Jardim da Casa do Campo
| IPA.00022892 |
Portugal, Braga, Celorico de Basto, União das freguesias de Veade, Gagos e Molares |
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Espaço verde de recreio. Jardim de caracterização estilística barroca. Jardim de uso privado, formal, murado, de planta rectangular, com canteiros geométricos de buxo, atravessado por caminhos paralelos, com outro central perpendicular, convergindo ao centro em chafariz de tanque circular com repuxo. Todo o jardim é decorado por topiárias geométricas de camélia, algumas delas formando casas de fresco, com zonas de estar constituídas por bancos e mesas, que segundo Ilídio de Araújo, é típico dos Jardins de Basto. Característico no Norte, e bem patente neste local, é a abertura do jardim sobre o exterior, neste caso construído em patamar ao nível do segundo piso da casa, contrariamente ao Sul e Centro do País, onde a privacidade é uma preocupação dominante. |
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Número IPA Antigo: PT010305140155 |
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Registo visualizado 5071 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Espaço verde Jardim Jardim Barroco
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Descrição
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Jardim de planta rectangular, murado, disposto em patamar elevado, à altura do segundo piso da casa. Possui dois acessos, um por passadiço, comunica directamente ao segundo piso da casa, e outro, o principal, virado ao terreiro fronteiro à casa (IPA.00008760), com escadaria constituída por três lanços rectos, com estreito patamar entre os dois primeiros, possuindo, do lado esquerdo, adossado ao muro de suporte do jardim, tanque de lavar rectangular, em granito, com lavadouros inclinados e lisos, na face frontal e laterais, abastecido por caleira com um tubo que conduz água do jardim. Do lado oposto, patamar mais baixo, com muro ritmado por pináculos e acesso central, com três aberturas circulares no pavimento, para a cisterna. No fim do segundo lanço da escadaria, encontra-se pequeno portão de ferro que corta o muro de suporte do jardim, percorrido com alegretes. O último lanço, já dentro da área murada é ladeado por duas grandes camélias topiadas em forma de cilindro, com cerca de dez metros de altura e três de diâmetro. O jardim é dividido em oito canteiros rectangulares limitados por dupla sebe de buxo formando estrutura de caminhos em que o mais longo, central, paralelo ao muro de suporte, é perpendicular a outros cinco mais curtos. No cruzamento central, alinhado com o acesso principal rotunda definida por parede vegetal de camélias, com arcos recortados, constituindo portas e janelas, possuindo ao centro chafariz de tanque circular com repuxo central. O caminho mais longo é ritmado por três casas de fresco talhadas em camélias, todas diferentes, duas delas com tectos abobadados formando pequenos espaços de estadia com mesa de granito. O limite NE. do jardim virado ao exterior é protegido por balaustrada de pedra ao longo da qual se dispõem bancos. No vértice NO., camélia talhada em chapéu-de-sol sobre bancos dispostos em L, no vértice da balaustrada, com mesa circular de pedra. Alguns canteiros de buxo são preenchido com plantações hortícolas e pomar e outros com espécies ornamentais. A O., por detrás do parterre de buxo, corre caminho em parte com latada de vinha, que acompanha o muro de suporte de um outro patamar existente a cota superior. O acesso a esse patamar é feito por escadaria, alinhada com eixo central do jardim. Os caminhos paralelos aos muros de suporte do jardim prolongam-se para espaço com piscina rectangular, rodeada por extenso relvado e árvores de fruto. |
Acessos
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Lugar do Cruzeiro, EN 210, entre Celorico de Basto e Fermil |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Inserido na quinta da Casa do Campo, a NO. da casa (IPA.00008760), a meia encosta do vale do Tâmega, com vista para as serras do Marão e do Ladário e para o Alto da Senhora da Graça, ou Monte Farinha, onde predomina o pinheiro bravo e eucalipto. A propriedade possui cerca de 35 ha de vinha, a cargo da Escola Agrícola de Molares. Fronteiro ao acesso principal encontra-se largo com duas araucárias, de grande porte, que enquadram, uma de cada lado, a fachada principal da capela, que interrompe muro rebocado e pintado de branco, ritmado por merlões, possuindo nos extremos portais, fechados por portão de ferro. A ladear o do extremo E., encontra-se outro, o principal, rasgado em espaldar rectangular, que se eleva do muro, enquadrado por pilastras toscanas emolduradas e estriadas, rematado por entablamento coroado ao centro por pequeno espaldar recortado, com volutas, possuindo no tímpano pedra de armas, sobrepujado por cruz de braço central vazado. Nos extremos erguem-se pináculos piramidais vazados, com bola estriada em espiral. O portal, de verga recta, possui moldura recortada com rosetas nos cantos superiores. Fronteiro à casa, encontra-se pequeno terreiro, ladeado, a E., pela capela, seguida de amplo terraço que termina em muro de cantaria com bancos encaixados fazendo a separação da parte agrícola da propriedade que se inicia com longo espigueiro, junto do qual localiza-se a eira e o sequeiro. Do lado oposto, da casa, junto ao jardim, adossado exteriormente ao muro, encontra-se tanque, colocado em ângulo, de pedra, rebocado e pintado de branco, com duas gárgulas, encaixadas no muro, que trazem água do jardim. A casa possui pátio interior com camélias topiadas em guarda-sol, com mesas de pedra circulares, ao qual se acede por passagem ao nível inferior da casa, ao lado da torre. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Recreativa: jardim |
Utilização Actual
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Recreativa: jardim |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 12 - A propriedade encabeçava de um dos 29 casais agrícolas em que se encontrava dividida na altura a antiga villa agrária da época romana; provável instituição da paróquia de Santo André de Molares, pelos moradores; séc. 15 - Fernão Pinto é o proprietário mais antigo de que se tem conhecimento; 1572 - o Casal do Campo é concedido a Fernão Pinto, neto do primeiro proprietário, contra pagamento de foro; 1641 - D. Catarina Pinto, filha de Gaspar Pinto, proprietário do Casal do Campo, casa com Francisco Álvares de Carvalho; 1734 - Torcato Álvares de Carvalho, filho de Francisco Álvares de Carvalho, e bisneto de D. Catarina Pinto e Francisco Álvares de Carvalho, após o regresso do Brasil, onde fez fortuna, casa com D. Maria Andrade Leite de Paços; provável construção do jardim; são provavelmente desta altura os alegretes que rematam o muro de suporte do jardim e a camélia situada no ângulo NO. do mesmo; séc. 18, segunda metade - sucede a Torcato Álvares de Carvalho, o seu filho António Luís Álvares Pinto de Andrade e Carvalho (1735 / ?), que casa com D. Isabel de Meireles Leite Pereira, herdeira das Casas da Igreja e de Santo Antonino; 1759 - Francisco de Meireles de Sequeira Leite, filho e herdeiro de António Luís Álvares Pinto de Andrade, casa com Francisca de Paula Mascarenhas Rangel de Quadros Soares de Albergaria; 1763 - instituição da capela dedicada a Nossa Senhora da Abadia; 1842 - António Maria Meireles Pereira Leite Rangel Quadros (1800 / 1874), Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, filho e herdeiro de Francisco de Meireles de Sequeira Leite, casa com D. Maria das Dores Teixeira Coelho Freire de Andrade; é de crer que tenha sido este casal, o responsável pela nova plantação das camélias para serem topiadas em formas geométricas; 1874 - sucede como Senhor da Casa do Campo, Francisco de Meireles Leite Teixeira Coelho (1844 / 1915), filho de António Maria Meireles Pereira Leite Rangel Quadros; 1882 - Francisco de Meireles Pereira Leite Teixeira Coelho casa com D. Adelaide Augusta Borges Vieira de Castro; 1915 - sucede como Senhor da Casa do Campo, Francisco de Meireles Teixeira Coelho (1893 / 1959), filho de Francisco de Meireles Pereira Leite Teixeira Coelho; séc. 20 - Francisco Garrido de Meireles (1924) casa com a actual proprietária; década de 90 - abertura da casa ao turismo de habitação. |
Dados Técnicos
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Jardim construído em patamar elevado suportado por muros. |
Materiais
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INERTES: muros de suporte, tanques, cisterna, balaustrada, escadarias, bancos e mesas em granito; estrutura das casas de fresco em madeira; portão e estrutura da pérgula em ferro.VEGETAL: àrvores - araucaria (Araucaria angustifolia), camélia (Camelia japónica), tangerineira (Citrus deliciosa); arbustos - rododendro (Rhododendro sp), buxo (Buxus sempervirens),: herbáceas: agapanto (Agapanthus africanus), hortênsia (Hydrangea macrophylla); trepadeiras - tecomaria (Tecoma capensis). |
Bibliografia
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ARAÚJO, Ilídio, Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal, Lisboa, 1962; CARITA, Hélder, CARDOSO, António Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal ou da originalidade e desaires desta arte, Lisboa, 1990; CARTACHO, D. José Moura, Descrição dos Concelhos de Celorico e Cabeceiras, 1835; Felgueiras, Nobiliário das Famílias de Portugal, Braga, 1942; CASTEL-BRANCO, Cristina, Jardins com História, INAPA, Lisboa 2002; GAIO FALCÃO, Armando de Sacadura, Pintos Álvares de Carvalho de Celorico de Basto, 1968; STOOP, Anne de, Palácios e Casas Senhoriais do Minho, Porto, 1993. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Séc. 20, década de 90 - Construção da piscina e arranjo da área envolvente; início de execução de jardim no patamar superior que ladeia o jardim principal. |
Observações
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A propriedade em que se insere o jardim permanece na mesma família pelo menos desde o séc. 15. Visita aos jardins mediante marcação pelo telefone 977079075. |
Autor e Data
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Pereira de Lima 2004 |
Actualização
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