Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo
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Portugal, Viana do Castelo, Viana do Castelo, União das freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela |
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Arquitectura religiosa, maneirista, barroca, neoclássica e novecentista. Convento masculino de carmelitas descalços, de planta rectangular irregular, composto por igreja maneirista, protótipo das construções carmelitas, apresentando a característica planta em cruz latina, antecedida por galilé, de transepto reduzido, com o cruzeiro coberto por cúpula, nave em abóbada de falsas lunetas, com capelas laterais profundas, e capela-mor pouco pronunciada, com sacristias adossadas, desenvolvendo-se, no lado direito, o corpo conventual, maneirista e neoclássico, desenvolvido em redor de um claustro, e, na zona posterior, o corpo do colégio novecentista. Igreja com fachada principal em frontão triangular, tendo acesso por três portais em arco de volta perfeita, encimados por amplo janelão do coro-alto e nicho com o orago. No lado esquerdo, torre sineira de dois registos, com quatro sineiras em arco de volta perfeita e cobertura em coruchéu facetado. Interior com coro-alto, que se prolonga lateralmente, em L, formando a tribuna do grande órgão, de três castelos e caixa de talha dourada, surgindo um púlpito no lado do Evangelho, e capelas laterais decoradas por retábulos de talha dourada do estilo barroco nacional e rococó, estilo que se repete nos colaterais e na talha que reveste a sacristia. Retábulo-mor de talha dourada do estilo nacional. O convento, reformulado no séc. 19 e 20, desenvolve-se em redor de um claustro maneirista, quadrangular, de dois pisos, tendo, em cada ala, cinco arcadas a abrir para o pátio, assentes em pilares, com acesso através da central. A fachada da zona conventual é neoclássica, com remate em platibanda e vãos em disposição simétrica, a partir de um eixo central composto por portal e janela de sacada, e marcado, superiormente, por frontão triangular, ladeados por vãos rectilíneos, os superiores de sacada, com guarda metálica. O conjunto encontra-se bastante adulterada na zona conventual, com o adossamento de vários corpos novecentistas, de linhas rectas e rasgadas regularmente por janelas com o mesmo perfil, onde surgem alguns alpendres, mantendo, contudo, a planimetria primitiva do claustro e o esquema do piso inferior do mesmo, como se verifica no desenho preparatório setecentista, em redor do qual se mantêm três capelas com decoração seiscentista, no azulejo do tipo albarrada, nos acantos enrolados das coberturas, em falsas abóbadas de berço, e nos retábulos, conhecendo-se o desenho preparatório de um deles. A denominda Capela do Fundador ou da Transverbação de Santa Teresa possui o túmulo de uma serviçal do Conde de Prado, com lápide sepulcral e retábulo de talha rococó. No conjunto, destaca-se a Igreja, com fachada dividida em três registos, por frisos de cantaria, o superior interrompido por janelão de pefil contracurvado, já de construção barroca, e por três panos, os laterais rasgados por portas, rematados por meia empena, constituindo as aletas do frontão que remata o corpo central, demonstrando uma interessante interpretação dos esquemas maneiristas de Vignola. O interior perdeu parte da sua primitiva planimetria, pois as capelas do lado da Epístola já não são intercomunicantes e o topo S. do transepto encontra-se rasgado para ligar à zona conventual. O retábulo-mor mantêm o primitivo sotobanco em cantaria, dividido em painéis almofadados, destacando-se, sobre este, as edículas com esculturas - relicário, e as ilhargas de talha, contendo pinturas com temática carmelita e mariana e duas albarradas com os símbolos da Ordem. A mesma riqueza de talha, pintada de branco, rosa, verde e azul, contendo várias edículas para relicários e painéis relevados, surge na antiga sacristia, situada no eixo da capela-mor, em estilo joanino. A igreja tem cobertura pintada de rosa e decoração "grisaille", executada no séc. 19, marcado por rosetões e medalhões com símbolos marianos; aliás, os símbolos marianos e carmelitas surgem profusamente disseminados por todo o espaço conventual. Duas das capelas do Evangelho possuem pedras de armas seiscentistas, revelando a origem dos seus fundadores. O coro-alto mantém o primitivo revestimento azulejar, branco, com moldura fitomórfica, surgindo azulejos de figura avulsa na sacristia. |
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Número IPA Antigo: PT011609310024 |
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Registo visualizado 1682 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem dos Irmãos Descalços de Nossa Senhora do Monte do Carmo - Carmelitas Descalços
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Descrição
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Planta em rectângulo irregular, desenvolvida em volta de um claustro e um pátio na zona posterior, composto por igreja em cruz latina, com transepto pouco saliente e nave precedida por galilé, e as dependências conventuais e do actual colégio. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja, e em uma, três ou quatro nas demais dependências. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, algumas com cunhais em cantaria, firmados por pináculos na zona da igreja, e rematadas em friso e cornija ou beiral. IGREJA com fachada principal virada a O., dividida em três panos, os laterais rasgados por portas de verga recta e moldura simples, o do lado direito encimado por janela, cuja moldura se prolonga inferiormente em brincos; rematam em meia empena, flanqueando o corpo central, que remata em frontão triangular, encimado por pináculos e cruz latina sobre plinto galbado, tendo o tímpano rasgado por óculo ovalado encimado por cornija; divide-se em três registos definidos por friso de cantaria, o inferior rasgado por três arcos de volta perfeita, o central mais alto e largo, todos protegidos por grades de ferro forjado pintado de verde e por vidro fosco; no intermédio, surge nicho em arco de volta perfeita, concheado, ladeado por aletas e rematado por cornija, sobre a qual evolui enorme janelão, que interrompe o friso do registo, com os topos curvos e moldura recortada, encimada por cornija e pelo escudo da ordem, sobrepujado por coroa fechada. No lado esquerdo, adossada ao pano lateral, a torre sineira, de dois panos definidos por cornija, o inferior rasgado por pequenas janelas rectilíneas nas faces N. e E., e o superior por quatro sineiras de volta perfeita, assente em impostas salientes e com moldura de cantaria de perfil côncavo; remata em friso e cornija, com pináculos nos ângulos e cobertura em coruchéu octogonal, capeado a cantaria. Fachada lateral esquerda, virada a N., rasgada, no corpo da nave, por porta de verga recta, com remate em cornija, encimada por janela quadrangular, ambas com moldura de cantaria. No topo do transepto é visível uma enorme luneta, de moldura recortada e, no muro, quatro painéis de azulejo com os santos da Ordem. Fachada lateral direita adossada, o mesmo acontecendo com a posterior. A zona do cruzeiro do transepto é mais elevada, surgindo rasgada por duas janelas quadrangulares molduradas em cada uma das faces. INTERIOR com galilé pouco profunda, rebocada e pintada de branco, com azulejo de padrão policromo, formando silhar, e pavimento em lajeado de granito, que acede, por amplo portal de moldura recortada, à igreja, rebocada e pintada de rosa, percorrida por silhar de azulejo padrão; tem uma nave de cinco tramos definidos por pilastras toscanas, para a qual abrem quatro capelas profundas, coberta por falsa abóbada de lunetas, também pintada de rosa e com decoração vegetalista em "grisaille", assente em friso e cornija, tendo pavimento de madeira. O coro-alto ocupa dois tramos, assente em arco em asa de cesto, com guarda em ferro, que se prolonga no lado do Evangelho, em L, dando acesso à tribuna do órgão; acede-se ao coro através de porta de verga recta no lado da Epístola; é revestido a azulejo monocromo branco, envolvido por moldura fitomórfica, azul, onde se encostam bancos de madeira. Confrontantes, duas capelas laterais, as segundas com acesso através do cruzeiro do transepto e as do lado do Evangelho intercomunicantes; têm acesso por arco de volta perfeita, encimados por sanefa de talha dourada, e são dedicadas a Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora de Lourdes, no lado do Evangelho, a São João da Cruz e Senhor dos Passos, no lado oposto. No lado da Epístola, no terceiro tramo, dois confessionários embutidos, com porta de verga recta e moldura de cantaria, o primeiro transformado em nicho; no mesmo lado, púlpito quadrangular com bacia de cantaria e guarda plena de talha em branco, decorada com acantos e, na face principal, a pomba do Espírito Santo, com acesso por escada no lado esquerdo; é encimado por sanefa de talha pintada de branco, com elementos decorativos dourados. O cruzeiro do transepto possui cobertura em cupulim, assente em pendentes, tudo com decoração a "grisaille", com florão central e medalhões com estrelas e as iniciais "AM". No topo N. do transepto, capela dedicada ao Menino Jesus de Praga, com cobertura em abóbada de berço dividida em caixotões, com acesso por porta de cantaria, encimado pelas armas do instituidor, surgindo, no lado oposto, porta de acesso à zona conventual. Retábulos colaterais de talha dourada, dedicados a São José, no lado do Evangelho, e a Santa Teresinha, no oposto. O arco triunfal de volta perfeita, encimado por sanefa, acede à capela-mor, pouco profunda, com cobertura semelhante à da nave e, sobre supedâneo de três degraus, o retábulo-mor de talha dourada, assente em sotobanco de cantaria, em apainelados almofadados, de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas torsas, ornadas por pâmpanos e anjos encarnados, assentes em consolas e prolongando-se em duas arquivoltas, também torsas, unidas no sentido do raio, formando apainelados trapezoidais com decoração de acantos e querubins, tendo, no fecho, cartela com as insígnias da Ordem. No centro, amplo nicho de volta perfeita, com trono de cinco degraus e fundo pintado de azul celeste, onde se acha a imagem do orago; nos eixos laterais, dois pequenos nichos, com molduras fitomórficas e remate em frontão de lanços, onde se integra mísula com imaginária; altar paralelepipédico, com sebastos e sanefas marcados, profusamente decorados de acantos. Na predela, pequenas edículas, onde se integram santos relicários; altar paralelepipédico, decorado com a cruz da Ordem, encimado por sacrário em forma de templete, apresentando quarteirões e cobertura em cúpula, tendo, na porta, motivos eucarísticos. A talha prolonga-se nas ilhargas, emoldurando duas pinturas em cada um dos lados, representando, no lado do Evangelho, a "Virgem a dar o Menino a São João" e "Santa Teresa de Ávila perante a Virgem", surgindo, no oposto, a "Virgem a doar uma casula a São João" e "Esponsais da Virgem"; a ladear as portas laterais, duas tábuas a representar albarradas com os símbolos da Ordem. No lado da Epístola, a actual sacristia, rebocada e pintada de branco, com tecto plano e pavimento cerâmico, que acede à primitiva, situada na face posterior do retábulo-mor, com tecto plano rebocado e pintado de branco, pavimento em lajeado de granito e percorrida por azulejo de figura avulsa formando silhar; possui arcaz com 57 gavetões, encimado por respaldo e oratório de talha policroma; no lado oposto à actual sacristia, um pequeno átrio que liga, por corredor, ao claustro. O CONVENTO adossa-se ao lado direito, composto por corpo rectangular, com fachada principal virada a O., percorrida por embasamento de cantaria, flanqueada por pilastras toscanas colossais, e rematada por friso, cornija e platibanda intercalando zonas plenas com outras balaustradas. Evolui em dois pisos, divididos por friso de cantaria e possui vãos rasgados simetricamente a partir de um eixo central, formado por portal em arco de volta perfeita, encimado por janela de sacada com o mesmo perfil e guarda balaustrada, ambos flanqueados por duplas pilastras, o vão superior com os seguintes em florão; lateralmente, seis janelas, em cada piso, todas rectilíneas e com molduras de cantaria, as inferiores de peitoril e as superiores de sacada, estas últimas assentes em consolas e com guardas de ferro forjado, com decoração fitomórfica. Fachada lateral direita, virada a S., de dois pisos, rasgado regularmente por janelas de peitoril rectilíneas, algumas com molduras de cantaria, que se prolongam inferiormente em brincos, tendo duas portas de acesso, uma ao centro, com dois lanços de escadas divergentes, que se encontram num patamar alpendrado, e outra no lado direito, formando um pequeno alpendre assente em colunas. INTERIOR organiza-se à volta de um claustro quadrangular, de dois pisos definidos por friso de cantaria, tendo, em cada uma das alas, cinco arcadas de volta perfeita, assentes em pilares, as centrais abertas para o pátio, todos protegidos por vidraças; no piso superior, três janelas rectilíneas, com moldura de cantaria, com caixilharia de alumínio pintada de verde, formada por duas folhas e bandeira, protegidas interiormente por portadas de madeira; as alas têm coberturas em falsa abóbada de lunetas e pavimento em taburnos. Entre o claustro e a sacristia, a Capela da Transverbação de Santa Teresa de Ávila, de planta rectangular, com pavimento em lajeado, onde se integra uma sepultura com inscrição, e cobertura em falsa abóbada de berço, assente em pequena cornija, decorada por elementos vegetalistas e coração inflamado ao centro, possuindo, no lado esquerdo, janela rectilínea, no direito pequeno nicho de cantaria para alfaias e, no topo, retábulo de talha policroma. Para o claustro abrem outras capelas, como a do Sagrado Coração de Jesus, com cobertura em falsa abóbada de berço, pintada com acantos e "putti", tendo, ao centro, o emblema da Ordem, e, no topo, retábulo de talha dourada e outra com cobertura pintada e revestido por azulejo de albarradas; nos ângulos das alas, nichos, onde se integram oratórios, surgindo, ainda, uma pequena capela, utilizada pela comunidade religiosa, de tecto plano e, no topo, estrutura de madeira, onde se integra imaginária. No segundo piso, o ante-coro, com cobertura em falsa abóbada de lunetas e pavimento de madeira, encontrando-se redimensionado e com várias portas de verga recta, que ligam a pequenas dependências. Do claustro acede-se à zona do COLÉGIO, formando um rectângulo à volta de um amplo pátio, pavimentado a alcatrão, aberto numa das alas para ligação ao exterior. As quatro alas, evoluem em dois andares, rasgados regularmente por janelas de verga recta, correspondentes em ambos os pisos, as inferiores com molduras de cantaria, que se prolongam inferiormente, formando brincos. A ala O. possui enorme varanda no piso superior, assente em alpendre fechado no inferior; a do lado N., é composta por cinco arcadas, assentes em pilares de granito, formando um alpendre para estacionamento. INTERIOR com corredor que acede a várias salas, que abrem para o pátio. |
Acessos
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Santa Maria Maior, Rua do Carmo. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,696788; long.: -8,823018 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1.ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977 *1 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implanta-se dentro da cidade, junto à estrada de circunvalação, e à via férrea, formando um amplo quarteirão que liga a três vias secundárias. Possui parte do perímetro vedado por muro de alvenaria rebocada e pintada de branco, encimado por gradeamento de ferro forjado pintado de verde, apresentando regularmente pilares de cantaria; é rasgado, na face lateral esquerda, por amplo vão para entrada de veículos, e na face principal, por um segundo portal que dá acesso, através de escadas, a um pequeno jardim, com pavimento cerâmico e algumas árvores de grande porte, nomeadamente uma palmeira. Junto à fachada principal, canteiros rectilíneos com algumas flores; no lado esquerdo, num pequeno ângulo, adossa-se um chafariz novecentista, em cantaria, com espaldar recortado encimado por cornija, ladeado por dois pequenos pináculos, tendo torneira de chumbo que verte para pequeno tanque semicircular. |
Descrição Complementar
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No exterior, na parede N. da igreja, quatro painéis de azulejo, monocromo, de manganês sobre fundo branco, representando Santa Teresa de Jesus, São José, Nossa Senhora do Carmo e São João da Cruz, o segundo assinado. "D. Menezes / F(ábri)ca do Carvalhinho / V(il)A N(ov)A DE GAIA", todos identificados e envolvidos por moldura com motivos vegetalistas. As capelas colaterais do Evangelho são rebocadas e pintadas de branco, cobertas por falsas abóbadas de berço, pintadas da mesma cor, onde se abre um poço de luz, protegido por vidro fosco, assente em cornijas pintadas de cinza, e com pavimento em soalho; possuem estruturas retabulares semelhantes, de talha policroma com marmoreados fingidos verde, azul, vermelho, branco e dourado; a segunda é encimada por pedra de armas esquartelada com elmo e paquife, com as armas dos Aranha, Brandão, Fagundes e Mendes (de Tânger) e timbre dos Mendes. O dedicado a Nossa Senhora de Lourdes, é de planta recta e três eixos definidos por duas colunas de fuste liso e capitéis coríntios, e por dois quarteirões, todos assentes em consolas decoradas com querubins; no centro, nicho polilobado com o fundo pintado de branco e, nos laterais, apainelado rectilíneo, com os ângulos curvos, contendo mísula, encimada por elemento concheado, em asa de morcego. Remate em tímpano adaptado à estrutura da cobertura, contendo um falso espaldar recortado, profusamente decorado por concheados e, no centro, as insígnias da Ordem; altar em forma de urna, com o frontal decorado por cartela e festões, ladeado e encimado por apainelados vazios ou decorados por concheados. O retábulo de Nossa Senhora das Dores é de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas de fuste liso, ostentando elemento concheado, e capitéis coríntios, todas assentes em plintos galbados, os exteriores sobre uma primeira ordem de plintos paralelepipédicos e os centrais posicionados diagonalmente, dinamizando a estrutura; no eixo central, nicho polilobado, com moldura recortada e rosetões na base, tendo o fundo pintado de branco; nos laterais, mísulas encimadas por elemento fitomórfico e concheado, criando um falso baldaquino. Remate em tímpano adaptado à cobertura, contendo espaldar recortado com cornija contracurvado, de inspiração borromínica, profusamente decorado; altar em forma de urna, decorado com cartela. A primeira capela do lado da Epístola possui estrutura semelhante e a segunda tem cobertura em falsa abóbada de berço, dividida em caixotões pintados de rosa, assente em cornija, revestida a azulejo semelhante ao da nave. Possui retábulo de talha dourada, de planta recta e um eixo definido por quatro colunas torsas decoradas com pâmpanos, e quatro pilastras, as centrais mais largas, tendo os fustes decorados por acantos, assentes em consolas decoradas por acantos, excepto as interiores, com painel de acantos, que sustentam friso de querubins e cornija, sobre os quais se prolongam em quatro arquivoltas, duas torsas, unidas no sentido do raio; no centro, nicho facetado, com o interior entalhado, decorado por acantos e rosetões, envolvido por moldura torsa; altar em forma de urna, com mamoreados fingidos, cartela central e festões. No lado do Evangelho, um grande órgão, de talha pintada de branco e decoração dourada, com o coreto assente em ampla mísula de decoração vegetalista; o instrumento é de planta trapezoidal, composto por três castelos, o central mais alto e em meia cana, estando os restantes em ângulo, todos com as flautas em disposição diatónica em tecto, com as gelosias escadeadas e com acantos vazados; possui, ainda, quatro nichos, dois formando as ilhargas, com as flautas em disposição cromática e com gelosias semelhantes às dos castelos; estes são rematados por elementos fitomórficos e fragmentos de cornija; possui consola em janela apainelada, tendo os botões dos 24 registos a ladear o teclado: na mão esquerda, "Bordão de ? (em branco) tapado, Dozena, Quinzena, Dezecelena, Dezanovena, Cheio de 4, Cimbala, Clarim, Bordão de 12 aberto, Oitava Real, Trompa Real, Boaz"; na mão direita: "Flautado 6, Flauta doce, Oitava Real, Dozena, Piffaro, Quinzena e Dezanovena, Cheio de 3, Cimbala, Corneta I, Flautado dez aberto, Oboé, Clarim". Neste, surgem duas inscrições: "José Birto 1 Maio 1952" e "1990 - Salvé o dia de 1900". Capela do topo N. do transepto tem acesso por arco de volta perfeita, assente em quatro pilastras toscanas com os fustes almofadados, duas no intradorso, entre as quais se desenvolvem caixotões, e por duas pilastras jónicas, encimadas por fragmentos de frontão e pináculos de bola, surgindo, ao centro, pedra de armas da família Logier e Abreu, com paquife e elmo, inserido em cartela, rematada por cruz. No interior, rebocado e pintado de creme, revestido com azulejos semelhantes ao da nave, e cobertura em abóbada de caixotões, de cantaria, surge retábulo de talha pintada de bege e dourado, de planta recta e um eixo formado por duas colunas coríntias, com o terço inferior marcado, assentes em plintos paralelepipédicos com as faces almofadadas e a central decorada por elementos fitomórficos, e por dois apainelados também ornados por elementos vegetalistas; no centro, nicho contracurvado com o fundo pintado de azul celeste e envolvido por tripla moldura, a exterior prolongando-se até ao banco, assente em pequeno florão e plinto cúbico; remate em friso e cornija contracurvados, alteados na zona central, encimados por espaldar curvo e cornija, com o fecho saliente e decorado por elementos vegetalistas vazados e relevados. Na base do nicho, um sacrário em forma de templete, com a porta ornada por cruz envolvida por sudário, rematando em frontão semicircular; altar paralelepipédico, flanqueado por colunas toscanas. No lado oposto, pia de água-benta em cantaria, com taça decorada por elementos fitomórficos e pequeno espaldar com triplo concheado. Os retábulos colaterais são semelhantes, de talha dourada e planta côncava, de um eixo formado por duas colunas de fuste liso, envolvido por espira fitomórfica e o terço inferior marcado, de capitéis coríntios, e por quatro pilastras, também com o terço inferior marcado e decoradas por acantos, todas assentes em plintos galbados, que descarregam no sotobanco; no centro, nicho contracurvado com o fundo dourado e com plinto sustentando imaginário, na base do qual surge um sacrário embutido na estrutura; remate em fragmentos de frontão, espaldar recortado, com enorme resplendor, e cornija interrompida por volutas; altar em forma de urna, tendo cartela central e festões. O conjunto é encimado por sanefa do mesmo material, de onde pendem lambrequins vazados. A sacristia possui profusa decoração de talha, policroma de branco, amarelo, vermelho, azul e rosa, constituindo várias edículas, onde se integravam relicários, e o respaldo dividido em seis pequenos nichos e oratório central, definidos por quarteirões; cada nicho, em arco abatido e apoiado em pilastras, possui painéis em meio-relevo, com episódios da vida de Santa Teresa de Ávila; ao centro, o oratório, côncavo, ladeado por quatro pequenos nichos concheados e vazios, em arco de volta perfeita assente em pilastras, rematado por coroa fechada e o símbolo da Ordem. Fronteiro, armário embutido, encimado por nicho flanqueado por colunas torsas e pilastras, que se prolongam em arquivoltas no sentido do raio. A denominada Capela do Fundador possui uma sepultura com a seguinte inscrição: "AQUIAS M(a)N(uel)A D'ALM(ei)DA PERMA / NFL . CRIADA DO EXSEL(entissi)MO / S(enhor) D. FR(ancis)CO DE SOVZA C(on)DE D / E PRADO G(overnad)OR DAS ARMA / S DO EX(er)CETO P(o)R DENTRE / DOVRO E MINHO A / QVAL SERVIO MVITO / S ANOS AO DITO S(enhor) A / C(ria)DA SVA M(olher) CRIANDO / LHE SEVS F(ilh)OS E GOVERNAN / DO SVA CAZA COM / GRANDE AMOR E DEZ / INTERESSE MORE(en)DO DE S / VA MORTE NATVRAL / NESTA V(ila) DE VIANA EM C/ AZA DO D(i)TO S(enhor) COM TO / DOS SACRAMENTOS / DE VERD(adei)RA FIEL CONSTA / EM OS SEIS DEIAS DE OI / T(ub)RO DO ANO DE 1664 A(nos) / E PELA MVITA DEVAÇA(m) / Q8ue) TINHA A S8anta) TEREZA / LHE COMPROV O S(enh)O(r) COM / DE ESTA CAPELA P(ar)A SEV I / AZIGO COM HVA MI / SA SOMANARIA POR / SVA ALMA P(era) EM Q(uan)TO O M / VNDO DVRA DITA TODOS / OS SABADOS COM S(eu) RESPO(ons)O / POR HUM DOS R(eligiosos) DESTE / CONVENTO R(equescat) IN P(ace) AMEN". No topo, um retábulo de talha poliocroma, com marmoreados fingidos azuis, vermelhos e dourada, de planta côncava e um eixo definido por duas pilastras de fuste liso, com pequeno apontamento de acantos, assentes directamente no sotobanco; ao centro, nicho de perfil contracurvado, com o fundo pintado de marmoreados vermelhos e com moldura, onde se integra o orago, ladeada por duas mísulas vazias; remate em espaldar recortado, encimado por cornija e altar em forma de urna, com profusa decoração de acantos e concheados. A Capela do Sagrado Coração de Jesus possui retábulo de talha dourada, de planta recta e um eixo formado por dois painéis decorados de acantos, aves e "putti", que se prolongam numa arquivolta, constituindo o remate, fechado por coroa; possui nicho de volta perfeita, com o fundo pintado de azul e integrando enorme resplendor, com dupla moldura de acantos e decoração em renda na boca da tribuna. Num dos pilares do claustro, a inscrição: "TODAS AS S(epultur)AS / E FECHOS Q(ue) ES / TÃO DE ESTE CU / NHAL AO OU / TRO SÂO DA IR / MANDADE DE / NOSSA S(enho)RA". No pavimento de uma das alas, uma sepultura possui a inscrição: S(epultur)A / DE DO / NA CLARA / JOZEFA". |
Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Religiosa: convento masculino / Educativa: colégio / Educativa: seminário |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Frei Alberto da Virgem, Frei Pedro da Conceição. ENTALHADOR: Oficina dos Coelho. ESCULTOR: J. Vieira da Fonseca, Raul Cerqueira; PEDREIRO: Geraldo Fernandes de Sobreira (1761). PINTOR DE AZULEJO: D. Meneses, da Fábrica do Carvalhinho. RELOJOEIRO: Jerónimo de Braga. |
Cronologia
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1616, 8 Maio - durante reunião do Capítulo Provincial, no Convento Carmelita de Lisboa, decidiu-se fundar um convento em Viana, encarregando para tal Frei António do Santíssimo Sacramento; chegados a Viana hospedaram-se na casa de Francisco Jácomo do Lago na R. da Bandeira; Frei António das Chagas comprou por 480$000 rs o sítio dos Mendonças; 1621, 16 Julho - início da construção, conforme desenho de Frei Alberto da Virgem; 1625, 8 Mai. - religiosos mudam-se para o convento; 1625 / 1628 - Prior Fr. Pedro da Purificação levantou as paredes das 5 celas que faltavam, telhou-as e tirou os alicerces da cabeceira da igreja, com que se fechou o dormitório; o 6º Prior levantou as 2 paredes dos lanços do claustro; 1634 / 1637 - Pe. Fr. André de Jesus e Maria lançou os alicerces da igreja levantando as suas paredes até altura dos confessionários; 13º Prior, Fr. Rodrigo Encarnação mandou fazer a empena do frontispício da igreja, assentou coro e ladrilhou várias dependências; 1635, 5 Julho - data no Livro da Fundação do Convento dos Religiosos Carmelitas Descalços de Viana da Foz do Lima; 1647 - abertura da igreja ao culto; fundação da Capela do Santo Cristo, encimada pelas armas de L. Guilherme Logier K., casado com D. Francisca de Lima Abreu, em 1638; 1667, 25 Abril - instituição da capela de Nossa Senhora da Visitação no convento por Domingos Martins Mendes; 1676 - elevação dos muros; 1688 - 1692 - Fr. António da Madre de Deus mandou construir os 3 retábulos do altar-mor e 2 colaterais; 1692, 18 Setembro - data em vários desenhos relativos à construção de um edifício, com a frente de cerca de 15 metros e 3 pisos; 1694 - douramento das talhas, no priorado de Frei António do Santíssimo Sacramento; 1694, 18 Abril - aprovação, por Frei Álvaro da Santa Madre de Deus, dos alçados do claustro, ordenando que fossem construídos; séc. 18, execução da casa do trânsito, varanda e casa "do ofício humilde"; feitura da imagem do orago em oficina de Lisboa; 1705, 28 Outubro - os religiosos pedem autorização à Câmara para canalizarem água para o mosteiro; 1706, 28 Janeiro - autorização para se executar o retábulo de talha da Capela do claustro, talvez pela oficina dos Coelho, de Barcelos; 1712 - torre e adro; 1713 - comunidade abriu fontanário público; 1715, 26 Abril - desenho do arco de acesso à cisterna e da parede do celeiro; 1717 - colocação solene do trono no retábulo-mor; 1725, 9 Julho - Frei Pedro da Conceição fez uma planta para acrescentar o refeitório, lavandaria, cozinha, casa do peixe, despensa e enfermaria, no primeiro piso, e, no segundo, uma varanda e a casa do ofício humilde; o mesmo executou desenho para o arco da rua e para a Fonte Nova; 1731, Maio - medição da obra do celeiro e aula que se fez no convento, obra a cargo dos pedreiros Manuel de Oliveira e António Lopes Trindade; 1740- 1758 - o Papa Benedito XIV autorizou a diminuição das obrigações de 15670 missas, ficando uma por cada 12, num total de 259 por mês, sendo 80 em altar privilegiado; o mesmo autorizou a exposição do Santíssimo durante os três dias que antecediam a Quarta-feira de cinzas; séc. 18, 2.ª metade - execução dos retábulos das capelas do lado do Evangelho e da Capela do Fundador; execução do órgão; 1761, 2 Agosto - ajuste da obra do dormitório pelo pedreiro Geraldo Fernandes de Sobreira, da freguesia de Gontinhães, Caminha, por 1:270$000; 1798 - data da sepultura de José Bento de Araújo Lima e de seus herdeiros, no pavimento da igreja; 1805 - feitura do actual claustro com 48 sepulturas, tendo o antigo 12 sepulturas da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo, 14 dos religiosos e outras particulares, num total de 56; nesta mesma data, existiam 44 sepulturas no cruzeiro do transepto; 1834 - com extinção das ordens religiosas, o convento foi confiscado e os carmelitas dispersos; avaliação dos bens para venda, o convento de pedraria e carpintaria 7:000$000, a cerca com hortas, vinha, laranjal, árvores de fruto e vários tanques de rega, em 800$000, um campo com mato e pinheiros, situado no Lugar da Abelheira, no arrabalde da vila, que partia com a mata de Santo António, 70$000; as alfaias e mobiliário foram avaliados *2; compra da cerca por Custódio José Pinto Marchante, por 30$000; a Botica foi comprada por Francisco da Costa Pimenta, por 100$000; 1836, Agosto - igreja concedida à Confraria de Nossa Senhora do Carmo; a cerca e a água foram vendidas ao Visconde de Porto Covo da Bandeira; as dependências conventuais foram cedidas ao Asilo da Mendicidade; 24 Dezembro - entrega dos sinos do Convento à Irmandade do Rosário, excepto um que foi para a Igreja Matriz; 1857 - Igreja passa para a Ordem Terceira do Carmo; 1860 - adro que vedava igreja foi demolido devido a urbanização; séc. 20, 1.ª metade - imagem antiga do convento, mostra os corpos adossados à fachada lateral esquerda, com a varanda alpendrada, sustentada por colunas toscanas e corpo de dois pisos, rasgado por janelas rectilíneas; execução de uma imagem de São João da Cruz pelo imaginário de Braga, J. Vieira da Fonseca, da Casa da Arte Cristã, instalada na Rua do Souto, n.º 38-40 e do relógio pela oficina de Jerónimo de Braga; 1904 / 1910 - uma pequena parte foi ocupada pelas oficinas de São José a cargo dos Salesianos; posteriormente foram vendidas várias vezes; 1925 - 1953 - instalação do seminário; 1926 - colocação das imagens de Santa Teresinha e São José nos retábulos colaterais; 1952, 1 Maio - data no órgão pode indiciar uma intervenção de José Brito; 1955 - ampliação das instalações; 2.ª metade - execução de baixos-relevos pelo escultor local Raul Cerqueira; 1990 - data no órgão. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Alvenaria de granito rebocada, na estrutura; modinaturas, cunhais, pináculos, cruzes, pavimento da sacristia, claustro e algumas capelas, sotobanco do retábulo, pia de água-benta e mísula do púlpito, pilares, bancos, platibanda, colunas em cantaria de granito; pavimento de madeira; retábulos, órgão, respaldo do arcaz em talha; azulejos, industrial na nave, de figura avulsa na sacristia, monócromo no coro-alto e de padrão na capela E. do claustro; capelas do claustro com pinturas murais; janelas e vãos com vidro simples ou fosco; telha nas coberturas exteriores; ferro forjado nas guardas das sacadas e coro-alto. |
Bibliografia
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FERNANDES, Filipe, Fundação do Convento do Carmo e Construção da Igreja in Cadernos Vianenses, vol. 1, Viana do Castelo, 1958, p. 74 - 83; GUERRA, Luís de Figueiredo da, Esboço Histórico. Viana do Castelo, Coimbra, 1977; GOMES, Comandante Carlos, EX-VOTOS, in Cadernos Vianenses, VIII, Viana do Castelo, 1984; COUTINHO, Artur, A Cidade de Viana no Passado e no Presente (da Bandeira à Abelheira), Viana do Castelo, 1986; CALDAS, João Vieira, GOMES, Paulo Varela, Viana do Castelo, Lisboa, 1990; FERNANDES, Francisco José Carneiro, Viana Monumental e Artística, Viana do Castelo, 1990; SOROMENHO, Miguel Conceição Silva, Manuel Pinto de Vilalobos da engenharia militar à arquitectura (dissertação de mestrado em História da Arte Moderna), UNL, Lisboa, 1991; REIS, António Matos, Caminhos da História da Arte no Noroeste de Portugal no Primeiro quartel do séc. XVIII, Cadernos Vianenses, tomo 19, Viana do Castelo, 1995, p. 155 - 200; CARDONA, Paula Cristina Machado, A actividade mecenática das confrarias nas Matrizes do Vale do Lima nos séc. XVII a XIX, Tese de Doutoramento, vol. 3, Porto (Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Departamento de Ciências e Técnicas do Património), 2004. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo Distrital de Braga: C.R., Convento de Nª Sª do Carmo de Viana, CR 49 |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Documentação Administrativa
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Arquivo Distrital de Braga: C.R., Convento de Nª Sª do Carmo de Viana, CR 49, doc. 1031 a 1044; IAN/TT: Arquivo Histórico do Ministério das Finanças - conventos extintos, Convento de Nossa Senhora do Carmo de Viana do Minho, cx. 2259, Livro - Junta de Crédito Público - 3ª Repartição - Lº 1 das Requisições |
Intervenção Realizada
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Proprietário: 1905, após - restauro da cobertura da segunda capela do Evangelho, que era rebocada e pintada de branco; 1992 - a zona conventual está a ser reparada por "Bonze - Sociedade Construções / M. Bonze SA."; as obras estenderam-se também ao claustro, cujo chão cedeu durante o mês de Janeiro devido à aplicação de placas muito grandes e pesadas; 1996 - pintura das paredes; 2002 / 2003 - restauro do friso da segunda capela do Evangelho e do pavimento; 2004 - restauro da capela da ala E. do claustro. |
Observações
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*1 - DOF: Igreja de Nossa Senhora do Carmo, incluindo o claustro e a capela nele existente com o recheio da talha e imaginária da mesma capela. *2 - conforme este, sabemos que o retábulo colateral da Epístola tinha uma invocação diferente, a de São João da Cruz, sendo a actual capela do Menino Jesus de Praga, a do Santíssimo Sacramento, "com retábulo liso pintado de branco com imagem mediana do Santo Cristo com seis castiçais dourados"; as capelas da nave tinham, no lado do Evangelho, uma com "retábulo antigo com a imagem vestida de seda da Ajuda com seu Menino, ladeada por Nossa Senhora da Soledade, vestida de seda e outra de madeira de Nossa Senhora da Lapa", a que se segue outra, com "retábulo antigo pintado de São Joaquim e Santa Ana com imagens em busto pequeno. Tem Santo António e São Domingos e o altar nu"; no lado oposto, a Capela de Santo Alberto com a imagem inserida em retábulo de talha dourada, ladeado por Santo Ângelo e Santa Maria da Encarnação; sobre as capelas, seis quadros grandes com santos de vários tamanhos; no coro, uma estante grande com 3 livros, 8 quadros grandes e pequenos, com vários santos; fora da porta da Igreja, tem, no lado do Evangelho, "um nicho com vidraça com imagem vestida de seda do Senhor dos Passos com a cruz sobre os ombros. No lado da Epístola, um nicho igual com o Senhor Crucificado, tendo na base a Senhora das Dores vestida de seda"; nos ângulos do claustro, surgiam quatro quadros com os Passos da Paixão e, na ante-sacristia, existiam três quadros com os bispos da Ordem; na sacristia, "no meio, um Santo Cristo mediano metido num nicho, surgindo flanqueado por 12 imagens de diferentes santos; meios-corpos de sete santos; 8 braços de vários santos e 2 vasos de prata, custódia grande de prata dourada e esmaltada com pedras de várias cores, 3 cálices de missa, um todo de prata e 2 com pés de latão, uma coroa de prata grnade de Nossa Senhora do Carmo, um turíbulo e naveta de prata e um segundo conjunto de latão"; surge referência aos vários espaços conventuais - a Casa dos Hábitos, a Casa dos Despejos, com quatro armários, um com o 4 Evangelistas de vulto e pintados, no segundo, uma imagem despida de Santo Elias, no terceiro, um Cristo de madeira dourada e outro para as procissões e, no quatro, uma banqueta de quatro castiçais de talha dourada; surgem, ainda, uma estante nova, candeeiro das Trevas e um esquife; a Casa da Cera, a Portaria, com um altar antigo com o Santo Cristo no meio e quatro meios-corpos pequenos; no claustro, "vindo da Portaria para a porta travessa da Igreja tem uma capela com retábulo dourado com as imagens de Nossa Senhora e Santo Elias e vindo da Igreja para a porta que entra para a escada uma capela vestida de azulejos da invocação de Nossa Senhora da Conceição, com retábulo dourado e pintado com uma imagem pequena de Santa Teresa de Jesus e frontal pintado"; existia a Biblioteca, com inventário detalhado dos livros, uma varanda, com várias mesas e bancos, os dormitórios do Oratório, do Coro, o Novo, o de baixo da escada, a Barbearia, a Casa da Aula, a Botica, com vários livros e apetrechos, todos inventariados, a Botica de dentro, a ante-cozinha, a Casa onde comem os moços, a Casa da farinha, a Adega, com 5 tonéis, o Celeiro, a Cozinha, a Casa do Alfaiate e a Rouparia. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 / 1995 / 2004 |
Actualização
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