Teatro Taborda

IPA.00020218
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Arquitectura cultural e recreativa, eclética. Teatro de planta composta por 2 entidades espaciais, caixa de palco e plateia - 1ª de planta quadrada e a 2ª inscrita em forma ovaloide, delimitada por balcão com guarda metálica - separadas por vão em arco em asa de cesto com extremos definidos por pano de muro animado pela abertura de 2 camarotes, de cada lado. Completa o espaço público a existência de um 2º balcão, sobre o 1º e suportado por colunas metálicas.
Número IPA Antigo: PT031106530636
 
Registo visualizado 1532 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Casa de espetáculos  Teatro  

Descrição

Planta longitudinal rectangular, volumetria escalonada, e cobertura efectuada por telhados a 1 e 2 águas. Dada a zona de elevado declive em que se encontra, o teatro tem implantação orientada para o lado O., pelo que o alçado principal a E., se limita ao piso térreo, com superfície murária rasgada por vãos de verga recta com emolduramento simples de cantaria, a ritmo regular, superiormente rematada por cornija, acima da qual se eleva platibanda em muro. No alçado posterior, a O., 5 pisos que compõem o edifício (um deles ao nível da cobertura, e 3 parcialmente enterrados). Fachada ao nível do embasamento, com capela, no extremo N., e amplas varandas fechadas com vidraças, das quais a intermédia se destaca em planta. INTERIOR: organização interna em função de 3 zonas com funções e espaços distintos, articulados entre si, podendo observar-se uma área central disposta transversalmente e correspondente a zona de circulação - definida por vestíbulo ao nível da entrada principal, e foyer no piso inferior, ambos articulados com escadaria de lanços convergentes. Do lado S. localiza-se a sala de espectáculos e no extremo oposto 1 sala rectangular de apoio e de natureza expositiva, em cada um dos pisos. SALA DE ESPECTÁCULO: de planta parcialmente em metade de circulo, caracteriza-se pela existência de galeria a acompanhar o perfil da sala, delimitada por guarda metálica em ferro fundido (com acesso ao nível da entrada) suportada por colunas metálicas e plateia também delimitado por galeria análoga à descrita. Completa a sala uma caixa de palco quadrada precedida de vão curvo articulado nos extremos com 2 camarotes da cada lado, integrados em pano de muro delimitado por pilastras com remate em capitéis compósitos de estuque. Regista-se ainda um outro piso sob a sala de espectáculos, no qual se concentram do lado S. os camarins e ao centro, zona de restauração.

Acessos

Rua da Costa do Castelo, n.º 69 - 75

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano. Implantado na costa do castelo, em terreno de acentuado declive, em posição sobranceira aos bairros da Mouraria e da Graça, na proximidade imediata do Castelo de São Jorge (v. PT031106120023) e da da Pensão Ninho das Águias (v. PT031106530637).

Descrição Complementar

CAPELA: apresenta pano de muro delimitado por pilastras de cantaria, rasgado a eixo por portal de verga recta com emolduramento simples de cantaria sobrepujado por verga destacada e óculo, e remate superior em frontão triangular. INTERIOR: de planta rectangular e cobertura em abóbada de berço separada por cornija, com muros laterais animados por faixa de azulejos policromos datáveis do 17 e muro de topo rasgado por arco de volta perfeita vasado ao centro e com intradorso decorado com fragmentos de porcelana chinesa do século 17.

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: teatro

Utilização Actual

Cultural e recreativa: teatro

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

EBHAL ; Dr.ª Maria Louro (Fax 21 383 91 39)

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Domingos Parente da Silva (1870); Bartolomeu da Costa Cabral (1980); Nuno Teotónio Pereira (1980), Mário Costa Crespo. CONSTRUTOR: AGERC (1988). ENGENHEIRO: Jorge Evans de Sousa (1980).

Cronologia

1870, 16 janeiro - constituição da Sociedade Taborda, da qual faziam parte Jesuino Francisco Chaves, Augusto Freire, Gaspar Moreira, Francisco Homem, Augusto César Vieira da Silva, Eduardo Coral (e á qual se juntaram posteriormente Eduardo António da Costa, Júlio Xavier, Portulez, entre outros); 1870, 31 dezembro - inauguração do teatro (com uma série de peças de autores portugueses), construído por iniciativa de João Augusto Vieira da Silva e segundo projecto de Domingos Parente da Silva, em terrenos que haviam pertencido à cerca do Coleginho da Companhia de Jesus, pelo que integrava uma pequena ermida seiscentista com a invocação de São Francisco Xavier; 1908 - aquisição do imóvel por João Antunes da Silva Júnior (em cuja posse se manterá até 1955); 1909 - pedido de autorização à CML para se proceder a alterações ao edifício, onde ainda vieram a realizar espectáculos 3 sociedades recreativas, o Círculo Católico, o Grupo Dramático Actor Joaquim Costa e a Academia Instrutiva do Pessoal dos Caminhos de Ferro Leste e Norte; 1926 - tem sede no edifício a Academia Instrutiva do Pessoal dos Caminhos de Ferro do Leste e Norte; Década de 20 - a actividade do teatro é intermitente e passam a funcionar no edifício várias estações de rádio (Rádio Continental, Rádio Restauração, Rádio Hertz, etc.), tendo, ainda posteriormente, servido o imóvel como estúdio de gravações discográficas, armazém de mobílias e aparelhagens domésticas, etc.; 1954 - 1955 - é inquilino Fernando Cardelho de Medeiros encontrando-se instalada no edifício a Rádio Restauração, posto transmissor da T.S.F. de que é proprietário; 1956 - é proprietária Mariana Rodrigues Antunes da Silva Cruzeiro, cabeça de casal da herança de João Antunes da Silva; 1965 - aquisição do imóvel pela Câmara Municipal de Lisboa, com a intenção de o transformar em teatro municipal (ideia que foi logo depois abandonada, por se optar pelo Teatro de São Luís (v. PT031106200506 para tal efeito); 1966, 20 Maio - escritura de aquisição do imóvel pela CML; 1974 - o edifício encontrava-se em muito mau estado de conservação (enstando parte das dependências ocupadas por uma família que a CML ali instalara), tendo o Ministério da Educação manifestara, junto do Município, o desejo de instalar serviços no mesmo; 1980 - celebração de contrato com vista à recuperação do teatro, sob a coordenação do Gabinete Técnico da Mouraria (e concretamente do engenheiro Jorge Evans de Sousa), com projecto de arquitectura de Nuno Teotónio Pereira e Bartolomeu Costa Cabral; 1982 - apresentado o projecto de execução; 1988 - só neste ano se procede à abertura de concurso para a obra; 1989 - adjudicada a execução da obra à firma AGERC; 1993 - falência da firma AGERC, que determina a suspensão dos trabalhos; 1994 - retomadas as obras; 1995, 1 Junho - reabertura do teatro, inserida num conjunto de medidas tomadas pelos Pelouros do Turismo e da Reabilitação Urbana dos Núcleos Históricos - Projecto Integrado do Teatro Taborda e Quinta do Coleginho; 2003, 29 janeiro - deliberação da Câmara Municipal de Lisboa de colocar o n.º 79 do imóvel em hasta pública; 18 Março - publicado no DR, III Série, n.º 65, um aviso de hasta pública do edifício para cedência em regime de direito de superfície, destinado à construção de um silo automóvel; 27 março - processo de hasta pública.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira.

Bibliografia

AA.VV. - Guia da Arquitetura de Lisboa, 1948-2013. Lisboa: A+A Books, 2013, p. 29; PEREIRA, Luís Gonzaga - Monumentos Sacros de Lisboa em 1833. Lisboa: 1927 (ms. de 1840); VITERBO, Francisco Sousa - Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses. Lisboa: 1988 (1ª ed. 1904), Vol. II; PEDREIRINHO, José Manuel - Dicionário dos Arquitectos Portugueses do Século I à Actualidade. Porto: 1994; SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo, (dir. de) - Dicionário da História de Lisboa. Sacavém: 1994 ; LOPES, Filipe Mário, (coord. de) - Teatro Taborda. Lisboa: 1996

Documentação Gráfica

CML

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CML: Notariado, Livro 268, fl. 2, Gabinete Técnico da Mouraria, Projecto Integrado do Teatro Taborda e Quinta do Coleginho, 1996, Arquivo de Obras, Procº nº 1065

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1910, Abril - transformação da janela que comunica com a galeria do teatro em porta de acesso ao exterior; 1925 - abertura de uma porta no muro da propriedade e fixação da numeração de polícia; INQUILINO: 1926, Junho - execução da cobertura do terraço; PROPRIETÁRIO: 1927, Dezembro - reparações interiores e exteriores; 1935, Agosto - obras gerais de beneficiação, reparação da cobertura e pinturas interiores; 1940, Dezembro - reparação e pintura do muro que confina com a via pública; 1946, Novembro - obras gerais de limpeza; INQUILINO: 1954, Janeiro - obras gerais de reparação, beneficiação e limpeza; 1955, Agosto - obras gerais de beneficiação e limpeza; PROPRIETÁRIO: 1957, Fevereiro - rectificação da numeração de polícia; 1957, Agosto - obras de consolidação e reparações; Junta de Freguesia do Socorro: 1980 - substituição da cobertura, com vista a travar o processo de degradação do edifício (uma vez que se celebrara já um contrato com vista à sua recuperação); CML / EBHAL: décadas de 80 e 90 - campanha de obras com vista à recuperação do edifício e à concessão de condições para o seu funcionamento enquanto teatro municipal.

Observações

Autor e Data

Teresa Vale, Maria Ferreira e Sandra Costa 2001

Actualização

 
 
 
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