Palácio e Quinta de Estói / Palácio de Estoi

IPA.00001546
Portugal, Faro, Faro, União das freguesias de Conceição e Estoi
 
Arquitectura civil, barroca, rococó, neoclássica, ecléctica, romântica. Palácio de piso único disposto horizontalmente, com corpo saliente, com interiores decorados segundo os modelos franceses setecentistas, como o Salão Nobre no estilo Luís XV. Jardins de concepção barroca dispostos em três planos com escadarias comunicantes de lanços opostos; decoração estatuária e parietal já ao gosto do séc. 19. Um dos melhores exemplos da arquitectura romântica constituindo caso único no Algarve. A escultura das Três Graças é uma cópia das de Canova.
Número IPA Antigo: PT050805020006
 
Registo visualizado 2942 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Residencial unifamiliar  Quinta  Casa nobre  

Descrição

Planta longitudinal composta por um corpo central quadrado, saliente, ladeado de 2 corpos rectangulares. Volumes articulados. A cobertura do palacete é de telhado de 4 águas no corpo central e de 3 águas nos corpos laterais. Em alçado o edifício, de 1 só piso, tem na fachada que deita para o jardim o corpo central dividido em três panos marcado por pilastras jónicas, cada um com um vão de sacada de perfil semicircular sobrepostos de óculos coroados de frontões contracurvos. As entradas situam-se lateralmente e são servidas por escadas de ferro. Os corpos laterais são vazados por janelas coroadas de frontões triangulares. O remate dos 3 corpos é feito por uma platibanda rendilhada coroada de estatuetas e urnas. Na fachada voltada a N. um portão de arco a pleno centro dá acesso a um pátio quadrangular fronteiro ao corpo central. Interior decorado de estuques, espelhos e pinturas murais; na designada Sala de Fresco, tecto pintado com cenas bucólicas e paisagens mitológicas; no salão nobre, tecto com pintura de temática mitológica, sobre estuque; na sala de visita, tecto com pintura sobre tela aplicada ao estuque, de temática alegórica e alegoria da Caça e da Música; na sala de jantar, tecto com pintura alegórica. A O. capela de planta longitudinal, com uma só nave: fachada principal com embasamento proeminente, de pano único rematada por um frontão triangular, é rasgada por um portal de verga direita e por um óculo; torre sineira, a O., rematada por um cupulim, recuada em relação à fachada principal. A cobertura é um telhado de 2 águas na nave e domo sobre a capela-mor. Perto do largo da igreja tem ínício uma das alamedas de entrada nos jardins; uma escadaria liga a grande alameda da entrada ao patamar do lago, escondendo uma gruta de embrechados, a Casa da Cascata, servida por um portal em arco semi-circular ladeado de 2 colunas coroadas por um frontão; no grande lago jogos de água que brotam, ao centro, de um grupo de sereias; o último plano, ou terraço, tem um pequeno jardim fechado com pavilhões de fresco aos cantos a enquadrar o palacete; a E. uma réplica do Santuário das ruínas de Estoi (v. PT050805020001). Todos os muros do jardim são coroados por bustos de cerâmica representando diversas personagens da época. Escadarias encimadas com o brasão de armas dos Carvalhais e gruta de embrechados. No terraço superior, o Patamar da Casa do Presépio, existe grande pavilhão com vitrais e fontes decoradas com ninfas e nichos em azulejos. Mirantes nos extremos dos jardins. A Pousada possui 63, piscina exterior, restaurante, bar e sala de reuniões.

Acessos

Rua de São José, 6 - 8, Rua Nova da Barroca e Rua da Horta Nova.

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 129/77, DR, 1.ª sére, n.º 226 de 29 setembro 1977 *1

Enquadramento

Urbano, planície, isolado. A entrada do palácio dá para a estreita R. de São José.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: quinta

Utilização Actual

Comercial e turística: pousada

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Enatur, Protocolo de cedência de 23 Junho 1999

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Domingos António da Silva Meira (remodelação Séc. 19); Gonçalo Byrne (projecto de adaptação a Pousada); ARQUITECTO PAISAGISTA: João Cerejeiro (Séc. 21); PINTORES: Domingos Costa (finais séc. 19) e José Maria Pereira Júnior (início do séc. 20)

Cronologia

Séc. 18, finais - construção do palácio numa fazenda denominada "Jardim" que pertencera ao Marechal de Campo Francisco José de Carvalhal e Vasconcelos ( 1756 - 1823 ) e na qual realizou uma recepção ao Governador militar do Algarve, o general Maurim, durante a ocupação napoleónica; a edificação foi iniciada por Fernando Moreira Pereira do Carvalhal, filho primogénito do primeiro proprietário e fidalgo da Casa Real; 1866, 23 Out. - O morgado José Maria Pereira do Carvalhal estabelece em testamento a venda do palacete e jardins após a sua morte, distribuindo-se pelos pobres o produto da venda; o Palacete não foi de imediato vendido após a morte do testador, já que este havia deixado usufruto da propriedade às suas irmãs; 1893 - José Francisco da Silva ( 1840 - 1926 ), abastado proprietário da região e chefe do Partido Progressista e Governador Civil ( 1905 - 1906 ), adquire o palacete pela quantia de 5 446$23,4 réis a José Martins Caiado, João Pires e Maria do Carmo Mascarenhas; em Janeiro dá início aos trabalhos de restauração do imóvel sob a direcção do arquitecto e decorador Domingos António da Silva Meira; 1906, 9 de Janeiro - José Francisco da Silva, devido ao seu empenho nos trabalhos, recebe o título de Visconde de Estoi; 1909, finais de Abril - conclusão das obras nas quais se gastaram mais de 109.565$85,9 réis; 1909, 02 de maio - grande festa de inauguração nos jardins do Palácio; 1926 - após a morte do Visconde de Estoi o palacete fica na posse da sua afilhada Ana Zeferino, passando mais tarde a Maria do Carmo e Maria de Luz Assis Machado, filha e neta daquela;1988 - A propriedade é adquirida pela Câmara Municipal por 140 000 contos; 1999, 23 de Junho - protocolo de cedência à Enatur do "Palácio com todas as suas dependências, logradouros e jardins" para instalação de pousada; 1999, 04 Agosto - homologação pelo secretário de Estado das Obras Públicas do Protocolo de cedência à Enatur; 2009, meados - abertura da Pousada, projecto de adaptação do Arq. Gonçalo Byrne.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Cantaria, alvenaria, mosaicos, azulejos, estuques, madeira em portas, caixilhos e tectos, telha. Vegetal: laranjeira (Citrus sinensis), palmeiras.

Bibliografia

AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1969 - 1971; CAMPOS, Nuno, Dois Brasões, uma Família, Anais do Município de Faro, vols. XXIX /XXX, 1999 - 2000, pp.159 - 171; CARITA, Helder e CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal, ou da originalidade e desaires desta arte, 1978; MELLO, Magno Moraes, Pintura do Concelho de Faro: Inventário, CMF, GGRP, Faro, 2000; OLIVEIRA, Francisco X. Ataíde, Monografia de Estói, Porto, 1914; PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota (dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa), Lisboa, 1998.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN / DSID, DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN / DSID, DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN / DSID, DREMS; Conservatória Registo Predial de Faro, nº 1178/130988

Intervenção Realizada

1992 / 1993 - obras de conservação, restauro do presépio, restauro das pinturas murais, de frescos do jardim e dos estuques da cúpula da capela; 1994 - obras de recuperação; 1995 - obras de adaptação a residência oficial, Instalação eléctrica e telefónica; 1999 - conservação e restauro de espaços interiores; recuperação coberturas; recuperação e consolidação estuques, madeiras, pinturas; instalação infraestruturas rede eléctrica e de detecção de incêndios.

Observações

*1- DOF... Palácio de Estói com os seus jardins, fontes e estuária

Autor e Data

João Neto 1991

Actualização

1999
 
 
 
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