Parque da Pena
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Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim) |
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Arquitectura recreativa, romântica. Parque de uso público consistindo em porção de terreno murado sem percepção dos limites na maior parte da sua extensão, constituído por vegetação ornamental disposta com um sentido determinado e acompanha de elementos construídos, como banco, canteiros, estátuas e peças de água. Segue uma atitude pictórica sendo estudado numa sucessão de imagens e pontos de vista paradoxalmente inspirado e sugestivo de pinturas de pintores paisagistas de Inglaterra. Rigorosamente projectado para parecer natural e espontâneo numa perspectiva de sobreposição de planos progressivamente mais longínquos e difusos. Este estilo encontra no estilo chinês um profundo conhecimento e domínio da beleza aparentemente natural mas com um conceito temporal radicalmente diferente: assente numa ideia nostálgica do tempo erguem-se nos espaços paisagistas elementos construídos intencionalmente em ruínas. Oferece um cenário lendário a que se pode associar um carácter paradisíaco, insólito e enigmático reforçado pelo denso tecto vegetal de plantas exóticas e autóctones. É grande a semelhança entre o Parque de Monserrate e o da Pena, quanto ao estilo, quanto à exoticidadade botânica e quanto ao clima propício. Ambos se dissovem na paisagem naturalmente ajardinada que os rodeia porém em Monserrate o conceito de grande mata-virgem, com preocupações principalmente cenográficas e paisagistas, sobrepõem-se ao conceito jardim / parque exótico e da preciosidade e raridade das plantas como em Monserrate. Na Pena é notória a infuência dos jardins românticos da Alemanha, traduzida no aspecto nórdico e frio das árvores, mas também de inglaterra como a colecção de fetos, patente na feteira da rainha. |
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Número IPA Antigo: PT031111120152 |
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Registo visualizado 979 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Espaço verde Parque Parque Romântico
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Descrição
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Propriedade de planta irregular, limitada por muro com 15 Km de extensão. Constituído por uma densa vegetação arbórea e arbustiva à qual se sobrepõem uma complexa rede de caminhos de grande qualidade de construção e sofisticado sistema de drenagem (lateral ou diagonal aos caminhos). Envolto por este arboreto, define-se um corredor central de jardins que permitem considerar diferentes zonas: ENTRADA PRINCIPAL: constituída por dois edifícios de cunho romântico e influência da arquitectura árabe na decoração exterior, de piso único e planta rectangular ladeando portão gradeado em ferro fundido. A fachada principal é constituída por paredes simples, com uma janela cada e bancos corridos adossados, encimadas por ameada de merlões arabizantes e prolongadas lateralmente pelos os muros que circundam o Parque e definem o seu perímetro. O portão caracteriza-se por quatro colunas de pedra, unidas por gradeamento metálico e encimadas por pináculos de prismas invertidos sobrepostos, nas colunas exteriores e de forma cónica sobre colunata assente em base prismática, nas colunas interiores. O gradeamento caracteriza-se por motivos mouriscos (lanças com crescentes lunares) em ferro fundido e forjado. Os corpos originais de ambos os edifícios são recobertos por abóbadas: de pedra e cal, do lado esquerdo e aligeirada, de argamassa de cal e tubos cerâmicos, do lado direito. O corpo anexo é coberto por telhado simples revestido a telha tipo marselha. O revestimento das zonas cobertas com abóbada é em tijoleira quadrada de pequenas dimensões, com caleira a cota inferior em todo o perímetro, escondida pela fiada de merlões, a qual descarrega para goteiras/gárgulas esculpidas em pedra. À direita da entrada, jardim geométrico construído em três patamares com sebes de buxo formando canteiros preenchidos com coniferas. O JARDIM DAS CAMÉLIAS (ou Jardim dos Frades) é um dos espaços exteriores mais antigos, encimado por um tanque de rega, onde o terreno foi armado em patamares suportados por muros de pedra e onde foi estabelecida uma colecção de camélias, rododendrons e várias árvores, hoje entre os exemplares notáveis do Parque. Ao lado dos patamares está a FETEIRA DA RAINHA, espaço onde se procura a exoticidade de uma forma naturalizada e semelhante ao clima originário dos fetos arbóreos que aqui se distribuem entre peças de água de aspecto natural e outras espécies exóticas como a tuia ou o ácer. A FONTE DOS PASSARINHOS é apoiada num pequeno miradouro sobre uma encosta que, por sua vez, conduz ao Jardim dos Lagos. Constitui um "pavilhão árabe" de planta octogonal, com aberturas em três lados. Orientado a Poente gozado de soberba panorâmica, hoje minorada pelo crescimento da vegetação. A plataforma é suportada por muro curvo sobre o vale rematado por murete a que encosta banco de cantaria e costas revestidas a azulejo coroado nas extremidades por vasos de pedra em forma de meia-esfera talhados ao estilo das cantarias da Fonte. Nas três faces abertas, dois arcos separados por coluna de pedra são de cantaria encimados, a meio, por óculo. Os arcos são fechados por gradeamentos de ferro com balaústres cilíndricos encimados pelos mesmos ornatos em lança e crescente lunar que surgem nos portões da Entrada Principal, no Palácio e no Parque (marca de fundição de João Haley). Os das aberturas laterais estão chumbados às cantarias e os dos arcos centrais articulam por gonzos funcionando como portas. As paredes são exteriormente revestidas a azulejos vidrados, pintados com motivo moçárabe em tons de rosa e azul. Remata as paredes um capeamento de pedra em que assenta a cobertura. Esta é formada por uma cúpula em bolbo (esférica achatada), de base circular e secção elíptica, em alvenaria de pedra e cal, decorada por uma banda em cantaria esculpida com curiosa inscrição em caracteres árabes e que também figura à entrada do Palácio *2.. A Cúpula é encimada por pináculo de pedra com enfeite de crescente lunar semelhante ao que remata o Templo das colunas e é usado nos gradeamentos. De salientar o excelente estado de conservação do revestimento exterior da Cúpula, em reboco que parece original, unicamente coberto por quase uniforme camada de fungos, líquenes e musgos. Em frente a esta construção, banco de pedra moldado à forma do caminho ladeado por vaso também com inscrição árabe. No outro extremo deste jardim, CAPELA MANUELINA, Implantada lateralmente em relação aos socalcos, perto do tanque dos frades, caracteriza-se por um pequeno volume único de planta rectangular, com telhado de duas águas sobre abóbadas, uma entrada no eixo longitudinal e uma pequena janela lateral. Encontra-se quase totalmente coberta de vegetação, funcionando uma das suas paredes laterais como muro de suporte de terras, constituindo a vegetação uma das principais origens de infiltrações de água e fendas. O "adro" que apresenta é constituído por um banco de pedra que acompanha o muro de suporte assumindo uma forma côncava neste espaço. O TANQUE DOS FRADES é rectangular, em pedra com acrescentos de cimento, acompanhado posteriormente por muro de suporte do terreno que se estende a cota superior. Neste muro, nicho com fonte de abastecimento do tanque, pintado a fresco. Ainda no Jardim da rainha, existe a ESTUFA ANTIGA, situada numa zona plana recatada e murada, é acessível pelo caminho interno do jardim, entre a Fonte dos Passarinhos e a capela "Manuelina". É marcada pelo muro que a circunda e pelas entradas adornadas com pilastras e capitéis em cantaria, repetindo as formas geométricas do portão principal da Entrada no Parque. A composição volumétrica da estufa consiste num volume rectangular de comprimento igual ao dobro da largura, com uma cobertura de duas águas. Um segundo volume anexo também rectangular, de reduzidas dimensões, alberga a fornalha de aquecimento do interior da estufa por intermédio de canalização específica para o efeito, ainda visível. Este volume tem a cobertura com uma só água no seguimento da correspondente da estufa. Destacam-se nesta construção os pilares de suporte da cobertura, de forma exterior de meias colunas redondas, e interior em secção rectangular (são de cantaria os das fachadas sul, poente e nascente, e de argamassa reforçada os da fachada norte); as colunas de cantaria trabalhadas com capitel de estilo compósito e a base em cantaria com relevos esculpidos em forma de tronco nodoso; o revestimento azulejar igual ao da Fonte dos Passarinhos; a estrutura de suporte da cobertura formada por asnas mistas, ou seja pernas em madeira, linhas e escoras em varões de ferro, ligados às pernas na zona das madres e na viga de bordadura, elemento onde se apoiam as varas da cobertura; a tubagem de aquecimento interior da estufa ligada a uma fornalha situada no volume anexo. Por trás da Fonte dos Passarinhos, estende-se para N. o JARDIM DOS LAGOS, constituído por seis lagos sucessivos com formas orgânicas, alimentados por fonte, com construções acasteladas ao meio e uma cascata escalonada ligando dois dos lagos. Junto ao portão a N. existe a CASA DOS LAGOS, casa do guarda, revivalista em implantação quadrangular, com 3 portas exteriores e 7 janelas. A N. nas imediações da casa, encontra-se um antigo poço, galinheiros, arrumos e casas de animais, abandonados e actualmente cobertos de vegetação. Na fachada S. sobressai o corpo sala que avança encimado com ameias. A entrada principal faz-se por um falso alpendre para o qual se sobe por 5 degraus. O parapeito deste alpendre tem colunas rematadas por arcos mouriscos, encimados por uma ameada. O alpendre tem duas portas: uma para acesso à sala e outra para acesso ao hall de entrada. A cobertura ruiu completamente devido a infiltrações pluviais causadas por telhas partidas ou deslocadas. Assinalaram-se ainda dentro do corredor central, duas outras unidades: a Mata da Vigia e a Encosta do Palácio. A MATA DA VIGIA faz a transição entre as duas bacias principais onde se encontram os jardins. Aqui se situa o JARDIM INGLÊS, do qual pouco resta ao nível de espécies ornamentais, estruturas construídas e panorâmicas. Apresenta, no entanto, uma notável rede de caminhos assente sobre a maior área plana de todo o Parque. A ENCOSTA DO PALÁCIO constitui um espaço de características topográficas acidentadas de acesso ao Palácio e condicionante da sua fruição panorâmica. A meia encosta, implanta-se a CASA DO POMBAL (ou Casa da Lapa) paralelamente à estrada, em terreno de declive acentuado. Do alçado principal tem vista para a entrada e jardim a toda a largura da fachada, a cotas inferiores. Do alçado posterior observa-se pontualmente o Palácio através da vegetação da encosta. O edifício apresenta um volume quadrangular de dois pisos com telhado de quatro águas e outro rectangular, mais baixo e alongado de um só piso. Um terceiro na parte posterior tem características arquitectónicas e estruturais de acrescentos de um piso. Existem ainda dois alpendres salientes que permitem o acesso ao interior, um formando um volume adossado ao corpo vertical do edifício, com telhado de três águas suportado por duas colunas apoiadas numa varanda térrea, e outro de área rectangular retirado ao extremo oposto do volume alongado, formando uma pequena varanda à qual se acede por uma escada lateral. Uma terceira entrada acede ao volume posterior através de um pequeno pátio onde se encontram, adossados ao muro de suporte, galinheiros e coelheiras. Da entrada para esta encosta, rampa de traçado sinuoso conduz ao antigo picadeiro passando por fonte com bica enquadrada por azulejo, taça e tanque rectangular. Esta área, de forma aproximadamente quadrangular com pavimento de saibro é limitada por uma ligeira diminuição da cota em relação à envolvente. Na sua proximidade fica a capela "Menor", pequeno volume único de planta rectangular, com telhado de duas águas sobre abóbadas, uma entrada e uma janela no eixo longitudinal. Encostada a um penedo granítico de grandes dimensões integra, por aproveitamento dum recesso entre rochas, uma pequena capela com dois nichos. A simplicidade e integração desta construção na envolvente, os paramentos cobertos de musgo e a difícil acessibilidade à zona tornam a capela quase imperceptível. Na Mata da Vigia inserem-se também a Abegoaria e o Conjunto das Estufas. A ABEGOARIA integra-se no relevo aproveitando uma clareira de declive suave e de generosas dimensões. Está implantada à cota do caminho e consideravelmente afastada deste, tendo como cenário um denso arvoredo e uma encosta de declive acentuado. A fachada principal apresenta-se como a única que se lê com maior expressão. Volumetricamente, caracteriza-se por planta rectangular onde o comprimento se sobrepõe à largura. Destaca-se um corpo com um piso e, a meio, a sobreelevação dum segundo piso com uma cobertura de pendente perpendicular às restantes. Os sótãos, de elevado pé direito, foram aproveitados, resultando em mais um piso. No lado Sul, sofreu alterações que prejudicaram a sua leitura, por abertura da fachada para transformação de parte do piso térreo num armazém em telheiro. Para suportes da verga desta abertura, utilizaram-se colunas de ferro fundido de antigos "box" de cavalos. No sótão do lado Norte, onde ainda está uma porta para içar palha com gancho original, observa-se uma divisão do espaço adequada para dormitórios, podendo igual seccionamento do espaço ser observado no lado oposto. Ao nível da cobertura, o facto de se ter incluído mansardas no corpo central e lateral esquerdo (nos anos 60?), assume-se como pormenor mais desfasado da concepção original. No tocante a pormenores decorativos, é de assinalar, na fachada principal, um pequeno tanque abastecido de água corrente através de uma graciosa cabeça de jovem, fundida em bronze, delicada obra do escultor Simões de Almeida que a teria oferecido à Condessa d'Edla, sua aluna de escultura. Também de referir as argolas para cavalos, existentes ao longo desta fachada. No tardoz deste edifício reconhece-se uma mina de água, actualmente bloqueada, que terá em tempos abastecido este edifício. As ESTUFAS são um conjunto de construções interligadas pela função de criação de espécies vegetais para plantar o Parque. Situadas numa clareira de fraco declive são acessíveis quer a partir da Abegoaria, quer de portão próximo situado mais abaixo. Compõem-se de oito construções situadas em quatro socalcos: socalco mais elevado e próximo da Abegoaria contém as construções mais antigas: um armazém de planta circular e cobertura abobadada, que em tempos terá sido um moinho(?) e onde o Barão de Eschwege aplicou a sua abóbada aligeirada com vasos cerâmicos; outro armazém de sementes, de planta rectangular com telhado de duas águas revestido a pedra rústica; uma casa rectangular também revestida a pedra rústica, com telhado de quatro águas e cuja fachada principal e posterior dá para zonas ajardinadas ornamentadas com canteiros; no socalco seguinte encontra-se uma estufa "Maior" de planta rectangular com cobertura de duas águas, com o dobro do comprimento da Estufa Antiga e ligeiramente mais larga, mas com pormenores construtivos semelhantes; noutro socalco ligeiramente abaixo, encontra-se uma pérgola de implantação rectangular de grande comprimento, adossada a um muro de suporte, onde estariam vasos dispostos em bancada; transitando para o último socalco, a um nível inferior, encontram-se três construções recentes: uma pérgola semelhante à anterior e duas estufas baixas com os elementos estruturais em betão armado conceptualmente diferentes da estufa "Maior". Em termos de pormenores construtivos importa destacar o revestimento a pedra rústica dos edifícios e o aproveitamento das áreas livres para canteiros, nomeadamente a zona próximo da estufa "maior", onde quatro socalcos servem de zonas preferenciais de plantação. Próximo das Estufas situa-se o CHALET DA CONDESSA, enquadrado por vegetação densa, nomeadamente fetos arbóreos acompanhados por uma fonte em carranca, quatro escadarias em cruz centradas por lado circular ou recantos subtis com bancos de pedra. Este edifício associa-se o Jardim e a Feteira da Condessa. O JARDIM DA CONDESSA, de elementos praticamente perdidos, como o caramanchão e as pontes que, de forma pitoresca, cruzavam os exíguos lagos, constitui-se como uma importante coleção botânica inserida numa intricada rede de percursos com evidentes panorâmicas entre o Chalet e o Palácio. A FETEIRA DA CONDESSA reflecte os princípios conceptuais originais, baseados no aproveitamento das potencialidades relacionadas com a existência de um microclima local e nas maiores disponibilidades de água. Preserva elementos construídos como bancos, mesas, pontes e um sistema de águas, incluindo lagos, fontes e caleiras em pedra. Aqui se encontra a CASA DO GUARDA DO CHALET DA CONDESSA, construção diminuta com elementos decorativos que a relacionam com o Chalet. De planta rectangular, com dois pisos, encontra-se implantada numa zona de declive suave, cercada por vegetação mas apresentando no tardoz uma encosta com declive acentuado, com muro de suporte em cujo topo há um terraço com ligação por arco ao primeiro piso da casa, actualmente emparedado. Fora do corredor de jardins existem ainda construções relevantes. A S. do Picadeiro, o ALTO DE SANTO ANTÓNIO com templo daquela invocação que funciona como miradouro sobre o palácio e o Parque. De corpo cilíndrico central coberto por cúpula dupla, com um "alpendre" a todo o redor em abóbada toroidal apoiada nas paredes do corpo central e num conjunto de doze colunas dispostas em forma circular. As colunas apresentam alternadamente dois tipos de capitel, de estilo compósito. Um banco adossa-se ao redor do corpo central, sob o "alpendre", apenas interrompido pelo vão da porta. A S. deste alto, na TAPADA DO FERREIRA, penedo do gigante, que consiste num grande bloco de granito encimado por estátua de guerreiro. O ALTO DE SANTA CATARINA compreende a denominada poltrona da rainha, banco construído entre blocos de granito, acessível por dois degraus ornamentados com azulejo. Neste local, a que se acede por passagem sob dois blocos unidos formando arco, observa-se o palácio, sempre enquadrado por vegetação. Antes desta passagem, pequeno espaço fechado e coberto sob blocos, com duas peanhas de pedra e banco a toda a volta formando um semi-círculo. |
Acessos
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Estrada de São Pedro ou da Vila de Sintra para a Serra de Sintra. WGS84 (graus decimais) lat.: 38.787966, long.: -9.387758 |
Protecção
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Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Palácio Nacional da Pena (v. PT031111120007) e do Chalet da Condessa de Edla (v. PT031111120040) / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. PT031111050264) |
Enquadramento
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O parque localiza-se no limite do Parque Natural de Sintra-Cascais, na encosta N. da Serra de Sintra (v. PT031111050264). Nesta área da encosta predominam os declives superiores a 40% verificando-se declives moderados, acentuados e muito acentuados. O Parque apresenta exposições preferenciais a N.. Esta vertente é rica em água, explorável através de minas, e que tem um movimento descente sendo recolhida pela ribeira de colares. A Serra de Sintra é constituída por um maciço eruptivo com abundância de granitos, sienitos, gabros e dioritos. O solo desta zona insere-se na família dos solos litólicos, húmicos, câmbicos, normais, de granito (Mng) que, em parte de fase delgada, apresenta afloramentos rochosos. O clima é caracterizado por temperaturas mais baixas e precipitação mais elevada que, nas regiões circundantes, é devido à proximidade do oceano, ao relevo e à densa vegetação. A flora local é densa e diversificada com uma grande percentagem de exóticas introduzidas sobretudo no séc. 16 por D. João de Castro e no séc. 19 por D. Fernado II e Sir Francis Cook. Também a fauna se caracteriza por uma grande biodiversidade. Ao Parque da Pena estão anexas as seguintes áreas: Tapada dos Bichos, Tapada do Inhaca, Tapada do Borges, Pinhal do Prior e Tapada do Forjaz, Pinhal do Sereno, Pinhal do Tomado e Pinhal do Vale dos Anjos. Nas proximidades da Pena localizam-se outros monumentos como Castelo dos Mouros (v. PT031111120005), a Quinta da Penha Verde, a Quinta da Regaleira, (v. PT031111110077), a Quinta do Relógio (v. PT031111110078), o Parque de Monserrate (v. PT031111110131) e outros. O Parque da Pena e outras propriedades locais funcionam como como ponto de atracção turística, actividade principal da zona. |
Descrição Complementar
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O complexo sistema hisráulico é constituído por vários sub-sistemas: o Sistema da Entrada Principal que liga àTapada do Forjaz e Abelheira, tem provavelmente origem nas captações mais antigas, executadas na encosta N. da Tapada do Ferreira, que comportavam a condução de água às áreas agrícolas da cerca conventual. Como reminiscência subsistem os conjuntos de colectores de manilhas, caleiras e antigos tanques que abasteciam o Jardim dos Frades e o antigo limoal, que corresponde actualmente ao Jardim de Entrada. Novas captações e construção de fontes, executadas no século passado determinaram as características deste parcialmente degradado sistema: embora parcialmente activo nas áreas das fontes apresenta danos graves nas caleiras que alimentariam a horta original; o sistema do Palácio, Lagos, Jardim dos Frades e Feteira, Tapada dos Bichos, é abastecido pelas minas instaladas na Tapada da Cruz Alta e na vertente Norte do Alto de Sta. Catarina. Conduziria originalmente as águas para o Jardim dos Frades. Acréscimos posteriores levaram à introdução de mais condutas que abasteceriam parcialmente o sistema de lagos criado por D. Fernando e também o Palácio. Destaca-se pela inclusão de diversos depósitos de armazenamento de água a pela existência de diversos encanamentos de chumbo que garantiriam água sob pressão para abastecimento da cisterna/nora do Palácio e diversos repuxos e fontes, criados no século passado. A dispersão de tanquetas e a construção dos lagos na Encosta da Cruz Alta permitiram a rega das diversas plantações efectuadas no local. Apesar de parcialmente degradado, preserva pequenos caudais que alimentam as fontes, cascatas, tanques e lagos; o sistema da Abegoaria, extremamente simples, criado exclusivamente para abastecer esta instalação permite ainda a drenagem de águas para a Feteira da Condessa, inclui um desvio de águas da Cruz Alta, condutas provenientes da Feteira da Condessa e uma mina no tardoz do edificio da Abegoaria. As águas encaminhadas por condutas de chumbo para a pequena fonte local (actualmente vandalizada) são orientadas para os viveiros a Poente, sendo depois conduzidas à linha de água da Feteira por caleiras fechadas de alvenaria e cantaria. Embora em funcionamento apresenta roturas que permitem a drenagem de água à superficie; o sistema do Jardim da Condessa, de abastecimento da área ajardinada que envolve o Chalet da Condessa e as plantações dos talhões envolventes, recolhe os caudais de minas localizadas a montante da zona, águas nascediças da Cruz Alta e tanquetas abastecidas pontualmente por minas. Encontra-se extremamente degradado. A Feteira da Condessa depende não só deste sistema, mas também das condutas que abastecem a jusante a Abegoaria, Estufas e Estufins. A disponibilização de pressão em condutas para travessia do percurso irregular levou à construção sistemática de condutas em chumbo, embebidas em estruturas contínuas de alvenaria. Este sistema, que apresenta os mais vastos aquedutos do Parque, está muito degradado e parcialmente inactivo por abatimento de minas, interrupção de condutas e redução de caudais originalmente elevados. A dependência de caudais contínuos de minas dispensou a construção de depósitos volumosos para recolha de águas, facto que actualmente pode condicionar a viabilidade imediata de diversas áreas ajardinadas pelo estado degradado das condutas: o sistema do Mouco/Seteais, contribui apenas parcialmente para a rega do Mouco, já que posteriormente canaliza as águas para Seteais por encanamento de ferro. A sua importância a nível do programa de recuperação das áreas ajardinadas é insignificante, excepto o troço que o antecede e abasteceria as plantações do Alto do Chá. É de notar que a regularização dos caudais disponíveis nas diferentes minas e encanamentos levou à instalação de ligações entre sistemas, que pela inexistência de registos das diversas alterações efectuadas dificultam a percepção actual do seu funcionamento. |
Utilização Inicial
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Recreativa: parque |
Utilização Actual
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Recreativa: parque |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Parques de Sintra Monte da Lua S. A.., (Instituto da Conservação da Natureza, Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Câmara Municipal de Sintra e Instituto da Conservação da Natureza, Instituto Português do Património Arquitectónico, tel. 219237300). |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Barão de Escheweg; DESENHADOR: Fernando Saxe de Coburgo Gotha (1846-1847). JARDINEIRO: Bonard. |
Cronologia
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Séc. 14 - no local existia uma pequena capela românica dedicada a Nossa Senhora da Penha, onde os priores de Santa Maria de Sintra iam todos os sábados oficiar missa, por ordem de D. João I (Carta de 8 de Ag. de 1387); 1493 - D. João II aí foi com D. Leonor em peregrinação pagar um voto, permanecendo 11 dias no local; 1502 - tradicionalmente corre a lenda que D. Manuel teria daqui avistado a chegada da armada de Vasco da Gama, da Índia; 1503 - o rei quis transformar a capela em Mosteiro da Ordem de São Jerónimo, 1838 - D. Fernando de Saxe - Coburgo comprou o mosteiro com as suas casas de hospedaria, cerca, terras de semeadura, pinhal e mata por 761.000 reis, e a vizinha Quinta da Abelheira e Capela de São Miguel, num total de 200 ha,, iniciando obras de restauro e ampliação para adaptação a residência de Verão, incluindo a Calçada de São Pedro para acesso ao imóvel; os primeiros planos foram executados por Possidónio da Silva, embora não viessem a ser concretizados; 1839 - compraram-se de nove alqueires de castanhas e meio alqueire de bolotas pela quantia de 3.120 réis e empregaram-se vinte e três trabalhadores para as cavas e sementeiras da mata; plantaram-se trinta e nove abetos, três Pinus larix e catorze nogueiras. Limpeza e fertilização do terreno destinado à plantação dos cedros no jardim inglês, que ficava por trás da abegoaria construída mais tarde. 1840 - D, Fernado faz pagar à firma inglesa, Alexander Adams, 29.663 réis de plantas e árvores que vieram de Londres para a Pena; 1841 a 1844 - empreitada para cobrir de saibro os passeios do jardim ingês e contratação de pessoal para partir pedra aí necessária; 1846 / 1487 - o parque começa a ser delineado pelo rei, sendo os trabalhos entregues a Eschewege e a Wenceslau Cifka; 1850 - foram plantadas sete laranjeiras, quatro pereiras e noventa macieiras; foram plantadas duas mil duzentas e setenta e sete árvores; a Condessa de Edla herda o Palácio; 1851 - a rainha D. Maria II escreve a D. Fernando narrando que resolvera com o jardineiro Bonard, a transferências das camélias que havia no terraço das Necessidades; 1853 - construção das estufas onde se criava ananases, espargos, morangos, begónias tuberosas raras e rosas do japão; 1854 - aprovação da planta do jardim das camélias; foram transportadas da Tapada das Necessidades cento e cinquenta camélias numa primeira remessa e quatro centas e quarenta e nove noutra; Do mesmo sítio chegam vinte e cinco araucárias; início da plantação do "alto do chá" com oito árvores do chá; 1855 - D. Fernando manda transferir para a Tapada de Mafra um veado, duas corças, um gamo e duas gamas acabando com a tapada dos veados *1; chegam bolotas de Vila-Viçosa; 1856 - realização de uma planta rigorosa do parque; 1862 - as sementes de palmeira são envasadas e abrigadas na estufa; 1886 - realização de um inventário da flora do parque; 1889, 25 Junho - o Estado compra-o por 310 contos; passa a ser utilizado regularmente durante o Verão pela rainha D. Amélia; 1910 - com a implantação da República, é transformado em museu, com a designação oficial de Palácio Nacional da Pena; 1941, 15 Fevereiro - um forte ciclone devastou parte do Parque, deitando abaixo muitas árvores; 1969 - Fevereiro - estragos provocados pelo sismo. |
Dados Técnicos
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Complexa rede de captação, depósitos e distribuição de águas pluviais e subterrâneas que alimentava por gravidade as construções, o sistema de rega e as fontes e lagos dos jardins. Os sistemas são em geral constituídos por minas que alimentam colectores de chumbo, manilhas de cerâmica encerradas em alvenaria ou à superfície de muros, caleiras de cantaria e encanamentos de ferro. Assentamentos das estruturas de suporte destas condutas, entretanto ocorridos, interromperam circulações, por vezes repostas com a introdução de tubagens de PVC. |
Materiais
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Material Vegetal: gilbardeira (Ruscus aculeatus), feto-folha-de-hera (Asplenium hemonitis), feto-dos-carvalhos (Davallia canariensis), camélia (Camélia japónica), feto-arbóreo (Sphaeropteris cooperi), tuia-giganet (Thuja plicata ), sequoia (Sequoia semperviriems), abeto (Abies sp), acácia-austrália (Acacia melanoxylon), plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus), castanheiro da Índia (Aesculus hippocastanum), Cryptomeria sp, Cupressus sp, Rhododendros sp, azevinho (Ilex aquifolium); Inertes: caminhos em asfalto, calçada em cubos de granito, calçada em cubos de calcário e terra batida. |
Bibliografia
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Arquivo Pituresco, Lisboa, 1858; TUDE, Martins de Sousa, Mosteiro, Palácio e Parque da Pena na Serra de Sintra, Sintra, 1951; PEREIRA, Artur, CARDOSO, Filipe Espírito Santo, CORREIA, Fernando, Sintra e as suas Quintas, Sintra, 1983; STOOP, Anne de, Quinta e Palácios nos Arredores de Lisboa, Barcelos, 1986; Silva, Ana Paula e Antunes, Eva Maria, O Romantismo. Sintra e dois jardins românticos: Pena e Monserrate, Faculdade de Letras de Lisboa,1986/1987; CARITA, Helder, CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal ou da originalidade e desaires desta Arte, Lisboa 1990; SILVA, José Cornélio da e LUCKHURST, Sintra A Paisagem e as suas Quintas, Inapa, 1989; AZEVEDO, José Alfredo da Costa, Obras de José Alfredo da Costa Azevedo, Recantos e espaços, Sintra, 1997; CÂMARA MUNICIPAL DE SINTRA, Sintra Património da Humanidade, Sintra, Dezembro de 1996; SIMÕES, Gaspar, Diário de William Beckford em Portugal e Espanha, Biblioteca Nacional, Série Portugal e os Estrangeiros, Lisboa, 3ª Edição, 1988; CARVALHO, Oliveira, Guia do Parque da Pena (Descrição), Sintra, s.d. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Parques de Sintra Monte da Lua S. A. |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Parques de Sintra Monte da Lua S. A. |
Intervenção Realizada
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1988 / 1989 - adaptação da Abegoaria a escola de Guardas; 1981/ 1982 - limpeza e recuperação dos lagos de alvenaria; 1962 (após o incêncio) - acções de combate a acácias. |
Observações
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*1 - D. Fernando II avançou inicialmente com a ideia de criar uma reserva de caça grossa mas a pedragosidade do parque feria constantemente os animais impedindo a sua continuação. *2 - "O Sultão D. Manuel construiu esta capela bendita em nome de Nossa Senhora Maria da Pena, no ano de 1503, em comemoração do regresso a salvo de D. Vasco da Gama do descobrimento das terras e países que encontrou, isto é, o Cabo da Boa Esperança, a Índia e outros. Pois Sua Alteza o Sultão D. Fernanado Segundo, marido de Sua Majestada D. Maria II construiu desta maneira em muita magnificência real, no ano de 1840". |
Autor e Data
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Pereira de Lima 2005 |
Actualização
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