Núcleo urbano da cidade de Estremoz / Núcleo intramuros da cidade de Estremoz

IPA.00024130
Portugal, Évora, Estremoz, União das freguesias de Estremoz (Santa Maria e Santo André)
 
Núcleo urbano sede municipal. Cidade situada em colina. Vila com praça de guerra e castelo. Centro histórico integrando num sistema fortificado composto por duas linhas de cerca amuralhada e Castelo, com duas zonas de características morfológicas e tipológicas distintas que formam a estrutura urbana: Vila Velha (zona do Castelo e Bairro de Santiago) e a Vila Moderna. A estrutura urbana guarda características medievais, sendo desta época a definição do traçado urbano actual no primeiro bairro extramuros (Bairro de Santiago). O conjunto foi crescendo paralelamente às encostas onde assenta o Castelo, com a sua alteira Torre de Menagem. O núcleo mais antigo, correspondente ao Castelo e Bairro de Santiago, apresenta uma malha de traçado bastante regular, à medida que se desce para o centro da cidade, verifica-se uma organização em socalcos para superar as diferenças de cotas do terreno em que está implantado. Pela mesma razão são frequentes as escadas em travessas e ruas. O centro polarizador foi o Castelo, junto deste, a Igreja de Santa Maria, ramificando a partir daqui as vias essenciais do tecido urbano na zona do Castelo: a Rua do Arco de Santarém que corresponde com o Bairro de Santiago a O. através da Rua Direita e a Rua da Frandina, a E. que prolonga a cidade para a Vila moderna, através da Porta da Frandina. No interior da linha de muralhas primitivas, predominam as casas de dois pisos, concentradas sobretudo na área da Rua Direita. As coberturas são na maioria de telha, com duas ou três águas, normalmente com pouca inclinação. Predominam as habitações unifamiliares. As tipologias normalmente estão associadas a áreas e actividades próprias, bem como a determinadas camadas da sociedade endinheirada. Assim sendo os proprietários de comércio e indústrias, optam normalmente pelos edifícios de dois ou três pisos, com loja no piso térreo e habitação nos pisos superiores, sobretudo nas áreas centrais. Apresentam vãos bem ritmados, na maioria em composições impar, sem correspondência interior do piso térreo com o piso superior. As caixilharias são de madeira, com duas folhas e bandeira. Os paramentos são rebocados e de um modo geral pintados ou caiados de branco. Os caixilhos e os elementos de ferro fundido são pintados e as varandas, quando apresentam guardas em ferro fundido, estes encontram-se normalmente num estado de conservação deficiente. Esta situação verifica-se tanto na zona mais antiga como na Vila Moderna. Onde podemos ainda encontrar alguns pormenores arquitectónicos de interesse, como barras de azulejo que rematam superiormente a fachada, elementos marmóreos que culminam o edifício, quer em forma de pequenas estátuas, quer como placas comemorativas, elementos decorativos executados em argamassa e que são posteriormente pintados, sobre portas, janelas e em platibandas. Nos Bairros do Outeiro e da Frandina, a malha urbana é essencialmente constituída por edifícios unifamiliares com variantes tipológicas de dois ou três pisos com chaminé à face de dois vãos, onde alterna o ritmo porta / janela e três vãos janela / porta / janela, de frente estreita. Pontualmente são rematadas com platibandas. As caixilharias são de madeira, em quadrícula e com bandeira, de duas folhas nas janelas e portas. Em geral, as fachadas são caiadas ou pintadas a cor branca e as caixilharias, pintadas de cores vivas: verde ou vermelho. As coberturas tal como no restante conjunto são essencialmente a duas águas e em telha. Os grandes quarteirões inteiramente ocupados pelo Regimento de Cavalaria, composto por edifícios essencialmente de carácter industrial ou fabril, apresentam grandes fachadas praticamente cegas, interrompidas por portões largos e com cobertura em chapa metálica e estrutura em aço, com uma cércea correspondente a dois pisos, com grandes áreas cobertas. Na zona baixa da cidade, na Praça Luís de Camões, onde no local da antiga Igreja de Santo André se pode encontrar o Palácio da Justiça, e no Rossio Marquês de Pombal, encontram-se alguns dos edifícios mais abastados da cidade, nomeadamente, no Rossio, o edifício onde se localiza o Café Águias de Ouro (PT040704030034), o carácter tipológico dos edifícios nesta praça é essencialmente a de edifícios de dois e três pisos, com loja no piso térreo e habitação nos pisos superiores, que na maioria dos casos já deu lugar a escritórios. Os vãos são ritmados, e as composições assentam normalmente em vãos de porta de número impar, no piso térreo abrem-se amplas montras e nos pisos superiores, sempre que possível privilegia-se o uso de varandas, normalmente decoradas com guardas em ferro fundido pintado, as caixilharias são maioritariamente em alumínio lacado de branco ou em madeira, com duas folhas e bandeira, apresentam cromáticas predominantemente vivas: verde e vermelho. No Rossio localiza-se ainda um pouco vulgar agregado de edifícios religiosos, neste caso de antigos Conventos e suas respectivas Igrejas. A N. o antigo Convento de S. Francisco, hoje Regimento de Cavalaria n.º3, ladeado pela Igreja de S. Francisco, a E. o Convento de S. João da Penitência da Ordem Hospitaleira de Malta e a S. o Convento dos Congregados, que actualmente serve de sede à Câmara Municipal de Estremoz.
Número IPA Antigo: PT040704030053
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Cidade  Vila medieval  Vila fortificada  Régia (D. Sancho II)

Descrição

Estrutura urbana formada por duas zonas distintas: a Vila Velha, situada junto ao Castelo (v.PT040704030008) e com morfologia urbana de cariz medieval e a Vila Moderna, mais abaixo, disposta em amplas ruas, avenidas e praças, correspondente a diversas fases de crescimento. Na zona mais alta da cidade, sobre as ruínas da fortaleza árabe presumivelmente existente, encontra-se, intramuros, o núcleo mais antigo. A estrutura edificada do Centro Histórico acompanha a modelação do terreno em que está implantada, acentuada pelas muralhas e pela Torre de Menagem que, colocada no ponto mais alto, constitui-se como o ponto fulcral de todo o aglomerado. Na zona do Castelo, a imponente Torre de Menagem marca a N. a Praça de Armas, onde se localiza a E. a Igreja de Santa Maria (v.PT040704030022) e a Sala de Audiências D. Dinis também esta a E., na vertente S. um pequeno miradouro possibilita uma privilegiada vista para a Serra d’Ossa. O Castelo apresenta-se como o centro polarizador, ramificando a partir daqui as vias essenciais do tecido urbano na zona do Castelo: a Rua do Arco de Santarém que corresponde com o Bairro de Santiago a O. através da Rua Direita e a Rua da Frandina, a E. que prolonga a cidade para a Vila moderna, através da Porta da Frandina. É importante entender que a actual estrutura urbana, em toda a primeira linha de muralhas não corresponde exactamente ao que existiu antes da violenta explosão do paiol, em 1698, e que os edifícios em toda a zona próxima da Praça de Armas foram praticamente destruídos com a explosão e o consequente incêndio que se lhe seguiu. A cidade foi progressivamente descendo pelas encostas e após o acidente a vida cívica da cidade passou a localizar-se na zona baixa, a actual Vila Moderna. Actualmente encontramos poucos exemplos de edifícios do séc. 16, e os que existem já foram adulterados de forma significativa. O edifício da Antiga Casa da Câmara (v.PT040704030012), edifício quinhentista de grande qualidade arquitectónica que serviu temporariamente de paço municipal depois da explosão no castelo, encontrando-se actualmente em estado de ruína é um dos edifícios mais significativos numa zona essencialmente marcada por edifícios de carácter residencial, preservando ainda a chaminé à face, característica arquitectónica típica do Alentejo. Fora da primeira linha de muralhas, na encosta O. localiza-se o Bairro de Santiago, primeiro aglomerado urbano extramuros, de traçado medieval simples marcado pelo eixo definido pela Rua Direita, que liga a antiga Igreja de Santiago e as Portas de Santarém, entrada O. do Castelo. Os quarteirões existentes são rectangulares e organizam-se longitudinalmente em relação ao eixo predominante formado pela Rua Direita, todo o bairro vive para o seu interior, desde a época medieval essa característica se verificava, continuando ainda hoje evidente. A ligação para a encosta do Castelo não apresenta uma única entrada principal, apenas acessos para garagens ou logradouros. As tipologias que prevalecem são essencialmente as habitações unifamiliares com dois ou três vãos, de dois pisos com cobertura de telha. De referir ainda a presença de duas estruturas de carácter militar, os Quartéis, hoje transformados em habitação de carácter social, cujas condições de salubridade são bastante deficientes. Nesta zona os arruamentos são estreitos embora em algumas vias seja possível a circulação nos dois sentidos. A Rua Direita pelo facto de terem lugar cargas e descargas, a Rua de S. Pedro e principalmente o Largo da Liberdade, que por estar inserido na área central tem fluxos de trânsito mais acentuados. Na encosta N. do Castelo, começando a formar a Vila Moderna, foram crescendo os bairros de Palhais e do Espírito Santo, na vertente que liga ao grande tanque, hoje denominado Lago do Gadanha, alimentado por duas fontes que brotam no Rossio. Ainda na vertente N., na Rua Magalhães de Lima, pode-se observar o Convento dos Agostinhos, ladeando com a Torre das Couraças (v.PT040704030008), um raro exemplar de fortificação medieval de que apenas restam as duas torres de planta quadrada, com cerca de 6m de lado e um pequeno lanço de muro, onde se rasga a O. um pequeno pórtico, a antiga Porta da Couraça, contíguo a estes, no extremo O. da Rua da Cruz Vermelha, localiza-se um conjunto de edifícios que albergam instituições de carácter assistencial: o asilo e o jardim-de-infância. Paralelamente, a cidade descia pela encosta E. em direcção ao Rossio, formando os bairros da Frandina e do Outeiro, onde o casario está implantado em ruas íngremes mas de malha regular, constituída por edifícios unifamiliares com variantes tipológicas de dois ou três pisos, com dois e três vãos e de frente estreita, maioritariamente com chaminé à face e pintados a cor branca, alguns ainda permanecem caiados. A S., ao longo da encosta escarpada, junto das Portas de Évora, desenvolveu-se apenas um pequeno aglomerado, o Bairro das Ferrarias, que sobreviveu sem alterações apreciáveis até aos nossos dias, quanto ao antigo Bairro de Fora, foi totalmente arrasado aquando da construção das muralhas seiscentistas. A vida activa da vila foi descendo do Castelo para a parte baixa, onde se veio a formar a Praça Luís de Camões onde existia a Igreja de Santo André (hoje substituída pelo Palácio da Justiça) que chegou a ser a mais importante da vila e matriz da freguesia com o mesmo nome onde no séc.18 se centrava a vida comercial e cívica da população. Dos edifícios que se relacionam com a Praça, existem vários exemplos de casas abastadas, destacando-se a N. o Palácio Nobre. Na Praça Luís de Camões, encontra-se ainda implantado o Pelourinho de Estremoz (v.PT040704060004), vindo do Castelo. Na parte baixa da cidade a malha urbana consolida-se numa rede viária desenvolvida em função da estrutura defensiva, os baluartes exigiram a demolição de várias centenas de casas em torno do castelo, nomeadamente os bairros de Fora, Espírito Santo e Palhais, gerando-se assim uma zona sem edificações em seu redor destinada essencial para a defesa. Os baluartes para além de defenderem a parte construída, permitiam controlar as entradas da Vila, desviando os traçados convergentes das vias de acesso para vias de substituição que conduziam às portas colocadas nos paramentos das muralhas. O acesso ao interior do núcleo urbano, faz-se inevitavelmente através do atravessamento de uma das portas da cidade (v.PT040704030008), Portas de Santa Catarina a N., Portas de Santo António a E., Portas dos Currais a S. e a SO. as Portas de Évora que impunham um percurso paralelo às muralhas, facilitando assim a defesa. A estrutura urbana existente na parte baixa da cidade é essencialmente marcada pelos edifícios de carácter religioso, que se implantaram ao longo de uma importante via que ligava Évora e Portalegre, hoje a junção das ruas 31 de Janeiro e Brito Capelo, passando pelo Rossio Marquês de Pombal. Esta ligação faz-se notar no tecido urbano existente, uma vez que os quarteirões aglomeraram os edifícios preexistentes na zona baixa da cidade formando um traçado urbano de características irregulares, mantendo as zonas em logradouro existentes desde a sua origem e com isso formando grandes quarteirões. Estes logradouros funcionam como um importante tecido verde da cidade, surgindo inclusive na zona N., perto da antiga Porta do Reguengo uma zona de imenso terreno de cultivo e com vasto tecido verde, contudo em alguns quarteirões pouco consolidados este espaço de logradouro não passa de um mero espaço residual. O Rossio Marquês de Pombal que outrora desempenhara um papel importante na história da vila e até mesmo do Reino, pois ali muitas vezes se juntaram exércitos, transformou-se num local privilegiado para trocas comerciais, quer pela sua localização e acessibilidade, quer pelas suas generosas dimensões. Actualmente é utilizado como área de estacionamento automóvel e principal área comercial da cidade, onde se localiza a N. o antigo Convento de S. Francisco, hoje Regimento de Cavalaria n.º 3, ladeado pela Igreja de S. Francisco (PT040704060011), onde se encontra o majestoso túmulo de Esteves da Gata (PT040704060006), A E. o Convento de S. João da Penitência da Ordem Hospitaleira de Malta e a S. o Convento da Congregação do Oratório de S. Filipe de Néri, mais conhecido por Convento dos Congregados (v. PT040704060023), cuja igreja esteve durante muitos anos inacabada e que actualmente serve de paços do concelho. A O. encontra-se o edifício do Café Águias de Ouro (PT040704030034), um raro exemplar de Arte Nova na região alentejana. Comunicando com o Rossio a NE. podemos encontrar o edifício do antigo Hotel Alentejano, seguindo pela Avenida 25 de Abril, em direcção à Avenida 9 de Abril encontra-se o Teatro Bernardim Ribeiro (PT040704060025), também um edifício marcadamente Arte Nova. A componente comercial ia ganhando peso em detrimento da importância militar da região, ao mesmo tempo que o tecido urbano no interior das muralhas seiscentistas se consolidava. A abertura da Porta do Reguengo (1869), libertando a rua com o mesmo nome (actual Rua Serpa Pinto), é disso exemplo. No entanto o acontecimento que marcou a primeira metade do séc. 19 foi a construção da linha de caminho de ferro que sacrificou toda a linha de fortificações compreendida entre as Portas de Sta. Catarina (N.) e as de Sto. António, (E.). Parte desta zona foi ocupada por armazéns e indústrias ligadas à proximidade da via férrea possibilitando uma nova expansão do tecido urbano até então contido intramuros. As vias de circulação que constituem os eixos principais são aquelas onde naturalmente se verificam maiores intensidades de trânsito, quer rodoviário quer pedonal. As ruas 31 de Janeiro, 5 de Outubro e Vasco da Gama, os Largos General Graça e da República e a Praça Luís de Camões são os principais eixos comerciais e de serviços. No Rossio de S. Bento, mais tarde de S. Brás (actual Largo General Graça) salienta-se o lago seiscentista denominado por Lago do Gadanha, forrado em mármore da região, centrado pela expressiva figura de Neptuno que ostenta uma gadanha na mão. A O. do Lago do Gadanha, na parte baixa, encontra-se um enorme chafariz, a Fonte das Bicas, em frente do edifício setecentista da Sociedade de Artistas. A N. encontra-se o Jardim Público de forma triangular, com vértice entalado entre o Palácio Tocha, seiscentista, e a ermida quinhentista de Nossa Senhora do Socorro, apontando para a rua 31 de Janeiro. Nesta rua destaca-se ao fundo a Igreja da Senhora do Carmo, pertença do antigo Convento de São João de Deus, actual Regimento de Cavalaria n.º 3. Nesta zona, ao contrário do que sucede nas zonas mais antigas, os arruamentos são largos e permitem a circulação fluente de veículos e pessoas. No entanto os declives acentuados nos bairros do Outeiro e do Espírito Santo condicionam as vias de acesso pedonais, que consequentemente são em escadaria, nestes bairros os arruamentos são estreitos e o terreno acidentado e íngreme traduzem-se em carência de locais de estacionamento, sobretudo nas zonas mais densificadas.

Acessos

A6, N4, Avenida de Santo António, Rossio do Marquês de Pombal

Protecção

Inclui Castelo de Estremoz (v. IPA.00001152) / Sistema Fortificado de Estremoz (v. IPA.00004803) / Capela de Nossa Senhora dos Mártires (v. IPA.00001240) / Antiga Casa da Câmara (v. IPA.00001232) / Pelourinho de Estremoz (v. IPA.00002737) / Igreja e Antigo Convento de São Francisco (v. IPA.00003833) / Igreja e Convento das Maltezas (v. IPA.00002758) / Igreja de Santa Maria (v. IPA.00001184) / Café Águias d' Ouro (v. IPA.00004373) / Cruzeiro da Misericórdia de Estremoz (v. IPA.00002764) / Cruzeiro de São Francisco de Estremoz (v. IPA.00002746) / Convento dos Congregados (v. IPA.00003948) / Palácio da Tocha (v. IPA.00021896)

Enquadramento

Urbano, implantado em colina. Castelo na cumeeira de escarpada colina de afloramentos calcários, pólo distribuidor da urbanização radial do primitivo burgo, envolvido por cerca defensiva. Muralhas medievais coroando uma escarpa pedregosa que se ergue abruptamente na planície plena sobre que cai a O. a cadeia montanhosa da Serra d'Ossa. Muralhas da 1ª linha de fortificação desenvolvendo-se em linha de nível de cota estável coroando a cumeeira da escarpa de Estremoz; ambas as linhas de fortificação envolvem o núcleo fundador do burgo medieval; as Portas e baluartes da 2ª linha de fortificações, definem os limites urbanos da cidade, pelas bandas N., O. e S.. Torres e Porta da Couraça alcantiladas na encosta escarpada  da colina do Castelo, embebidas na cerca ducentista, destacando-se dela pelas suas dimensões; ficam anexas ao antigo Convento Augustiano de Nossa Senhora da Consolação, único acesso. Restantes Portas na cota estável da 1ª plataforma de descanso da escarpa de Estremoz, embebidas na 2ª linha de muralhas. Óptimas panorâmicas sob a paisagem envolvente, em particular do cimo da Torre de Menagem. O clima é tipicamente alentejano, com enormes amplitudes térmicas, temperaturas altas no Verão e baixas no Inverno, chegando mesmo a nevar. A população residente é de cerca de 15 mil habitantes. Salienta-se ainda que toda a região está localizada numa zona de pedreiras de mármore. Também os vinhos de Estremoz, são produzidos em região de denominação de origem controlada, tornando-se noutro importante factor de riqueza e qualidade da região.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 13 / 14 / 15 / 16 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

João Pascácio Cosmander (Fortificações modernas); Nicolau de Langres (1662/1670); D. Dinis de Melo e Castro e D. João da Silva e Sousa, assistidos pelos engenheiros Francisco João da Silva e Victorio Antoniacci (2ª linha de fortificações).

Cronologia

Séc. 13 - Estremoz entra definitivamente na posse da Coroa portuguesa durante o reinado de D. Sancho II (1223 - 1248) que inicia a edificação das muralhas do Castelo, obra continuada no reinado de D. Afonso III (1248 - 1279); 1260, cerca - construção da Torre de Menagem, da cerca medieval, 1ª linha de fortificações e das torres das Couraças; 1279 / 1325 - conclusão das obras de edificação das muralhas do Castelo durante o reinado de D. Dinis e construção do Paço Real junto ao Castelo; 1336, 4 de Julho - morre no Paço a rainha Santa Isabel; 1370, c. de - conclusão da Torre de Menagem; 1383 / 1385 - o alcaide-mor Joane Mendes de Vasconcelos, que tomara partido por Castela, é intimado pela população a deixar o castelo sendo este entregue ao escudeiro Martim Pires; 1416 - realizam-se no castelo Cortes por D. João I; 1436 - encontro no castelo entre D. Duarte e Dom Frey Gomez, delegado papal que traz a Bula da Cruzada solicitada pelo Conde de Ourém ao Concílio de Ferrara; Séc. 16 - totalmente reconstruída a Igreja de Santa Maria e a Casa da Audiência dionisíaca; construção dos baluartes; destruída a estrada coberta das couraças devido à construção do baluarte de Santo Agostinho; 1580 - Estremoz é a única Praça alentejana, sob o comando do Almirante D. João de Azevedo, a resistir ao exército do Duque de Alba; séc. 17 - as Torres e Porta da Couraça são anexas ao convento de religiosos Augustinianos e o adro nivelado; 1642 - D. João IV encarrega João Pascácio Cosmander, Rui Correia Lucas e Jean Gillot de inspecionar as Praças alentejanas e nelas fazer as obras necessárias; construção dos baluartes do castelo por Cosmander; 1645 - início da construção das fortificações modernas; reforço da cerca por 4 baluartes, 2 meios baluartes e um revelim; 1659 - início construção da Capela de Santa Isabel, por voto de D. Luísa de Gusmão, no local onde teria falecido a Rainha Santa Isabel; 1662, após - Nicolau de Langres auxiliado por Pierre de Saint-Colombe é nomeado o engenheiro encarregue da fortificação de Estremoz; 1698, 17 de Agosto - Violenta explosão destrói o Paço Real, que estava transformado em armazém de guerra e paiol do paiol de pólvora; Séc. 18 - construção da Porta de Évora; 1705 - durante a Guerra da Sucessão de Espanha o Conde de Galveias reúne em Estremoz um exército de 15 mil infantes, 5 mil cavalos, 20 peças de artilharia e 6 morteiros; 1706 - documentadas obras de construção da capela; 1715 - D. João V toma a Capela de Santa Isabel sob a sua protecção; 1730 - 1740 - execução painéis azulejo da Capela com episódios da vida da Rainha Santa Isabel; 1736 - reconstrução do Paço Real por D. João V, retomando a função original, construção dos Armazéns de Guerra, desenhados por António Carlos Andreis, reconstrução do pórtico do Castelo; 1738 - 1742 - D. João V funda no antigo  Paço a Sala de Armas, ao tempo um dos mais famosos museus de armaria da europa; 1758 - existia ainda a grade de cantaria lavrada do coro da Capela de Santa Isabel; 1798 - o Marechal-príncipe de Waldek apresenta Estremoz como Armazém do Corpo do Exército do Alentejo; 1801 - estabelece-se em Estremoz o quartel-general das tropas sob o comando do General Forbes; a 18 de Maio Forbes queixa-se ao Duque de Lafões que a Praça de Estremoz se encontrava desguarnecida pelo que transfere o seu quartel-general para Portalegre; 1808 - as tropas francesas ocupam Estremoz sob o comando do General Kellerman; a 12 de Julho abandonam Estremoz; 2007, 9 outubro - declaração da área crítica de recuperação e reconversão urbanística (ACCRU) do centro histórico de Estremoz, pelo Decreto n.º 20/2007, DR n.º 194, 1.ª série; 2013, 28 janeiro - criação da União das freguesias de Estremoz (Santa Maria e Santo André) por agregação das mesmas, pela Lei n.º 11-A/2013, DR, 1.ª série, n.º 19.

Dados Técnicos

Não aplicável

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

ARMAS, Duarte de, Livro das Fortalezas, Lisboa, INAPA, 1990; BRANDÃO, Fr. Francisco, Monarchia Lusitana, 4ª Parte, Cap. 24, Lisboa, 1632; COSTA, Carvalho da, Corografia Portuguesa, Tomo II, p. 443, Lisboa, 1706; CHAVES, Luís, Arqueologia Artística III - Siglas nos Edifícios Medievais de Estremoz, Lisboa, 1917; CRESPO, Marques, Estremoz e o seu termo regional, Estremoz, 1950; ESPANCA, Túlio, Fortificações da Cidade de Estremoz, A Cidade de Évora, nº 51 e 52, 1962; LANGRES, Nicolau de, Desenhos e Plantas de todas as Praças do reyno de Portugal, c. 1661 (BN Códice 7445); MATOS, Gastão de Melo, Nicolau de Langres e a sua obra em Portugal, Lisboa, 1941; PIMENTEL, Luis Serrão, Methodo Luzitanico, para desenhar as Fortificaçoes das Praças Regulares (...), Lisboa, 1680; SEPÚLVEDA, Cristóvão Ayres de Magalhães, História organica e politica do exercito portuguez - Provas, Lisboa - Coimbra, 1907, Lisboa, 1913; MEDEIROS, José Filipe, A epopeia de Estremoz, Estremoz, 1972; VERMELHO, Joaquim, Ler nas Pedras, Estremoz, 2004; IDEM, Nas lavras do Tempo, Sementes e Raízes, Estremoz, 2004.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; CME; Cartografia sobre a evolução urbana de Estremoz (séc. 14, 16, 17, 18 e Sistema de fortificação) in "O Urbanismo Português. Séculos XIII - XVIII. Portugal - Brasil"; BNL: ("Estremoz", Nicolau de Langres, "Séc. 17"); AHM (Planta da Praça de Estremôz, A. Palmeirim, 1829); http://www.exercito.pt/bibliopac/; DGOTDU: Arquivo Histórico (Anteplano de Urbanização de Estremoz, Eng. Barata da Rocha, 1961)

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; DGOTDU: Arquivo Histórico (Anteplano de Urbanização de Estremoz, Eng. Barata da Rocha, 1961)

Documentação Administrativa

DGARQ/TT: Memórias paroquiais, vol. 14, nº 100, p. 697 a 750; IHRU: DGEMN/DSARH (Anteplano de urbanização de Estremoz, DSARH-018-091/108); DGEMN/DREMS; CME

Intervenção Realizada

1967 - adaptação a Pousada sob projecto do arquitecto Rui Angelo do Couto, sendo instalada no castelo uma unidade hoteleira com capacidade para 23 quartos; 2004, 15 de Março - Abertura concurso pela DGEMN / DREMS para obras de conservação de panos de muralha; 2004, 15 Março - abertura concurso pela DGEMN / DREMS para obra conservação de panos de muralha; 2004, Abril - abertura concurso pela DGEMN / DREMS para obras de recuperação, iluminação e arranjos de espaços exteriores.

Observações

Autor e Data

António Braz 2006

Actualização

 
 
 
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