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Edifício e estrutura Edifício Assistencial Lar
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Descrição
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De planta rectangular, adaptado ao terreno, com a fachada principal de um piso sobreelevado, com um recuado atinge quatro pisos na extremidade E.. Adossados a N. e S. alguns espaços de volumetria diversa, destacando-se a S. um extenso solário em ferro e vidro. Volumes articulados limitados por platibanda, com coberturas diferenciadas, em telhados de três e quatro águas, e planas constituindo terraços ou varandas nos corpos adossados. A fachada principal simétrica, orientada a O., subdividida em três corpos, através de pilastras rebocadas, é marcada no corpo central por espaldar elevado escalonado onde se ergue no ponto mais elevado a escultura da Caridade. Entre o espaldar e os pináculos cerâmicos sobre plintos apoiados nas pilastras das extremidades, sucedem-se elementos cerâmicos denteados e relevados tipo ameias, sobre cornija cerâmica recortada e enxaquetada. Os corpos laterais, com embasamento rebocado escalonado, apresentam lambrim de azulejos padrão, limitado por friso cerâmico saliente, a marcar o parapeito de duas janelas engradadas de duas folhas encimadas por arcos em ferradura com caixilhos metálicos tipo rosácea. No contorno dos arcos, frisos salientes desenham moldura com placas cerâmicas e intercaladas por reboco. Sobre as duas janelas dos corpos laterais, envolvidos por molduras rebocadas salientes, destacam-se dois altos relevos, o do lado esquerdo a infância e o da direita a velhice *2. O corpo central destaca-se pelo portal duplicado e porticado, constituído por dois arcos em ferradura, apoiados em três colunas de fuste circular decorado, com capitéis com folhas de acanto estilizadas. As portas de duas folhas, encimadas por rosácea metálica surgem num plano recuado. O fuste das colunas de grande riqueza cromática, apresenta-se subdividido por anéis com frisos relevados intercalados por revestimento cerâmico, liso, raiado com tonalidades desde o amarelo, castanho, laranja e cor de tijolo. Sobre os capitéis três pequenos frontões triangulares relevados. A sobrepujar as molduras do pórtico, iguais ás das janelas, painel rectangular emoldurado de remate escalonado, onde ressalta ao centro um medalhão circular, com o busto em alto relevo do Casal Costa, ladeado por dois painéis com inscrições, envolvidos por azulejos padrão relevados, com as mesmas tonalidades das colunas. No painel do lado esquerdo e do lado direito pode ler-se respectivamente: "Creche Emília de Jesus Costa" e "Asylo António Almeida da Costa". As fachadas laterais e posterior, são moduladas principalmente por janelas de duas folhas, com bandeira, e moldura estreita rebocada. Na das traseiras ressaltam na platibanda duas grandes chaminés. No INTERIOR, o edifício organiza-se articulando nos dois últimos pisos, os quartos das Mulheres e dos Homens. No piso inferior inserem-se as áreas comuns, e sociais como o refeitório, cozinha, recepção, áreas administrativas e centro de saúde de atendimento ao público. O piso térreo relacionado com o arruamento das traseiras articula espaços oficinais de artesanato, arrumos, cabeleireiro, despensa e etc. A caixa de escadas junto ao elevador, localiza-se no limite do edifício pré-existente para a área ampliada. É de planta triangular de três lanços, intercalada por patamares. A expressão arquitectónica do espaço interior é simples e despojada, marcada por pavimentos em corticite e superfícies rebocadas. |
Acessos
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Santa Marinha, Rua de Almeida Costa , n. º 119 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, de quatro frentes implanta-se num lote de planta trapezoidal, com as duas fachadas O. e E. confrontantes respectivamente com a R. de Almeida Costa e a R. Particular Ás Árvores. Entre o edifício e o limite N. do terreno existe uma área de acessos de serviço e alguns anexos de apoio. Para S. do imóvel, articulam-se adaptados ao terreno diversos percursos pedonais, em escadas ou rampa no sentido O. - E., permitindo um acesso ao piso térreo do mesmo. A área a S. do lote *1, confrontante com o terreno da Casa do Costa (v. PT011317160036), está a ser ocupada por um novo equipamento da Misericórdia. Nas proximidades a N., confrontando com o arruamento da parte posterior ergue-se o recente Lar Residencial Conde das Devezas. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Assistencial: lar |
Utilização Actual
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Assistencial: lar |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Arquitecto: Arlindo Sá *4; Escultor: Joaquim Teixeira Lopes (estátua da caridade *5, atr. do relevo da velhice) |
Cronologia
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1865 - Fundação da Fábrica de Cerâmica das Devesas por António Almeida Costa; 1915, 27 Junho - inauguração do Asilo António de Almeida Costa *6; 7 de Novembro - morre António Almeida e Costa *7, tendo por testamento legado as suas propriedades ao Asilo António de Almeida Costa e Creche D. Emília de Jesus Costa, cujo funcionamento confiou às creches de Santa Marinha, designando uma Comissão Administrativa, para que se encarrega-se da respectiva administração; 1920, 25 Julho - a Comissão Administrativa numa reunião entendeu que deveria juntar o asilo e a creche no asilo recentemente inaugurado, sugerindo que a creche ficasse no último piso e os asilados no piso inferior; 1937, 16 Julho - a Comissão Administrativa, transfere para a Misericórdia de Gaia a administração do Asilo António de Almeida Costa e Creche D. Emília de Jesus Costa; 1938, 1 Janeiro - formaliza-se a transferência para a Misericórdia de Gaia, ficando, então, além do Asilo e Creche, todos os valores da herança a cargo da Misericórdia *8; 1978 - Projecto de ampliação e Remodelação do Lar da autoria do Arquitecto Arlindo Sá; 1979 / 1983 - obras de remodelação e ampliação; 1983, 16 Julho - inauguração oficial; 1999, 14 Abril - despacho de classificação do conjunto. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista |
Materiais
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Paredes exteriores rebocadas; cobertura em telha; paredes interiores rebocadas e ou estucadas; tectos estucados; pavimentos revestidas a mosaico cerâmico ou corticite; caixilharias de madeira ou ferro pintadas. |
Bibliografia
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Fábrica Cerâmica e de Fundição das Devesas, António Almeida da Costa & Cª. , Vila Nova de Gaia, Catálogo, Real Typ. Limt. Lusitana, Gaya - Porto, 1910; LOPES, A. Teixeira, Ao correr da pena. Memórias de uma vida..., Vila Nova de Gaia 1968; VILA, Romero, A Fábrica do Costa das Devesas, in Amigos de Gaia, Vila Nova de Gaia, Maio 1979, pags. 5 a 10 ; 1ª Exposição de Cerâmica de Gaia, Catálogo da Exposição Temporária, Amigos de Gaia com Casa -museu Teixeira Lopes, 1979; SILVA, Germano, Vitória, Porto 1995; CORDEIRO, José Manuel, As Fábricas portuenses e a produção de azulejos de fachada (Sécs XIX - XX), in Azulejos no Porto, Catálogo da Exposição Temporária- Mercado Ferreira Borges, Câmara Municipal do Porto, Porto, 1996; LUÍS, Agustina Bessa, O Porto em vários sentidos, Lisboa 1998; SILVA, Francisco, A Misericórdia de Vila Nova de Gaia, 1929-1999, Porto 1999. |
Documentação Gráfica
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SCMVNG:AH; CMVNG |
Documentação Fotográfica
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DGEMN:DSID, SIPA; SCMVNG: AH |
Documentação Administrativa
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DGEMN:DSID; SCMVNG: AH; CMVNG |
Intervenção Realizada
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SCMVNG: Anos 80 - Pintura exterior do imóvel e reparações gerais; 1990/91 - construção do Pavilhão Joaquim Oliveira Lopes; 2000 - em obras (remodelação da capela, pinturas interiores diversas e construção de um novo equipamento nos terrenos a S. do Lar). |
Observações
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*1 - Esta área, era outrora uma zona verde agrícola de fruição do asilo; *2 - Existe um friso em bronze com este nome na Casa-Museu Teixeira Lopes; *3 - tem um pequeno centro de saúde que presta cuidados médicos e cuidados de enfermagem à população; *4 - autor do projecto de ampliação e remodelação do asilo (1979 / 1983); *5 - na Casa-Museu Teixeira Lopes, encontra-se um exemplar em mármore; *6 - já tinha falecido Emília de Jesus Costa e pela acta da inauguração António Costa não esteve presente por estar doente, sendo assinada por um dos sócios da fábrica; *7 - no testamento "depois de dispor algumas verbas a favor de familiares e de instituições e entidades diversas, legou o remanescente da sua grande fortuna - terrenos, prédios, etc. - ao Asilo António de Almeida Costa e Creche D. Emília de Jesus Costa (nome da sua falecida esposa), cujo funcionamento confiou ás creches de Santa Marinha, designando uma Comissão administrativa, para que se encarregasse da respectiva administração, e conferindo à mesma o direito de, se tal se mostrasse aconselhável e conveniente, transferir a direcção e manutenção do Asilo e da Creche para quem melhor pudesse garantir o seu bom funcionamento."; *8 - "ficando desde então todos os valores da herança assim como o funcionamento do Asilo (actual Lar António de Almeida Costa) e da Creche D. Emília de Jesus Costa a cargo da Misericórdia"; *9 - por fotografias antigas do edifício original verificava-se que o imóvel era de dois pisos, planta rectangular e apresentava uma cobertura simples em telhado de quatro águas com beiral saliente. A profundidade do asilo era mais reduzida não confrontando com o arruamento das traseiras. As aberturas das restantes fachadas eram caracterizadas por uma sucessão ritmada de janelas altas de guilhotina; *10 - foi considerada apenas a área livre a N. do edifício e a que lhe fica imediatamente a S., não contemplando a área em obras que ficará afecta ao novo imóvel. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 2000 |
Actualização
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