Chafariz das Terras / Chafariz de Buenos-Aires
| IPA.00021630 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela |
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Arquitectura infraestrutural, oitocentista. Chafariz urbano, adossado a um troço de um ramal do Aqueduto, ligado à distribuição de água a Lisboa, pelas Águas Livres, do tipo caixa de água, de planta rectangular e volume paralelepipédico, flanqueado por pilastras toscanas, sobrepujadas por pináculos piramidais, rematado em friso, cornija e platibanda plena, centralizada pelas armas da cidade. Possui três bicas, que vertem para dois tanques, indo os sobejos para um frontal, um de lavar, no lado esquerdo e um bebedouro para animais, todos rectangulares e de bordos simples. O seu esquema é simples, mas semelhante aos Chafarizes de Entrecampos (v. PT031106040206) e do Intendente (v. PT031106310126). |
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Número IPA Antigo: PT031106260954 |
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Registo visualizado 4147 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de elevação, extração e distribuição Chafariz / Fonte Chafariz / Fonte Tipo espaldar
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Descrição
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Chafariz com estrutura em alvenaria mista e em cantaria de calcário lioz aparente, de planta rectangular formando um volume paralelepipédico, assente numa plataforma de dois degraus, também rectangular mas com os ângulos arredondados. Fachadas percorridas por embasamento saliente de cantaria, rematadas em friso e cornija, encimada por pequena platibanda plena, com pináculos piramidais nos ângulos e, ao centro da fachada principal, silhar de cantaria, ornado por medalhão circular emoldurado, onde surgem representadas as armas da cidade de Lisboa. Fachada principal parcialmente rebocada, sendo de cantaria nos 2/3 inferiores, flanqueada por cunhais em forma de pilastras toscanas. Na zona rebocada, surge uma lápide rectangular, de ângulos côncavos, parcialmente fragmentada, onde surge a inscrição incisa "CML 1867". Na zona revestida a cantaria, surgem três bicas, duas em forma de flor e uma discóide, que vertem para dois tanques em cantaria rectangulares, parcialmente reforçados com chapas de ferro, pouco profundos e com vestígios das antigas réguas de ferro, de apoio ao vasilhame; os tanques estão ladeados por um bloco de cantaria para colocação do vasilhame. Fachada lateral esquerda com uma fresta jacente com moldura saliente, actualmente entaipada, possuindo, adossado, tanque rectangular, de ângulos curvos, com os bordos inclinados, servindo de lavadouros. A fachada lateral direita tem porta de verga recta, com moldura saliente, encimada por bandeira, actualmente entaipada, protegida por uma folha metálica pintada de verde. Frontal ao chafariz e num plano mais baixo, à cota da zona envolvente, surge um quarto tanque, rectangular, com os bordos simples e com a face posterior mais elevada, criando um pequeníssimo espaldar simples, reforçado por chapa de ferro e possuindo vários gatos do mesmo material; ao centro, possui um escoadouro que verte para um tanque lateral, de pequena altura, servindo de bebedouro aos animais, também rectangular e de bordos lisos. |
Acessos
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Travessa do Chafariz das Terras; Alto da Cova da Moura |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5 DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1 / Incluído na Zona Especial de Protecção conjunta do Museu Nacional de Arte Antiga (v. IPA.00003153), da Igreja de São Francisco de Paula (v. IPA.00002621), do Convento das Trinas do Mocambo (v. IPA.00003151) e do Chafariz da Esperança (v. IPA.00004943) *2 |
Enquadramento
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Urbano, adossado ao ramal do Aqueduto das Águas Livres, que canalizava a água para o Chafariz das Janelas Verdes (v. PT031106260356) *2, tendo, no lado direito, um dos arcos do aqueduto, de volta perfeita, que comunica com a Rua do Pau da Bandeira. A zona imediata ao chafariz encontra-se parcialmente pavimentada a calçada de calcário, estando, maioritariamente, em terra batida, estando o tanque mais afastado protegido por dois frades de cantaria. Encontra-se envolvido por edifícios residenciais plurifamiliares e, junto ao chafariz, encontra-se em construção um amplo edifício destoante, que invade a zona de protecção do Aqueduto |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Hidráulica: chafariz |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 18 - projecto de construção do chafariz, alimentado pelo aqueduto que abastecia o Chafariz das Janelas Verdes, com água proveniente da Galeria das Necessidades; 1783, 1 Dezembro - concessão dos sobejos do chafariz, ainda não construído, mas provavelmente com uma bica de saída de água, a Maria Joaquina de Vilhena; 1786, 22 Março - os sobejos foram concedidos à mesma; 1791 - construção do chafariz um pouco mais acima do que se encontra actualmente; 1812 - colocação do chafariz no local onde se encontra actualmente; 1851 - os sobejos corriam para um tanque de lavadeiras; 1867 - obras de vulto no chafariz, patrocinadas pela Câmara Municipal de Lisboa, com ampliação do mesmo e construção de novos tanques; 1949 - demolição da arcada do Aqueduto das Janelas Verdes para abertura da Avenida Infante Santo; esta demolição privou, definitivamente, o Chafariz da pouca água que ainda corria; 1993 - pedido da Junta de Freguesia dos Prazeres para reparar os chafarizes situados no seu perímetro, entre os quais o Chafariz das Terras. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de calcário lioz e em alvenaria mista, rebocada; pilastras, pináculos, tanques, bicas, modinaturas e cornija em cantaria; gatos e réguas de ferro; porta em metal. |
Bibliografia
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ANDRADE, José Sérgio Velloso d', Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos de Lisboa, Belém, e muitos logares do termo, Lisboa, Imprensa Silviana, 1851; CAETANO, Joaquim de Oliveira, SILVA, Jorge Cruz, Chafarizes de Lisboa, Sacavém, Distri-Editora, 1991; FLORES, Alexandre M. e CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, Edições INAPA, 1999; SALDANHA, Diogo, História do Aqueduto das Águas Livres, in Encontro com o Espaço do Fazer Fotográfico no Aqueduto das Águas Livres, EPAL, 2004, págs. 78 a 183. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSARH-010/125-0091/02 |
Intervenção Realizada
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Nada a assinalar. |
Observações
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*1 *1 - Por decreto do Ministério da Cultura (dec. nº 5/2002 de 19 de Fevereiro) foi alterado o Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que designava o imóvel como "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte redacção: "Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa". *2 - DOF: Zona Especial de Proteção conjunta aos imóveis: Museu Nacional de Arte Antiga, Igreja de São Francisco de Paula, Túmulo da rainha D. Maria Vitória, Palácio do conde de Óbidos, Chafariz das Janelas Verdes, Teatro da Casa da Comédia, Edifício da rua das Janelas Verdes n.º 78 - 78, Cinema Cinearte, Chafariz da Esperança, Convento das Trinas, Casa de António Sérgio, Palacete do viscondes e condes dos Olivais e da Penha Longa, Troço do do Aqueduto das Águas Livres, Abadia de Nossa Senhora da Nazaré do Mocambo. *2 - o Aqueduto das Janelas Verdes, ramificação do das Necessidades (um dos cinco que abastecia Lisboa) situa-se entre este e o chafariz das Janelas Verdes; este ramal segue ainda hoje enterrado até à Calçada das Necessidades onde sai para o exterior e continuava pela actual Avenida Infante Santo, em arcada, demolida para a construção daquela via, e continuava pela Travessa do Chafariz das Terras até à Rua de São Caetano; a partir daí segue por conduta subterrânea até às Janelas Verdes. |
Autor e Data
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José Colen 2005 / Paula Figueiredo 2007 |
Actualização
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