Tapada das Necessidades
| IPA.00023154 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela |
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Arquitectura recreativa, barroca. Jardim formal e Jardim romântico. Mata estilo paisagista. Aproveitamento da morfologia do terreno e da drenagem natural para as construções e colocação de elementos decorativos ou localização de pontos de belver. Através do terceiro portão existe ambiente dado pela sombra das árvores, pelo serpentear dos caminhos, pela luz aberta da clareira, enquadrado pelos troncos de velhas alfarrobeiras; A ideia de jardim estende-se à paisagem e a sua apreciação estimula emoções e reforça a ideia do homem inserido na natureza. A pendente é acentuada, entre os 5 e 15%. Por se situar virada para a grande massa de água do Tejo, a Tapada é alvo de ventos constantes. É construída sobre afloramento calcário (Cretácico Turoniano), que se estende até ao vale da Avenida Infante Santo. A Casa de Regalo foi o atelier de pintura do rei e da rainha. Estufa circular, inovação na arquitectura do ferro, invenção arquitectónica simples mas de efeito grandioso, com 15m de diâmetro e 16m de altura, onde cresceram plantas exóticas e flores da colecção do rei; Fernando Saxo-Coburgo-Gota, vindo das montanhas e florestas da Turíngia, transforma as hortas e pomares dos frades num jardim romântico, onde planta centenas de novas espécies de árvores, arbustos e flores. Educado como artista, desenhava, estudava, esculpia e cantava. O jardineiro Bonnard, chamado para ajudar o rei, era mestre em aclimatizaçáo de plantas e colaborou nesta inovação que deixou a corte e a aristrocacia portuguesa adepta ao gosto da jardinagem; As Necessidades são um repositório de várias épocas na construção de jardins: horta conventual, terraços geométricos de estilo italiano, eixo e tridente que estrutura toda a quinta, jardim romântico do séc.19; Durante o séc. 19, a Tapada das Necessidades foi palco de três casamentos reais, D.Maria II e D.Fernando II, D.Pedro V e D. Estefânia, D.Carlos I e D.Amélia. As grandes intervenções iniciaram-se com as preparações para os casamentos destes monarcas. As intervenções não se limitam ao palácio, transbordando para os terrenos da Tapada, que se vão alterando com a construção de estruturas e definição de novos desenhos para o jardim; "Neste clima de inovações (...) enquadra-se o uso do asfalto, que teve aqui uma das primeiras utilizações em Portugal, e quase seguramente a primeira nos jardins. O interlocutor de D.Fernando neste campo foi o barão d´Eschewege, presidente da Empresa de Asphalto Portugueza responsável pela empreitada do Parque da Pena. (...) A utilização do asfalto no revestimento dos lagos está comprovada por facturas enviadas pelo barão ao rei D.Fernando (...). Ainda hoje este material é visível em juntas e na cobertura dos referidos lagos." (CARREIRAS 2001, p.101); A Casa de Fresco funciona como belvedere, com vista sobre o relvado, o palácio, o convento e o Tejo. A estrutura da casa fresca é particular pois a água que a refresca situa-se na sua parte superior e exterior. No topo existe um tanque que serve para dar ambiente fresco e efeito estético. O tanque é rectangular, sendo circundado por um conjunto de vasos ornamentados. Num dos seus topos existe uma bica que lança água. O acesso ao interior da Casa de Fresco faz-se através de um pórtico em cantaria, estando de cada lado implantadas duas taças encimadas por nichos com figuras que lançam água. Por dentro esta construção é composta por duas linhas de pilares que formam três corredores com tecto em arco, e nichos. A Tapada tem uma enorme biodiversidade em termos faunísticos, nomeadamente rola-comum (Streptopelia turtur), rola-turca (Streptopelia decaocto), chamariz (Serinus serinus), pintassilgo (Carduelis carduelis), pardal-comum (Passer domesticus), melro (Turdis merula), chapim-real (Parus major), gaio (Garnilus glandarius), rabirruivo-preto (Phoenicurus ochrurus), tordo-ruivo (Turdus iliacus). |
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Número IPA Antigo: PT031106261094 |
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Registo visualizado 7642 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Espaço verde Parque Parque Romântico
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Descrição
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Dividem-se os 10ha da cerca em quatro áreas: primeira constituída por dois terraços junto ao convento, planos, geométricos e ligados por escadarias; segunda, zona mais baixa da cerca, mais próxima do Tejo e de declive menos acentuado; terceira, logo acima, mais inclinada, contém elemento gerador de traçado barroco, lago circular e início dos eixos em tridente; quarta corresponde a zona superior da Tapada, mais exposta aos ventos, mais íngreme, a mata. Convento virado para o interior, em ligação directa com jardim e cerca, num recolhimento do exterior. Toda esta articulação é feita de forma orgânica, mal obedecendo a geometrismo axial pré-determinado. A Tapada, a N. do palácio, é cercada por muros e tem três entradas, sendo a mais discreta na Rua da Borja, que tem portão de fole de alumínio. Segunda abre-se no muro da Calçada das Necessidades e serve Ministério dos Negócios Estrangeiros e casa do guarda da Tapada *3. Vedações deixam transparência e vê-se para dentro do bosquete: pinheiros, folhados e acantos, verdes e misteriosos. Terceira entrada junto à igreja e palácio, sendo a mais digna, com portão de ferro, cantaria e portaria, dando para um dos passeios da Tapada, virado a S., donde se tem vista para o Tejo. Pela entrada da Calçada das Necessidades, atravessa-se o verde espesso dos bosquetes e, em frente, tem-se Casa de Regalo, construção requintada e discreta que se prolonga por eixo em cascata que desagua em lago redondo rematado por muro de estátuas. Casa de Regalo localiza-se em ponto central da tapada,com vasto dominio visual, destacando-se como edifício de referência. Dispõe-se em planta quadrada, com arquitectura de inspiração neoclássica, na qual os elementos de construção são sobretudo alvenaria, reboco, ferro e vidro. Na zona de cave do edifício existe grotto de forma octogonal, composto por fonte rocaille e dois nichos. Para N. edifício moderno, enquadrado pelas árvores da Tapada. Estrutura conventual dá para terraços geométricos do jardim. De tamanho reduzido, encontra-se Jardim da Rainha (D. Estefânia), de entrada pelo interior do palácio. É desenhado por buxo em topiária e enquadrado por escadaria e balaustrada em mármore tendo ao centro grande taça de água ao estilo da época. Ligado ao rés-do-chão do palácio, rigorosa simetria de parterre de broderie com fonte central, pequeno, virado a N., sem vista. Jardim de buxo encontra-se a N. do convento, junto a Horta dos Frades. Tem formato rectangular (66m x 40m) rematado por muros, e dispõe estrutura em torno de lago central. Estando a cota inferior à horta, esta é superada por muro de suporte. Namoradeiras acompanham muro com acentos e canteiros de flores. Escadaria pequena mas de boa traça e dá continuidade para o resto da tapada. Horta dos Frades, de cota superior, é reinterpretação do hortus conclusus dos conventos medievais, ornamentada, ligada a produção de plantas, de estrutura muito simples, longe do ornamento do jardim de buxo. São dezasseis canteiros formados por quadrícula de caminhos, sendo os centrais - que atravessam eixo do lago formando cruz - mais largos. Cada canteiro é dividido em quatro, através de linhas divisórias entre culturas. A sua localização fronteira ao jardim de buxo estabelece contraponto entre o jardim conventual, com função produtiva e desprovido de ornamentos, e o jardim palaciano, que visa apenas ornamento para recreio. O resultado é sucessão de espaços exteriores justapostos com qualidade individual, que se ligam organicamente mantendo ambiente quase doméstico, mas muito equilibrado. A prática agrícola da cerca do convento domina todo o espaço, desde horto conventual de dimensão medieval, a laranjal de produção e ornamento na parte baixa do regadio, aos terrenos de semeadura do sequeiro e o moinho de vento. Estufa Circular, cúpula de ferro e vidro que assenta sobre cilindro espesso de alvenaria. A 100m de distância, e ligada por muro de suporte à estufa circular, ergue-se Casa de Fresco. Funciona como belvedere, com vista sobre relvado, palácio, convento e o Tejo. Estrutura da casa fresca particular pois a água que a refresca situa-se na sua parte superior e exterior. No topo existe tanque rectangular, sendo circundado por conjunto de vasos ornamentados. Num dos seus topos existe bica que lança água. Acesso ao interior da Casa de Fresco faz-se através de pórtico em cantaria, estando de cada lado implantadas duas taças encimadas por nichos com figuras que lançam água. Por dentro esta construção é composta por duas linhas de pilares que formam três corredores com tecto em arco, e nichos. A água chega do Aqueduto das Águas Livres (v. PT031106100001) que permite a grande riqueza em toda a Tapada. No centro gravítico da cerca, o traçado de tridente define três alamedas no parque com direcção segura, mas truncadas e pequenas. O ponto nuclear da cerca é o lago circular de 14m de diâmetro, com eixo central bem definido e grotto. No extremo N. da mata existe moinho, à cota de 80m. A cerca encontra-se pontuada por diversos elementos de água, destacando-se o lago, mas não menos importantes no sistema são "alguidares" formados por coluna encimada por bacia, ou os leões, fontes que ocupam relvado. Jardim Paisagista marcado por rede de caminhos serpenteantes, que limitam canteiros irregulares, de formas arredondadas, povoados de espécies exóticas. Surgem ainda dois lagos artificiais de forma irregular, envolvidos por vegetação do tipo ripícola, tendo um, uma ilha. A N. existe muro de suporte com 4m de altura, permitindo criar para relvado suave declive e oferece a vantagem do relvado poder ser visto de cima do muro por balaustrada. Este relvado em forma de concha tem enorme impacto, uma vez que é a unica clareira existente, de exposição solar, sendo o local de estadia por excelência, espaço de grande abertura visual em contraste com cercadura de grande densidade de vegetação. A parte superior da Tapada é coberta por zambujeiros e defendida por linhas serradas de ciprestes e pinheiros ao longo do muro. |
Acessos
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Largo do Rilvas; Largo das Necessidades; Calçada das Necessidades |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 8/83, DR, 1.ª série, n.º 19 de 24 janeiro 1983 / ZEP Portaria n.º 552/96, DR, 1.ª série-B, n.º 232 de 07 outubro 1996 *1 / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) |
Enquadramento
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Localiza-se na parte ocidental de Lisboa, a O. do conjunto formado pelo Palácio e convento das Necessidades (v. PT031106260127), Urbano, entre cruzamentos de ruas desalinhadas, difíceis para o trânsito, apertadas com velhos casarões de dois pisos. O terreno estende-se desde a Calçada das Necessidades até à Rua do Borga, a N., descendo até à Rua Capitão Afonso Pala, que o limita a O. Fachadas ricas e várias de textura e luz que formam a cidade antiga meio rural meio urbana. As ruas que envolvem a Tapada são ladeadas por muros antigos que ocultam o jardim de 10ha. Com o Tejo a S. e a Ribeira de Alcântara a Poente. Ocupa um troço da encosta, desde a cota 20 à 82, virada a S. e SO., com exposição e protecção em relação aos ventos dominantes. |
Descrição Complementar
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"Um jardim decorado de estátuas e vasos de mármore, com seu lago no meio: de compridas ruas de bosque, perfeitamente alinhadas, cruzando-se e encontrando-se em diversos largos não muito espaçosos, onde formavam uma estrella, da qual cada rua era um raio; de pomares de laranja, e outras frutas nos espaços que as ruas deixavam livres, mas encaixilhados em arvoredo silvestre; de uma horta ajardinada; de uma casa de regalo no fundo do bosque, com uma pequena cascata dentro, e fora um grande lago circular, tudo assombrado de frondosas árvores, e finalmente de várias obras de ornato" (VILHENA DE BARBOSA, 1862); "Em redor da igreja ergue-se o microsmos pensado e construído como pequena réplica das cidades do absolutismo. Num mesmo espaço temos a casa do rei celeste - a igreja, a casa do rei terreno - o palácio, a casa da família religiosa - o convento, o pólo de atracção para o espectáculo de poder - a praça, os campos de recreio e o sustento para os monges - a cerca." (CARREIRAS 2001: p.52); " Não é só a collecção das mais raras e bellas plantas que torna o jardim das Necessidades um objecto de atenção: o próprio jardim, pela artística disposição que tem, forma per si uma bella paisagem. Tudo está no seu logar, e a sciencia é alliada ao gosto mais apurado para produzir uma irrprehencivel perspectiva." (GOEZE, 1876); "O primeiro projecto para a estufa [foi] da autoria do engenheiro Pézart: Project de serre ou jardin d´hiver pour la Quinta das Necessidades" (CARREIRAS 2001: p.110); " Os jardins das Necessidades muito devem a El-Rei D. Fernando. [...] D. Fernando era não só um grande admirador da beleza das flores que com desvelos mandara cultivar nos jardins dos palácios reais, mas também um conhecedor" (CÂNCIO, 1943); " Além de pomares , é de citar a presença de vinha e de uma larga terra de semeadura, situada no extremo norte, junto ao moinho, confirmando a vocação de produção agrícola [vide Planta Iconográfica de 1844]( CARREIRAS 2001, p.56); "Colecções de plantas exóticas, hibridações de camélias, novos viveiristas, exposições de flores, medalhas e honrarias entregues pelos reis a jardineiros, pavilhões de exposições e jardins passaram a ser moda e a fazer parte do rol de bens de quem tinha poder, dinheiro ou nobreza. Veja-se a planta da cidade de Lisboa, desenhada por Filipe Folque em 1856 (vinte anos após a chegada de D.Fernando II), para se perceber a área que cada proprietário tratava como jardim atrás da casa. O desenho do verde, por vezes geométrico e por vezes naturalizado, indica sempre o cuidado e a manutenção, mas sobretudo a enorme riqueza do interior dos quarteirões onde as crianças brincavam e cresciam no gosto pela natureza" (CASTEL-BRANCO, 2002); "O ponto nuclear da cerca era sem duvida o lago circular com cerca de catorze metros de diâmetro. Era este o ponto confluente da rede de caminhos que definia a estrutura da cerca (...). Por cima do lago para os dous lados, mediando algum espaço do terreno, se sobe por duas escadas de pedraria, nos corrimoes tem algumas estátuas. No meyo das escadas em que ha sufficiente distancia medêa sufficiente terreno, e se sobe por alguns degraos de pedra e se dá em hum arco de pedraria muito bem lavrado, o qual serve de escada a huma casa redonda com sua boveda, e sobre elle huma cascata de singular arteficio à qual vem dar parte da agoa, que vem da mesma May, se reparte agoa para todos os tanques, fonte do claustro, cosinha e Palacio. A cascata além da perfeyção com que está feyta, e galantaria, lança pellas juntas das conchas e buzio a agoa do dito tanque" (CARREIRAS 2001, p.60 - descrição de 1756, Padre Portal). |
Utilização Inicial
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Recreativa: tapada |
Utilização Actual
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Recreativa: jardim |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Ministério da Agricultura |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Engº Pedro José Pézerat (1800 - 1872) (estufa); Jardineiro Bonnard (1841); Eng. Eschwege (acompanhou as obras do rei, na parte de materiais inertes no jardim); José de Almeida (escultor); Custódio de Sá Faria (projecto e acompanhamento de obra da cerca e dos jardins). |
Cronologia
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1607 - construção da Ermida de Nossa Senhora das Necessidades; 1742 - aquisição pela Coroa de terrenos a Baltazar Pereira do Lago, para edificação de um templo dedicado a Nossa Senhora das Necessidades, programa que D. João V rapidamente transformou em sumptuosa igreja, convento de São Filipe de Néri e palácio real contíguo; a Tapada toma como primeiro nome Cerca das Necessidades; a obra surge por acção de graças pela cura da parelesia do rei, sendo entregue à Ordem dos Frades Oratorianos; 1743 - início das obras, segundo projecto de Caetano Tomás de Sousa; D. João V chama arquitectos italianos para a construção dos jardins barrocos; 1745, 8 de Fevereiro - D.João V oficializa a doação do convento e da cerca à Congregação do Oratório de S.Filipe de Néri; para si e seus descendentes reserva o palácio, sacristia e coro da igreja; 1745, Março - D.João V, compra a Baltazar Pereira do Lago e a António Rodrigues Dias, terras confinantes, tornando-se a maior cerca conventual de Lisboa; o rei manda elaborar uma carta topográfica do local, a qual foi executada pelo brigadeiro Manuel da Maia, capitão Paulo Lopes Farinha e o ajudante Francisco Xavier Paes; 1747 - construção do chafariz diante da fachada S. do palácio; 1755, 1 Novembro - o terramoto não causa praticamente danos no conjunto das Necessidades; o convento torna-se sede da Congregação do Oratório na cidade de Lisboa; 1756 - reinado de D. José, o palácio passa a funcionar também como residência de príncipes estrangeiros de visita a Portugal, como o duque de Chantres (1776), príncipe de Gales, Jorge IV de Inglaterra, duque de Sussex e Duque de Wellington; 1780-1791 - estabelecimento no palácio da Academia das Ciências; 1821 - realização da primeira sessão de cortes extraordinárias, facto hoje lembrado na toponímia do Pátio das Cortes; 1828 - D. Miguel escolhe as Necessidades e a família real volta a residir temporadas no palácio; 1833 - após conquista de Lisboa, D.Pedro V permanece nas Necessidades; 1834 - com a expulsão das ordens religiosas, o convento de São Filipe de Neri passa a anexo do palácio real e aí se instala, pouco depois, a Academia Real das Ciências; 1836 - Casamento de D.Maria II com D. Fernando II; 1841 - D. Fernando II chama o jardineiro Bonnard para intervir nos jardins da Tapada das Necessidades, transformando o jardim em estilo paisagista, inglês, a poente do jardim de buxo, introduzindo várias espécies exóticas; 1843 - construção de um jardim à inglesa no antigo pomar de espinho do Mosteiro; 1844 - o palácio toma a sua plena função de residência real, tomando o nome de Quinta Real com D. Fernando Saxe-Coburgo-Gota e D. Maria II, que transformam a residência e a cerca ao gosto da época; 1853 - D. Pedro V ascende ao trono e continua a viver com D.Fernando II nas Necessidades; 1857 - D. Pedro V manda construir a estufa circular; 1869 - casamento de D.Fernando II com a condessa d´Edla; 1874 - a condessa d´Edla e o infante D. Augusto também residem no palácio; nas Necessidades passou a existir uma escola de jardinagem que forneceu jardineiros para varios jardins em Lisboa, e ali se implantaram viveiros de grande qualidade e centenas de espécies; introdução de novos traçados no jardim, tributários da arte dos jardins na Grã-Bretanha; 1889 - D. Carlos casa com D.Amélia e vão viver para o Palácio das Necessidades; construção do Casa de Regalo para atelier da Rainha D. Amélia; 1903 - D. Carlos recebe por temporadas o rei Eduardo VII e mais tarde o imperador da Alemanha; 1910 - implantação da República; bombardeamento do Palácio das Necessidades; 1911 - instalam-se na parte do convento diversos serviços militares e depois o Governo Militar de Lisboa; 1916 - instalação de serviços do futuro Ministério dos Negócios Estrangeiros, no palácio; 1936 - Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais procede às primeiras reparações, em particular da estufa circular; 1938 - Ministério das Finanças autoriza a construção de um parque infantil na Tapada; restauro do edifício pelo arquitecto Raul Lino; 1939 - a Tapada é afecta à Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas; 1943 - Construção de uma escola anexa instalada no antigo edifício das cavalariças do infante; 1944 - Exposição de floricultura na Tapada das Necessidades; 1950 - sede instalada em definitivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros; 1954 - instalação na Tapada do Centro de Estudos de Mesologia e Desenvolvimento Florestal; 1974 - destruição do antigo Picadeiro Real para construção de edifício moderno do Instituto da Defesa Nacional; 1979 - a Tapada é, por Despacho Ministerial de 31 de Outubro de 1979, afecta à Estação Florestal Nacional; 1983, 16 dezembro - Portaria publicada em DR, 2.ª Série, n.º 288 a definir a fixação de uma Zona Especial de Proteção, revogada por nova Portaria de 1996; 1999 - projecto de ampliação da Biblioteca do Instituto de Defesa Nacional, na Tapada, desenvolvida em 3 caves e enterrada no jardim; 2002 - a Estação Florestal Nacional muda de sede, saindo da Tapada. |
Dados Técnicos
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Muros de suporte, tanques revestidos a asfalto |
Materiais
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Vegetal: campainhas (Abutilon megapotamicum), acácia (Acacia melanoxylon), acanto (Acanthus mollis), bordo-negundo (Acer negundo), plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus), erva-do-homem-enforcado (Aceras antropophorum), ensaião (Aeonium arboreum), agapanto (Agapanthus africanus), piteira (Agave americana), ailanto-do-japao (Ailanthus altissima), aloés (Aloe arborescens), aloe-vera (Aloe vera), alteia (Althea officinalis), malva-da-índia (Althea rosea), alegra-campo-de-folha-miuda (Asparagus aspargoides), balanco-bravo (Avena sterilis), margarida-anual (Bellis annua), bérberis (Berberis sp), braquipodio (Brachypodium sp), bromo-das-vassouras (Bromus rigidus), budleia (Budleia davidii), buxo (Buxus sempervirens, Buxus sempervirens var. suffruticosa), cameleira (Camellia japonica), cana-de-jardim (Canna hybrida), lódão-bastardo (Celtis australis), alfarrobeira (Ceratonia siliquia), Olaia (Cercis siliquastrum), palmeira-das-vassouras (Chamaerops humilis), clivia-cafre (Clivia miniata), clorofito (Clorofitum comosum), corriola (Convolvulus arvensis), pampilho (Coleostephus myconis), avoadinha (Conyza sp), cedro-do-buçaco (Cupressus lusitanica Mill.), cipreste-da-california; (cupressus macrocarpa), cipreste-comum (Cupressus sempervirens), Dragoeiro (Dracaena draco), Maria-fia (Erodium melacoides), morganheira (Euphorbia lathyris), ésula-redonda (Euphorbia peplus), estrelas-do-natal (Euphorbia pulcherrima), Euonimos (Euvonymus japonicus), faia-europeia (Fagus sylvatica), arvore-da-borracha (Ficus elastica), freixo (Fraxinus angustifolia), Catarinas-queimadas (Fumaria capreolata), Brincos-de-princesa (Fuchsia megellanica), amor-de-hortelão (Gallium aparine), erva-de-são-roberto (Geranium robertianum), hera (Hedera helix), hibisco (Hibiscus rosa-sinensis, Hibiscus syriacus), hortênsia (Hydrangea macrophylla), lírio-roxo (Iris germanica), jacaranda (Jacaranda ovalifolia), jasmineiro-do-monte (Jasminum fruticans), lagestroemia (Langestroemia indica), lantana (Lantana camara, Lantana aurea) *2. |
Bibliografia
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ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, Fasc. 3, Lisboa, 1946; ATAÍDE, M. Maia, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa - Tomo III, 1988; BARBOSA, Inácio Vilhena de, Real Quinta das Necessidades, Arquivo Pitoresco, nº 18, Lisboa, 1862, p.142; CAEIRO, Baltazar Matos, Os Conventos de Lisboa, Lisboa, 1989; CÂNCIO, Francisco, Lisboa - Figuras e Casos do Passado, Grupo de Amigos de Lisboa, 1943, p.131; CARREIRAS, João Albuquerque, As Origens e a Construção das Necessidades, in Necessidades Jardins e Cerca, coordenação de Cristina Castel-Branco, Livros horizonte, Lisboa, 2001; CASTEL-BRANCO, Cristina, Necessidades - Jardins e Cerca, Livros Horizonte, Lisboa, 2001; CORTE-REAL, Manuel Henrique, O Palácio das Necessidades, - III, in Revista Municipal, ano XLIV, 2ª série, nº 1, 3º Trimestre, 1982; CORTE-REAL, manuel Henrique, O Palácio das Necessidades, Lisboa, 1983; FERRÃO, Leonoro, A Real Obra de Nossa Senhora das Necessidades, Lisboa, 1994; GIL, Júlio, Os Mais Belos Palácios de Portugal, Lisboa, 1992; GOEZE, Edmond, Jardins Notáveis em Portugal - Palácio das Necessidades, in Jornal de Horticultura Prática, José Marques Loureiro Editor, vol.7, Porto, 1876, p. 42-46; LEAL, Augusto S. de A. Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873-1890; Ministério das Obras Públicas, Relatório de Actividades do Ministério no ano de 1953, Lisboa, 1954; Ministério das Obras úblicas, Relatório de Actividades do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Monumentos, n.º 7 e n.º 9 a n.º 13, n.º 19, Lisboa, DGEMN, 1997-2001, 2003. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML; BNP, Iconografia, Des. Nº D.15 R, D.16 R, D.17 R, D.18 R, D.19 R, D.20 R, D.21 R, D.22 R, D.126 R, D. 127 A, D.174 V |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML |
Intervenção Realizada
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1947 - Obras de adaptação para o MNE, reparação de coberturas, limpeza, reparação do pátio e do lado do jardim; 1948 - reparações diversas (depósito anexo ao jardim); 1966 / 1968 - Obras de conservação na Casa de Regalo; 1967 - obras de conservação e reparação (paramentos exteriores); DGEMN: 1991 / 1992 / 1993 - recuperação da Casa do Regalo; 1993 / 1995 - recuperação da Casa de Fresco, cascata anexa à Casa do Regalo e Pavilhão do Aviário; recuperação do antigo observatório; 1994 - obras de recuperação dos muros e casas dos canteiros; beneficiação do muro (do lado da Calçada das Necessidades); 1996 / 1997 / 1998 - recuperação do muro e Estufa Real; 1999 - recuperação da Casa de Fresco e muro envolvente da tapada; 1999 / 2000 - beneficiação e reconversão das portarias Nascente e S., de acesso à Tapada; 1999 / 2000 - recuperação dos pavilhões e do muro envolvente; reconversão da casa da guarda, localizada a E.; 2000 - remodelação da portaria E. e da Casa de Fresco; 2003 - instalação de distribuição de energia. |
Observações
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*1 - 1 - DOF: Conjunto do Palácio das Necessidades, abrangendo todo o edifício conventual, da Ordem de São Filipe de Néri (dos Padres do Oratório), da torre e da capela, os jardins e o respectivo parque, com elementos escultóricos e decorativos, e ainda fachada palaciana, incluindo a fonte monumental, datada de 1748 e situada no largo ajardinado em frente da capela. *2 - materiais (continuação): ervilhaca-olho-de-boneca (Lathyrus aphaca), chicarão-de-torres (Lathyrus clymenum), loureiro (Laurus nobilis), lavatera (Lavatera cretica), ligustro (Ligustrum vulgare), alfanheiro-oval (Ligustrum ovalifolium), madressilva (Lonicera etrusca), macieira-brava (Malus sylvestris), luzerna-preta (Medicago lupulina), costela-de-adão (Monstera deliciosa), amoreira-branca (Morus alba), loendro (Nerium oleander), figueira-da-índia (Opuntia ficus-indica), penachos (Orobanche crenata), alfavaca-de-cova (Parietaria punctata), palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), Bela-sombra (Phytolaca dioica), pinheiro-do-alepo (Pinus halepensis), pinheiro-lariço (Pinus nigra ssp laricio), pinheiro-bravo (Pinus pinaster), pinheiro-manso (Pinus pinea), pitosporo-da-china (Pittosporum tobira), Incenso-pitosporo (Pittosporum undulatum), romanzeira-do-jardim (Punica granatum), Biota-da-china (Platycladus orientalis), plumbago (Plumbago capensis), Relva-dos-caminhos (Poa annua), Relvão (Poa trivialis), choupo-branco (Populus alba), choupo-negro (Populus nigra), ameixoeira-dos-jardins (Prunus cerasifera var. atropurpurea), louro-cerejo (Prunus laurocerasus), cerejeira-do-japão (Prunus serrulata), piracanta (Pyracantha coccinea), carrasco (Quercus coccifera), carvalho-cerquinho (Quercus faginea), piorno-branco (Retama monosperma), acácia-bastarda (Robinia pseudacacia), silva-brava (rubus ulmifolius), gilbardeira (Ruscus aculeatus), salva (Salvia officinalis), salvia-vermelha-dos-jardins (Salvia splendens), pimenteira-bastarda (Schinus molle), cornilhão-grosso (Scorpiurus vermiculatus), erva-pinheira (Sedum sediforme), tasna (senecio jacobaea), Salsaparrilha (Smilax aspera), Salsa-de-cavalo (Smyrnium olusatrum), erva-moira (Solanum nigrum), serralha-macia (Sonchus oleraceus), Giesta (Spartium junceum), morugem-branca (Stellaria media), estrelícia (Strelitzia reginae), erva-da-fortuna (Tradescantia fluminensis), ulmeiro (Ulmus minor), ulmeiro-comum (Ulmus procera), urtiga-menor (Urtica urens), veronica-da-persa (Veronica persica), folhado (Viburnum tinus), pervinca (Vina major), ervilhaca-púrpurea (Vicia Benghalensis), ervilhaca-mansa (Vicia sativa), Yuccas (Yucca aloifolia, Yucca elephantipes, Yucca gloriosa, Yucca variegata), Jarro (Zantedeschia aethiopica); Inerte: alvenaria, reboco, ferro, mármores, azulejos, madeira, vidro, calçada, terra batida, tijoleira. |
Autor e Data
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Luísa Estadão 2004 |
Actualização
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Luísa Estadão 2007 |
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