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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal composta pela nave e pela capela-mor. Integra uma capela de planta quadrada adossada ao lado S. da nave, bem como a sacristia de planta rectangular adossada à capela-mor. Encontra-se desprovida de cobertura, à excepção da capela lateral que conserva ainda o telhado de quatro águas. A fachada principal, orientada a O., apresenta um portal em arco pleno com duas arquivoltas e impostas salientes molduradas. Acede-se ao portal através de dois lanços de degraus de sentido oposto, formando patamar central. Sobre o portal observam-se quatro mísulas alinhadas *1. O campanário, de dupla abertura sineira e remate recto, encontra-se colocado no eixo da porta, cortando a empena angular. O alçado lateral N. mostra uma descontinuidade no pano murário da nave, onde se abre uma porta em arco pleno, registando-se uma fresta recta com capialço no corpo da capela-mor. Enquanto isso, no alçado lateral S. apenas se observa uma fresta idêntica na capela-mor e na sacristia. No corpo da capela lateral, destacam-se duas gárgulas de canhão. O alçado posterior, virado a E., conta uma fresta em arco pleno na cabeceira e uma pequena janela na capela lateral. O espaço INTERIOR apresenta uma nave segmentada mais ou menos a meio por uma parede transversal, onde foi inserida uma porta de lintel recto, encimada por uma fresta. No espaço junto ao portal observa-se uma pia de água benta semicircular e, no lado oposto, jaz a pia baptismal de forma semiesférica e, ao lado, observa-se a base de uma coluna com motivos vegetalistas estilizados nos ângulos.. No espaço mais próximo do arco triunfal conserva-se a base quadrada do púlpito e respectiva escada. O arco triunfal é quebrado e lateralmente existem ainda as mesas dos altares colaterais. A capela lateral, assinalada pelo portal em arco pleno moldurado e encimado pela pedra de armas, possui o pavimento lajeado e um tecto de alfarje, sendo a capela privada da família Pinto da Fonseca. A capela-mor conserva a mesa do altar e a estrutura onde repousava o retábulo, com escadas laterais. No lado S. abre-se uma porta de lintel recto e ombreiras boleadas, de acesso à sacristia, onde subsiste o lavabo. |
Acessos
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Rua do Castelo |
Protecção
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Incluído na Zona de Protecção da Aldeia de Castelo Mendo (v. PT020902080007) |
Enquadramento
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Urbano. Situa-se no primeiro núcleo muralhado. Ergue-se, isolada, na cota mais elevada da povoação, ao centro de um vasto recinto delimitado pela cerca e dominado por afloramentos rochosos. A sua silhueta marca fortemente a imagem da Vila (v. PT020902080007), constituindo ao mesmo tempo o ponto de chegada de um percurso ascensional que se inicia a partir da Porta da Vila e tem como fio condutor a Rua Direita. Na sua proximidade apenas se observa o Castelo (v. PT020902080005) e as construções que definem a via de acesso ao terreiro. Integra dois cruzeiros adossados. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 13 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1229 - provável edificação do igreja, considerando a data do foral concedido por D. Sancho II, onde são mencionadas as autoridades religiosas e a instituição recente da paróquia; 1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a igreja taxada em 50 libras; integra o termo de Terra de Castelo Mendo e o bispado de Viseu; 1519, cerca de - o templo encontra-se representado nos desenhos de Duarte de Armas, observando-se a fachada principal, o portal em arco pleno e o campanário; séc. 16 - construção da capela lateral, tendo em conta a presença do tecto mudéjar e da gárgula de canhão; 1758 - constituía um curato dependente da abadia de Moreira e possuía quatro altares: o mor, altar do Espírito Santo, altar de Nossa Senhora do Rosário e altar de Nossa Senhora Conceição *3; 1834 - extinção da paróquia; 1889 - data epigrafada no lintel da porta da parede transversal da nave, revelando uma redução do espaço do templo. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Granito, cantaria sem revestimento e alvenaria rebocada; madeira; telha de canudo. |
Bibliografia
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COSTA, António Carvalho da, Corographia Portugueza, Lisboa, 1708; Dicionário Geographico de Portugal, (Memórias Paroquiais), 1758; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1973; AZEVEDO, Joaquim de, História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, Porto, 1877; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, Lisboa, 1924; SILVA, José Antunes e FERNANDES, José Manuel, Castelo Mendo, Estudo de Recuperação Urbana e Arquitectónica, Lisboa, 1979; ARMAS, Duarte de, Livro das Fortalezas, Lisboa, 1990, ( Fac-símile ); NEVES, Vítor Manuel Leal Pereira, Três Jóias Esquecidas, Marialva, Linhares e Castelo Mendo, Castelo Branco, 1993; CARVALHO, Amorim de, Castelo Mendo, um Conjunto Histórico a Preservar, Braga, 1995. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMAlmeida |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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DGEMN: 1999 / 2000 - obras de conservação e valorização no âmbito do programa de Aldeia Históricas, com a consolidação de fachadas, tratamento dos remates dos alçados, refechamento de juntas, nivelamento do lagedo do pavimento, reconstrução da cobertura e reparação do tecto da capela lateral; colocação de grades de ferro nos vãos de acesso e iluminação do imóvel.. |
Observações
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*1 - a presença das mísulas denuncia a anterior existência de um alpendre. *2 - encontra-se incluída na matriz cadastral do Castelo (prédio militar). *3 - uma imagem em madeira policromada, representando Nossa Senhora dos Remédios e que a tradição oral diz ser proveniente da Igreja de Santa Maria do Castelo, encontra-se depositada na Igreja de São Pedro. *4 - no âmbito do Programa de Reabilitação das Aldeias Históricas de Portugal estão previstas obras de recuperação do imóvel e sua adaptação para espaço museológico; contudo, no Estudo de Recuperação Urbana e Arquitectónica ( SILVA e FERNANDES, 1979 ) ficou registada a proposta de recuperação do imóvel para a função religiosa. |
Autor e Data
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Margarida Conceição 1997 |
Actualização
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Lúcia Pessoa 2000 |
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