Parque do Bonfim

IPA.00024128
Portugal, Setúbal, Setúbal, União das freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
 
Arquitectura recreativa. Parque de concepção modernista patente não só no design que privilegia o conforto do utente conferindo ao parque uma certa sensação de clausura com o isolamento do ruído e da poluição, hoje muito atenuada pelo facto de praticamente se ter erradicado o estrato arbustivo, como nas preocupações reveladas a nível ambiental, bem patentes na memória descritiva onde o projectista afirma "Idealizou-se o novo parque do Bonfim, sempre que possível respeitando as leis da natureza, constituído por um bosquete de mais ou menos densa vegetação rodeando uma área central aberta".
Número IPA Antigo: PT031512030142
 
Registo visualizado 3670 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Espaço verde  Parque        

Descrição

Parque de planta aproximadamente pentagonal, gradeado, apresentando oito entradas, duas orientadas a N., duas orientadas a E., uma orientada a SE. e três orientadas a S., situando-se a grande maioria no culminar de caminhos principais. A entrada principal é virada a S. e está enquadrada entre duas entradas secundárias. O parque é constituído por um grande relvado, maciços arbóreos e nalgumas zonas, sobretudo a O. e a N., alinhamentos de árvores que delimitam o parque, de espécies como a tamareira (Phoenix dactylifera), o choupo-branco (Populus alba), o Choupo-negro (Populus nigra), entre outras, funcionando como cortinas para o exterior, sendo em menor número os exemplares que aparecem isolados. A área de canteiros, em relação á área total do parque, é extremamente reduzida. Existe um grande lago de formato elipsóide apresentando no seu interior duas calhas de onde saem projectados vários jactos de água em simultâneo. Este lago situa-se ao centro, no sentido da largura do parque mas mais a S. no sentido do seu comprimento. Justaposto ao lago, situa-se a fachada posterior de um EDIFÍCIO de planta quadrangular, com um terraço, ao qual se acede lateralmente por escadas. Ligada a esta construção por caminho situa-se sobre o lago, uma ilha pavimentada por lajes calcárias, tal como o próprio caminho e a margem do lago. A E. deste lago, na continuação da área pavimentada situa-se um PARQUE INFANTIL com equipamento em posição central. A E. e a N. deste situam-se DUAS CONSTRUÇÕES de planta rectangular, em alvenaria, destinadas a actividades infantis e de apoio ao próprio parque infantil. Este núcleo construído e o próprio lago ligam-se ao exterior do parque por caminhos. Existe um pequeno TANQUE CIRCULAR protegido por um maciço de bambu (Arundinaria falconeri), num ângulo do parque, junto ao seu extremo NE., que alimenta um PEQUENO CANAL de água, com cerca de 1 m. de largura e 0.15m de profundidade, que desce sinuoso, acompanhado por um caminho secundário, até ao lago. Além deste caminho existem dois longos caminhos principais, longitudinais, asfaltados que acompanham os limites do parque a nascente (este trespassando a linha de água) e a poente. Há ainda um outro caminho principal, curvilíneo que atravessa o parque de NO. a SE., realizando a ligação entre estes dois caminhos principais, que travessa o grande relvado. Existem vários caminhos secundários, pavimentados a calçada portuguesa ou placas irregulares em calcário, que ligam os caminhos primários entre si ou aos referidos elementos construídos. Dá-se uma única excepção em que um caminho secundário a N., com origem no caminho que acompanha o pequeno canal, comunica com uma "Ilha de verdura" pavimentada a placas irregulares de calcário, situada no centro do grande relvado N., ensombrado por algumas árvores de um alinhamento de onze exemplares notáveis de plátanos (Platanus orientalis). Cerca de metade deles ensombra a referida "Ilha"onde se situam também três bancos duplos em ripas de padeira pintada. Cerca de um quarto do parque, situado entre o lago, os limites E. e S. do parque é constituído por um denso maciço arbóreo, onde predominam os plátanos (Platanus orientalis). Nesta zona existe, entre o lago e a entrada central S. do parque um busto em bronze, sobre plinto em pedra, do poeta António Maria Eusébio, conhecido pelo "Calafate", da autoria do escultor Castro Lobo. A nascente deste elemento escultórico, em pleno aglomerado de plátanos situa-se um outro, alusivo ao "Centenário do Movimento Escutista" onde estão representadas cinco pescoços e cabeças de cavalo, estilizadas, em cimento, unidas por um laço em metal. Junto à margem do lago existem ainda dois elementos escultóricos abstractos. Espalhados pelo parque, encontramos um variado elenco de árvores com espécies como: O Cedro-do-Buçaco (Cupressus lusitanica), a catalpa (Catalpa bignonioides), a araucária (Araucaria bidwilli), a palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), o choupo negro (Populus nigra), o ginko (Ginko biloba), a magnólia (Magnolia grandiflora), a tília (Tilia cordata) e o cipreste (Cupressus sempervirens)*1.

Acessos

Av. 22 de Dezembro; R. da Escola Técnica

Protecção

Inclui Araucária (Araucaria bidwili) classificado como de Interesse Municipal

Enquadramento

Integrado na malha urbana da cidade, numa zona de planície, funciona como o pulmão verde da cidade.

Descrição Complementar

Os elementos escultóricos abstractos situados na margem do lago são: um em cimento pintado de branco em forma de cápsula com várias fendas e um outro, quadrangular, plano, paralelo ao chão, com apenas uma peça perpendicular, revestido em placas de pedra calcária, fazendo lembrar um relógio de sol. Na fachada principal do edifício sobre o lago, pode ler-se "Instituto de Formação Turística. Núcleo Escolar de Setúbal".

Utilização Inicial

Recreativa: parque

Utilização Actual

Recreativa: parque

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO PAISAGISTA António Viana Barreto (1954).

Cronologia

Séc. 16 - O rei D. Manuel I adquiriu a Herdade Barbuda, a norte do postigo de Santa Catarina, na confluência com a actual Avenida 5 de Outubro. Nela mandou plantar um jardim, no local onde é hoje do Parque do Bonfim; 1950 - um documento refere o mau estado de conservação do parque e apela a uma localização rigorosa das espécies arbóreas existentes; 1954-1966- Projecto de arquitectura paisagista de jardim que, à data da construção não era gradeado, sendo isolado da envolvente através de uma densa cortina arbórea. Pavimento em placas de calcário irregulares descontínuas. Banco em pedras suportados por arcos também em pedra. Grande lago com bordadura naturalizada em grande parte da sua extensão; 1996-1998 - Modernização de algumas vertentes do jardim, nomeadamente instalação de rega automática, novo mobiliário urbano, melhoria do sistema de drenagem, recuperação da iluminação e pavimentos e recuperação dos relvados; 2005- O parque encontrava-se gradeado, sendo o estrato arbustivo quase inexistente por razões de segurança. Ao longo da linha d'água foi implantado no caminho, um pavimento em calçada portuguesa. O lago foi todo envolto por lajes contínuas regulares.

Dados Técnicos

Foi criado um sistema de circulação da água possibilitando-lhe uma maior pureza e obtendo o murmúrio desta ao passar por obstáculos propositadamente colocados, para obter com o efeito relaxante que produz nos utentes do parque ao escutá-lo. Este murmúrio tem também uma função amortizadora dos ruídos produzidos na envolvente do parque.

Materiais

Inertes: pelinto, elemento escultórico, bancos, bebedouro e pavimentos em pedra calcaria; bancos e papeleiras em madeira, papeleiras e busto em metal, elementos escultóricos em cimento; Vegetais: árvores - O Cedro-do-Buçaco (Cupressus lusitanica), a catalpa (Catalpa bignonioides), a araucária (Araucaria bidwilli), a palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), o choupo negro (Populus nigra), o ginko (Ginko biloba), a magnólia (Magnolia grandiflora), a tília (Tilia cordata) e o cipreste (Cupressus sempervirens), arbustos - o papiro (Cyperus papyrus), o bambu (Arundinaria falconeri),o loendro (Nerium oleander), herbáceas - coroa-de Henrique ( Agapanthus praecox).

Bibliografia

ANDRESEN, Teresa "Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian - Francisco Caldeira Cabral e a primeira geração de Arquitectos Paisagistas (1940-1970)", Lisboa, 2003; Câmara Municipal de Setúbal, http://www.mun-setubal.pt/pt/conteudos/municipio/ambiente/espaços+verdes/jardim+do...

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU/SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1996 / 1998 - Modernização de algumas vertentes do jardim, nomeadamente instalação de rega automática, novo mobiliário urbano, melhoria do sistema de drenagem, recuperação da iluminação e dos pavimentos e recuperação dos relvados.

Observações

*1 - Em inventário iniciado em 2000 pela Câmara Municipal de Setúbal foram registadas 339 árvores pertencentes a 40 espécies.

Autor e Data

Teresa Camara 2008

Actualização

 
 
 
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