Forte de São Brás
| IPA.00015931 |
Portugal, Ilha de Santa Maria (Açores), Vila do Porto, Vila do Porto |
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Forte marítimo construído no séc. 17, bastante alterado devido às vicissitudes históricas, de traçado abaluartado, adaptado à morfologia e configuração do terreno de implantação, com planta trapezoidal irregular, com face virada ao mar de ângulos curvos, conservando guarita cilíndrica num deles. Apresenta escarpa em talude, rematada em cordão e parapeito de merlões e canhoneiras exceto na face virada a terra que tem muro aprumado, rasgado por portal de arco abatido superiormente rematado em cornija. As cortinas viradas ao mar conservam maior integridade. Integra edifício de planta quadrangular e fachadas de dois pisos, com cunhais apilastrados, rasgado na principal por duas portas de verga reta cobertas pelo balcão da escada de acesso ao segundo, onde se abre porta e janela. |
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Número IPA Antigo: PT072107050007 |
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Registo visualizado 1247 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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Planta trapezoidal irregular, com os ângulos da face virada a S. curvos, tendo adossado a NO. dois edifícios retangulares. Apresenta paramentos em talude, com a escarpa exterior rebocada e pintada de branco, coroada por cordão e por parapeito de merlões e canhoneiras, integrando no vértice SO., mais agudo e avançado ao mar, guarita cilíndrica, coberta por cúpula de cantaria, coroada por pináculo, a partir do qual existem elementos relevados, tipo pétalas. A N. o recinto é limitado por muro aprumado, percorrido por friso de cantaria, rasgado por portal de cantaria, com arco em asa de cesto sobre pilastras e rematando em cornija reta, coroada por três pináculos, o central mais alto. À esquerda adossa-se a Ermida de Nossa Senhora da Conceição, mais alta e, à direita, avança o edifício do comando e quartel. INTERIOR com cota rebaixada, pavimentado a paralelos, possuindo o portal vários degraus para vencer o desnível. O edifício do comando e quartel tem planta retangular, com cobertura de duplo telhado de quatro águas, rematadas em beirada simples. Apresenta fachadas de um ou dois pisos, rebocadas e pintadas de branco, com cunhais de cantaria; a fachada principal, virada a S., têm dois pisos, rasgadados ao nível do segundo por janela de peitoril e porta de verga reta, descentrada, ambos moldurados e acedido por escada de cantaria, formando balcão, com guarda plena rebocada e pintada de branco e capeada a cantaria; inferiormente abrem-se dois portais retangulares, moldurados, e, no alinhamento da fachada, dois outros portais; sob o balcão, existe arco perpendicular estabelecento a ligação entre o espaço. A fachada lateral esquerda, virada ao atual porto, é rasgada por janela de peitoril, pouco acima do parapeito e a lateral direita é cega; a posterior, virada a terra, é rasgada por janela de peitoril moldurada, com caixilharia de guilhotina. As canhoneiras do parapeito do forte conservam nove peças de artilharia antigas, sobre reparo de madeira. A guarita tem acesso por porta de verga reta moldurada e é rasgada por vão quadrangular virado ao mar. |
Acessos
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Vila do Porto; Largo Sousa e Silva |
Protecção
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Incluído no Núcleo urbano de Vila do Porto (v. PT072107050009) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, construído no extremo S. da crista perpendicular à linha de costa sobre a qual se desenvolve o núcleo urbano, em posição dominante ao antigo e ao atual porto de Vila do Porto, formando miradouro. Implanta-se adaptado à plataforma do rochedo e ao declive do terreno, adossando-se a NE. a Ermida de Nossa Senhora da Conceição (v. PT072107050016), numa cota superior, e desenvolvendo-se nessa face virada a terra amplo largo, com vários desníveis, pavimentado a paralelos; a O., o largo é delimitado por muro com bancos, coberto por pérgula. Ao centro do terrapleno do forte, ergue-se padrão de cantaria em homenagem aos tripulantes do Caça-Minas Augusto de Castilho. Num nível inferior ao do forte, e para complemento da sua defesa, existiam no porto da vila dois fortins, denominados da Areia. Nas imediações, erguem-se a N. outros imóveis de interesse arquitetónico. |
Descrição Complementar
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À direita do portal do forte existe a inscrição em cantaria relevada "FORTE DE / S. BRÁS". |
Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1581 /1582, cerca - descrição das diferentes incursões de corsários à ilha de Santa Maria por Gaspar Frutuoso, que não faz qualquer referência ao forte de São Brás; séc. 17 - época provável da construção do forte, durante o período em que o Capitão-mor de Santa Maria, João Falcão de Sousa, exerceu o cargo de superintendente das obras de fortificação da ilha; 1717 - descrição das defesas da ilha: "A defeza desta Villa, & de toda a Ilha, era de antes pouca, sendo que tem huma legoa de pòstos [portos] por onde podia ser entrada, & o foy então tres vezes, de Mouros, Inglezes, & Franceses; mas depois se lhe fizerão no Castello da praya dous Fortes com quatorze peças, & adiante hum Forte com algumas; na Villa dous Fortes com sua artelharia; o que tudo não só manda o Governador, & Capitão Donatario, [...] mas immediatamente hum Capitão de artelharia com trinta Artilheiros, além do Capitão mor, officiaes, & gente da ordenança; que quando pelas mais partes da Ilha, he por natureza inconquistavel, havendo alguem que das rochas só com pedras a defenda." (Cordeiro, p. 106); 1815 - referência à fortificação por José Carlos de Figueiredo como "Castello de S. Bras na Villa no meio do porto com catorze peças, sendo as duas melhores da casa do Capitão Mor Francisco Barbosa de Sousa Coutinho, e as do Castello por estarem já corrutas são de pouco trabalho"; 1906, 28 fevereiro - cedência do forte pela Secretaria de Guerra à Câmara Municipal de Vila do Porto; posteriormente procede à destruição parcial das cortinas do forte, durante a noite, para no seu lugar construir em substituição uma balaustrada; 1929, 4 outubro - inauguração do monumento no interior do forte; 1960, década - reconstrução do forte pela Câmara segundo a sua antiga traça; 1966, 11 dezembro - reinauguração do forte após reconstrução; 1969 - informação de que a Câmara de Vila do Porto estava interessada na cedência do edifício do antigo quartel no forte, ainda na posse do Ministério das Finanças, a fim de o demolir por "imperativos de urbanização"; o edifício, em ruínas, era constituído por uma casa de dois pavimentos, com a área de 87 m2, uma caserna composta por uma pequena casa térrea com 58 m2 e um paiol abobadado em ruínas, com 28 m2; 1970 - cedência do forte à Câmara de Vila do Porto, que, no entanto, deveria manter as construções existentes, tentando-se a sua valorização; 30 março - Câmara decide solicitar à DGEMN para reparar o edifício, visto a Câmara não ter meios para o fazer; 1978 - estudo de adaptação do edifício do antigo quartel do forte a casa de chá pela Direção dos Serviços dos Monumentos Nacionais; o projeto previa a manutenção da volumetria do edifício, incidindo as alterações apenas no interior, com as consequentes modificações de fenestração a fim de possibilitar uma boa adaptação às novas funções; posteriormente a Câmara Municipal de Vila do Porto cede ao Clube Motard de Santa Maria, através de um Contrato de Comodato, a título gratuito, pelo prazo de 10 anos, o corpo dos antigos quartéis. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de pedra rebocada e caiada; cordão, cunhais, molduras dos vãos, portal, capeamento e outros elementos em cantaria; portas, caixilharia e portadas de madeira; portão de ferro; vidros simples; cobertura em telha de meia-cana tradicional, rematados por beiral simples. |
Bibliografia
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BASTO, Barão de, Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados, que se achão ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração d'aquelles que se podem desde já desprezar (Arquivo Histórico Militar), in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997; CORDEIRO, António (Pe.), História Insulana das Ilhas a Portugal Sujeytas no Oceano Occidental, Terceira (Açores), Secretaria Regional de Educação e Cultura, 1981; DIAS, Pedro, Arte de Portugal no Mundo - Açores, Lisboa, Público - Comunicação Social S.A., 2008; FIGUEIREDO, José Carlos de, Descripção da Ilha de Sancta Maria por José Carlos de Figueiredo, Tenente Coronel d'Engenheiros, que em 1815 ali foi em Comissão, in Insulana, vol. XVI (2º semestre), 1960, pp. 205-225; FIGUEIREDO, Nélia Maria Coutinho, As Ilhas do Infante: a Ilha de Santa Maria, Terceira (Açores), Secretaria Regional da Educação e Cultura / Direcção Regional da Educação, 1996; FRUTUOSO, Gaspar, Saudades da Terra, Livro III, Ponta Delgada (Açores), Instituto Cultural de Ponta Delgada, 2005; MONTEREY, Guido de, Santa Maria e São Miguel (Açores): as duas ilhas do oriente, Porto, edição do Autor, 1981; http://www.inventario.iacultura.pt/smaria/vilaporto_fichas/11_25_124.html, julho 2012. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DSMN |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DSMN |
Intervenção Realizada
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CMVila do Porto: 1966 - obras de reconstrução; 2012 - arranjo do largo envolvente. |
Observações
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*1 - O forte é também referido como Castelo de São Brás. |
Autor e Data
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Paula Noé 2012 |
Actualização
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