|
Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Moradia / Vivenda
|
Descrição
|
|
Acessos
|
Paderne, EN 395 ao 52,5Km, lugar de Mem Moniz. WGS84 (graus decimais) lat.: 37,166392, long.: -8,218994 |
Protecção
|
Inexistente |
Enquadramento
|
Rural. Implantado junto ao pequeno aglomerado de Mem Moniz, na frente O. do vale da Ribeira de Alte, em encosta marcada pelo traçado recente da autoestrada A2 (Almada - Paderne), do qual o imóvel dista apenas c. 330m em linha recta. O edifício confronta a S. com o antigo traçado da E.N. 395 (em apertada curva e cota inferior à actual) e, a N. e O., com um vasto complexo industrial (extracção de argila e fabrico de cerâmica para construção civil) o qual foi alterando, ao longo do tempo, o perfil natural da pequena elevação existente e a paisagem rural primitiva (olivais e amendoais dispersos). |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Residencial: casa |
Utilização Actual
|
Residencial: casa |
Propriedade
|
Privada |
Afectação
|
|
Época Construção
|
Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITECTO: Manuel Maria Cristóvão Laginha (1919-1985) |
Cronologia
|
1950, Agosto - a revista "Arquitectura", de Lisboa, publica no seu número 35 (organizado pelos arquitectos Candido Palma de Melo e Francisco da Conceição Silva) uma "Moradia no Algarve", obra do Arq. Manuel Laginha situada nos arredores de Paderne (Albufeira), "centro do Algarve", e ilustrada por planta de localização, planta do piso elevado, corte e imagens do exterior (fachada S., ângulo SE., pormenor de pérgola) e do interior. A implantação da casa, no enfiamento da estrada nacional e no ponto em que o seu perfil inflecte, é apresentada como uma justificação para o "partido geral" adoptado, isto é, o desenvolvimento em primeiro andar pouco elevado sobre um embasamento dedicado a armazém de arrecadação de frutos (a casa é parte de um "núcleo de indústria agrícola") é "uma consequência funcional em relação ao conjunto, uma forma de defesa contra ruídos e poeiras e, ao mesmo tempo também, uma imposição de ordem topográfica e perspéctica". Os princípios subjacentes à arquitectura proposta são defendidos clara e detalhadamente: "O partido geral é franco e resulta com naturalidade do estudo das condições climatéricas e da valorização dos pontos de vista. Assim surgiu a criteriosa aplicação do sistema de protecção solar adoptado - persianas nos quartos de dormir e quebras-sóis fixos, de cimento armado, na zona social. Como resultado da compreensão e consideração pelos dados tradicionais, em sentido contrário ao da rotina e do academismo, adoptou o autor uma cobertura inclinada num só tramo e com franca tradução em alçados. O acesso exterior em rampa é outro elemento valioso da sua composição arquitectónica. Atente-se ainda na forma fluente como foi conseguido com materiais comuns a integração do conjunto no ambiente geral. A nossa chamada especial faz-se, contudo, para o significado de que se reveste a vitória dos lavados conceitos de arquitectura racional defendidos nesta Revista, sobre certos moldes formais já consagrados e sempre, por isso, mais fáceis de impor em meio certamente repleto de dificuldades, como este. Isso quererá dizer que a batalha da arquitectura moderna é árdua, mas que, decididamente, não está perdida" ("Moradia no Algarve", Arquitectura n.º 35, Agosto 1950, pp.4-6). A moradia, de acordo com as plantas publicadas, ergue-se em lote ladeado, a E. e O., por outros lotes já construídos, sendo que a frente do lote a O. se estende, em pequeno dente, sobre a frente da obra em questão. O programa distribui-se por zona de convívio / social, com sala comum subdividida, por cortinado, em áreas de entrada, refeições, estar, etc.; zona de serviço com cozinha, despensa e varanda posterior; e zona íntima, com 5 quartos acessíveis a partir de um vestíbulo interior (dotado de clarabóias para iluminação zenital) e instalações sanitárias. Sala e cozinha, que ocupam toda a metade E. do piso elevado, são compartimentos pontuados pela estrutura de suporte da cobertura, que se afirma sob a forma de esbeltos pilares de secção circular. A apresentação desta modesta obra, erguida em contexto rural e localização periférica, como sinal da "vitória" da arquitectura moderna, implicou um cuidado especial no tratamento da imagem a publicar: para este efeito, Manuel Laginha manipula as fotografias do exterior da obra terminada, recortando daquelas a pequena construção adossada a E., preexistência de características rurais, e substituindo-a por vegetação (ML NP977.DGEMN). A obra aparece, assim, liberta dos constrangimentos que a realidade ainda impõe e que, neste caso, são demasiado condicionantes da pureza da imagem moderna pretendida - veja-se, por exemplo, o pequeno vão de peito da antiga casa, colado ao cunhal da nova construção (ML NP37.DGEMN, NP103.DGEMN); 2006 - o edifício encontra-se substancialmente desfigurado, por ter sido objecto, em data indeterminada, de intervenções profundas. Avultam, entre outros, a aposição de uma cobertura de telhado de 4 águas, em substituição da anterior de uma água única; o corte da rampa de acesso ao piso elevado e colocação, no seu lugar, de uma escada de um só tramo e alpendre, dotados de balaustrada; o fechamento da parede de vidro e lâminas quebra-sol verticais em cimento, que primitivamente encerrava a sala a S., com parede opaca pontuada por vãos de peito e uma porta; e o remate superior do alpendre criado com dois arcos abatidos. Refira-se que o próprio perfil da estrada nacional foi alterado, com a sobreelevação geral das cotas de pavimento e a adopção de curvaturas mais suaves, interferindo de modo definitivo na leitura do edifício a partir da rodovia |
Dados Técnicos
|
|
Materiais
|
|
Bibliografia
|
Moradia no Algarve. Arquitecto Manuel Laginha, Arquitectura n.º 35 Agosto 1950, pp. 4-6. |
Documentação Gráfica
|
DGPC: Espólio Manuel Laginha ML NP 1016 |
Documentação Fotográfica
|
DGPC: DGEMN:DSID, Espólio Manuel Laginha ML NP 37, NP 42, NP 103, NP 977, NP 980, NP 998 |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
|
Observações
|
EM ESTUDO. A casa é adossada, a O. e N., ao conjunto de instalações fabris da empresa Faceal (Fábrica de Cerâmica do Algarve, S.A., 8200-488 Paderne - Albufeira, tel. 289 367 106, fax 289 368 018) |
Autor e Data
|
Ricardo Agarez 2006 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |