Observatório Astronómico de Lisboa / Observatório Astronómico da Tapada da Ajuda / Observatório Astronómico D. Luís

IPA.00023178
Portugal, Lisboa, Lisboa, Alcântara
 
Arquitetura científica, neoclássica. Observatório astronómico, de feição neoclássica. O Observatório Astronómico de Lisboa foi construído em obediência ao projecto do Observatório Astronómico de Poulkova (Rússia), segundo planos cedidos pelo seu director, William Struve. É o Observatório Nacional português, instituição de referência para o estabelecimento da hora legal e publicação de dados astronómicos (almanaques e astronovas). A sua importância científica e histórica, em conjunto com a sua colecção, biblioteca e arquivo, não tem par no país. Os antigos edifícios de habitação, como o E., devido à sua utilização permanente, têm sido alvo de algumas obras de transformação e manutenção, encontrando-se descaracterizado o seu uso inicial. O do lado O. manteve até aos nossos dias o seu uso inicial, tendo sido gradualmente desabitado e mantém ainda as características construtiva originais. O jardim envolvente mantém ainda algumas das espécies exóticas originais.
Número IPA Antigo: PT031106021097
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Científico  Estação / Observatório  Estação / Observatório astronómico  

Descrição

Conjunto de edifícios que formam o Observatório. O EDIFÍCIO PRINCIPAL é de planta cruciforme, com os braços orientados segundo os pontos cardeais, constituída por um corpo central de secção octogonal rodeado por quatro corpos de menores dimensões orientados segundo os pontos cardiais. A porta principal rasga-se no corpo S., precedida por arcadas coroadas por um frontão triangular; no piso inferior do corpo central, sala circular circundada por galeria octogonal, reconhecendo-se no pavimento, em embutidos de mármore, uma rosa-dos-ventos; o piso superior deste corpo é rematado por uma cúpula giratória em ferro *2.

Acessos

Rua do Sítio do Casalinho da Ajuda; Calçada da Tapada

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1

Enquadramento

Urbano. Integrado dentro do parque da Tapada da Ajuda. Colocados a Sul e a Norte, dois edifícos anexos de planta rectangular.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Científica: observatório astronómico

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu *3

Propriedade

Pública: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Jean François Gille Colson (1861-1865); José da Costa Sequeira (1861-1865); Valentim José Correia (1861-1865). ENGENHEIRO: Frederico Augusto Oom (1861-1865).

Cronologia

1812 - numa planta de 1812, existiria no "Alto da Casa Branca", na Tapada, um antigo observatório; 1850 - o astrónomo francês Faye (1814-1902) e o astrónomo Struve (1793-1864) propõem que se façam observações astronómicas em Lisboa, que segundo o primeiro é o "único local em todo o continente europeu em que a luneta zenital pode encontrar a maravilhosa estrela de Argelander"; Março - o Conde do Lavradio propõe à Câmara dos Pares que o Governo adquirisse a luneta zenital criada por Faye; o Governo nomeia uma comissão, presidida por José Feliciano da Silva Costa (1797-1866) e impulsionada essencialmente por Filipe Folque (1800-1874), para a construção de um novo observatório, pois o Observatório Real da Marinha, não possui as condições necessárias para as observações pretendidas; 1857, Janeiro - D. Pedro V destina 30 contos de réis para a construção do observatório e decreta uma nova comissão, mantendo Filipe Folque; a comissão pensou inicialmente no jardim do Príncipe Real como local para a edificação do observatório, seguindo-se a ideia do Parque Eduardo VII, e só depois a Tapada da Ajuda; 1859 - o tenente da armada e engenheiro hidrográfico, Frederico Augusto Oom (1830-1890) parte para Poulkova, na Rússia, com vista a receber orientação para a construção do observatório, a verificação de aparelhos e o contacto com pessoal especializado do observatório de William Struve, director do Observatório de Poulkova; 1861 - autorização régia de D. Pedro V para a instalação de um observatório astronómico na Tapada, similar ao Observatório de Poulkova, segundo o projecto do engenheiro Frederico Augusto Oom e dos arquitectos Jean François Gille Colson, José da Costa Sequeira (1800-1872) e Valentim José Correia (1822-1900); o observatório seria edificado no "Alto da Casa Branca", local onde já existiria um observatório; início da construção do observatório, mas no "Alto da Eira Velha"; 1878 - data provável para a conclusão do observatório; 1867 / 1869 - realizam-se as primeiras observações no Observatório; 1900-1901 - o Observatório participa na campanha da paralaxe solar, centrada em observações do asteróide Eros, com o instrumento de medição do círculo meridiano; 1904 - a participação na campanha anterior valeu ao director do Observatório, César Augusto de Campos Rodrigues (1836-1919), a atribuição do Prémio Valz pela Academia das Ciências de Paris; 1995 - o Observatório é integrado na Universidade de Lisboa; 1999 - projecto e obras de beneficiação da cúpula da Torre Girante; 2004, Maio - desde esta data que decorre o Projecto de Investigação 'Fundamentação de Critérios para a Musealização do Observatório Astronómico de Lisboa' financiado pela FCT (POCTI/HAR/48711/2002) e levado a cabo pela Faculdade de Ciências da UL e pela Faculdade de Arquitectura da UTL; 2006, 24 agosto - o edifício está em vias de classificação, nos termos do Regime Transitório previsto no n.º 1 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 173/2006, DR, 1.ª série, n.º 16, tendo esta caducado, visto o procedimento não ter sido concluído no prazo fixado pelo Artigo 24.º da Lei n.º 107/2001, DR, 1.º série A, n.º 209 de 08 setembro 2001; dezembro - queda do estuque do tecto a Noroeste na galeria da sala central (no rés-do-chão).

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria mista, cantaria de calcário, reboco pintado, ferro fundido, madeira.

Bibliografia

AAVV, Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; CARDOSO, António Muñoz, Os Edifícios da Tapada da Ajuda, Lisboa, 1992; SCHMIDT, Luísa, Quem Ajuda a Tapada?, in Expresso. Revista, 20.11.1993; DREL, Observatório Astronómico de Lisboa, in Monumentos 14, DGEMN, Lisboa, Março 2001, p. 143; GOMES, Mário Azevedo, Notícia Sobre a Tapada da Ajuda, separata de Agros, Ano XVII, II Série, Nº 2 e 3, 1935; Arquitectura, Nº 135, Out. 1974; Instituto Superior de Agronomia, in O Século Agrícola. Portugal e Colónias, Ano I, Nº 3, 17.08.1912; Monumentos, n.º 9 e n.º 11 a n.º 13, n.º 15-20, n.º 23, Lisboa, DGEMN, 1998-2002; OOM, F. A., Considerações acerca da organização do Real Observatório Astronómico de Lisboa, Lisboa, Imprensa Nacional, 1875; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, vol. I, Lisboa 1924; RAMALHO, Robélia de Sousa Lobo, (coord. de), Guia de Portugal Artístico. Lisboa, Vol. I, Lisboa, 1931; QUEIRÓS, F.A.F., D. Pedro V e a educação: ideário pedagógico de um rei, Porto, Faculdade de Letras (Apêndice da pág. 51 a 55 [Relatório de Filipe Folque sobre o Observatório Astronómico de Lisboa]), 1973; RAPOSO, Pedro, A Vida e a Obra do Almirante Campos Rodrigues, Dissertação de Mestrado em História e Filosofia das Ciências, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2006 (não publicado); RIBEIRO, J. S., O Real Observatório Astronómico de Lisboa Notícia Histórica e Descriptiva, Lisboa, Typographia da Academia Real das Ciências, 1871.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DRELisboa, DGEMN/DRC/ DIE/DEM

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DRELisboa; Universidade de Lisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DRELisboa

Intervenção Realizada

DGEMN: 1992 - obras diversas de conservação e beneficiação do Observatório Astronómico; edifício Nascente; rede de esgotos; redes de águas no bloco E.; cobertura da torre girante; edifício principal; 1998 / 1999 - obras de beneficiação no Observatório Astronómico: reparação geral das coberturas; beneficiação de toda a caixilharia exterior; reparação de rebocos exteriores, limpeza de cantarias e pintura geral das fachadas; 1999 / 2000 - beneficiação da cúpula e sistema de abertura de portas: a cúpula girante é de construção metálica, foi toda desmontada, substituidas todas as peças detioradas, metalização de todas as partes metálicas, pinturas gerais, montagem de motorização de abertura de portas e rotação de cúpula; beneficiações diversas no interior do Edifício Central: pinturas gerais, reparação de pavimentos, caixilharias e tectos, revisão geral da instalação eléctrica; 2001 - reparação e beneficiação da cobertura do edifício anexo a este; beneficiação da área ajardinada envlvente do edifício principal; 2002 - remodelação do edifício situado a E.; 2003 / 2004 - beneficiação de caixilharias e de instalações sanitárias do edifício E.; remodelação dos esgotos e saguões do edifício E.; remodelação do interior do mesmo; 2004 / 2005 - consolidação e instalação do núcleo museológico.

Observações

*1 - DOF:..Tapada da Ajuda (conjunto intramuros). *2 - esta ficha tem correspondência às fichas de inventário da Universidade de Lisboa (UL): UL_ OAL_IM001; UL_OAL_COL001; UL_OAL_ARQ001; UL_OAL_BIB001. *3 - O edifício central é regularmente visitado por grupos escolares e universitários, assim como por público geral mediante marcação prévia, incluindo a visita aos diversos itens da colecção de instrumentos; mensalmente realizam-se palestras públicas sobre temas relacionados com a Astronomia; esporadicamente, realizam-se no Observatório outras actividades, como por exemplo lançamento de livros, conferências, aulas de mestrado e gravação de programas televisivos.

Autor e Data

João Machado 2005 / Ana Pascoal e Catarina Teixeira (Universidade de Lisboa - UL) 2011 (no âmbito da parceria IHRU / UL)

Actualização

 
 
 
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