Edifício do Banco Nacional Ultramarino (BNU) / Museu Islâmico de Tavira

IPA.00016288
Portugal, Faro, Tavira, União das freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago)
 
Edifício residencial multifamiliar e serviçosl oitocentista, vernacular e modernista, de dois registos e secções de telhado de tesouro; intervenção modernista na aplicação da racionalidade estrutural e espacial ao corpo central do imóvel, por forma a transformá-lo num espaço musealizável.
Número IPA Antigo: PT050814060050
 
Registo visualizado 2037 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial multifamiliar  Edifício  Edifício residencial e serviços  

Descrição

Planta longitudinal irregular, composta por três corpos de distintos, dois rectângulos unidos por um trapézio. Volumes articulados, massas dispostas na vertical com cobertura diferenciada, em tesouro a três e quatro águas nos corpos rectangulares, e terraço no corpo central trapezoidal. Fachada principal a SE., correspondendo ao corpo rectangular principal do edifício, disposta em três registos e com pequeno embasamento de cantaria; primeiro registo composto por seis vãos de arco recto, uma porta de acesso ao interior ladeada por duas janelas de cada lado e uma porta mais antiga, de arco recto mas com cornija no extremo S.; sobrepujando as janelas e a porta principal uma inscrição: "BANCO NACIONAL ULTRAMARINO"; segundo registo separa-se do primeiro através de uma pequena cornija e compõe-se de três portas, de feição idêntica à que se encontra no extremo S. do primeiro registo, simetricamente colocadas e dotando a fachada de uma organização tripartida; cada porta contém uma pequena varanda de grelha rectangular e decoração em ferro ao jeito de balaustrada; ainda no segundo registo, dois óculos circulares não simetricamente dispostos; terceiro registo corresponde à cobertura deste corpo rectangular, telhado de três secções de tesouro a três águas, e a uma estrutura moderna que prolonga em altura o corpo trapezoidal central do imóvel, retraído em relação à fachada principal e integralmente composto por uma série de janelas quadradas num mesmo eixo horizontal, terminando o edifício num ângulo recto. Fachadas laterais adossadas. Fachada posterior NO., que planimetricamente corresponde ao segundo rectângulo irregular que compõe o edifício, igualmente a três registos e organizada de forma pouco harmónica, com um amplo corpo central e um corpo N. bastante menor e secções do telhado não dispostas axialmente em relação aos vãos dos registos inferiores; primeiro registo deste corpo central composto por vários vãos de acesso ao interior e iluminação, duas portas de arco recto mas distintas separadas por um pequeno óculo circular, ladeadas por uma janela a N. e três janelas a S.; corpo N. prolonga o edifício para lá da linha original de cunhais, contém apenas uma porta de acesso ao interior, não simetricamente disposta; segundo registo do corpo central compõe-se de duas portas com acesso a varandas individuais, idênticas às do segundo registo da fachada principal do imóvel, e um pequeno óculo circular, de menores dimensões que os restantes, mais próximo da porta N; corpo lateral N. deste segundo registo separa-se do primeiro através de uma varanda assente em dois modilhões, com balaustrada, e compõe-se de uma única porta idêntica às do corpo central; terceiro registo organizado de forma semelhante ao da fachada principal, com duas secções de telhado de tesouro a quatro águas sobre o rectângulo a que corresponde esta fachada e, retraído em relação a ela, o prolongamento em altura do corpo trapezoidal, sendo visíveis duas séries de três janelas quadradas no intervalo dos telhados de tesouro e sobre o pano N. da fachada. INTERIOR: Espaços diferenciados em várias dependências, com quatro pisos, estando bem marcada a divisão em três corpos planimétricos; primeiro piso de dimensões menores que os restantes, por se encontrar a uma cota inferior com o corpo rectangular principal reservado ao Atendimento Privado do BNU., com o Gabinete do Gerente a N.; sensivelmente no centro de todo o edifício, erguem-se os vestígios da antiga muralha islâmica a conservar, fazendo-se a comunicação entre o espaço principal e os espaços posteriores através de uma pequena porta colocada a N. da Muralha, acedendo-se assim ao Arquivo, WC, Copa e Área Técnica; duas portas a S. comunicam ainda este edifício com o prédio seguinte, igualmente reservado ao BNU.; segundo piso, o primeiro reservado ao Museu, tem entrada a partir de NO. e compõe-se de dois grandes Espaços Abertos destinados a Exposições, um correspondendo integralmente ao rectângulo principal do edifício, e outro à parte S. do rectângulo posterior; a N. os WC e no espçao entre a entrada e a muralha, o Acolhimento; terceiro piso destinado a uma zona musealizável a NO., é o último a conservar parte da muralha, estando já o corpo rectangular principal do imóvel à cota do telhado; quarto piso, concebido para os Serviços Técnicos do Museu, só é útil na área do trapézio irregular, estando os outros corpos já ao nível dos telhados; compõe-se de um átrio, WC, Gabinete e Área técnica, com um varandim sobre a muralha.

Acessos

Praça da República; Travessa da Fonte (acesso NO.).

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção das Muralhas do Castelo (v. PT050814060002) e na Zona de Proteção da Igreja da Misericórdia (v. PT050814060003)

Enquadramento

Urbano, a meia encosta, adossado. Implantado na Praça principal da cidade, tendo defronte o edifício da Câmara Municipal e, relativamente perto, a N., a Ponte sobre o Rio Gilão (v. PT050814050009) Fachada posterior, a NO., praticamente fronteira à Igreja da Misericórdia (v. PT050814060003). Fachadas laterais E. e O. adossadas.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: edifício residencial e serviços

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Manuel P. M. Magalhães (Projecto de Renovação e adaptação a Museu)

Cronologia

1950, década de - compra do edifício, que servia então como pensão, pelo B.N.U.; a agência fica sediada no primeiro piso, e os pisos superiores utilizados por privados; 1996 - escavações pelo Campo Arqueológico de Tavira põem a descoberto troço da muralha islâmica datada do séc. 12; 1999 - início das obras de renovação e adaptação a Museu sob projecto do Arq. Manuel P. M. Magalhães (obra em curso); 2002 - escavações pelo Campo Arqueológico de Tavira revelam no local a existência de uma fábrica de salga de peixe, da época fenícia, datável do Séc. 5 a. c.; 2010, Julho - as obras de adaptação a museu encontram-se em fase de acabamentos; 2011 - termine das obras; 2012, 25 de fevereiro - inauguração do Museu.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes, estrutura autónoma

Materiais

Alvenaria mista; madeira, telha, vidro simples, ferro, betão com laje, alumínio.

Bibliografia

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMT

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMT

Documentação Administrativa

CMT

Intervenção Realizada

CMT: 2000 - 2002 - obras de beneficiação da Agência Bancária; 2002 - 2011 - obras de recuperação para adaptação dos pisos superiores a Museu.

Observações

Autor e Data

Paulo Fernandes 2001

Actualização

 
 
 
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