso V, com a designação de concelho de Almendra e Castelo Melhor; 1496 - na Inquirição, é referido que a povoação tinha 204 habitantes; 1510, 1 Junho - concessão de carta de foral por D. Manuel, referindo existência de foral antigo; séc. 16, fins - provável edificação do pelourinho e da casa da câmara; 1660 - pertencia aos alcaides-mores do Castelo de Castelo Melhor; séc. 18 - referência à existência de fortaleza, da qual se desconhecem vestígios, pertencendo a povoação, nesta data, aos Condes de Castelo Melhor; pertencia à comarca de Pinhel, abrangendo a vila subalterna de Castelo Melhor; 1707 - o Condado de Castelo Melhor passou a marquesado; 1758, 17 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco, José Gonçalves da Guerra, é referido que a povoação pertencia ao donatário D. José de Caminha Vasconcelos e Sousa, Faro, Távora e Veiga, Conde de Castelo Melhor, tendo 254 vizinhos; englobava a povoação de Castelo Melhor, com 254 vizinhos; tem juiz ordinário e câmara; 1855, 24 Outubro - extinção do estatuto concelhio e integração no município de Vila Nova de Foz Côa; 1999, 13 Maio - a povoação foi elevada a vila; 2001 - no Censos 2001, existiam 464 habitantes e 428 edifícios.

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónomo.

Materiais

Estrutura en cantaria de granito; ferro.

Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; AZEVEDO, Correia de, Património Artístico da Região Duriense, Porto, 1963; AZEVEDO, Correia de, Terras com Foral ou Pelourinho das Províncias do Minho, Trás-os-Montes, Alto Douro e Beiras, Porto, 1967; AZEVEDO, Joaquim de, História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, Porto, 1877; BARROCO, Joaquim Manuel, Panoramas do Distrito da Guarda, Guarda, 1978; CARDOSO, Nuno Catarino, Pelourinhos das Beiras, Lisboa, 1936; COIXÃO, António do Nascimento Sá e TRABULO, António Alberto Rodrigues, Por terras do concelho de Foz Côa - subsídios para a sua história estudo e inventário do seu património, 2.ª ed., Vila Nova de Foz Côa, 1999; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, Lisboa, 1927; GONÇALVES, Luís Jorge Rodrigues, Os castelos da Beira interior na defesa de Portugal (séc. XII - XVI), [dissertação de mestrado], Lisboa, Faculdade de Letras de Lisboa, 1995; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda 1997; Pelourinho de Almendra, in Pinhel Falcão, 16 Março 2006; REAL, Mário Guedes, Pelourinhos da Beira Alta, in Beira Alta, Viseu, vol. XXXI, 1971; SOUSA, Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito da Guarda, Viseu, 1998.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 3, n.º 10, fl. 89-102)

Intervenção Realizada

Nada a assinalar.

Observações

*1- Subsiste o edifício da antiga casa da câmara, ruínas da cadeia e a referência toponímica à forca, ao açougue e às eiras do concelho, as quais foram destruídas em 1991.

Autor e Data

Margarida Conceição 1992

Actualização

 
 
 
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