Mosteiro de Landim
| IPA.00001714 |
Portugal, Braga, Vila Nova de Famalicão, Landim |
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Antigo mosteiro agostinho masculino com vasta cerca e edifício de planta composta, construído nas épocas românica, maneirista, barroca e rococó, formado por igreja de planta poligonal, com endonártex, nave principal e lateral de dois tramos, capela-mor bastante profunda, também de dois tramos, e torre sineira quadrangular adossada lateralmente, à fachada principal, e antigas dependências monacais, transformadas em residência no séc. 18, desenvolvidas lateralmente, com claustro rectangular, adossado à fachada lateral da igreja e corpos justapostos formando grande pátio, aberto para o exterior. Do período românico conserva-se a estrutura base da igreja, nomeadamente a nave central, metade da capela-mor e a estrutura do primeiro piso do claustro. Ainda se conservam alguns arcos e capitéis medievais aplicados nas arcadas cegas da capela-mor e restos que pertenceriam às arcadas do claustro, um deles decorado com entrançados. Alguns capitéis são semelhantes aos da Igreja de São Pedro de Rates (v. PT011313110001) e aos da Igreja e Santiago de Antas (v. PT010312020004), segundo modelos influenciados pela oficina de Santiago de Compostela. Conserva-se ainda, a cruz pátea da empena da nave, frisos axadrezados, encaixados nas paredes da capela-mor, os contrafortes, a parte superior do portal lateral que comunicada com o claustro, e a cobertura da capela-mor. No jardim junto à fachada lateral existem três arquivoltas que pertenceriam possivelmente aos portais principal e lateral N.. Do período maneirista conserva-se a fachada principal da igreja, a torre sineira, a nave lateral, acrescentada à nave única que existia, e o claustro. A fachada principal apresenta arcada plena e tripla, de acesso ao endonártex, encimada por nichos com imagens alusivas à Ordem e junto ao remate outro nicho com imagem da padroeira. A torre sineira, austera, apresenta no coroamento gárgulas de canhão e guarda vazada, simulando balaustrada. Na face frontal apresenta cartela barroca, com relógio e decoração de volutas. Claustro com colunata toscana, com galerias cobertas por tectos de masseira, com caixotões barrocos e no segundo registo, colunelos encaixadas no pano murário, que pertenceria à galeria superior, que seria aberta, tendo sido possivelmente fechada no séc. 18 após a venda do mosteiro. Interior da igreja com nave principal coberta por tecto de masseira com caixotões e nave lateral com tecto de madeira, também com caixotões. Coro-alto com oratório e órgão rococós em talha policroma com marmoreados e decoração de concheados, que se repete nas molduras que se encontram também no coro-alto e que emolduraria as janelas da capela-mor. Nave principal com silhar de azulejos de padrão seiscentistas, com púlpito com balaustrada de bolacha. Nave lateral pontuada por retábulos de diferentes épocas. Retábulo de São José neoclássico, retábulo de Santa Eufémia maneirista, com remate de época posterior, retábulo de Santa Luzia neobarroco, do final do séc. 19 ou princípio do séc. 20, com altar neoclássico e retábulo de Nossa Senhora da Assunção barroco joanino. Baptistério com pavimento de grés e azulejos industriais de padrão do séc. 19. Arco triunfal integralmente revestido de talha joanina, com retábulos colaterais, também joaninos, parcialmente integrados nos arcos laterais da nave, o do lado do Evangelho escavado na parede. Tanto a talha do arco triunfal, como os retábulos, apresentam decoração exuberante de anjos e motivos fitomórficos, com altares já rococós, ricamente decorados por concheados. A capela-mor prolongada durante as grandes obras maneiristas, apresenta cobertura em abóbada de berço de pedra, com arco toral assente em capitéis românicos. Retábulo-mor barroco nacional, com remate em arquivoltas que se ligam às colunas pseudosalomónicas dos eixos laterais. Apresenta semelhanças com o retábulo-mor do Mosteiro de São Bento da Vitória (v. PT011312150039), no Porto, entalhado por Gabriel Rodrigues. Tribuna e altar com alterações feitas no período rococó, introduzindo marmoreados e decoração de concheados. Antiga cerca pontuada por fontes barrocas e uma casa de fresco, conhecida como Casa do Paço, também da mesma época, com decoração interior de azulejos figurativos joaninos. O púlpito apresenta base de granito assente em duas mísulas, com porta entre elas. A parede do arco triunfal é integralmente revestida a talha, integrando no fecho do arco um óculo com vitral e possuindo nichos sobrepostos, com imaginária, no intradorso. A capela-mor é bastante profunda, sendo praticamente do mesmo tamanho da nave principal. A cornija de suporte da abóbada da capela-mor e o capitel do arco toral possuem pintura de acantos. O mosteiro conserva ainda a cerca, materializada numa extensa mancha verde, constituída por mata com várias espécies arbóreas, vinha, jardim, e uma casa de fresco, mandada construir pelos cónegos do mosteiro, com recinto para um jogo conhecido como Pela. |
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Número IPA Antigo: PT010312210011 |
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Registo visualizado 2489 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro masculino Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho
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Descrição
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Planta composta por igreja de planta poligonal com endonártex, nave principal e lateral de dois tramos, a N., capela-mor bastante profunda, também de dois tramos, e torre sineira quadrangular adossada lateralmente, a N., à fachada principal, e Casa do Mosteiro, antigas dependências monacais, desenvolvida lateralmente a S., com claustro rectangular, adossado à fachada lateral da igreja e corpos justapostos formando grande pátio a E., aberto para o exterior, no topo N.. Volumes articulados de dominante horizontal, quebrada pelo verticalismo da torre sineira, com nave lateral e capela-mor mais baixa do que a nave principal. Coberturas diferenciadas em telhados de uma água na nave lateral, duas águas na nave principal e capela-mor e quatro águas nas dependências monacais, e em coruchéu de granito, coroado por esfera, na torre sineira. IGREJA com fachadas em aparelho de granito. Fachada principal orientada, enquadrada por pilastras toscanas encimadas por plintos decorados por cartela oval, com pináculos piramidais emoldurados, com bola, rematada por empena frontão com cruz latina no vértice. Apresenta dois registos, separados por entablamento dórico, o primeiro correspondente à tripla arcaria plena, assente em colunas toscanas, de acesso ao endonártex, precedido por escadaria de lanço recto. Endonártex com cobertura em tecto de caixotões de madeira e pavimento em grés. Portal principal de verga recta, enquadrado por pilastras e rematado por entablamento. Segundo registo com janelão rectangular, ladeado por dois nichos concheados, com imagens pétreas de Santo Agostinho e São Teotónio, todos eles delimitados por pilastras dóricas, assentes em modilhões, sobre as quais assenta largo entablamento encimado, ao centro, por nicho concheado, com remate em entablamento, albergando imagem pétrea de Nossa Senhora da Assunção, enquadrado por pilastras compósitas e aletas com urnas de flores no extremo. Torre sineira de três registos, separados por cornija, o primeiro com duas frestas sobrepostas, na face lateral N., o segundo, na face frontal, com relógio, inserido em cartela quadrangular decorada por volutas, e pináculos iguais aos da fachada principal, embebidos na caixa murária, e fresta na posterior, e o último, correspondente à sineira, aberto por ventanas em arco pleno, nas faces frontal e laterais dispostas em par e na face posterior em trio. Remate em cornija, com gárgulas de canhão nos ângulos, encimada por guarda vazada, formando vãos quadrangulares, com pináculos piramidais com bola, também nos ângulos, e na face frontal pequena sineira, em arco pleno, com aletas, rematada por frontão de volutas. Fachada lateral N., com visível escalonamento dos vários corpos, com remates em cornija sob beiral e banda lombarda sob quádruplo beiral, na nave principal. Corpo da nave lateral, elevado do lado direito, com dois registos rasgado por fenestração de verga recta, e de um registo, no extremo oposto, com porta em arco abatido, demarcado no fecho, ladeada por janelas jacentes em capialço. Face lateral, virada a E., aberta por janela jacente em capialço. Pano da nave principal rasgado por três janelões rectangulares, em capialço, com arco pleno entaipado no extremo esquerdo. Pano da capela-mor com fenestração rectangular, composta por três janelões em capialço, com contraforte entre o dois primeiros, com friso axadrezado e duas janelas mais pequenas sobrepostas, no extremo esquerdo. Fachada posterior a E., apresentando o pano da nave principal, em empena coroada por cruz pátea, rasgado por óculo circular. Pano da capela-mor enquadrado por cunhais apilastrados encimados por pináculos, rematado por empena elevada, com cruz latina sobre acrotério, rasgado por duas janelas de verga recta, sobrepostas e pedra, com motivo axadrezado. INTERIOR com paredes em aparelho de granito, possuindo as da nave principal e capela-mor, silhar de azulejos seiscentistas de padrão, monocromos a azul, com moldura de latão. Nave principal com cobertura em abóbada de berço, em madeira, com caixotões, decorados por florões em talha dourada, nos ângulos. Pavimento em laje de granito. Coro-alto assente em arco abatido de pedra, sobre modilhões. Conserva parte de uma fila do cadeiral de madeira, com paredes decoradas por grandes molduras de talha, que anteriormente emolduravam os janelões da capela-mor. Do lado do Evangelho, junto a escada de acesso, encontra-se porta de comunicação com a Casa do Mosteiro. Parede fundeira com vitral representando Nossa Senhora da Assunção. Guarda em balaustrada de madeira, com oratório ao centro, em talha policroma a dourado, vermelho e verde, com pequeno altar em forma de urna, encimado pelo Crucificado, protegido por baldaquino com cúpula bolbosa, decorada por anjos de diferentes dimensões. Acesso ao órgão (positivo de costas) através do coro-alto, do lado do Evangelho. Junto ao coro existe uma sala onde se encontra o retábulo de Nossa Senhora da Assunção, de talha policroma a branco, dourado e azul. Sub-coro com cobertura em tecto de caixotões de madeira policroma, com marmoreados a verde e vermelho. Parede fundeira com guarda-vento de madeira, ladeado por pia de água benta, e paredes laterais com vãos de verga recta rematados por cornija, o do lado do Evangelho, de acesso à nave lateral e o do lado oposto de acesso ao claustro. Lado do Evangelho com vão de verga recta, de acesso a confessionário, encimado por arco pleno com vitral, que pertenceria a um portal lateral que comunicaria com o claustro. Segue-se um outro vão de verga recta, que comunica com corredor de acesso ao púlpito, com base em granito, assente em duas mísulas, com porta entre elas, e guarda vazada em balaustrada de bolacha. Junto a este é visível na parede antigo vão entaipado. Na metade superior da parede abrem-se três janelões fingidos em arco pleno, confrontantes com os verdadeiros, do lado oposto, em verga recta. Nave lateral aberta para a central por três arcos plenos assentes pilastras toscanas. Apresenta cobertura com tecto de madeira, inclinado, com caixotões. Pavimento em lajeado de granito. Parede N. com retábulo de São José, em talha policroma a branco e dourado. Parede lateral com retábulos de talha policroma a branco, dourado, azul, dedicados a Santa Luzia e Santa Eufémia (muitas vezes confundida com Nossa Senhora das Dores). Na parede fundeira, pia baptismal de taça circular, com tampa, assente em coluna. Arco triunfal pleno, rasgado em parede integralmente revestida de talha dourada, com decoração exuberante de volutas e motivos fitomórficos, pontuados por anjos. O arco apresenta moldura ritmada por pequenos anjos, com renda, assente em pilastras, com duas mísulas sobrepostas, com imaginária, em cada uma dos lados do intradorso, enjuntas delimitadas por pilastras com anjos que suportam frontão interrompido, e encimado por óculo com vitral, enquadrado por urnas com flores e outros motivos fitomórficos. Retábulos colaterais idênticos, destacados, de talha diferente da que reveste a parede, parcialmente encaixados nos arcos plenos que se abrem nas paredes laterais da nave central. O arco, do lado do Evangelho, apresenta porta que comunica com o claustro, encimado por arquivoltas parcialmente entaipadas. Os retábulos apresentam talha policroma, a branco, dourado, vermelho, azul e verde, o do lado do Evangelho dedicado a Nossa Senhora do Rosário, e o do lado da Epístola dedicado a Santo António. Capela-mor coberta por abóbada de berço de granito, com dois tramos separados por arco pleno, assente em capitel fitomórfico, com astrágalo, do lado da Epístola, com policromia e pintura de acantos, que se repetem ao longo de toda a cornija que suporta a abóbada. Pavimento em laje de granito. Parede do lado do Evangelho, com duas arcadas plenas cegas, com vestígios de policromia, a vermelho, com capitéis fitomórficos, zoomórficos e geométricos, parcialmente cortadas por dois dos três janelões rectangulares em capialço, que se encontram na metade superior da parede. Parede do lado da Epístola, com outras duas arcadas plenas, a que se encontra junto ao retábulo-mor cega, sem colunas nem capitéis e a que se encontra junto ao arco triunfal, com colunas e capitéis idênticos aos do lado oposto, rasgada por portal de verga recta de acesso à sacristia. Presbitério sobrelevado por um degrau, com altar de talha policroma, com marmoreados a azul e vermelho e decoração de concheados marcada a dourado. Parede testeira integralmente preenchida pelo retábulo-mor, de talha policroma, a dourado e marmoreados a azul e vermelho. Apresenta planta côncava, de três eixos, com remate em três arquivoltas plenas, ritmadas por querubins, as dos extremos opostos ligadas às colunas pseudosalomónicas dos eixos laterais, ricamente decoradas por anjos. Tribuna em arco pleno, com renda e trono coroado por maquineta. Eixos laterais com peanhas com imaginária, protegidas por baldaquino. Banco com sacrário inscrito, enquadrado por dois painéis com anjos e encimado por espaldar marmoreado com concheados. Banco com altar recto, de frontal convexo, decorado por três painéis. É ladeado por duas pequenas portas recortadas de acesso à tribuna. Sacristia com tecto de caixotões de madeira e pavimento em laje de granito. Paredes rebocadas, à excepção da E., revestida a azulejos de padrão monocromos a azul. Parede testeira com arcaz de madeira, encimada por nicho com o Crucificado, enquadrado por moldura de talha dourada. Parede N., percorrida superiormente por friso com axadrezado, sendo visível o primitivo contraforte da parede da capela-mor. Entre este e a parede lateral encontra-se lavabo em cantaria, destacado, com reservatório, assente em base prismática, com espaldar emoldurado, com decoração geométrica oval e quadrangular, com bicas e remate concheado. CASA DO MOSTEIRO, com fachadas em alvenaria de granito, de dois registos, rematadas por cornija sob beiral. Fachada principal, a O., no seguimento da fachada principal da igreja rasgada no primeiro registo por portal de verga recta encimado pano rebocado e pintado de branco onde se destaca pedra de armas ladeada por aletas. O segundo registo é rasgado regularmente por janelas de sacada em arco abatido com guarda de ferro. Fachada lateral S. rasgada no primeiro piso por janelas gradeadas, algumas em capialço e no segundo janelas de peito e de sacada, de verga recta. No extremo esquerdo, ao nível do segundo registo, grande varanda inscrita em arco abatido, possuindo interiormente tecto octogonal com caixotões. No extremo oposto encontram-se adossados anexos agrícolas e aqueduto que conduzia água à cozinha velha, também localizada neste lado. Fachadas voltadas ao grande PÁTIO, desenvolvido posteriormente, rasgadas regularmente com vãos de verga recta, a do lado O. percorrida por latada de vinha e a do lado S. com alpendre de madeira. No CLAUSTRO galeria aberta por colunata toscana assente em murete aberto ao centro, em cada uma das faces. Interiormente cobertura em tecto de masseira de madeira, com caixotões e pavimento em laje de granito, com tampas de sepultura com inscrição. Sobre a galeria rasga-se fenestração de verga recta composta por janelas de sacada, com guarda de ferro e janelas de peito, existindo entre estas colunelos entaipados. No remate cornija com gárgulas de canhão. A quadra, relvada, apresenta ao centro, pequeno chafariz de taça circular assente em coluna de secção quadrangular e encimada por esfera relevada com bicas carrancas. INTERIOR: Portaria com acesso através do portal da fachada principal, dando acesso directo ao claustro e ao piso superior através de escadaria de pedra. Através da galeria do claustro acede-se ao antigo refeitório, Sala do Capitulo, primitiva portaria e cozinha velha. Antigo refeitório com tecto de masseira de madeira com caixotões, pavimento em tijoleira e vestígios de silhar de azulejos enxaquetados monocromos a verde. Sala do Capítulo com tecto de caixotões de madeira ricamente trabalhados, pavimento em tijoleira e vestígios de silhar de azulejos seiscentistas de padrão, monocromos a azul, semelhantes aos existentes na igreja. A primitiva portaria, posteriormente transformada em adega apresenta grande lagar em granito e nas paredes vestígio da argamassa de assentamento de azulejos. Cozinha velha com forno, lar para a lareira e pequeno tanque rectangular para onde jorrava a água trazida pelo aqueduto. Pavimento em laje de granito. O segundo piso, que corresponderia ao antigo dormitório monacal, é marcado por largos corredores de acesso às antigas celas, hoje em dia transformadas em salas e quartos. As paredes das divisões são rebocadas e pintadas de branco, com pavimento em soalho e tectos de masseira de madeira. Os corredores apresentam silhar de azulejos semelhantes aos restantes do edifício. Algumas das antigas celas apresentam conversadeiras, lavabo e armário embutido na parede. Neste piso existe ainda uma segunda cozinha com lareira com grande chaminé de granito assente em colunas de secção circular. Num dos topos lavabo de granito com pia gomada e espaldar revestido a azulejos de padrão seiscentistas. |
Acessos
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EN 204.5, Largo da Feira |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 2/96, DR, 1ª Série-B, nº 56 de 06 março 1996 *1 |
Enquadramento
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Rural, isolado, implantado junto ao topo S. do Largo da Feira, onde também se incluem outras construções, algumas recentes, entre elas o edifício da Junta de Freguesia de Landim. Fronteiro encontra-se o edifício do actual salão paroquial, Centro Social e Colégio Correia de Abreu, instalado em antiga hospedaria do mosteiro. Este edifício, em alvenaria de granito, apresenta fronteiro, pátio murado aberto por portal com moldura almofadada, percorrido por varanda alpendrada, suportada por colunelos, com acesso por escadaria com arranque volutado. No topo N. do largo, encontra-se a Capela de São Brás (v. PT010312210088). A entrada para a Casa do Mosteiro faz-se por portão de verga recta, rasgado em muro rebocado e pintado de branco, precedido por canteiros arborizados, perpendicular à fachada principal da igreja, e que remata o lado S. do largo. A ladear a fachada lateral da igreja, a N., encontra-se espaço ajardinado, com quadras delimitadas por buxo, com vestígios arqueológicos, tais como arcadas, pertencentes à primitiva construção românica do mosteiro. As antigas dependências monacais confrontam, a E. e a S., com a primitiva cerca. No topo de uma colina, no interior da antiga cerca, existe uma casa de fresco chamado de Casa do Paço *2, com recinto para o jogo da Pela. |
Descrição Complementar
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CERCA composta por jardim desenvolvido a O. e S. da Casa do Mosteiro, campos agrícolas, lateralmente a O. e E., e extensa área arborizada, a S., com mata de eucaliptos, carvalhos, acácias, faias e medronheiros. JARDIM de planta em L, dividido em duas áreas, separadas por muro com portão de ferro, que faz a ligação entre área do terreiro da entrada principal e a área que se desenvolve junto à fachada lateral. O terreiro apresenta rotunda de camélias topiadas, com chafariz central de tanque circular e coluna piramidal com volutas e acantos na base e no topo busto de barro representando Vénus. No lado O. integrada em muro revestido a azulejos seiscentistas de padrão, com bancos adossados, encontra-se fonte com espaldar rectangular revestido também a azulejos, enquadrado por pilastras coroadas por pináculos e remate em frontão coroado também por pináculo, com florão no tímpano. Bica em forma de sereia segurando golfinho, encimada por cartela com carranca e a data de "1837". A outra área do jardim é pontuada por camélias, rododendros, e palmeiras, onde se dispõem diversos bancos. Ao centro encontra-se chafariz de tanque quadrilobado, no lado N. pombal e estufa decorada com azulejos seiscentistas e urnas, no extremo O. alpendre de madeira sobre colunas de granito chamado "alpendre do preto", por apresentar um busto de um negro, e no extremo E. grande tanque rectangular. Este último apresenta espaldar integrado no muro delimitado por quarteirões que suportam entablamento, decorado no centro por pano recortado e destacado com bicas tubulares, e nicho encimado por inscrição e cornija. Lateralmente a esta área desenvolvem-se duas latadas de vinha paralelas que culminam em fontes de espaldar. Entre estas desenvolve-se escadaria que se liga a alameda com hortênsias e latada de vinha culminando noutra fonte com espaldar. As duas primeiras fontes são rematados por volutas com urna, no vértice, rasgadas por nicho e sob este, bica carranca que jorra água para taça trilobada. A terceira fonte é enquadrada por pilastras com bica carranca e taça trilobada, encimado por cornija e pano recortado com nicho central. A ladear esta fonte encontram-se duas escadas de acesso ao caminho que conduz à CASA DO PAÇO ou da Pela, já dentro da mata. Esta apresenta planta quadrangular, precedida pelo recinto do jogo da Pela, rectangular, rodeado por murete. Cobertura em telhado de quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, enquadradas por cunhais, rasgadas por janelas em arco abatido e na fachada principal, voltada ao recinto do jogo, por portal principal de verga recta, ao centro, rematado por cornija recta. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, decoradas por painéis de azulejos figurativos, monocromos a azul, representando cenas das vidas de Santos, nomeadamente São Teotónio e Beato Telo, Santo António e São Francisco de Assis, a Assunção e a Sagrada Família, com molduras de volutas, anjos, urnas, concheados, cartelas e motivos fitomórficos. As paredes são percorridas por bancos de madeira sobre mísulas de granito. Janelas com conversadeiras em granito. Cobertura em tecto de masseira de madeira, com as tábuas dispostas em "saia-camisa". Pavimento em soalho; AZULEJOS: Nave com silhar de azulejos de padrão, seiscentistas, monocromos a azul, com padrão, segundo Santos Simões, P-441, com algumas variantes, e cercadura C-15; jardim da Casa do mosteiro com bancos, muros e fonte com azulejos de padrão, seiscentistas, monocromos a azul, com padrão P-440, com variante e cercadura C-20 e C-18, na fonte; interior da Casa do Mosteiro com silhar de azulejos de padrão, seiscentistas, monocromos a azul, com padrão P-440 e cercadura C-20; INSCRIÇÕES: Inscrição funerária de Pedro Mendes, possivelmente natural de Ulvar (propriedade à entrada de Famalicão, na freguesia de Bairro), gravada em tampa de sepultura existente no jardim junto à fachada lateral da igreja; enquadrada por duas cartelas quadrangulares com motivos inseridos em círculos entrelaçados e uma roseta de oito pétalas, respectivamente; granito; dimensões: 227x63 a 43 cm; leitura: VIº KaLendarRUM OCToBRIS OBIIT PETRUS MENENDI DE ULVAR ERA M CC XX VIIII (= era de 1229 = ano de 1191); inscrição funerária de D. Lourenço Rodrigues, Abade de Santiago de "Monte Ulvaris", gravada em tampa de sepultura existente no jardim junto à fachada lateral da igreja; a percorrer todo o eixo central da tampa, cortando a inscrição, encontra-se uma enorme cruz losangular de braços curvos rematados por motivo floral e base semi-circular; leitura: Era Mª CCCª 2XVII Q(u) INT(as) KaLendaS FeBruaRII OBIIT LAURE(n) CIus ROD(er)ICI Q(uon)DA(m) (?) ABbaS SanC(t) IACOBI M(o)NT IS (?) ULVARI REQ(u)IESCAT In PACE; TALHA: Retábulo de Nossa Senhora da Assunção de planta recta, um só eixo, rematado por entablamento, encimado por pequeno espaldar recortado e vazado, com volutas, com pináculos estilizados nos extremos. Tribuna em arco abatido, enquadrada por par de pilastras com quarteirões sobrepostos. Altar recto; retábulo de São José, de planta recta, um só eixo, rematado por espaldar decorado por acantos e nos extremos urnas. Tribuna recortada, enquadrada por peanhas e pilastras estriadas, com grinalda no capitel. Altar em forma de urna, com decoração fitomórfica no frontal; retábulo de Santa Eufémia de planta recta, um só eixo, rematado por entablamento, com urnas nos extremos a encimar as colunas que o enquadram, coríntias, estriadas, demarcadas no terço inferior por motivos fitomórficos. Tribuna em arco abatido sobre colunas idênticas às atrás referidas. É ladeada por pilastras emolduradas, com decoração fitomórfica. Altar com esquife; retábulo de Santa Luzia de planta recta, um só eixo rematada por arco pleno, encimado por composição de volutas, assente em coluna compósita, demarcada no terço inferior. Tribuna também em arco pleno, com renda. Altar em forma de urna, com decoração fitomórfica, no frontal, com monograma AM inserido em cartela; retábulo colaterais, idênticos, de planta recta, com três eixos, rematados por espaldar recortado e vazado com decorações fitomórficas e anjos, com cartela ao centro. Eixo central com tribuna em arco pleno, com renda, elevada até ao remate, sobre nicho. Eixos laterais com peanhas com imaginária, com baldaquino, enquadrados por pilastras ricamente decoradas por anjos e pâmpanos assentes em mísula com anjo. Altares em forma de urna. |
Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro masculino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja / Residencial: casa abastada / Comercial: espaço de eventos *3 |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga) (igreja) / pessoa singular (dependências monacais) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 12 / 13 / 16 / 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CARPINTEIRO: Manuel Pereira Soares. ENTALHADORES: Gabriel Rodrigues (séc. 18, primeiro quartel); Pedro Anes (1572). IMAGINÁRIO: David S. Barros (séc. 20, final). PEDREIROS: Francisco Cremona (atr. 1526 / 1529), António Rodrigues (1742). ORGANEIRO: Luís de Sousa (1765). |
Cronologia
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936 - Documento de escritura de venda de uma parcela agrícola, mencionando que no local existia uma antiga unidade agrária, chamada "Villa Nandini" *4; 991 - doação de Frater Ariufus de todos os seus bens a uma igreja situada em "Nandini", com o orago de Santiago; 995 - doação do presbítero Vernadu Benectici de prédios rústicos e urbanos à igreja de "Nandini"; 1089 - D. Pedro, primeiro Arcebispo de Braga, pede a "Sancto Jacobi de Nandim" nodios ou almude de contribuição de mantimentos; 1096 - segundo Frei Nicolau de Santa Maria, foi fundado o mosteiro, com o orago de Santa Maria dos Anjos, por D. Rodrigo Forjaz de Trastâmara, filho de D. Forjás Vermuis (MARTINS, NÓVOA, 2002); séc. 12 - Frei Agostinho de Santa Maria atribui a fundação a D. Gonçalo Gonçalves, filho de D. Gonçalo Rodrigues, Senhor de Palmeira e neto de D. Rodrigo Forjaz de Trastâmara *5 (CASTRO, 1995); foi o 1º Prior do mosteiro D. Pedro Rodrigues, que segundo Frei Nicolau de Santa Maria era filho de D. Rodrigo Forjaz de Trastâmara, o fundador, e irmão de Gonçalo Rodrigues da Palmeira e Mem Rodrigues de Tougues; 1112 / 1123 - D. Teresa faz de Gonçalo Rodrigues da Palmeira, mordomo-mor da sua casa e couta-lhe o Mosteiro de Landim, passando este a fazer parte do couto de Palmeira; a justiça passa a ser exercida pelo Prior de Landim; 1125 / 1150 - instituição da regra de Santo Agostinho; 1177 - morte de D. Gonçalo Rodrigues da Palmeira; os filhos deste terão doado ou confirmado a doação feita pelo pai, do couto de Palmeira ao mosteiro; Junho - troca de uma propriedade no couto de Palmeira por outra junto à cerca do mosteiro, pertencente a D. Elvira Gonçalves de Palmeira, filha de D. Gonçalo Rodrigues da Palmeira; 1178, 18 Janeiro - morre D. Pedro Rodrigues, o 1º Prior, sendo eleito para 2º Prior, D. Pedro Garcia, irmão de D. Paio Garcia, Prior do Mosteiro de São Simão da Junqueira (v. PT011316120022) e sobrinho de D. Godinho, Arcebispo de Braga; 1191, 26 Setembro - data da sepultura de Pedro Mendes; 1198, 1 Março - morre D. Pedro Garcia, 2º Prior, sucedendo-lhe D. Miguel, como 3º Prior *6; 1220 - segundo as Inquirições de D. Afonso II, os bens do mosteiro estavam na terra de Vermoim, constando 121 casais dispersos por várias freguesias e 4 igrejas, nomeadamente Santa Marinha, São Miguel de Landim e São Salvador de Bente, no couto de Landim e São Miguel de Ceide e uma terça parte da Igreja de Santa Maria de Guardizela; 1258 - segundo as Inquirições de D. Afonso III, para além dos bens que constavam anteriormente foram acrescentados mais 2 casais aos 5 que existiam na freguesia de Santo André do Sobrado e a igreja da mesma freguesia; 1329, 28 Janeiro - data da sepultura de Lourenço Rodrigues, abade de Santiago de "Montis Ulvaris"; 1336, 8 Fevereiro - por carta régia de D. Afonso IV, o domínio do couto do mosteiro, que até então era exercido pelo Prior do mosteiro, passa para o alçado do Juiz do Julgado de Vermoim; 1346 - o couto e senhorio de Palmeira são mencionados com o nome de condado antigo por D. Afonso IV; 1385 - o couto e senhorio de Palmeira são novamente mencionados com o nome de condado antigo por D. João I; séc. 15 - encontram-se anexas ao mosteiro as igrejas de Santa Marinha, Santa Maria de Guardizela, São Miguel de Ceide, São Miguel de Lama, Santo André do Sobrado, um terço de São Martinho de Sequeiro, Santa Marinha de Seide e Santo Estêvão de São Fins; 1410, 19 Setembro - D. João I determina que os julgados de Neiva, Faria, Aguiar e Vermoim passam a estar anexados ao termo da vila de Barcelos *7; séc. 15, final - o mosteiro deixa de ser dirigido por priores, passando a ser dirigido por comendatários; era comendatário do mosteiro, o Cardeal de Alpendrinha, D. Jorge da Costa; 1508 - morre o Cardeal de Alpedrinha; 1526 / 1529 - é Comendatário D. Miguel da Silva, Cardeal Bispo de Viseu, que inicia importantes reformas no edifício, nomeadamente a construção da nova fachada principal da igreja, torre sineira, nave colateral e claustro, possivelmente obra do mestre pedreiro Francisco de Cremona, trazido pelo Comendatário; 1530 - a Comenda passa para o seu sobrinho, D. António da Silva; 1548 - o abade comendatário D. António da Silva manda abrir o túmulo de D. Pedro Garcia, 2º Prior de Landim, que segundo os relatos se encontrava incorrupto; 1555 - o mosteiro é sagrado após as grandes reformas; 1560 - a Congregação de Santa Cruz tenta obter a renuncia à Comenda do Cardeal Alexandre Farnésio; 1562 - o Cardeal Alexandre Farnésio renuncia à Comenda; o mosteiro é unido à Congregação de Santa Cruz de Coimbra; o mosteiro passa a ser dirigido por priores trienais; é nomeado prior trienal de Landim D. Filipe Pegado; 1562 / 1578 - contrato celebrado entre o rei D. Sebastião e a Congregação de Santa Cruz, concedendo ao mosteiro o direito de padroado do Mosteiro de Vilarinho, ou seja a Igreja de São Miguel de Vilarinho e Santiago de Carvalhosa, anexas ao dito mosteiro; para além destas estavam anexas as igrejas de Santa Marinha, Santo André do Sobrado, Santo Estêvão de São Fins e São Bartolomeu de Ervosa; 1567 - D. Filipe Pegado deixa de ser prior de Landim; confirmação papal da união à congregação e posse pelo Prior de Santa Cruz; 1572, 13 novembro - contrato com Pedro Anes para a feitura do retábulo da capela do Padre João Lopes de Góis, por 20$000 e dois carros de pão; séc. 16, final - D. António, Prior do Crato, na sua fuga para Inglaterra, refugia-se no mosteiro; 1657 - George Cardoso refere-se à inscrição que existia numa tampa de sepultura de Pedro Garcia, existente no claustro; 1668 - na crónica dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, Frei Nicolau de Santa Maria dá notícia do "Mosteiro de Santa Maria de Nandim e dos seus priores ilustres, Cónegos Regrantes de Santo Agostinho; Frei Nicolau de Santa Maria menciona a sepultura com inscrição, existente no claustro e que pertencerá a D. Pedro Garcia, 2º Prior de Landim; séc. 17, final - colocação de silhar de azulejos na nave principal, capela-mor, sacristia e sala do capítulo; execução do retábulo de Santa Eufémia; séc. 18, primeiro quartel - construção do retábulo-mor, atribuído ao entalhador Gabriel Rodrigues, natural de Landim (AZEVEDO, 1991); 1715 - doação de trezentos mil réis, e mais tarde de cem mil réis, aplicada no retábulo e imagens da capela-mor; séc. 18, segundo quartel - revestimento do arco triunfal de talha, construção dos retábulos colaterais e retábulo de Nossa Senhora da Assunção; construção da Casa do Paço e recinto para o jogo da Pela; 1734 - o entalhador Gabriel Rodrigues é sepultado no mosteiro (AZEVEDO, 1991); 1742, 5 Janeiro - contrato entre o Prior D. Joaquim da Glória e o mestre pedreiro Domingos Jorge da Maia, da freguesia de Santa Lucrécia de Ponte de Louro, para a obra de pedraria de conclusão do claustro, o qual acabou, no entanto, por não se efectivar; contrato com o carpinteiro Manuel Pereira Soares para a obra do dormitório, sendo este o fiador de Domingos Jorge Maia; a obra de carpintaria foi arrematada em seiscentos mil réis, incluindo todas as madeiras (eram quase todas em castanho, excepto as traves e o soalho, em carvalho e pinho, respectivamente) e ferragens; o carpinteiro recebeu logo a quantia de 96 mil réis; 10 Abril - assinatura de novo contrato de pedraria para a mesma obra, mas agora com o mestre-pedreiro António Rodrigues, da freguesia de Minhotães, em Barcelos; 1758 - as memórias paroquiais referem, segundo testemunho do padre João Dias Barbosa que "tem a igreja e mosteiro seis altares, que são o altar-mor, que é da padroeira, o de Nossa Senhora do Rosário, o de Santo Cristo das Santas Chagas, onde está colocado o Santíssimo Sacramento, dois altares de Santo António, um altar de Santa Luzia e a dita igreja uma nave mais baixa do que o mosteiro para a parte norte"; 1765 - execução do órgão pelo organeiro portuense Luís de Sousa, a mando do último Prior, D. Agostinho de Nossa Senhora; possível execução da campanha de redecoração rococó, nomeadamente na execução do oratório do coro-alto, das molduras dos janelões da capela-mor e da remodelação do retábulo-mor; 1770, 4 Julho - Breve Apostólica de Clemente XIV extinguindo o Mosteiro de Santa Maria de Landim, juntamente com outros oito, todos ligados à Congregação de Santa Cruz de Coimbra *8; à data da extinção havia 17 cónegos, 5 conversos, 23 criados, no mosteiro e 5 na Quinta da Palmeira; 6 Setembro - carta régia de D. José I, dirigida ao Cardeal Cunha, informando-o da decisão contida na Breve Papal, concedendo-lhe o real beneplácito e régio auxílio para dar cumprimento às directivas do Papa; 15 Setembro - o desembargador da Relação do Porto, João Tavares de Abreu, recebe ordens do Cardeal da Cunha para executar o sequestro dos bens do mosteiro e intimar os 5 cónegos a abandonar o edifício; 25 Setembro / 21 Outubro - os cónegos abandonam o mosteiro e dirigem-se para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (v. PT020603170004); o meirinho Joaquim José dos Santos procede ao sequestro geral de todos os bens do mosteiro; 26 Setembro - sequestro dos ornamentos e roupas da igreja, sacristia e capela do dormitório; 1 Outubro - sequestro de todos os prazos (736 distribuídos por 68 freguesias do couto de Landim e fora dele); 10 Outubro - sequestro do cartório *9; 11 Novembro - parte dos bens do mosteiro vão a leilão no pátio do mosteiro; 20 Dezembro - conclusão do processo de sequestro; parte dos bens do mosteiro passam para o Convento de Mafra (v. PT031109090001); 1772 - as dependências monacais, cerca e regalia do padroado da igreja são vendidas por 30 mil cruzados a Manuel Baptista Landim *10, emigrante no Brasil desde 1755, ocupando o cargo de Administrador Geral dos Direitos dos Diamantes e Ouros, em Minas Gerais, no arraial de Tejuco do Serro Frio; Manuel Baptista Landim, fundador da Casa do Mosteiro, era filho de Baptista Álvares e Joana Carvalho; 1776 - Manuel Baptista Landim solicita ao Arcebispo de Braga, D. Gaspar de Bragança, autorização para a concessão de sepultura na igreja do mosteiro; a licença de sepultura na capela-mor é concedida enquanto houver padroado; 1780, 2 Setembro - Maria Francisca de Carvalho, sobrinha do proprietário, casa com António Vicente de Sousa; 1788 - Manuel Baptista Landim morre no Brasil, herdando a propriedade a sua sobrinha Maria Francisca de Carvalho; 1797 - morre Maria Francisca de Carvalho, herdando a Casa do Mosteiro, o seu filho varão, Manuel Baptista de Carvalho e Sousa e afilhado de Manuel Baptista Landim; 1836, 29 Dezembro - oficio da administração geral do distrito, determinando que a Câmara de Vila Nova de Famalicão ficasse na posse do arquivo e objectos existentes na Casa da Câmara do couto de Landim; 31 Dezembro - extinção da câmara do couto do mosteiro; 1849, Março - Manuel Baptista de Carvalho e Sousa doa o mosteiro ao seu sobrinho mais velho e afilhado, António Vicente de Carvalho Leal e Sousa, por ocasião do seu casamento com Maria Henriqueta Lino Barreto Baptista de Carvalho e Sousa; 1863, 3 Agosto - acórdão do tribunal do Porto ilibando o proprietário do mosteiro, acusado de ter tirado algumas tampas de sepultura da igreja e as ter colocado no claustro; 1875, Março - morre Maria Henriqueta Carvalho e Sousa; Agosto - António Vicente Leal e Sousa deserda os seus dois filhos, António Vicente e Manuel Vicente e nomeia sua herdeira a filha Maria José Leal Sampaio e o genro José da Cunha Sampaio; 1899 - morre José da Cunha Sampaio; por partilhas determina-se que a Casa de Boamense ficaria para o filho António Vicente Leal Sampaio, e a Casa do Mosteiro para a filha Maria Henriqueta Leal Sampaio; séc. 19, final - execução dos retábulos de São José e Santa Luzia; 1911, 16 Janeiro - morre em Landim, António Vicente Leal e Sousa, passando as propriedades a ser administradas pelo seu neto António Vicente Leal Sampaio; 1923 / 1924 - Pedro Vitorino refere a tampa de sepultura de Pedro Mendes, como estando integrada num muro de vedação do cemitério de Landim; posteriormente é deslocada para o endonártex; 1923 - morre na Casa de Boamense, Maria José Leal Sampaio; 1926, Setembro - morre Sebastião de Carvalho, marido de Maria Henriqueta Leal Sampaio; 1960 - morre Maria Henriqueta Leal Sampaio, passando a propriedade para o seu sobrinho neto e afilhado, António Vicente Sequeira Leal Sampaio de Nóvoa; as obras de restauro da Casa do Mosteiro põem a descoberto as colunas do segundo piso do claustro e alguns capitéis românicos; 1976, Novembro - carta de Carlos Faya Santarém, dirigida ao Director-Geral dos Assuntos Culturais, defendendo a classificação da igreja, Casa do Mosteiro e casa do Paço; 1978, Abril - a Direcção-Geral do Património Cultural informa a DGEMN que foi deliberada a classificação como imóvel de interesse público da igreja, Casa do Mosteiro e todo o terreno abrangido pela cerca; Julho - o proprietário, António Vicente Sequeira Leal Sampaio da Nóvoa, contesta a classificação abranger a cerca, devido a esta zona ficar abrangida pela servidão administrativa; 1980 - cedência à paróquia de parcela de terreno particular que confinava com a capela-mor e com o antigo cemitério, situado lateralmente em relação à igreja; 1985 - morre António Vicente Sequeira Leal Sampaio da Nóvoa; 1991 - os herdeiros de António Vicente Sequeira Leal Sampaio da Nóvoa retiram a reclamação apresentada à classificação; 1996 - peritagem executada pela Dra. Manuela Malhoa, do património azulejar da Casa do Paço; séc. 20, final - execução da imagem de Nossa Senhora de Fátima pelo imaginário David S. Barros; 2003 - protocolo de colaboração entre a DREMN, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), para o Programa de Implementação da recuperação e dinamização da Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Landim; 2004, Janeiro - data do concurso de adjudicação para conservação e valorização geral da igreja; as obras são estimadas em 500 mil euros, 65 % pago por fundos comunitários, e o restante, em partes iguais pela DGEMN, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e a Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Maria de Landim; 2006, Fevereiro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Muros de vedação, pavimentos e escadas da envolvente, estrutura do imóvel, cunhais, embasamento, elementos decorativos, gárgulas, pavimentos interiores da igreja claustro e algumas salas do primeiro piso das dependências monacais e abóbada da capela-mor, em granito; pavimentos da envolvente, em terra batida; estrutura da cobertura e tecto da nave da igreja, tectos das dependências monacais, estrutura e revestimento dos pavimentos interiores da igreja, portas, janelas e caixilharia; órgão e retábulos, em madeira; chapas da cobertura da igreja, em zinco; tirantes das paredes interiores e candeeiros da igreja, ferragens das portas, em ferro; paredes interiores da igreja e da Casa do Paço revestidas a azulejos tradicionais; janela da fachada principal da igreja, óculo do arco triunfal e arco da parede da nave, com vitral; guardas de escadas em latão; escadas em betão; cobertura em telha de canudo. |
Bibliografia
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III A fundação do Mosteiro de Landim, Jornal de Famalicão, Vila Nova de Famalicão, 25 Maio 1990; idem, Contratos de construção, reconstrução e obras em edifícios religiosos no século XVIII no Concelho de Vila Nova de Famalicão, VI O Claustro Novo do Mosteiro de Landim, Jornal de Famalicão, Vila Nova de Famalicão, 26 Janeiro 1990; ARAÚJO, Ilídio de, Arte paisagística e Arte dos Jardins em Portugal, vol. 1, Lisboa, 1962; AZEVEDO, José Correia de, Inventário Artístico Ilustrado de Portugal, Lisboa, 1991; BARROCA, Mário Jorge, Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), Corpus Epigráfico Medieval Português, vol. II, tomo 1, Porto, 2000, pp. 500, 501, 538-541 e vol. II, tomo 2, Porto, 2000, pp. 1529-1531; BRANDÃO, Domingos de Pinho, Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação, vol. I (séculos XV a XVI), Porto, Diocese do Porto, 1984; Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Notas sobre o Mosteiro de Landim; CASTRO, Maria de Fátima, O Mosteiro de Landim contributos para o estudo da propriedade eclesiástica, Vila de Prado, 1995; DUARTE, Artur Jaime, MARTINS, Hugo, TELES, Sílvia, Igreja do Mosteiro de Landim: reconhecimento, reflexão, recuperação, in Monumentos 22, Março, 2005, pp. 192 - 199; MARQUES, Ângelo Teixeira, Paróquia de Famalicão adopta referendo acerca de recuperação de órgão, in Público, 24 Fevereiro 2005; MARTINS, António, FARIA, Emília Sampaio Nóvoa, Mosteiro de Santa Maria de Landim, Raízes e Memória, Landim, 2002; SÁ, Augusto Carneiro de, O Mosteiro de Santa Maria de Landim; SIMÕES, J. M. dos Santos, OLIVEIRA, Emílio Guerra de, Azulejaria em Portugal no século XVII, tomo I - tipologia, Lisboa, 1997; SIMÕES, J. M. dos Santos, Azulejaria em Portugal no século XVII, tomo II - elenco, Lisboa, 1997; TELES, Sílvia, A Igreja e Mosteiro de Santa Maria de Landim, Trajectória dos tempos, Porto, DGEMN / DREMN, 2004; TELES, Sílvia, Inventário - Igreja de Santa Maria de Landim, Porto, DGEMN / DREMN, 2004; VALENÇA, Manuel, A Arte Organista em Portugal, vol. II, Braga, 1990. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DREMN |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN, Arquivo Pessoal de Ilídio Alves de Araújo (IAA), DREMN / Arquivo Municipal Alberto Sampaio |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMN, Carta de Risco |
Intervenção Realizada
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Proprietário da Casa do Mosteiro: 1851 / 1872 - São feitos diversos trabalhos de conservação da Casa do Mosteiro e arranjos nos jardins; Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Maria de Landim: colocação de azulejos industriais no baptistério; Proprietário Casa do Mosteiro: 1925, Dezembro / 1926, Março - são feitas diversas obras na Casa do Mosteiro, nomeadamente na sala de jantar; 1960 - melhoramentos na quinta: conversão de alguns campos agrícolas em pomares e replantação de vinha; são feitas diversas obras de restauro da Casa do Mosteiro; 1970 / 1990 - recuperação da Casa do Mosteiro; CMVNF / Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Maria de Landim (acompanhamento da obra pela DGEMN): 1980 - arranjo dos terrenos circundantes da igreja, nomeadamente da avenida de acesso e do antigo cemitério, situado junto à fachada lateral N.; demolição do muro e portal do cemitério; obras de restauro e conservação da antiga hospedaria do mosteiro; obras de restauro na igreja: remoção do reboco das paredes interiores das naves; remoção do retábulo do Imaculado Coração de Maria (actualmente dedicado a São José) da nave central, do lado do Evangelho, para a parede fundeira da nave lateral; deslocação da pia baptismal, que estava na parede fundeira da nave lateral, para a parede testeira da mesma nave; capela-mor: desentaipamento das arcadas cegas, remoção das molduras de talha dos janelões, reconstrução de uma das janelas, em arco pleno, que anterioremente era de verga recta, do lado do Evangelho; remoção da cornija barroca, de suporte da abóbada, deixando à vista a primitiva cornija, com pintura; sacristia: remoção do reboco; séc. 20, final - deslocação do vitral do óculo do arco triunfal para o arco da parede do lado do Evangelho, da nave principal; colocação de um novo vitral no óculo do arco triunfal e no janelão da fachada principal; DGEMN: 2001 - casa do Paço: obras de conservação da cobertura, pintura de paramentos exteriores e interiores, pintura de porta e portadas; Proprietário Casa do Mosteiro: substituição de caixilharia do piso nobre da Casa do Mosteiro; DGEMN: 2003 - obras de tratamento e consolidação da cobertura da torre e do dreno, bem como prospecções arqueológicas; 2004 - obras na igreja: tratamento e conservação da torre sineira; tratamento de juntas; consolidação do coruchéu com substituição da estrutura de madeira interior; execução de reboco armado de reforço pelo exterior; execução de uma nova escada de acesso à cobertura; colocação de protecção anti-pombo na sineira; aplicação pelo exterior de um sistema electrostático anti-pombo; tratamento e conservação dos sinos; limpeza de granito e tratamento das juntas das fachadas; substituição da telha cerâmica das coberturas com tratamento da estrutura de madeira e aplicação de novo guarda-pó e sub-telha de cartão asfáltico; 2005 - obras na igreja: conservação e beneficiação dos paredes interiores; limpeza de juntas; execução de novos rebocos na nave lateral e no coro-alto; substituição da moldura dos painéis de azulejos; tratamento de pavimentos interiores, com remoção de argamassas de cimento, nomeadamente na sacristia; execução de um novo pavimento de granito na nave lateral; execução de um novo pavimento, em madeira, na sala anexa ao coro-alto; conservação de vãos exteriores com pintura das portas e janelas; beneficiação e reformulação da instalação eléctrica e sonora; 2005 - conservação e restauro dos azulejos da igreja, restauro do retábulo-mor, retábulos colaterais, arco triunfal e retábulos laterais, grupo escultórico do Calvário, grade e cadeiral do coro-alto (em curso); conservação das pinturas murais da capela-mor; 2007 - conclusão de trabalhos de tratamento do espaço exterior e de conservação e restauro de talha do arco cruzeiro. |
Observações
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Segundo Frei Agostinho, junto ao mosteiro, havia uma ermida, dedicada a Nossa Senhora da Basta, que com o passar dos anos ficou arruinada e a imagem foi colocada na igreja do mosteiro, junto ao óculo do arco triunfal, hoje em dia desaparecida; 1* - DOF: Mosteiro de Landim, incluindo a Igreja, Casa do Mosteiro e todo o terreno abrangido pela cerca; *2 - a Casa do Paço adquiriu este nome porque os cónegos efectuavam naquele local o jogo do Paço, parecido com o bilhar; *3 - as dependências monacais são actualmente utilizadas como residência eventual dos proprietários e cerimónias culturais ou festas; *4 - este documento é o mais antigo que menciona um topónimo no território de Portucale; *5 - a data de fundação é polémica, podendo a confusão resultar da repetição continua de nomes dentro da mesma família, sem datação cronológia exacta, nomeadamente a existência de duas pessoas chamadas Rodrigo Forjaz de Trastâmara, filhos de dois Forjaz Vermuis; *6 - segundo Frei Nicolau de Santa Maria, Pedro Garcia estava sepultado em campa rasa no claustro; a tampa da sepultura, hoje em dia desaparecida, possuía a seguinte inscrição, segundo a leitura feita em 1890 por Borges de Figueiredo: "Vir Bónus Et Rectus Iacet Hic Sub Mármore Tectus Obiit Kal. Martii Petrus Garcie Prior E. MCCXXXVI (=era de 1236 = ano 1198); *7 - o couto com sede na freguesia de Santa Maria de Landim era administrado por um juiz ordinário, uma câmara composta por dois vereadores, um procurador e um almotacé; havia eleições anuais, às quais presidia o Prior do Mosteiro; *8 - o Marquês de Pombal havia efectuado várias diligências junto do rei D. José I, para que este obtivesse do Papa a extinção de 9 mosteiros da Congregação de Santa Cruz de Coimbra; *9 - do acervo documental do cartório faziam parte cerca de 30 termos de prazos e 126 pergaminhos respeitantes a prazos, compras e doações; segundo o Inventário do fundo Monástico Conventual, organizado pelo Arquivo Distrital de Braga, parte da documentação terá sido enviada para o Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, desconhecendo-se hoje em dia o seu paradeiro; *10 - Manuel Baptista adopta o apelido Landim, aquando da aquisição do mosteiro. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1993 / Joaquim Gonçalves 2005 |
Actualização
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