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Espaço verde Parque
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Descrição
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Planta aproximadamente rectangular, bipartida por atravessamento transversal de via rodoviária, Av. Dr. Joaquim de Carvalho, segmentando aproximadamente meio o seu maior eixo - o eixo longitudinal. O parque desenvolve-se ao longo de um vale ocupado por um monumental relvado que é cortado por dois caminhos longitudinais pedonais, pavimentados em macadame, existentes na proximidade dos limites do parque, enquadrando bilateralmente uma linha de água que, serpenteando numa posição aproximadamente central, acompanha a direcção dos caminhos. Esta é, cerca de 50 em 50 m, atravessada por pontes com guardas em madeira, sendo só as pontes dos extremos do parque em betão a apresentar como guardas gradeamentos em ferro. Os caminhos situam-se a uma cota sempre mais baixa que a da envolvente do parque, ligados a esta por escadas. A vegetação arbórea distribui-se junto à linha de água, predominando espécies habitantes de sistemas húmidos, tais como: o amieiro (Alnus glutinosa), o choupo negro ( Populus nigra), o Choupo-branco (Populus alba)e o chorão (Salix babylonica) e entre os referidos caminhos e os limites longitudinais do parque com espécies de sistemas mais secos como: a tília (Tilia cordata), a azinheira (Quercus ilex ssp. rotundifolia), o carvalho-roble (Quercus robur), o feixo (Fraximus angustifolia), o bordo (Acer pseudoplatanus),a tipuana (Tipuana tipu), o carvalho-negral (Quercus pyrenaica) e o castanheiro (Castanea sativa), existindo a N. da Av. Dr. Joaquim de Carvalho um alinhamento transversal de exemplares de palmeiras pré-existentes ao projecto: tamareira ( Phoenix dactylifera) e palmeira (Washingtonia filifera) notabilizando-se entre elas vários exemplares notáveis. Existem também no relvado, ao longo de todo o parque mas, principalmente junto aos caminhos, várias estações de um circuito de manutenção construídas em madeira. Está implantado um elevado número de candeeiros com cerca de 3 metros de altura com pé de secção quadrangular, revestido a madeira, e lâmpada protegida por globo em vibro fosco de cor branca, distribuidos unilateralmente em relação aos caminhos principais, mas também junto aos caminhos secundários, à linha de água ou em pleno relvado. Existem dois recintos destinados à prática de desporto, ambos a N. da Av. Dr. Joaquim de Carvalho - o primeiro, nas proximidades desta avenida, destinado à prática de basquete, ténis, e futebol e o outro, junto ao limite N. do parque, destinado à prática da patinagem. A poente do primeiro parque desportivo, ocupando cerca de um quarto da área do parque existe uma mata densa, de arvoredo que pelo porte se pode afirmar ser anterior à construção do parque. Aproximadamente a meio do comprimento da parte S. do parque, comunicando por escadas com o parque a E., existem dois edifícios construídos na encosta com uma cércea reduzida (cerca de dois-très pisos), com fins culturais, - O Museu Municipal Dr. Santos Rocha *1, e ao seu lado, mais a N., O Centro de Artes e Espectáculos(CAE)*2 que tem plantadas, frente à sua fachada poente, seis grandes palmeiras, a um nível bastante superior ao do parque que, por isso, têm um elevado impacto visual. Implantado junto ao relvado do parque, na proximidade do museu, encontra-se um busto em bronze do Dr. Santos Rocha, sobre plinto sobrelevado por dois degraus, com duas colunas acopladas, em pedra. Junto a este, um pouco mais a S. existe uma escadaria que liga à via envolvente - Rua Calouste Gulbenkian. Na base desta escadaria existe um elemento escultórico constituído por um conjunto de três pares de colunas em pedra. Em dois desses pares, as colunas encontram-se unidas duas a duas, no topo por um sólido geométrico em metal, num caso, um paralelepípedo rectângulo e noutro um triangulo equilátero, fazendo suspeitar a existência no passado de um terceiro elemento geométrico que unisse o restante par de colunas. Existem ainda espalhados no parque tampos de poços em pedra, reminiscentes das quintas anteriormente existentes no local. |
Acessos
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Avenida Manuel Gaspar de Lemos, Rua Dra Cristina Torres |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano. Em vale situado na base de uma encosta orienta a O. de direcção aproximadamente paralela á da linha de costa, separado desta por uma faixa de tecido urbano consolidado. |
Descrição Complementar
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Sob o busto em bronze do Dr. Santos Rocha encontra-se a seguinte inscrição com letras no mesmo material " AO DR. ANTÓNIO DOS SANTOS ROCHA 1853-1910 FIGUEIRENSE QUE EM TUDO DIGNIFICOU A SUA TERRA". Ainda se verifica a existência de peças de mobiliário urbano projectadas pelo próprio Arquitecto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles*3, como bancos em ripas de madeira sobre estrutura de betão com ou sem costas. |
Utilização Inicial
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Recreativa: parque |
Utilização Actual
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Recreativa: parque |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Alberto Pessoa (1971); ARQUITECTO PAISAGISTA: Gonçalo Ribeiro Telles (1971). |
Cronologia
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1971 - O Arquitecto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles elaborou o Plano Verde do Vale das Abadias, o enquadramento paisagístico da Urbanização do Vale das Abadias em colaboração com o arquitecto Alberto Pessoa e o projecto de Arquitectura Paisagista do parque e sua posterior execução; 1993 - O Museu Municipal Dr. Santos Rocha recebe o prémio "Melhor Museu do Ano" |
Dados Técnicos
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A linha de água foi canalizada através de manilhas com cerca de 80 cm de diâmetro sob a Av. Dr. Joaquim de Carvalho, para voltar ao seu leito a céu aberto de um lado e de outro da referida avenida. As suas margens estão consolidadas com pedras sobre terra de modo a permitir a sua naturalização através do crescimento da vegetação. |
Materiais
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INERTES - Pedra: plinto, revestimento das margens da linha de água e colunas, em calcário; terra: caminhos em terra batida; Metal: busto em bronze, guardas das pontes em ferro forjado; Madeira: ripas dos bancos, pés dos candeeiros, equipamentos do circuito de manutenção; Vidro fosco - campânulas dos candeeiros; betunilhas: revestimentos dos recintos desportivos; betão armado na estrutura dos bancos. VEGETAIS- àrvores : amieiro (Alnus glutinosa), choupo negro ( Populus nigra), Choupo-branco (Populus alba), chorão (Salix babylonica), tília (Tilia cordata), azinheira (Quercus ilex ssp. rotundifolia), carvalho-roble (Quercus robur), feixo (Fraximus angustifolia), bordo (Acer pseudoplatanus), tipuana (Tipuana tipu), carvalho-negral (Quercus pyrenaica), castanheiro (Castanea sativa), tamareira ( Phoenix dactylifera) e palmeira (Washingtonia filifera); arbustos: loendro (Nerium oleander). |
Bibliografia
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ANDERSEN, Teresa, "Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian - Francisco Caldeira Cabral e a primeira geração de Arquitectos Paisagistas (1940-1970)", pg.267, Lisboa, 2003; CARAPINHA, Aurora e TEIXEIRA , J. Monterroso, A Utopia com os Pés na Terra. Gonçalo Ribeiro Telles, pg. 271, Lisboa, 2003. |
Documentação Gráfica
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IHRU: Arquivo pessoal de Gonçalo Ribeiro Telles |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - Este museu, fundado em 1894 por António dos Santos Rocha, recebeu o prémio em 1993 o "Melhor Museu do Ano". No seu interior expõem-se numerosas colecções arqueológicas, cerâmicas, mobiliário indo-português, numismática e arte sacra. Tem, igualmente, uma área dedicada à etnografia africana e oriental. Durante todo o século 20 conseguiu reunir uma colecção de peças de arte contemporânea, com destaque para obras de pintura e escultura de artistas portugueses; *2 - O Centro de Artes e Espectáculos (CAE) da autoria do Arquitecto Luís Marçal Grilo, conta no seu interior com um espaço multifuncional que acolhe todo o tipo de produções culturais e espectáculos. Conta com diversas salas onde se realizam exposições temporárias; *3 - São peças desenhadas assinadas pelo autor que integram o projecto. |
Autor e Data
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Teresa Camara 2008 |
Actualização
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